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.1.
1
Peso próprio dos elementos estruturais
4
peso próprio dos elementos estruturais constitui a primeira ação perm
0 anente
de natureza gravitacional a atuar na superestrutura, sendo usualmente deno .
minado
pelo símbolo 91 .
Os pesos próprios das vigas longitudinais, juntamente com os das lajes, s.ão
normalmente considerados cargas distribuídas por unidade de compriment0
nos
modelos estruturais unifilares, tipo viga ou pórtico. A determinação do valor da
carga distribuída é função direta da área da seção transversal, considerando-se
almas, mísulas e lajes. Admite-se 25 kN/m3 como valor mínimo para o peso especí-
fico do concreto armado ou protendido.
Lajes ou vigas, com variações de espessuras, podem ser consideradas cargas
distribuídas linearmente variáveis. Já transversinas podem ser consideradas cargas
concentradas atuando sobre a viga longitudinal (longarina), e cortinas e alas, cargas
concentradas nos extremos. Tome-se como exemplo de superestrutura moldada no
local a ponte com duas vigas representada na Fig. 4 .1.
o - - ~ - -- -- - - - - - - - - - - 2.520 - - - - -- - - - - - - - - - -- -""
u - - -- -- - - -- -- - 1.800 - - - - - - - - - - - , ( -- -'l,
2
40 .? 5 2.460 275
1
1 ,25
r
2,5 1
,35 180
1 .1 60 1 ,35 60 ,35 1
'
.,
,_
850 765
~3
,.~1<-30 7
jc
~72.5 575 - 72,5
" 5- -
l'-25 4 20 25~ ICi--,~• 30 -
-
1.--C-:--
"
1 39 60 ' "
] ,5 3,f
4( 251
180 60 39
1
25:1
--
Fig. 4.1 Cortes em vistas lateral e em planta _
me d'd
, asem cm
77
Principais
a~3es p., :: ( 2f i r 8), 40.=
A seção transversal ao longo do vão e no extremo do balanço, denominada seção
corrente, é definida conforme ilustrado na Fig. 4 . 2 .
,0 1& 2
A seção transversal no apoio, com vigas e laje mais espessas, é apresentada na
Fig. 4.3. Observa-se que as mísulas do trecho da laje entre as vigas são "absorvidas"
pelo aumento de espessura da laje na direção longitudinal.
As variações das espessuras da longarina e da laje podem ser visualizadas mais
facilmente no detalhe da vista em perspectiva do corte longitudinal, mostrado
na Fig. 4.4.
Na vista em corte da Fig. 4.5, são detalhadas as mísulas de variação linear de
espessura da longarina e da laje nas proximidades do apoio sobre o pilar.
Para a definição da carga de peso próprio atuante sobre uma das vigas, considera-
-se a área de meia seção transversal, cujo valor pode ser determinado a partir
de áreas retangulares e trapezoidais, como indicado nos meios cortes mostrados
na Fig. 4.6.
- - - - - - - - - - - - - - - 850- - - - - - - - - -- - - 1
40
170
- - - - - - - - - - - - - - 050- - - - - - - - - - ------r
40
40 1 / ..1<'------t--,-- 370- - - - - - , r/
170 180 ---,l';,77'7;f~
15
..J
v
•o linear das espessuras da laje e da viga
Trecho com var 1aço
Tab. 4 .1 Cargas de peso próprio sobre uma longarina - exemplo de ponte com duas vigas
Seção corrente Seção no apoio
.
Lembrando que O mo d e Io estrutural representa uma única hnha de I0 ngarina,
considera-se metade d 0 peso d e cada transversina como carga concentrada · Têrn-se
_
entao:
► Dimensões da transversina de vão (cm): seção 25 x 110; comprirnento ,
420 + 2 = 210.
► Peso de meia transversina de vão:
kN /ml =l 6 ,65 kN
(0,3 0 mx l,2 0 mx l,8 5 m)x 25
rr:r==r7
-
(esp ess ura = 0,30 m,
par tir das dim ens ões bru tas
m), lem bra ndo que
altu ra = 1,70 m e ext ens ão = 8,50 3,16 m'
l da sup ere stru tura , '.:;-
a projeção da seç ão tran sve rsa
indicada na Fig. 4.7, já foi con
side rad a com o carg a J
ass im, dev e ser des con -
dist ribu ída de pes o pró prio e, Fig. 4 .7 Área de seção transver
sal da cortina desc onta ndo
e ent ão ser det erm i-
tada. O pes o. de me ia cor tina pod a superestrutura
nado com o a seg uir exp ress o.
~~
(4-3)
m2 )]x 25 kN /m =42 ,3 kN
3
1
[0,3 0 mx (l,7 0 mx 8,5 0 m-3 ,16
2
e plac a de apro xi-
sup ere stru tura , exc lusi ve alas
As carg as de pes o pró prio da
mid as com o ilus trad o
a das lon gar inas , pod em ser resu
mação, con side rad as sob re um
Fig. 4.8.
no mod elo estr utu ral de vig a na
111 1111 11111 11111111 11111111 11Il ll 11I 1 11l lIIII I11
111 11 11l1 11lTlll ll1111111111 111 11 -- - --,1<- 1,so + 1,so + 1,so -J
- -- -- 14 ,4 0 - - - - --
~ 1.ao + 1,ao + 1,ao --,l<--- - -
l l l l
l l
L 3.60 F1e 6,00 - - ---,:i,<-t- -- -6,00 _ __
_:,l't-- - - -6,00
2.382 kN + 25 kN / m3 = 95,3 m3
95,3 m3 = 0,44 m
2
(25,2x8,SO)m
O,25+O,5O 8 00 m)
( 2 x O,3O mx ' x 25 kN /m3 = 11,25 kN (4-71
2
(4.8)
'½(b (O,25 x O,3O m x S,O~ m ) x 25 kN /m3 = 7,50 kN
(+91
~G (0,40 xo,45 x2,45)m3 x25 kN/m3 =11,03 kN
81
Principais
ações
o 55+2 45 ) 3 '"l O
( . ' 2 ' x1,25x 0,25 m x25 kN/m =11,72 kN
3 J (4.10)
aplicar
Para a consideração dessas cargas no modelo de viga, é mais conveniente
resultante de
um sistema de forças equiva lentes na extremidade, composto pela
força e por um momento, como esquem atizado na Fig. 4.10.
sua espes-
A carga de peso próprio da placa de transição é função exclusiva de
agir sobre o
sura e largura. Essa ação de peso próprio compõe a carga g1 que deve
de longarinas,
modelo estrutu ral observ ando-s e a distribuição pela quantidade total
no caso de seção em vigas múltiplas.
da como
De acordo com o DNER (1996), a placa de aproximação pode ser modela
e outro na
viga biapoiada, consid erando -se um apoio sobre o console na cortina
modelo resulte
extremidade da placa, confor me ilustra do na Fig. 4.11, desde que esse
inação de
em solicitações mais desfavoráveis. Essa modelagem não só visa a determ
e analisa r
solicitações para dimens ioname nto da própria placa, mas também permit
a transmissão da carga móvel sobre a placa para a supere strutur a.
devem
Nas pontes com extrem o em balanço, as solicitações mais desfavoráveis
um conside-
então ser determ inadas analisa ndo-se as respos tas de dois modelos:
tamente
rando a laje de transiç ão como viga biapoiada e outro desprezando comple
Fig. 4.12.
as ações na placa de aproximação. As duas situações são ilustra das na
como viga
Nas pontes com extrem o em encont ro, a consideração da placa·
strutur a,
biapoiada pod~ ser pronta mente incorp orada ao modelo global da supere
83
82 ·1 Principais
Pontes
3,60 ações
-,<---- - - 4 ,00 - - - -,<'
~.f
®
_&
► Peso de meio ressalto para berço d a junta de dilatação:
>íJ$í~-....L.J__~
1 :d__J...--/
(º•30 ;º•60 x o,3o x 7 •6~m) m'x 25kN/m'= 12,91kN t.;B
A,;----__,o-----,..--
4
._i
~
7 --~-~
illll (4-12)
Fig. 4.12 Modelagens do extremo b 1 ;J;;; As ações de peso próprio de todos os elementos estruturais devem ser analisadas
comparando-se as solicitações resultantes a partir dos seguintes dois modelos:
somente nas extremidades e em a anço c~nsiderando ou niJo a placa de . .
(B) placa de aproximaçilo apo · d aprox,maçilo: (A) placa de aproximaçilo apoiada
'ªa completamente sobre o solo .
85
Principais
ações
solo
Pont es
de tran siçã o está inte iram ente apo iada no '
a p1 aca - o em bala nço ;
► um con side rand o
que er aço es par a o ext rem
- - ·tida s qua isqu .
.
e assi m, nao sao tran sm1 1a em sua s extr emi -
plac a de apro xim açã o só se ap0
► o~tr o con side rand o que a
outr a sob re o extr emo em
bal anç o . l 14,4 kN 14,4 kN 16.7 kN l
dades, uma sob re o solo e
as de
açõ es, com os diag ram 0·- --, lo- -
rent es a essa s dua s situ 6,00 6,0 0 · - - - , 1 < - - -6,0
As cargas nos mod elos refe Figs . 4.15 e 4.16.
apr ese ntad as nas
cita ções cort ante s, estã o
mom ento s fletores e de soli da Fig. 4 .16, com plac a
mas resp osta s do mod elo
t imp orta nte obs erva r que as mes 4 .15, sup erp ond o-se as carg as de QjaQrama de corta ntes
(kN)
s fletores (kN . m)
39 5 kN/m Diag rama de mom ento
S3,l k N/m
53,1 kNlm
39,S kNlm
111111111111 1111111011) m ~ -763
-763
1111li1111111 o + 1,80 + 1,8o ~
39.S kNlm
IOIIIOIIIIT!m o 111111111-111 - - - - - - J < -1,s
~ .. .. ., = = = --
-26
1,so - - ; < - - - -
"'- 1.so + 1,so +
- - - - -14 .40
l
- - -
l l
16.7 kN 83,8 ~ k N _m
A..--=48~ -- ~ -p ,_ _ _
., ._ ~ ,-· --
26,3 kN ~ -ª kN l 16,7 kN
14.4 kN 14,4 kN 2603
~
48 _L\_
26,3 kN
·m
~ 49,1 kN ,16 7 kN
'
j 14,4 kN
♦
14 4 kN
' l 16,7 kN 1
♦
149,1 ~
f t } 26,3 kN · m
/ - iA-- - - __ _
..2S...
- - - - 3.60
_J
, L _l ,60 - ~-,> 6,00
.J<_ __ _
6.00 - - - - " - - - - -•6 .00 -
siçtJo
d/' d . ações sobre a placa de tran
Fig. '4.17 Mod elo para a n ,se e peso prdp no considero ndo as
fl etore s (kN . m)
Diagr ama de momento s
s ae cort ante s (kNJ
- 591 -591 Superposiçao a os a1agrama
382
- 26
~ !
, rio da laje atua como carga - . . .
prop te Essa situação ocorre tanto na soluçao de laJe mte1ramente
com mesa colaboran . ' . ,. d , 1. ~
. moldadas no local, sobre pame1s e pre- aJes ou sobre ~
ré-moldada como nas laies , ,
p . A ção resistente da viga com mesa colaborante só pode
formas e cunbramentos. se . , 5 1 5
.. f u· para os carreeamentos postenores a completa ligação Pavimento em concreto betuminoso
ser admitida como e e va ...._ uslnaao a quente (CBUOJ
monolítica entre viga e laje.
Fig, 4.20 Definiçi1o dos elementos da seçi1o transversal viária - cotas •m cm
l
4 .,.2 Sobrecarga permanente l.
A sobrecarga permanente, aqui denominada com o símbolo 92 por ser a segunda Seguindo a prescrição de norma, adota-se o valor de 24 kN/m' para o peso específico
carga de origem gravitacional, corresponde ao peso dos elementos não estruturais, do concreto asfáltico. A carga correspondente, uniformemente distnbuída na direção
tais como pavimento, barreiras, revestimento do passeio, guarda-corpos e o aterro longitudinal, é definida a partir das dimensões da seção transversal do pavimento.
sobre as placas de transição. Para o concreto simples, como nos revestimentos de Lembrando que se deve dividir o valor pelas duas longarinas, tem-se:
passeio e na pavimentação em concreto asfáltico, admite-se peso específico com ""'----- 40 - - --,1'
valor mínimo de 24 kN/m'. A sobrecarga permanente é função exclusiva do peso dos (+13)
elementos que compõem a seção viária e, assim, pode ser determinada de forma 17.5 17.5
definitiva antes mesmo do pré-dimensionamento da superestrutura.
De acordo com a NBR 7187, deve-se ainda prever uma carga adicional de 2,0 kN/m' Para a previsão de repavimentação, tem-se ainda a seguinte carga em
para possível recapeamento, que, no entanto, pode ser dispensada no caso de vãos cada longarina:
mais expressivos. Observa-se que a necessidade de consideração dessa carga de
recapeamento, realidade comum no passado, tende a ser cada vez menor com 0 ½x(7,70 m x2,0 kN / m' )= 7,70 kN /m S,~ 47
Aterro Entre as ações variáveis que despertam solicitações importante s para o dimen-
sionamento da superestrut ura, destacam-se as forças verticais correspond entes aos
pesos das cargas móveis. As ações horizontais das cargas móveis (frenagem e força
centrífuga), mesmo que atuem sobre a superestrut ura, resultam em solicitações
111111!il 1
~: ; !~;~ ; ~t; cao: 15,9 KN'"'
Aterro soore a P1aca·. 20,BKNlm E
~li 111111 l l LiÜ
'-1=--- 4,00
J
- - --+--- 3,60
importante s para o dimensiona mento apenas da mesa e da infraestrut ura.
Em Engenharia de Estruturas, o arranjo das forças verticais referentes ao peso
das cargas móveis é usualmente denominado trem-tipo. Normalmen te, trata-se de
uma sequência de cargas concentrada s e distribuíd as a serem posicionada s no
modelo estrutural de modo a despertar as solicitações mais desfavoráve is, máximas
e mínimas. As cargas móveis são definidas nas norrnas brasileiras em função da
natureza ferroviária ou rodoviária, como a seguir detalhado.
Fig. _27 Aç3o da sobru a,ga permonenle com o consideroçllo do placa de tronsiçllo
4
3,60
Q •
ITTJlrrnzrrnITTJ][ll]
Q
l l l l [ill\ITTilrr:mmfIIB
Carrepment o DisUnciu
Envoltôria dos diagramas de cortantes (kN) TB Distribuldo (kN/m) Concentndo
q (vigio cf (vaglo l(m) b(m) c(m)
carregado) descanepclo ) Q(kN)
195~ 166D e s 360 120 20 36 0 1.0 2 .0 2 .0
270 90 15 2 70 1.0 2 ,0 2 .0
Fig. 4.2& fn.,./lllrio de
240
·BBCJ
80 240 1.0 2 ,0
~
15 2,0
cortantes por sobrecarga 170 25 15 170 1.0 1.s 5,0
permanente em
uma longorina · 166 -195 Fig. 4.30 Cargas do trem-tipo ferrovidrio d1Jinidas pela NBR 7189
Fonte: ABNT (198~)-
.,.4 ~ . ,. Envottôrla dos dlaaramas de momentos fletores (kN • m) De acordo com a NBR 7189 (ABNT, 198S), são definidos os seguintes trens-tipos
ferroviários (TB):
► TB-360: transporte de minério de ferro ou carregamen tos equivalente
s;
►
~I ~
TB-270: transporte de carga em geral;
► TB-240: para verificação de estabilidade e projeto de reforço de obras existentes;
► TB-l lO: transporte de passageiros em regiões metropolita nas ou suburbanas .
670
Nas pontes ,1errov1"ánas
, comduasvia s, otrem-tipodeveserconsi deradoemdo bro. No
· . _
caso de três ou mais vias, deve-se analisar a mais desfavorável das seguintes s1tuaçoes:
Fig. 4.29 En.,.116rio de momentosfl t .
t ores por sobrecarga
permanente em uma longarina
D
92
93
pontes na osição mais crítica e demai s vias descan
cornoTB P . . . Principais
. arregadas B a posiçã o mais cntica '2:i~.
duas'llasc das com T n , com cargas ·---.i; ações
,. vias carrega - . afetadq
d
5.00 kN/m1
seçao A- A
( 1 1 2
Fig. 4.31 Exemplo de ponteferro,iária em viga continua
5,0 kN/ml
'P=0,001x(1.600-60,/2x3,0 +2,25 x2x3, 0) ⇒ tp = 1,467
B B
► Vãos de 10 m:
► Vão de 15 m:
~ T,soiii T,soiii 1,50 m 1
Fig. 4.33 Definiçao da carga
6,00m móvel rodoviária
Fonte: adaptad o de ABNT (2013).
q, - o 001 (
- ' x l.600-60$.õ+2,25x15,0) ⇒ ,p = 1,40l
1.-,ol
95
Principais
94
ações
Pontes
,r. . te de impacto. A Fig. 4.34 ilustra
consideração de coe1 ,c,en . tp = CIV -CNF -CIA
6veis rodoviárias descntas.
as cargas m .
• conforme definido na Fig. 4.33,
A carga move1, .
. .f. ada adotando-se o conceito de em que:
.. ' i veiculo TB-450 pode ser s1mp1I ic . CIV = coeficiente de impacto vertical;
,75 kN/roda ·zado como apresentado na antiga
veículo homogenel ' CNF = coeficiente de número de faixas;
NB (ABNT, 1982). No veículo homogeneizado, a carga
6 CIA = coeficiente de impacto adicional.
distribuída com O valor constante de 5,00 kN/m'
é considerada em toda a projeção do veículo (3,00 m
o coeficiente de impacto vertical (CIV) depende
• G,OO m), descontando-se a resultante dessa carga
do comprimento do vão considerado, de acordo com
das forças sobre as rodas, conforme indicado na
a seguinte expressão, válida para vãos maiores que 10 m
Fig. 4.35. A consideração do veículo homogeneizado
e menores que 200 m:
permite simplificar bastante a definição do trem-
Fig. 4.36 Carga móvel homogeneizada
-tipo e a integração das linhas de influência.
A carga concentrada por eixo do veículo homoge-
,, Cargo m6~1 rodo~idrio incluindo carga no passeio neizado, desconsiderando-se o impacto, é, portanto: CIV=1,00+1,06x(~) (4-23)
Fig. 4 ..,., L1v+SO
® Para vãos menores ou iguais a 10 m , deve-se adotar o valor constante CIV = 1,35.
5.00 kN/m> Para vãos maiores que 200 m, a NBR 7188 recomenda que se realize estudo
5,00 kN/m> A r-------- - , A
A específico.
1 1 1 1 1
c=J [i 1 1 1 1
- - -- - -- --- ~
1 O coeficiente de número de faixas (CNF) é definido em função da quantidade
(n) de faixas de tráfego, não se considerando acostamentos e faixas de segurança,
conforme a seguinte expressão, válida para n ~ 4.
1 6,00 m 1-
CNF = 1,00-0,0S x(n-2)
p p p
E E E E Os valores de CNF podem ser resumidos como indicado na
~ ~
5e(30 A-A ~ ~ ...; ...; Tab. 4.3. Tab. 4.3 Valores de CNF em funçao da
O coeficiente de impacto adicional (CIA) só é considerado quantidade (n) de faixas de tráfego
n-3
~ j j j 1
11 1 1 < n111 11 para as seções situadas a uma distância inferior a S,00 m das
juntas ou das descontinuidades estruturais. Para essas seções,
o valor do CIA é função do tipo de material.
CNF 1,0 5 1,00 o,95 0 ,90
Fig. 4.35 Definiç/la da carga móvel homogeneizada: (A) velculo-lipo original (auslncia de carga em sua projeçilo} e
(B) velculo-lipo homogeneizado (carga de 5,0 kN/m' em sua projeç/lo) Para obras em concreto ou mistas:
CIA = 1,25
A Fig. 4.36 exemplifica a disposição das cargas m6veis rodoviárias com o veículo
homogeneizado.
A partir do ano de 2013, o coeficiente de impacto passou a ser definido pela NBR Para obras em aço:
7188, substituindo a expressão apresentada anteriormente pela NBR 7187. De acordo
CIA = 1,15 (4-26)
com ª definição da NBR 7188, o coeficiente de impacto rodoviário é resultante do
produto de três fatores, conforme a expressão a seguir,
96 97
Pontes Principais
. m das juntas ou extremidades , basta ações
- a distância superior a 5'00 .
Para as seçoes a um . . mente não considerá-lo no cálculo.
om valor unitário ou simp1es -
q, = CIV -CNF -CIA = 1,344 x 1,00x l,00=> q,= 1,344
considerar o CIA c . apresenta-se a comparaçao entre os
Na Fig. 4·37 .
ciente de impacto segundo a antlga NBR
valores d ecoefi 4.2.3 Variação de temperatura
NBR 7188 considerando- se a multipli-
1,5 7187 e a recente • A exposição da superestrutura à radiação solar provoca expressivo aqueci-
- CIV CNF sem o coeficiente de impacto adicional.
caçaoq:>= · • mento da superfície superior, enquanto a parte inferior permanece protegida dessa
Observa-se que O coeficiente da NBR 7188 (ABNT, 2013) ação. Assim, as temperaturas nas faces superior (liTJ e inferior (tiTJ apresentam
resulta em valores sempre maiores que os da antiga NBR valores bem distintos e variam ao longo da altura de forma irregular. Essa situação,
N8R 7188 L'
(CIV)x(CNF)
7187 (ABNT, 1987) para n s 2. Destaca-se que, para 1v > de variação não uniforme de temperatura, caracterizada por tiT, > tiT,, resulta em
- - - - - - - n, 1 m (n 4), 0 coeficiente de impacto de acordo com a
140 2 expansão maior nas fibras superiores, despertando expressivas solicitações de
- - - - - - - n' 2 NBR 7188 é inferior à unidade, sendo, portanto, redutor. flexão nas estruturas hiperestáticas.
-------n,3
- - - - - - n~4 Para exemplo, considera-se a mesma superestrutur a Para a análise dos efeitos de variação de temperatura, pode-se admitir como
Uv(m] em viga contínua da Fig. 4.31 como uma ponte rodoviária modelo simplificado uma distribuição linearmente variável, como representado na
o,sL--~-
o
-- :-:10::0- - - ;1~50; ----~200 em concreto armado com duas faixas de trãfego. Por Fig. 4.39. A variação linear (trapezoidal) pode ainda ser decomposta em uma variação
50
serem duas faixas, tem-se valor unitário para o coefi- uniforme, que tende a causar alongamento, e uma variação linear, com valor nulo
Fig, 4-37 Comparação ,nlre os VDlores d, c,,,f,âente de impaclo no centroide, que tende a resultar em deformação típica de flexão. Havendo alguma
ciente CNF.
s,gundo a NBR 7188, a NBR 7187 Na determinação dos coeficientes de impacto indi- restrição ao alongamento ou à rotação, são despertadas solicitações normais ou
cados na Fig. 4.38, são identificados os seguintes trechos: momento fletor. t importante notar que a variação linear, com valor nulo no centroide,
► Balanço no trecho distante a menos de S,00 m da extremidade (CIA = 1,2S): pode ser perfeitamente caracterizada pelo gradiente de temperatura, função exclusiva
das variações nas fibras extremas e da altura da seção transversal.
(4-29)
"\lr3t7 =D+ t.T,
Fig. 4.39 Decomposição de
variaçdo dt temperatura
linearmente varidvel
= 3 11, +50
Para a determinação das deformações por efeito de gradiente térmico, considera-
se como corpo livre um elemento infinitesimal de viga, conforme esquematizado na
:r
q, = CIV -CNF -CIA = 1,344x1,00x 1,25=> q>= 1,680 Fig. 4.40.
1---------''------I ll.T, ll. T T, um sistema biapoiado (isostático), livre para se deformar devido ao gradiente
~ -IHIU~r =D ♦ 1 ll.T1 T,
térmico. Para respeitar a compatibilidade com as restrições do sistema hiperes-
tático, considera-se a imposição de forças verticais (F) necessárias para anular os
,--------.;_I ~1
ll.L = ll.T · a · L
i---1
1
'~-------------
l Variaçao uni forme
ll.T
➔
l-~
Solicitações normais = o Gradiente de temperatura ➔ Momentos fletores : O
Efeito da varlaçao uniforme de temperatura Fig. 4.42 Efe itos de variafdo de temperatura em superestrutura isos-tática
Efeito do gradiente de temperatura
40 50
Fig. 4.46 Definiçdo do ealor do
60 70 ao Menor d1mens3o (cm)
eorioçdo uniforme de temperatura
~1~iii~i~1
i~1i~il1
i1i'1i 1~ H (3 • U)
Para a definição da variação não linear de tempe-
ratura, a norma brasileira se baseia no Eurocode, que
prescreve urna distribuiçã o em três trechos lineares,
como reproduzido na Fig. 4.47.
Os valores a serem considerados para as variações
h,, 0.3 H > 15 cm
h1 ' o3 H
•
f
h1
< 10 cm h,
l> 25cm
Diagrama de cortantes
3E·l·a · i'.T (1 +À) não uniformes de temperatu ra dependem da altura da H
H· L (3 • U ) seção transversa l e da espessura do pavimento, corno
indicado na Tab. 4.4.
A análise estrutural de viga sujeita a variação não fl
> H - n, - h,
hi = O.) H > 10 cm • pavimento h1
3E · I ·a· t.T
uniforme de temperatu ra representa um problema
H·L relativam ente trabalhoso , porém, considerando-se que
o efeito dessa ação na superestru tura desperta funda- Fig. 4-47 Definiçdo do distribuiçdo do variaçdo
Fig. 4.45 Solicitações em viga continua sob gradiente de temperatura mentalme nte flexão, pode-se adotar urna variação ndo uniforme de temperatura
linear equivalente, como indicado na Fig. 4.48.
Caso essa deformação seja restringida, a tensão normal despertada e o respec- centroide, conforme indicado na Fig. 4.49.
Yt
Para uma determinada ordenada y, têm-se então as
tivo momento fletor resultante serão expressos em função do módulo de elastici-
dade (E) como a seguir: seguintes expressões para a largura da seção b(y) e atempe- T a,
y
r,
u(y)=E•a•llT(y) (4-37)
ratura T(y):
___-J _________ _
b(y)= B,(y-y,)+B, (y, - y) Fig. 4.49 Trecho genérico de drea lrapezoidal com eariafc10
M= J;u(y)•b(y) -y -dy= rE
,, -a-llT(y) -b(y)-y•dy (4-38) (y, -y,)
(4-46)
linear de it:mperaeura
Dessa forma, a integral da Eq. 4.43 pode ser efetuada analiticamente, resultando em:
ê(y) = a-y-(T, -T, )/ H (+39)
Pontes
103
d . ão não uniforme de temperatura Principais
Tab. 4,4 valores a vanaç ações
Altura da seção Espessura da AT, ("C) AT2 ("C) AT3 ("C)
pavimentação M= J ; a(y) •b(y)-y-dy=J E-a -y'- (T -T. )/H -dA-E
transversal A • , - ·a •l·(T, -T; )/ H (4-41)
o 12,0 5,0 0 ,1
5cm 13,2 4,2 0,3 Para a equivalência dos efeitos de flexão m _ ) .
10cm 8,5 3,5 0,5 I"' - M ' tem-se, a partu das Eqs 4 38
20cm e4A~ · ·
15 cm 5,6 2,5 0,2
20cm 3,7 2,0 0,5
o 15,2 4 ,4 1,2 E-a -1-(T, -T; )/ H = J; E-a- T(y)-b(y)-y-dy
5cm 1z,2 4,6 1,4
40cm 10cm 12,0 3,0 1,5 Pode-se, assim, definir o gradiente da distribuição de t li •
emperatura nean zada como:
15 cm 8,5 2,0 1,2
20cm 6,2 1,3 1,0
(T, -T;) J;r(y)-b(y)-y -dy
o 15,2 4,0 1,4
-H-= 1 (4-43)
5cm 1z,6 4,0 1,8
60cm 10cm 13,0 3,0 2,0
15cm 2,z 2,2 1,z Têm-se ainda definidas as temperaturas extremas da distribuição linearizada a
20cm 7,2 1,5 1,5 partir do gradiente, como a seguir expresso.
o l5,4 4,0 2,0
5cm 1z,8 4 ,0 2,1 T _ (T, -T;)
~8ocm 10cm 13,5 3,0 2,5 , -y, - -H - (4-44)
___-J __ __ __ __ __
y
r,
u(y)= E-a -LIT(y) (4-37) Fig. 4.49 Trecho genüico de área trapezoidal com variaç6o
b(y)= B1 (y-y, )+B, (y1 -y)
(y, -y,) linear de temperatura
M = J; u(y) -b(y) -y -dy = J ; E-a -LIT(y) -b(y) -y -dy (4-38)
Pontes 105
Principais
. - da distribuição linearizada de temperatur ações
Para exemplo de determmaçao . . a,
_ resentada com respectivas propnedades georné. Tab.4.5 Integração f T • b . y . dy
considera-se a seçao celu1ar rep B,(m) B, (m) 7i (' q T, ('C) r, (m)
tricas (área, centroide e inércia) na Fig. 4.50. - • 8,70 8 ,70 17,8 4 ,0 0,726
r, (m) Jb , T , r · dy('C · m3)
.. . . ção da integração, a seçao e redesenhada em escala 0 ,576
Para facihtar a v1sua11za . . . . 8,70 8,70 4 ,0 3,2 0 ,576
9,485
• ão de formas trapezo1da1s s1métncas, como represen- 0,526 0 ,864
deformada como superpos1ç 6 ,70 1,70 3,2 1,6 0,526 0,426
. N definição dos valores da variação de temperatura, considera-se 1,20 1,6 0,527
tado na Fig. 4.51• ª
1,70 o 0,426 0,326 0 ,048
a camada de pavimentação com 5 cm de espessura (t.T, = 17,8 'C; t.T2 = 4,0 'C; t.r3 ,. 4,7° 4 ,70 o 2,1 -1,124 - 1,274 -0,906
, 'C). Para a aplicação da expressão de integração por trechos (Eq. 4.48), as larguras 10,02
21
intermediárias correspondentes às alturas h1 e h2 são definidas. Analogamente, as Tem-se então o gradiente de temperatura para a d.1st ·b · - . .
n mçao equivalente linea-
temperaturas referentes às variações de formas trapezoidais são também definidas rizada, a partir da Eq. 4.43:
(3,2 •e e 1,6 'C).
A partir dos valores indicados na Fig. 4.51, pode-se aplicar a Eq. 4.48 para efetuar
T, - T; 1J 10,02 'Cm'
as integrações nos trechos trapezoidais da seção, como resumido na Tab. 4.5. t - H = -r T-b-y -dy ---:-,--::..=. 4;39 ' C/m (4-49)
2,28 m'
importante notar que as ordenadas (y) para integração devem ser determinadas em
relação ao centroide da seção.
As temperaturas extremas da distribuição linearizada são determinadas pelas
. , , _ - - - - - - - - - -- - - - -e10 - -- - - - - - - - - - - - - - - , I ' - Eqs. 4.44 e 4.45, como a seguir expresso.
- (T, -T;)
15
T, -Y,-H-=(0,726 m) x (4,39 ' C/ m)=3,19 ' C
Area = 4,15 m1
(T, -T.) /
JS T; = Y;-H-=(-1,274 m) x(4;39 ' C m)=-5,59 ' C
Y,, 0,726 m
y,, 1,274 m
Inércia = 2,28 m•
200 - ---;I'-------- - - - - - - -- - - -1<---- 200 - - - - " Deve-se notar que o gradiente de temperatura e a distribuição linearizada assim
Fig. 4-50 Exemplo de stfl}o ulular para determinaçi}o de gradiente ttrmico - cotas em cm determinados correspondem aos mesmos valores que seriam obtidos analisando-se
apenas meia seção transversal, com as larguras de mesas colaborantes correspon-
5eçao decomposta em trapézios - cotas em cm Olstrlbulçao de temperatura em •e
dentes a uma única alma, como representado na Fig. 4.52.
87D-- - -- - - - - - - .- - 4 ' k - - -~ - - - - - - - = - :17,8 Visando estabelecer expressões simplificadas para a determinação do gradiente
15 h,, 15 térmico, considera-se que seções abertas ou celulares sejam simplificadamente
Y, ' 72,6
h,, 25
Seçao correspondente a uma alma - cotas em m Olstrlbulcao de temperatura em •e
Y, ' 127,4
115
1-1 '
r
2,00
Area = 2,07 m'
Y, , 0,726 m
Y, = 1,274 m
Inércia = 1,14 m•
y,, 1,274
l
seguinte expressão para o gradiente térmico: