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conceitos de proteção
internacional da
pessoa humana
Zolotar, Márcia
SST Debate sobre os conceitos de proteção internacional da
pessoa humana / Márcia Zolotar
Ano: 2020
nº de p.: 12
APRESENTAÇÃO
Nesta unidade, estudaremos a importância da organização de normas
internacionais que protejam os direitos humanos. Veremos que, ao longo da
histórica, buscou-se criar normas de proteção ao indivíduo que o resguardassem
dentro e fora do seu Estado nacional. A construção de uma tutela que garantisse, ao
menos, o mínimo de garantias protetivas a ele foi possível por meio da construção
de Acordos e Convenções entre países.
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Filme: O Tribunal de Nuremberg
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Proteção internacional da pessoa humana
#PraCegoVer: ilustração em tons de amarelo, laranja e verme-
lho com inúmeras mãos abertas.
Ainda para parcela da doutrina, considera-se que haveria uma terceira vertente de
proteção e a próxima figura demonstra a sistematização desse pensamento.
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Vertentes dos Direitos Humanos
Proteção Internacional da
Pessoa Humana
As três vertentes da proteção internacional dos direitos humanos devem ser entendidas
como complementares e convergentes, visto que a maioria dos instrumentos
internacionais existentes se aplicam, de forma acessória, aos direitos mencionados.
Essa íntima relação entre essas vertentes do direito é da seguinte forma entendida
por Piovesan (2013):
Ou seja, refugiados são indivíduos que, por algum motivo, são perseguidos e têm
como única opção, para resguardar sua vida, deixar seu Estado nacional e buscar
proteção de outra nação.
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A princípio, os direitos dos refugiados surgem na forma de direito ao asilo.
Posteriormente, esse direito é ampliado e passa a figurar como uma obrigação
dentro da Liga das Nações Unidas. Com o tempo, ao passo que vão surgindo novas
necessidades de tutela para os refugiados, percebe-se que é preciso um órgão
direcionado para cuidar dessa demanda. Assim, a Organização das Nações Unidas
(ONU) cria um conjunto de comissões como o Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados (ACNUR).
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Saiba mais
A Revolta Armada (1891-1894) ocorreu no Rio de Janeiro e foi
deflagrada pela Marinha do Brasil, que bombardeou a capital com
navios de guerra – encouraçados. A revolta teve início com a
renúncia de Deodoro da Fonseca, em 1891.
POLÍTICAS INTERNACIONAIS E
INTERVENÇÕES HUMANITÁRIAS NA
CONTEMPORANEIDADE E O QUADRO
BRASILEIRO
As políticas internacionais e intervenções humanitárias adquirem uma maior
relevância durante o período da chamada Guerra Fria. Após o fim da 2ª Guerra
Mundial, ficou claro que os esforços das Organizações das Nações Unidas não
estavam sendo suficientes para tratar da massiva violação de direitos humanos.
Muitos foram os casos de violação a tais direitos, por parte das autoridades
estatais, que ocorreram nesse período. Destaque para os casos ocorridos em
Bósnia-Herzegovina (1990-1992), Somália (1992), Ruanda (1994) e Haiti (1994 e
2004), que são exemplos de violações diretas por parte da autoridade estatal.
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Filme: Hotel Ruanda
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas surge com o objetivo de manter a paz
e tem o papel decisório diante da possibilidade de intervenções humanitárias nos
países. Compondo o Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos, recebe críticas
de autoridades nacionais locais por possivelmente violar direitos à soberania, não
intervenção e autodeterminação dos povos quando de suas ações nesses locais.
Assim, merece destaque o art. 1 da Carta da ONU que, em seu art. 1º, estabelece os
propósitos das Nações Unidas:
A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus
Membros conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade
na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam que no
cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade o Conselho
de Segurança aja em nome deles [...]. (ONU, 1945)
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FECHAMENTO
Os direitos humanos devem ser compreendidos como a proteção das garantias
mais essenciais de um indivíduo, englobando um conjunto de direitos que são
ampliados, ao longo do tempo, conforme as novas necessidades humanas.
Atualmente, há um conjunto de Acordos e Convenções Internacionais que visam a
proteção desses direitos, para além do Estado nacional de uma pessoa.
Ao analisar a segunda metade do século XX, vimos que foi nesse momento que
se iniciaram os debates sobre as intervenções humanitárias e seus principais
objetivos. Apesar das duas grandes guerras mundiais terem devastado territórios
e ocasionarem a perda de milhões de vidas, suas consequências foram essenciais
para repensar o limite de poder estatal face ao indivíduo.
Ainda vimos que a Organização das Nações Unida foi fundamental para a
sistematização e construção de documentos, em nível internacional, de preservação
dos direitos humanos. Mais do que apenas uma entidade que dispõe de poder
normativo, a ONU atua diretamente com a assistência a países que passam por
situações de conflitos, embora, alguns desses atos sejam criticados por aqueles
países que sofrem intervenções.
Por fim, foi possível aprender que a proteção mínima dos refugiados aconteceu de
forma gradual, sendo importante lembrar que os sujeitos que estão nessa condição
não é por ato voluntário, mas buscando garantir apenas sua sobrevivência, com
destaque para o Brasil que, ao longo da história, deu asilo a inúmeras pessoas.
Atualmente, a CFRB/88 estabelece o princípio da dignidade humana como um de
seus fundamentos, o que ratifica, ainda mais, seu compromisso com as pessoas em
situação de refúgio.
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Referências
BRASIL. Constituições Brasileiras [1824] – Volume I. 3. ed. Brasília : Senado
Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. 105 p. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137569/Constituicoes_
Brasileiras_v1_1824.pdf?sequence=5. Acesso em: 10 set. 2020.
______. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 24 de fevereiro de 1891).
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm.
Acesso em: 11 set. 2020.
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PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, estado de derecho y constitución. 5. ed.
Madrid: Editora Tecnos, 1995.
ONU. Organização das Nações Unidas. Carta das Nações Unidas de 1945.
Disponível em: https://nacoesunidas.org/carta/cap1/. Acesso em: 19 set. 2020.
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