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UUnNiIdDaAdDeE 11 3
O PROCESSO DE PRODUÇÃO NO AUDIOVISUAL
1 Imaginando uma produção padrão, a da mídia eletrônica apresenta essas características em relação
aos trabalhos de outras mídias.
Unidade 13 157
2 Neste sentido, a análise da produção audiovisual que vamos fazer cobre menos do que o conceito mais
geral da unidade 6.
Unidade 13 159
A pré-p
produção: onde tudo é planejado
A etapa que dá início à realização de um projeto audiovisual
é a pré-produção. Ela consiste de toda a fase anterior à captação
do material bruto que vai constituir o trabalho. Nesse ponto, o
audiovisual começa a deixar de ser apenas a idéia abstrata, e os
primeiros passos são dados para transformar o roteiro em um filme.
A pré-produção começa quando a equipe se forma; diretor e
produtores iniciam o trabalho de planejar, definir e produzir tudo o que
será necessário para tornar o roteiro um trabalho finalizado, pronto
para ser veiculado. Por essa razão, é preciso que o roteiro já esteja
fechado e passe a ser a referência para o trabalho do diretor, dos
produtores e de toda a equipe de filmagem (ver unidade 10). Ele é
geralmente o ponto de partida para a realização de qualquer projeto.
Um detalhe importante é que nesse momento toda a questão
do financiamento do trabalho já deve estar resolvida. Isto é, só se
inicia um projeto – dando a largada na sua pré-produção – quando
existem os recursos necessários para financiá-lo. Por exemplo, se
for um comercial, logicamente o orçamento já está fechado com o
cliente e a agência de publicidade que criou a campanha; se for um
longa-metragem, os produtores executivos já conseguiram verbas e
patrocínios que cobrem pelo menos a primeira fase da produção.
Na pré, é planejada e posta em prática toda a logística
necessária para que as imagens sejam produzidas de acordo com a
interpretação do roteiro pelo diretor. Por exemplo, são tarefas da
pré-produção: contratar equipe, definir locações e o cronograma de
filmagens, selecionar atores, alugar todos os equipamentos.
Resumindo: a pré-produção é o período de planejamento e
preparação em que toda a equipe técnica, equipamentos e serviços são
definidos e contratados para que, no dia da filmagem, o roteiro possa
começar a ser realizado. Uma regra de ouro: quanto melhor a sua
pré-produção, menos problemas e imprevistos acontecerão na sua
filmagem.
160 Laboratório de Comunicação
3 Lógico que muita coisa não sai como o planejado, mas uma boa equipe técnica é aquela que, mesmo
com imprevistos, e eles sempre acontecem, consegue realizar um trabalho de qualidade.
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A pós-p
produção: montando/editando imagem e som
Terminadas as filmagens, o diretor já tem todo o material
bruto que ele produziu. A próxima etapa é a chamada edição ou
montagem.4 E o que vem a ser essa fase? Bom, antes de darmos uma
resposta, temos que entender que tanto o cinema quanto a televisão e
o vídeo têm uma linguagem própria: a linguagem audiovisual.5
Na nossa área profissional, trabalhamos com comunicação de
massa e sabemos que um dos nossos objetivos é comunicar alguma
coisa para grandes audiências. Para isso, podemos usar as várias
linguagens disponíveis. A linguagem audiovisual é uma das mais
cheias de recursos. De forma resumida, o audiovisual é um código
que utiliza imagens, planos e sons, a parte sonora que acompanha as
imagens, para construir seus significados. É a seleção e a organização
desses elementos, imagem e som, plano após plano, que permite que
o diretor possa passar a sua mensagem, a sua idéia. Esse trabalho, a
edição/montagem, é feito na pós-produção (ver unidade 14).
Durante o trabalho de produção das imagens, todas as cenas,
todos os planos, são filmados diversas vezes e de pontos de vista
diferentes. Esse recurso, comum no trabalho de direção, serve para
dar opções de escolha na hora da montagem. Com certeza, muito
do material que foi filmado não será utilizado na edição final do
audiovisual.6 A essência da edição é exatamente escolher o que vai
entrar e o que não vai. Essas escolhas são feitas na pós-produção.
4 Novamente, a diferença entre um termo e outro se refere a estarmos utilizando o vídeo ou o cinema na
produção. No cinema, essa fase é chamada de montagem; no vídeo, edição.
5 Veremos esse tema na próxima e última unidade do livro.
6 Uma boa média no mercado profissional, dependendo do tipo de trabalho, é se ter uma relação de
10:1 entre material bruto e tempo final de edição. Isto é, para um minuto de programa ou comercial,
são filmados dez minutos de imagens brutas.
162 Laboratório de Comunicação
7 O processo que descrevemos aqui está resumido aos seus pontos básicos para objetivo didático, não
sendo de forma alguma totalmente preciso em termos técnicos.
Unidade 13 163
8 Imaginem o seguinte: todo o trabalho de semanas, de produção e criação do filme, está concentrado
em algumas latas de filme 35mm que precisam ser reveladas. Qualquer problema técnico ou burocrático
poderia jogar fora toda a produção e o dinheiro gasto nela.
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outros planos, não se podia fazer muita coisa para alterar esses
parâmetros. Era o que chamamos de edição linear, pela maneira
como deveria ser montado o filme, uma imagem após a outra,
geralmente no sentido do início para o fim.
Mas, com a convergência, a edição passou a ser feita com
imagens digitalizadas e com o auxílio de computadores. Esse processo
abriu uma série de possibilidades e vantagens em relação ao que era
então feito e ganhou o nome de edição não-linear. Isso porque agora
a montagem das imagens pode ser feita em qualquer ordem, com
enorme liberdade para alterar e trocar planos, mudar a seqüência das
cenas, manipular as imagens de infinitas maneiras.
Um exemplo da revolução que representam os processos digitais
na finalização de um audiovisual é pensarmos no que podemos fazer
com um texto na sua versão digital em um processador do tipo Word
e as limitações que temos nesse mesmo texto escrito à mão ou já
impresso. É a diferença entre a edição linear e a não-linear.
Pois bem, hoje, ninguém mais utiliza profissionalmente a edição
linear. Durante a edição off-line, o diretor e o editor fazem todas as
experiências e podem, depois das observações da agência e do
cliente, alterar facilmente a montagem antes de passarem para a fase
on-line. Enfim, a finalização hoje é muito mais ágil, fácil e criativa com
os sistemas não-lineares.
Edição linear/edição não-llinear: Edição linear é a forma
clássica de se editar vídeo; de uma máquina player são geradas
as imagens que são reproduzidas em uma máquina recorder,
de acordo com a decisão do editor. Por outro lado, na edição
não-linear, todas as imagens são digitalizadas para dentro de um
computador e processadas pela máquina. Finalizado o trabalho,
o resultado é transferido para uma fita de vídeo. A edição
não-linear é muito mais ágil e versátil do que a linear; a manipulação
das imagens é virtualmente infinita.
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PRÉ-PRODUÇÃO
Roteiro definido
Planejamento
Produtor e Diretor escolhidos Reunião de pré-produção
do projeto
Orçamento aprovado
PRODUÇÃO
Filmagem
Edição on-line
Cópia de exibição Emissoras
(trilha sonora e efeitos, versão final)
PÓS-PRODUÇÃO
Não esqueça
• Uma produção pode ser dividida em três etapas
principais: pré-produção, produção (ou filmagem/gravação) e
pós-produção;
Atividades práticas
• Caso seja possível, visite uma grande produtora ou
alguma empresa que trabalha com serviços de aluguel
de equipamentos para filmagens ou de finalização de
audiovisuais. Pergunte sobre as etapas técnicas, os
equipamentos etc.
Unidade 13 169
Leia mais
• Leia o texto sobre edição digital Montagem
cinematográfica: do artesanal ao virtual, disponível em
http://www.ctav-sav.com.br/tecnica/montag_ana.htm
Referências