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APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver, a partir do período de vida de 7 aos 11 anos, as
características e definições desse desenvolvimento biopsicossocial, bem como conhecer as
especificidades do desenvolvimento cognitivo e motor.
Bons estudos.
DESAFIO
O período de idade dos 7 aos 11 anos é marcado por relevantes transformações nesse estágio do
desenvolvimento infantil.
Você estava participando de uma palestra e foi questionada a relatar ao menos três dessas
transformações, indicando em qual das áreas ocorrem essas mudanças (biológicas, psicológicas,
sociais, cognitivas e motoras).
INFOGRÁFICO
Neste Infográfico, você vai conhecer algumas capacidades cognitivas ampliadas no estágio
operatório concreto, segundo os estudos do psicólogo Jean Piaget, que se dedicou a pesquisas
sobre o desenvolvimento cognitivo infantil.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Essa fase da infância é marcada por relevantes transformações, em que a criança tem ampliada a
capacidade cerebral, que a torna capaz de se especializar em diversificadas atividades,
realizando-as com mais velocidade e eficiência, assim como tem um avanço no
desenvolvimento cognitivo, tendo mais controles emocionais e de atenção.
Leia no capítulo Desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na 3a infância, do livro-base
Desenvolvimento infantil, os variados aspectos que envolvem o desenvolvimento de crianças na
faixa etária dos 7 aos 11 anos. Assim, você vai aprender sobre o desenvolvimento
biopsicossocial e as características desse período de maturação, vai conhecer as principais
características dos desenvolvimentos cognitivos e motores e, ainda, vai ver a relevância do
espaço escolar como um ambiente de educação coletiva pautado no respeito à diversidade entre
os sujeitos, respeitando o tempo e o ritmo de cada um.
Boa leitura.
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
Introdução
Desde sua concepção, o indivíduo começa a desenvolver aspectos como
o desenvolvimento biológico, psicológico, motor e cognitivo. Se em seu
período de formação intrauterina ele percebe o mundo partilhando
sentimentos e emoções com sua mãe, a partir de seu nascimento, ele
passa a interagir com o mundo que o cerca.
Neste capítulo, você vai reconhecer, no período de vida de 7 a 11 anos,
as características e definições do desenvolvimento biopsicossocial, bem
como conhecer as especificidades do desenvolvimento cognitivo e motor.
Características do desenvolvimento
biopsicossocial e cognitivo: 7 a 11 anos
Se você algum dia caminhar por um espaço social coletivo educacional que
reúna as crianças que fazem parte do ensino fundamental, verá o quanto exis-
tem diferenças físicas, biológicas e sociais. Umas são mais altas, outras mais
magras, extrovertidas ou introspectivas; os exemplos são inúmeros e marcam
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Além das transformações citadas, uma parte dos gânglios basais é res-
ponsável por controlar o movimento e o tônus muscular, além da mediação
de funções cognitivas superiores emocionais, atenção e estados emocionais
(LENROOT; GIEDD, 2006 apud PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Nesse sentido, é importante falar, também, sobre alguns problemas relacio-
nados à saúde, a condições físicas e à segurança das crianças na faixa etária
de 7 a 11 anos de idade A obesidade, por exemplo, representada na Figura 1, é
uma preocupação em áreas da saúde por todo o mundo. Crianças acima do peso
estão propensas a desenvolver enfermidades crônicas. Por outro lado, questões
envolvendo a imagem corporal podem levar as crianças a tentar perder peso de
modo inadequado e desenvolver transtornos da alimentação, principalmente
quando se aproximam do período da adolescência (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
O desenvolvimento cognitivo
de crianças de 7 a 11 anos
De acordo com a concepção de Jean Piaget, psicólogo que dedicou grande parte
de sua vida a realizar estudos sobre o desenvolvimento infantil, por volta dos 7
anos de idade é chegado o terceiro estágio, denominado operatório-concreto,
que diz respeito à capacidade de realizar operações mentais para a resolução de
problemas reais. Nessa fase, as crianças adquirem o poder de pensar de modo
lógico, levando em conta diversos aspectos de um fato. Observe o Quadro 2
a seguir (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 320).
Desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na 3ª infância (7-11 anos) 91
Capacidade Exemplo
Raciocínio moral
Piaget (PIAGET, 1932; INHELDER, 1969 apud PAPALIA; FELDMAN, 2013) propôs que
o raciocínio moral se desenvolve em três estágios e afirmava que as crianças passam
gradualmente de um estágio para outro, em idades variáveis.
O primeiro estágio (aproximadamente dos 2 aos 7 anos, correspondendo ao
estágio pré-operatório) é baseado em obediência rígida à autoridade. Visto que as
crianças pequenas são egocêntricas, elas não conseguem imaginar mais de uma
forma de examinar uma questão moral. Elas acreditam que as regras não podem
ser dobradas ou mudadas, que o comportamento é certo ou errado e que qualquer
transgressão merece punição, independentemente da intenção.
O segundo estágio (7 ou 8 anos a 10 ou 11 anos, correspondendo ao estágio
operatório-concreto) é caracterizado por crescente flexibilidade. À medida que as
crianças interagem com mais pessoas e entram em contato com uma variedade
mais ampla de pontos de vista, elas começam a descartar a ideia de que há um
único padrão de certo e errado e desenvolvem seu próprio senso de justiça base-
ado no tratamento justo ou igual para todos. Visto que elas conseguem considerar
mais de um aspecto de uma situação, podem fazer julgamentos morais mais sutis.
Em torno dos 11 ou 12 anos, quando as crianças se tornam capazes de um raciocínio
formal, surge o terceiro estágio, do desenvolvimento moral. A crença de que
todos devem ser tratados da mesma maneira dá lugar ao ideal de equidade, de
levar em consideração as circunstâncias específicas. De acordo com Piaget, uma
criança dessa idade poderia dizer que uma criança de 2 anos que derramou tinta
na toalha de mesa deve ser responsabilizada em um padrão moral menos exigente
do que uma criança de 10 anos que fez a mesma coisa. Com a idade, há um foco
aumentado não apenas no que aconteceu, mas nas intenções do autor.
Fonte: adaptado de Papalia e Feldman (2013, p. 328).
Desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na 3ª infância (7-11 anos) 93
De acordo com Piaget, por volta dos 7 anos, as crianças já são capazes de realizar operações
mentais para resolução de problemas reais. Nessa fase, as crianças adquirem o poder de pensar
de modo lógico, levando em conta diversos aspectos de um fato.
EXERCÍCIOS
A) Nessa fase, as crianças crescem mais lentamente, aproximadamente 3 centímetros por ano.
C) Crianças costumam chegar aos 11 anos com duas vezes mais o peso que tinham aos 7
anos.
A) Bulimia.
B) Anemia.
C) Obesidade.
D) Depressão.
E) Transtorno de ansiedade.
A) Ana Carolina pode usar um mapa ou um desenho para auxiliar na procura de um objeto
escondido e fornecer as indicações aos outros para que o objeto seja encontrado. Ela é
capaz de ir para a escola e voltar, consegue calcular distância e avaliar quanto tempo
precisaria para ir de um lugar para outro.
B) Leonardo, aos 7 anos, sabe que se achatar uma bola de barro, continua tendo a mesma
quantidade de barro (conservação de substância). Aos 9 anos, acha que a bola e a bola
achatada têm o mesmo peso. Só no início da adolescência ele entenderá que elas deslocam
a mesma quantidade de líquido, se colocadas em um recipiente com água.
C) João é capaz de fazer contas de cabeça, pode somar contando em ordem crescente e
consegue criar problemas simples.
D) Fernanda é capaz de classificar objetos em categorias, tais como forma, cor ou ambas. Ela
sabe que uma subclasse (laranjas) tem menos membros que a classe da qual ela faz parte
(frutas).
E) Lúcia consegue organizar um grupo de blocos, do mais curto para o mais longo, e pode
inserir um bloco de tamanho médio no lugar certo. Ela sabe que se um bloco é mais
comprido que um segundo bloco, e este é mais comprido que o terceiro, então o primeiro
bloco é mais comprido que o terceiro.
C) As crianças dessa faixa etária tendem a pensar mais logicamente a respeito da realidade.
Ainda fazem, porém, pouco uso de estratégias mnemônicas.
D) Há maior controle do fluxo atencional, também chamado de controle inibitório, o que faz
com que as crianças atribuam mais atenção às atividades significativas.
NA PRÁTICA
Esse período de desenvolvimento infantil é evidenciado por uma variedade de crianças que se
diferem umas das outras por suas características físicas e comportamentais. É comum também
reconhecer que, por meio de estudos nas últimas décadas, houve a constatação de que a infância
é uma fase bem distinta da fase adulta. Outra situação bem comum é o uso da expressão atitude
infantil, que denota atitudes tolas e impensadas.
Veja agora no Na Prática uma relação da questão da criança na terceira infância e da cultura em
nosso país.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Leia no artigo a seguir uma discussão sobre as relações entre o desenvolvimento biológico e a
experiência ambiental durante a infância e a adolescência e suas implicações para a aquisição de
habilidades e capacidades motoras inerentes ao esporte.
Leia no artigo a seguir um estudo sobre a relação que se estabelece entre a prática pedagógica
desenvolvida na Educação Infantil e a formação da personalidade da criança.
Psicologia do desenvolvimento
Este material apresenta diversos aspectos referentes a todo o processo de formação inicial e
continuada de professores, aliada a inserção nos espaços escolares, via projetos de pesquisa e
extensão, permitindo a seleção de temáticas e questões fundamentais na área de Psicologia do
Desenvolvimento.