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FICHA TÉCNICA

Governador do Estado do Maranhão


Carlos Orleans Brandão Júnior

Secretário de Estado da Educação


Felipe Costa Camarão

Subsecretário de Estado da Educação


Anderson Lindoso

Secretária Adjunta de Gestão da Rede de Ensino e da Aprendizagem


Nádya Christina Guimarães Dutra

Superintendente de Gestão e Desenvolvimento da Aprendizagem


Adelaide Diniz Coelho Neta

Supervisora de Currículo Escolar


Patrícia de Jesus Cruz Fernandes
Equipe de Elaboradores
Profº. Msc. David Breno Barros Cardozo
Profª. Msc. Francineia Pimenta Silva
Profº. Genilson Rodrigues Ferreira Lima
Prof.ªMsc. Gislane Gomes Braga
Prof.ª Dra. Ludymila Furtado Cantanhêde
Profº. Marcus Vinicius Ferreira Cunha
Prof.ª Esp.nPatrícia de Jesus Cruz Fernandes

Equipe de Colaboradores
Profª Msc.nLarissa Silva Abreu

Equipe de Leitura Crítica


Profª. Esp. Adelaide Diniz Coelho Neto
Profª. Msc. Larissa Silva Abreu

Revisão Ortográfica
Profº. Esp. Bruno Fernando Silva Farias
Profª. Msc. Cristiane Araujo Lima

Projeto gráfico e diagramação


Fabiel Lima

Equipe de Revisão do Projeto Gráfico


Jéssica Aparecida Figueiredo Barbosa
Marcos Vinícius Oliveira Sobrinho
Paloma Karenne do Nascimento Sousa
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Competências Gerais da Nova BNCC ......................................................................... 7


Figura 2 - Diferença entre empreendedorismo e empreendedorismo social ......................... 10
Figura 3 - Corresponsabilidade Social nas Modalidades de Ensino ......................................... 11
Figura 4 - Estrutura de Trabalho do Componente Corresponsabilidade Social Empreendedorismo.
.................................................................................................................................................. 13
Figura 5 - Objetos de conhecimento dos Eixos Temáticos organizados por dimensões ......... 15
Figura 6 - Eixos Estruturantes BNCC ......................................................................................... 47
Sumário
APRESENTAÇÃO _____________________________________________________________________________________________ 6
1 O COMPONENTE DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPREENDEDORISMO __________________ 7
1.1 Concepções sobre Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo ________________ 9
2 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ENSINO DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E
EMPREENDEDORISMO ____________________________________________________________________________________ 12
2.1 Eixos Temáticos ____________________________________________________________ 13
2.1.1 Participação Social _____________________________________________________ 14
2.1.2 Intervenção Social ______________________________________________________ 14
2.2 Dimensão Social _________________________________________________________ 16
2.3 Dimensão Política ________________________________________________________ 20
2.4 Dimensão Ambiental _____________________________________________________ 24
2.5 Dimensão Econômica _____________________________________________________ 28
3 ORGANIZADOR CURRICULAR DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPREENDEDORISMO ____ 33
3.1 Organizador Curricular do Eixo de Participação Social (2ª série) ____________________ 33
3.2 Organizador Curricular do Eixo de Intervenção Social (3ª Série) ____________________ 40
4 O ENSINO E A APRENDIZAGEM EM CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPREENDEDORISMO _ 46
4.1 Plano de Atividade Docente ________________________________________________ 47
REFERÊNCIAS _______________________________________________________________________________________________ 61
APÊNDICE A - Plano de Atividade Docente (PAD) _______________________________________________________ 64
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo (a) ao Caderno de Orientações Pedagógicas para Corresponsabilidade
Social e Empreendedorismo!
Com o intuito de apoiar as professoras e os professores da rede estadual de ensino nas
estratégias de trabalho com o componente curricular de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo, a Secretaria de Estado da Educação do Maranhão organizou orientações
para o planejamento docente.
Os caminhos didáticos sugeridos neste material foram construídos a partir dos
documentos oficiais do ensino médio1, dos acompanhamentos formativos promovidos pela
SEDUC e pelas propostas referenciais do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação - ICE,
grupo parceiro da rede estadual que colaborou na elaboração da atual estrutura curricular do
ensino médio maranhense.
A oferta do componente Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo no percurso
curricular do ensino médio maranhense resulta da compreensão de que é preciso educar
nossos estudantes para a vida em sociedade, de forma que eles sejam protagonistas de si e
no meio social do qual fazem parte, atuando de forma crítica e consciente. Nessa perspectiva,
o componente proporciona a difusão de conteúdos concretos e indissociáveis da realidade do
estudante para que este venha a tornar-se um agente transformador na construção de uma
sociedade mais solidária, justa, democrática e sustentável.
Para tanto, a partir dessas orientações, você, professor (a) compreenderá como o
trabalho didático no componente poderá contribuir para a ampliação de aprendizagens
essenciais na formação dos discentes, incluindo-os em uma leitura crítica da sociedade, de tal
modo que, nessa experiência curricular contextualizada e fundamentada, eles possam
envolver-se de maneira responsável em iniciativas sociais necessárias ao desenvolvimento do
seu protagonismo.
Esperamos que este caderno ajude você, professor (a), a promover na sala de aula um
espaço propício para o desenvolvimento de processos de aprendizagem que possam fomentar
a participação efetiva dos estudantes e, sobretudo, encorajá-los a atuarem nos mecanismos
de participação e intervenção social.

1
A Lei 13.415/2017 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e institui o novo ensino médio;
Resolução Nº 3 do CNE que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

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1 O COMPONENTE DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPREENDEDORISMO

A Base Nacional Comum Curricular - BNCC prevê que os estudantes sejam agentes
transformadores da sociedade a partir de uma formação pautada no desenvolvimento de
competências e habilidades. As competências dizem respeito à capacidade de impulsionar
habilidades, valores, atitudes, recursos e conhecimentos para solucionar problemas e outras
demandas da vida cotidiana.
Definir competências e habilidades com base no trabalho em sala de aula representa
garantir que os estudantes tenham mais consciência sobre os próprios processos de
aprendizagem e sobre tomadas de decisões no desenvolvimento de valores importantes para
a vida pessoal e profissional. Sendo assim, faz-se necessário resgatar as 10 competências
gerais propostas pela BNCC que guiam a formação do estudante no ensino médio.
Figura 1 - Competências Gerais da Nova BNCC

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (<Inep 80 anos - Novas
Competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)>).

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Todas essas competências revelam a necessidade de intervenções pedagógicas que
valorizam a função social das aprendizagens escolares. Isso se evidencia ainda mais na
competência de nº 10, Responsabilidade e Cidadania, definida pela BNCC, como “saber agir
pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos e
sustentáveis. “ (BRASIL, 2017, p. 10).
Partindo dessas considerações, o componente, a partir do olhar voltado para as
competências e habilidades definidas na BNCC, congrega conteúdos de aprendizagens
essenciais que auxiliam os discentes a atuarem de maneira corresponsável e empreendedora
num mundo em constante transformação.
Esse tipo de atuação, promovida dentro e fora dos espaços escolares, contribui para a
formação do protagonismo e autonomia estudantil por meio da mediação docente.
Nesse sentido, é de suma importância que professores e professoras que atuam com
este componente promovam, em suas aulas, diversas atividades e projetos que possam
potencializar um agir coletivo consciente, crítico e fundamentado nos conhecimentos, nas
competências e nas habilidades adquiridas na trajetória escolar e fora dela.
O trabalho didático com o componente de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo qualifica a aprendizagem sob o viés de natureza transdisciplinar, pois
oportuniza a abordagem de temáticas contemporâneas sobre diferentes dimensões da
sociedade, bem como a percepção e a construção de saberes que transitam em diferentes
áreas de conhecimento.
A partir dessa perspectiva, espera-se com as aulas do componente, possam propiciar
a formação de cidadãos ativos, protagonistas, críticos, que sejam capazes de refletir e
intervir no meio social que estejam inseridos, na medida em que é oferecida ao estudante
a oportunidade de engajar-se, apropriar-se e empreender socialmente em causas sociais,
políticas, econômicas e ambientais.
Dessa forma, qual é a finalidade pedagógica do ensino de Corresponsabilidade Social
e Empreendedorismo na arquitetura curricular do ensino médio maranhense?
Na formação dos estudantes maranhenses, este componente da parte diversificada do
currículo, tem por finalidade pedagógica:
[...] integrar os estudantes em experiências práticas de aplicação das
competências e habilidades desenvolvidas no meio escolar e na sociedade, a
partir da relação com os itinerários formativos e seus eixos estruturantes, bem
como os saberes adquiridos no desenvolvimento da Formação Geral Básica
(MARANHÃO, 2022, p. 180).

8
Logo, as aulas de Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo deverão
assegurar condições necessárias para que os estudantes possam ter a oportunidade de lidar
com problemáticas de maneira corresponsável e empreendedora, o que deve contribuir no
processo de construção e formação integral de cidadãos, mais conscientes socialmente,
tanto no campo reflexivo quanto prático.
Com esse entendimento, trataremos, a seguir, sobre as concepções de
Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo adotadas nesta proposição curricular e, logo
após demonstraremos como está estruturada.

1.1 Concepções sobre Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo


O termo “Corresponsabilidade Social” vem sendo amplamente difundido para propor
uma concepção de responsabilidade compartilhada ou coletiva. Em um mundo cada vez mais
globalizado, marcado por incertezas, complexidades, fragmentação da realidade e dos
sujeitos, faz-se necessário reforçar, em todos, um espírito de coletividade que seja capaz de
lidar com os problemas contemporâneos.
Segundo Grandisoli e Souza( 2020):
[...] se corresponsabilizem pelos efeitos e consequências das ações coletivas. Nesse
sentido, a responsabilidade individual (aqui entendida como aquela que diz respeito
às consequências das ações de cada um em uma esfera que, de certo modo, pode-
se considerar mais restrita) deve ser somada a outra: a da responsabilidade solidária,
ou seja, da corresponsabilidade que se dá em um âmbito coletivo. Desse modo, o
senso de corresponsabilidade está relacionado à e é estimulado pela compreensão
dos efeitos das ações conjuntas. (GRANDISOLI, SOUZA, et al., 2020, p.28).

Portanto, o indivíduo, ainda que respeitando as suas particularidades nas mais


variadas dimensões, não pode perder de vista que as suas ações reverberam no âmbito
coletivo e, por esse motivo, torna-se corresponsável na dinâmica de (re)construção social e
no enfrentamento dos desafios advindos das constantes transformações sociais, econômicas,
políticas e culturais.
Quanto à concepção de “Empreendedorismo”, o termo é empregado aqui em sua
esfera principalmente social e não meramente convencional ou econômica, que tem como
fim último a geração de lucros. O Empreendedorismo Social, por sua vez, configura-se como
uma ação que se vale das técnicas do mundo dos negócios para causar um impacto social
positivo na realidade das pessoas. Sua principal característica é a maximização do valor social
por meio de atividades inovadoras.

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Os empreendedores sociais são movidos por uma missão social e seu protagonismo.
Portanto, segundo Rouere e Pádua (2001), o empreendedorismo social visa contribuir nos
âmbitos da sustentabilidade, qualidade de vida e na mudança de paradigma de atuação em
benefício de comunidades menos privilegiadas.
Para ilustrar a distinção entre o empreendedorismo social e o empreendedorismo
convencional ou econômico, conforme o quadro abaixo:
Figura 2 - Diferença entre empreendedorismo e empreendedorismo social

Fonte: Elaborado por Cardozo (2023) adaptado de Melo Neto e Froes, a partir da ferramenta Canva.

Alicerçados na concepção de Empreendedorismo Social, as/os docentes precisam


favorecer às estudantes possibilidades de atuação enquanto sujeitos engajados na
intervenção e transformação das realidades que os cercam. Na medida em que problemas
sociais vão sendo identificados, os estudantes construirão, coletivamente, propostas de
enfrentamento com base na mobilização e utilização de competências e habilidades
aprendidas e desenvolvidas em suas trajetórias escolares.

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Nesse sentido, este caderno foi estruturado a partir da perspectiva de
corresponsabilidade e empreendedorismo social na medida em que o componente é
oferecido aos estudantes como uma oportunidade de refletirem e, dentro das possibilidades
de cada realidade, empreenderem socialmente diante de problemáticas existentes na escola
ou fora dela.
Foi pensando nisso, que a Secretaria do Estado da Educação do Maranhão adotou
Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo na arquitetura curricular, em todas as
modalidades de ensino, observado na figura abaixo:
Figura 3 - Corresponsabilidade Social nas Modalidades de Ensino

Fonte: Elaborado por CARDOZO (2023) a partir da ferramenta Canva.

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2 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ENSINO DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E
EMPREENDEDORISMO
As aulas de Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo poderão ser ministradas,
prioritariamente, por professores das áreas de Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e
suas tecnologias, dentro de uma perspectiva transdisciplinar. Nesse caso, o docente atuará
como mediador entre as experiências sociais concretas do estudante e os saberes que
poderão ser mobilizados a partir deste componente curricular.
Possuindo uma carga horária anual de 80h na 2ª e na 3ª série, orienta-se que em cada
período sejam abordados objetos de conhecimento atinentes à contemporaneidade. Tais
objetos, por sua vez, alicerçam-se em dois eixos temáticos (Participação Social e Intervenção
Social) e se desdobram a partir de quatro dimensões que deverão ser trabalhadas na
seguinte sequência: 1º período - Dimensão Social; 2º período - Dimensão Política; 3º período
- Dimensão Ambiental; 4º período - Dimensão Econômica.
Para cada dimensão, há dois objetos de conhecimento, o que totaliza 08 objetos por
ano, que poderão ser trabalhados integrados ou desassociados durante o período letivo. Para
cada objeto de conhecimento há sugestões de conteúdos que servirão de base para o trabalho
com o componente, ressaltando que por serem sugestivos, poderão ser ampliados conforme
a área de conhecimento do professor.
A partir dos objetos de conhecimento e conteúdo, caberá ao docente por meio de
procedimentos metodológicos diversos2, criar as condições necessárias para que os
estudantes mobilizem competências e habilidades capazes de suscitar análises, reflexões e
ações propositivas de participação ou intervenção social em torno de problemáticas e/ou
temáticas extraídas das realidades dos estudantes. Ao final de cada ação, será de suma
importância avaliar se os objetivos formativos e pedagógicos foram alcançados.
Para melhor visualização da estrutura e da dinâmica do componente, segue a figura
abaixo:

2
No capítulo 03 do caderno, que trata do Organizador Curricular, você terá diversas sugestões metodológicas
para o trabalho no componente, bem como recomendações de referências para conduzir seu planejamento e
trabalho com os estudantes.

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Figura 4 - Estrutura de Trabalho do Componente Corresponsabilidade Social Empreendedorismo.

Fonte: Elaborado por Cardozo (2023) a partir da ferramenta Canva.

Segue-se com as definições necessárias sobre os elementos que compõem esta


unidade curricular: os eixos temáticos, as dimensões de trabalho e os objetos de
conhecimento.

2.1 Eixos Temáticos


A definição de Eixos temáticos foi uma decisão didática para organizar um conjunto de
temas que norteiam o desenvolvimento do currículo escolar do componente
Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo. Eles têm como objetivo agrupar conteúdos
curriculares em torno de áreas de conhecimento que se complementam, permitindo uma
visão mais ampla, crítica e sistêmica da realidade.
Nesse sentido, os eixos atuam como fios condutores que irão orientar a formulação e
estruturação metodológica dos objetos de conhecimento a serem contemplados na sala de
aula. Para o componente de Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo, foram
definidos os eixos de Participação Social, para a 2ª série, e Intervenção Social, para a 3ª Série.

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2.1.1 Participação Social

O Eixo de Participação Social, para a 2ª Série do Ensino Médio, visa promover o


envolvimento dos estudantes na vida comunitária, ampliar seu conhecimento sobre as
instâncias de participação social e incentivar o desenvolvimento de habilidades
socioemocionais.
A participação social é um conceito amplo que envolve diversas formas de
engajamento dos indivíduos na sociedade e é fundamental para a formação de cidadãos
críticos e conscientes de seu papel no meio social.
Na escola, a participação social pode ser uma forma eficaz de aprendizagem, visto que
é essencial na formação de cidadãos atuantes e conscientes de sua responsabilidade na
sociedade.
Para orientar o desenvolvimento do Eixo de Participação Social, foram elaborados
cinco objetivos específicos de acordo com os objetos de conhecimento propostos. São eles:
 Contribuir com a construção de uma sociedade igualitária e com responsabilidade
social;
 Incentivar ações nas principais exigências da sociedade de seu tempo;
 Ampliar e fortalecer a participação de modo efetivo, individual e coletivamente em
ações que valorizem causas sociais;
 Reconhecer a si como sujeito de direitos e deveres;
 Praticar o consumo consciente e sustentável.

Portanto, o Eixo de Participação Social busca, essencialmente, incentivar a participação


ativa dos estudantes na vida comunitária, assim como visa ampliar o conhecimento dos
mesmos sobre as instâncias de participação social.

2.1.2 Intervenção Social


A Intervenção Social é um conjunto de ações e estratégias que buscam promover
mudanças positivas na sociedade. Na educação, a Intervenção Social pode ser concebida como
uma estratégia de ensino, estimulando os estudantes a se envolverem em projetos que
busquem soluções para problemas sociais e ambientais presentes em suas comunidades.
Santos (2006) destaca que a Intervenção Social deve ser entendida como uma forma de
promover a participação cidadã e o empoderamento dos indivíduos, de modo a criar uma
sociedade mais justa e democrática.
Dessa forma, o eixo de Intervenção Social, proposto para a 3ª série, tem como objetivo
envolver os estudantes nos espaços de integração social, estimulando a formação de sujeitos

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comprometidos com o meio ambiente, o social, o bem-estar coletivo e o desenvolvimento
sustentável. Os objetivos específicos referentes para o eixo são:
 Apoiar e fortalecer ações sustentáveis;
 Promover ações para melhorar o ambiente escolar e as comunidades ao entorno;
 Valorizar o engajamento estudantil com a prática pedagógica, promovendo a
autonomia e a capacidade de tomada de decisões;
 Fortalecer o empoderamento social;
 Garantir a mobilização social responsável.

A Intervenção Social na escola contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais,


políticas e culturais dos estudantes, além de promover a participação cidadã e o
empoderamento dos indivíduos. A partir de abordagens como movimentos sociais, ambiência
étnico-racial, políticas ambientais e práticas de sustentabilidade, os estudantes podem ser
estimulados a discutir e atuar na realidade social de maneira comprometida com o meio
ambiente, o bem-estar coletivo e o desenvolvimento sustentável.
Com base nesses dois eixos e nos objetos de conhecimento propostos nas Orientações
Curriculares para Ensino Médio da Rede Estadual de Educação (MARANHÃO, 2022, p.182),
foram pensadas quatro dimensões com a finalidade de organizar esses objetos de acordo com
sua natureza, como demonstrado na figura abaixo:
Figura 5 - Objetos de conhecimento dos Eixos Temáticos organizados por dimensões

Fonte: Elaborado por CARDOZO (2023) a partir da ferramenta Canva.

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A seguir aborda-se cada uma dessas dimensões com seus respectivos objetos de
conhecimento.

2.2 Dimensão Social


A dimensão social proposta pelo componente curricular de Corresponsabilidade Social
e Empreendedorismo dialoga com os princípios educacionais e pedagógicos previstos no
Documento Curricular do Território Maranhense - DCTMA (2022), que visam assegurar ao
estudante uma tomada de atitudes que suscitam o respeito à equidade, diversidade,
identidade regional e inclusão, que são questões relativas à sociedade e sua organização, de
modo a promover no percurso metodológico da aprendizagem dos educandos a aquisição das
habilidades necessárias para atuarem e intervirem como sujeitos críticos, ativos e criativos no
ambiente da escola e também fora dela.
Para efeito de sistematização, destacamos como objetos de conhecimento nessa
dimensão: Matriz Étnico-cultural do povo brasileiro; Inclusão Social; Visibilidade Étnico-
racial, Empoderamento Social e Protagonismo; Vida Social na Terceira Idade, sobre os quais
trata-se a seguir.

 Matriz Étnico-cultural do povo brasileiro (2ª série)


A escola é um lugar social que contribui de modo significativo para o fortalecimento
das questões identitárias dos estudantes. Portanto, é fundamental que na
contemporaneidade a minimização de preconceitos que inferiorizam e hierarquizam grupos
étnicos com base em ideias historicamente construídas, sejam discutidas. Para isso, a Lei
11.645/2008 prevê inclusão nos currículos a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e
indígena” para garantir que os estudantes compreendam e reflitam sobre as raízes da
configuração étnico-cultural brasileira que se constitui numa importante estratégia de
superação das desigualdades e discriminação de toda ordem, uma vez que a escola é um
ambiente plural de diversidade de costumes, religiões, classes sociais e etnias.
Este objeto de conhecimento pretende ser um guia para o fortalecimento dos marcos
da formação étnico-cultural maranhense e brasileira. Tem como objetivo fornecer um
repertório para os diálogos no componente de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo sobre a constituição das relações étnico-raciais no país.
Tratar sobre a diversidade étnico-cultural exige abertura para reconhecer e lidar com
as diferenças que constituem o povo brasileiro. Conforme preconiza Gomes (2003), diferentes

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grupos étnicos possuem aspectos culturais distintos, produzem modos de vida, formas de
pensar e solucionar problemas a partir de seus próprios processos históricos, e da dinâmica
de seus territórios. Cabendo à escola colocar em curso práticas pedagógicas que aceitem,
respeitem e valorizem essas diferentes formas de se relacionar com o mundo.
Diante do processo histórico de exclusão da diversidade étnica dos povos africanos e
originários em nossa formação cultural, destaca-se a importância de estimular a discussão
sobre a história e cultura desses povos no espaço escolar, dando ênfase aos aspectos
singulares da maranhensidade, fortemente marcada pela presença afro-indígena.
A partir dessa temática, por exemplo, será possível fortalecer o debate acerca dos
povos originários, considerando as questões culturais e da terra e a desconstrução da figura
do “bom selvagem” associada ao indígena, com intuito de proporcionar ao estudante um
posicionamento crítico-social com vistas a compreender o real papel desses grupos na
organização política, econômica e social no Maranhão e no Brasil

 Inclusão Social (2ª série)


A Inclusão social é uma exigência necessária. Percebê-la como prioridade é garantir
que a educação escolar promova, além de conteúdos curriculares, princípios e atitudes de
compromisso com os sujeitos em formação. A inclusão social envolve a compreensão e a
quebra de paradigmas sobre o olhar para as pessoas que são excluídas dos processos de
aprendizagem e da participação social, considerando suas necessidades especiais.
Na escola, a inclusão social pressupõe uma educação de qualidade para todos,
eliminando as barreiras que dificultam a aprendizagem e a participação plena e igualitária de
todos os estudantes. Nesse sentido, a inclusão não deve se limitar apenas à adaptação do
ambiente físico, mas também deve garantir as possibilidades metodológicas que assegurem a
cada educando o alcance do seu pleno potencial, como prevê a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015).
Diante disso, a partir desse objeto de conhecimento, sugere-se inicialmente uma
abordagem que contextualize as lutas sociais pela inclusão, referentes às pessoas com
deficiências, bem como de movimentos feministas, raciais, LGBTQIAPN+3 e outros grupos
vulneráveis alijados de direitos e oportunidades.

3
A sigla usada para designar a diversidade sexual e de gênero é uma construção dinâmica, histórica e política
que passa por constantes atualizações. A que é utilizada ao longo do texto traz a representação de pessoas
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneras/Travestis,Queer, Intersexo, Assexuais, Panssexuais e Não-Binárias. É
importante destacar que não existe um órgão que regulamente qual a forma oficial ou mais adequada da sigla,
sendo o próprio movimento LGBTQIAPN+ em sua atuação coletiva, política e intelectual, o responsável por
produzir novos consensos e atualizações, devendo as/os profissionais atentarem-se para os novos usos e

17
Não obstante, destacar temáticas contemporâneas como a inclusão digital,
considerando a urgência de um processo de democratização de acesso às ferramentas que
inserem todos os cidadãos na era da informação, de forma igualitária, também se faz
necessário.
Debater acerca de estratégias para promoção da inclusão social, como o combate ao
bullying e o preconceito, a possibilidade de um currículo inclusivo e a disponibilidade de
recursos de apoio para os estudantes com necessidades especiais, bem como incentivar a
sensibilização para a visão da escola como espaço seguro e de acolhimento da diversidade são
temáticas relevantes para o trabalho com esse componente curricular.

 Visibilidade Étnico-racial, Empoderamento Social e Protagonismo (3ª série)


A partir desse objeto de conhecimento, intenciona-se a abordagem de temáticas que
proporcionem ao estudante conhecer as questões atuais vinculadas à invisibilidade de
diversos grupos sociais, a exemplo dos negros, comunidades e povos tradicionais, indígenas,
comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, dentre outros.
Percebe-se que a desigualdade racial no Brasil é discutida amplamente por
importantes movimentos sociais e organismos nacionais e internacionais e o debate no
âmbito do contexto educacional é um importante colaborador para que as desigualdades
raciais sejam reduzidas. Considera-se, portanto, que a sala de aula é capaz de criar condições
de valorização da diversidade a partir do reconhecimento das diferenças e das desigualdades
existentes. E o aprofundamento nas sugestões de abordagem contribuem com o
fortalecimento dessa discussão no espaço escolar.
O professor poderá ainda situar o estudante nas discussões sobre as lutas de
empoderamento social, as quais cita-se: o feminismo e a igualdade de gênero e o combate à
violência contra as mulheres; as lutas LGBTQIAPN+ por aceitação, respeito e valorização;
movimentos sindicais por melhorias de trabalho e salários justos. Essas lutas reforçam que o
sistema da representatividade já não contempla mais as demandas pretendidas pelo sujeito
individualizado e/ou pertencente a um grupo negligenciado pelas políticas públicas
institucionalizadas.
Outra temática interessante e pontual para os estudantes é sobre o Protagonismo, um
conceito que já vem sendo divulgado nas escolas, é válido suscitar as possibilidades de

transformações propostas por essa comunidade. No Brasil, em termos de políticas públicas até o momento da
publicação deste documento, tem sido comum utilizar a sigla LGBTQIA+.

18
envolvimento para pensar em soluções de melhoria para os problemas enfrentados em casa,
na escola e em sua comunidade.
O protagonismo dos estudantes visa, sobretudo, a participação ativa nas aulas e a
necessidade de engajamento na produção dos saberes e fazeres, a partir do desenvolvimento
de habilidades socioemocionais, como autonomia, responsabilidade, iniciativa e criatividade,
sem perder de vista o protagonismo cidadão, crítico e reflexivo, localmente e historicamente
situados.

 Vida Social na Terceira Idade (3ª série)


O envelhecimento, embora seja um processo intrínseco à natureza humana, é
ignorado em nosso contexto sociocultural, econômico e político. Desse modo, configura-se
enquanto uma temática relevante e oportuna no processo de reestruturação social, tendo em
vista que o Estatuto da pessoa idosa - Lei nº 10.741/2003, que visa garantir, entre outros
benefícios, proteção, acesso e prioridade em diversos serviços para os maiores de 60 anos.
Assim, esse objeto de conhecimento possibilita à escola desenvolver sua função social,
inserindo no currículo escolar uma reflexão sobre a realidade vivenciada e o tratamento
dispensado aos idosos. Com esse objetivo, sugere-se abordagens sobre a importância do
convívio social na terceira idade para evitar comportamentos de isolamento, tristezas e,
sobretudo, estimular o conhecimento dos hábitos saudáveis que promovam qualidade de
vida. Outra possibilidade é proporcionar aos estudantes o engajamento na missão de oferecer
aos idosos de sua família e/ou de suas comunidades um envelhecimento ativo com a inclusão
digital, por exemplo.
É importante ressaltar ainda que é de grande valor formativo orientar a comunidade
escolar ao reconhecimento dos idosos como fonte de memória viva e de saberes sobre a
própria comunidade e suas práticas. A exemplo da cultura Krenak, que de acordo com o líder,
ambientalista, e pensador indígena Ailton Krenak apud Penzani (2019), o projeto de vida de
toda criança nessa comunidade é se tornar velho, ou seja, ter antiguidade, pois alcançar a
velhice é sinônimo de conhecimento para eles, fato este que lhes concede importante status
entre os demais, já que cada ancião e anciã tem um acúmulo único de experiência vivida,
tornando o que sabem uma fonte rica de sabedoria.
Essa visão contribui para romper com a crença comum da sociedade atual de que
pessoas mais velhas são desconectadas das questões contemporâneas. Daí a importância do
estímulo às trocas intergeracionais, ao fortalecimento de vínculos com pessoas idosas, e do
compartilhamento de saberes, valores, fazeres, de forma horizontal e interessada.

19
2.3 Dimensão Política
A política, como definição geral, tem como principal objetivo regular as relações
coletivas para promover a convivência em sociedade e alcançar o bem comum. Ela
desempenha um papel fundamental na participação e tomada de decisões sociais, na
distribuição de poder, bem como na organização e controle das regras que regem o
comportamento coletivo.
No contexto do bem-estar coletivo, a política é um importante elemento para
fundamentar as ações relacionadas à corresponsabilidade e ao empreendedorismo social. A
corresponsabilidade implica que cada indivíduo tem um papel a desempenhar na construção
de uma sociedade melhor, enquanto o empreendedorismo social busca encontrar soluções
inovadoras para os problemas sociais, combinando abordagens empreendedoras com
impacto positivo na comunidade.
Para o pleno desenvolvimento da corresponsabilidade e do empreendedorismo social,
é essencial compreender e aplicar alguns princípios políticos, como a democracia, a liberdade,
a igualdade, a justiça, o pluralismo e a responsabilidade, por exemplo. A ação política se torna,
assim, uma ferramenta fundamental para que os estudantes possam participar ativamente na
busca por soluções para os desafios sociais.
Além disso, a política desempenha um papel educativo crucial quando promove a
conscientização sobre a importância da corresponsabilidade e do empreendedorismo social,
pois através de campanhas de sensibilização e programas de educação cívica, os estudantes
podem ser incentivados a se envolverem ativamente na solução dos problemas sociais,
desenvolvendo um espírito de mobilização coletiva.
Dessa forma, a ação responsável e empreendedora também desperta a consciência
política nos indivíduos, estimulando-os a serem atuantes na responsabilidade de cumprir seus
deveres e lutar por seus direitos individuais e coletivos. Além disso, a política oferece
oportunidades para os estudantes explorarem empreendimentos com impacto social,
contribuindo para o bem-estar da sociedade. Essas oportunidades empreendedoras também
auxiliam no desenvolvimento de habilidades e competências exigidas no mercado de trabalho
atual.

 Direitos Humanos (2ª série)


A abordagem dos direitos humanos dentro da corresponsabilidade e do
empreendedorismo social tem como objetivo fundamental conscientizar os estudantes sobre

20
a importância de garantir as condições básicas para a vida e dignidade humana, visando
alcançar a justiça social e o bem-estar coletivo.
Quando os indivíduos compreendem a importância dos direitos humanos, passam a
nortear suas atitudes a partir da ideia de que todos os seres humanos possuem dignidade
intrínseca e merecem ser tratados com igualdade, justiça e respeito. Isso gera uma maior
conscientização sobre a necessidade de se envolver em ações sociais e comunitárias,
buscando melhorar as condições de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade e, por
consequência, da sociedade como um todo. Assim, as ações corresponsáveis e
empreendedoras, sejam elas individuais, coletivas, empresariais ou estatais, deixam de ser
meramente opcionais e se tornam fundamentais na busca por esses ideais.
Outro aspecto relevante é o despertar do empreendedorismo social diante do
entendimento da importância dos direitos humanos para a sociedade. Esse desperta a busca
por soluções inovadoras para problemas sociais e/ou ambientais sob uma perspectiva
coletiva, contribuindo para a promoção de direitos humanos e cidadania. Dessa forma, o
empreendedorismo social se torna uma abordagem sustentável e capaz de promover
mudanças positivas na sociedade.
Assim, o entendimento dos direitos humanos desempenha um papel crucial no
desenvolvimento da corresponsabilidade e do empreendedorismo social. Ele proporciona
uma base ética e sólida, estimula a busca por novas ideias, orienta ações e decisões em prol
do bem comum e contribui para a construção de uma sociedade mais equitativa e sustentável.
Ao considerar os direitos humanos como um elemento central nesse contexto, é possível
ampliar os esforços para promover a justiça social, o bem-estar coletivo e o desenvolvimento
humano integral.

 Poder Público (2ª série)


O entendimento da estrutura e do funcionamento do poder público e seus integrantes
é essencial para o desenvolvimento da corresponsabilidade e do empreendedorismo social,
haja vista que o poder público representa o poder do povo exercido pelo Estado, por meio de
seus entes federativos (União, estados e municípios) e órgãos integrantes (executivo,
legislativo e judiciário). Seu propósito é garantir serviços públicos de qualidade para toda a
sociedade, fundamentado no princípio da supremacia do interesse público.
Nessa perspectiva, o conhecimento das leis, da organização, do funcionamento, das
responsabilidades e das competências dos entes e órgãos estatais, desempenha um papel
crucial como elemento e ferramenta necessários para que os estudantes possam exigir, por

21
meio de ações individuais, coletivas, responsáveis e empreendedoras, seus direitos e as
obrigações do estado e dos seus entes.
Além disso, é importante fortalecer o aspecto da participação política real,
estimulando sugestões individuais e coletivas de ações e políticas públicas, tanto as já
conhecidas, quanto as que possam surgir, que contribuam para a melhoria da qualidade de
vida das pessoas. Essa participação política também desempenha um papel relevante na
fiscalização efetiva das ações dos atores públicos, desde sua execução até a entrega dos
resultados, sempre mantendo o princípio do bem coletivo e da supremacia do interesse
público.
Por fim, é na experiência individual e coletiva que a participação política se consolida
como uma poderosa ferramenta de transformação social, sendo essencial para toda a
sociedade.

 Políticas Públicas (3ª série)


Define-se Políticas Públicas como um conjunto de ações, decisões e medidas adotadas
pelos governos para enfrentar problemas, atender necessidades sociais e promover o bem-
estar de forma coletiva. Nesse sentido, o olhar sobre a Política Pública enquanto objeto de
conhecimento no viés da Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo, vai para além da
aquisição de conhecimentos teóricos, pois constitui-se como uma oportunidade de capacitar
os estudantes a enfrentarem os desafios que atingem a sociedade na atualidade.
Assim, considerando a formação integral do estudante, é imprescindível levá-lo a
conhecer e a refletir sobre o papel das Políticas Públicas, haja vista suas diversas finalidades,
tais como:
o Compreender questões como: a pobreza, as desigualdades sociais, a violência, o
desemprego, as questões ambientais e como o governo atua para dirimir esses
problemas;
o Compreender como os governos promovem bem-estar e qualidade de vida,
garantindo educação, cultura, segurança e lazer para a sociedade;
o Compreender a regulação e a promoção do desenvolvimento econômico para fins de
geração de emprego e renda, com vistas à redução das desigualdades financeiras;
o Compreender sobre a proteção dos Direitos Humanos e regulação de setores
específicos, como transporte, energia, inovação tecnológica, entre outros.

Portanto, conhecer sobre as Políticas Públicas no Ensino Médio, favorece o projeto de


vida de todos os estudantes, principalmente aos que desejam se envolver com as áreas do
Direito, Economia e Ciências Políticas, por exemplo. Além disso, é necessário para a formação

22
consciente e responsável entender as perspectivas dos diferentes grupos sociais, trabalhar em
equipe e buscar soluções que almejam o bem comum.

 Sociedade Civil (3ª série)


A sociedade civil desempenha um papel significativo no fomento da
corresponsabilidade social e do empreendedorismo, principalmente entre os estudantes.
Composta por organizações e instituições cívicas, incluindo entidades do terceiro setor, a
sociedade civil tem o potencial de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento
dessas áreas, por meio do estímulo e da prática do trabalho voltado para o interesse público,
culminando na promoção do bem-estar coletivo e da justiça social.
As instituições que compõem a sociedade civil têm como propósito prestar serviços à
sociedade com uma finalidade social clara. Isso implica no compromisso de garantir o
desenvolvimento de aspectos fundamentais, como saúde, educação e trabalho, contribuindo,
assim, para o combate às desigualdades sociais, políticas e econômicas existentes na
sociedade. Além disso, elas podem servir como complemento e apoio às ações
governamentais que buscam promover o interesse público.
Nesse contexto, a participação individual ou coletiva dos estudantes em instituições e
organizações da sociedade civil pode colaborar muito na sua formação, pois, ao se envolverem
com essas entidades, os educandos têm a oportunidade de desenvolverem valores e atitudes
corresponsáveis e empreendedoras essenciais, tais como empatia, criatividade, senso coletivo
e liderança.
Através do trabalho realizado em conjunto com essas instituições, eles podem
aprender a colaborar, receber apoio técnico, defender políticas favoráveis, ampliar o impacto
de suas ações e compartilhar melhores práticas. Essas interações promovem um ambiente
propício para o empreendedorismo social, além de contribuírem para o desenvolvimento
sustentável e o bem-estar da sociedade como um todo.
Dessa forma, é inegável o fortalecimento dos princípios norteadores da
corresponsabilidade e do empreendedorismo social, como protagonismo, atuação política,
senso coletivo, responsabilidade social e empatia. Por meio do envolvimento de instituições
sociais pertencentes à sociedade civil, suas colaborações e interações estimulam o
compromisso com ideais e ações voltadas para causas sociais, contribuindo, assim, para o
enfrentamento das desigualdades, do desequilíbrio ambiental, dentre outras causas que
promovem o progresso da sociedade e do bem-estar coletivo.

23
2.4 Dimensão Ambiental
Os impactos socioambientais referem-se aos efeitos causados nas comunidades e no
meio ambiente como resultados das atividades humanas. A gestão sustentável e o uso
eficiente dos recursos naturais são fundamentais para a preservação do meio ambiente e é
responsabilidade de toda sociedade, incluindo empresas, governo e sociedade civil. Nesse
sentido, é importante incentivar a valorização dos recursos naturais, o consumo responsável
e a redução do desperdício através de mudanças no padrão de consumo e modelo de
produção humana, visando a utilização de recursos renováveis e a diminuição dos impactos
socioambientais.
A educação ambiental pode desempenhar um papel fundamental na promoção e
alcance dos objetivos citados anteriormente, através da disseminação de conhecimentos e
habilidades para tomadas de decisões críticas para adoção de comportamentos mais
sustentáveis. Nesse sentido, tem-se como base orientações estaduais, nacionais e
internacionais, como os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda
global iniciada em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com ações direcionadas
ao desenvolvimento sustentável até o ano de 2030. O Estado do Maranhão instituiu em 2010
a Política Estadual de Educação Ambiental, com a Lei n° 9.279/2010 regulamentada pelos
decretos n° 28.549/2012 e 37.945/22, no que se refere às políticas públicas para a Educação
Ambiental, contemplando os aspectos socioambientais dentro e fora do ambiente escolar.
Dessa forma, a dimensão ambiental refere-se à relação entre as pessoas e o meio
ambiente e à importância da preservação dos recursos naturais para garantia de um futuro
sustentável. Tem como objetivo conscientizar os estudantes da responsabilidade individual,
coletiva e de se reconhecerem como atores quanto à gestão sustentável e o uso eficiente dos
recursos naturais por meio dos objetos de conhecimento que abordam temas centrais, como
impactos e desigualdades socioambientais, recursos naturais, consumo e produção
sustentáveis.

OBJETOS DE CONHECIMENTO DA DIMENSÃO AMBIENTAL

 Impactos Socioambientais causados pela ação humana (2ª série)


Os impactos ambientais causados pela ação humana interferem diretamente na
sociedade e possuem diferentes causas. É importante reconhecer que os impactos
socioambientais são complexos e resultantes de uma combinação de fatores econômicos,

24
sociais, políticos e culturais. Dentro da educação ambiental é imprescindível a abordagem dos
impactos sociais e ambientais e como estes estão diretamente relacionados entre si.
Este objeto leva os estudantes a conhecerem mais a fundo as causas dos impactos
ambientais da sociedade na natureza e as consequências negativas dessas intervenções no
bem-estar dos seres vivos em geral. Sugerem-se temáticas como: exploração excessiva de
recursos naturais e crescimento populacional; expansão da agropecuária e diminuição da
biodiversidade; o desenvolvimento industrial e tecnológico com produção de bens e
consumos excessivos; queima de combustíveis fósseis e emissão de gases poluentes;
despejo de produtos químicos; esgoto sem tratamento adequado e poluição da água; falta
de regulamentação adequada e priorização do lucro econômico em detrimento do meio
ambiente.
Ao reconhecerem os impactos socioambientais, os estudantes desenvolvem
consciência ambiental, responsabilidade social, visão crítica sobre seus próprios hábitos e da
comunidade em que estão inseridos, levando-os a terem uma perspectiva de futuro mais
sustentável por meio de ações sustentáveis pautadas na conservação dos recursos naturais e
na promoção de investimentos em energias renováveis e em políticas adequadas de gestão
de resíduos, temas que serão abordados mais adiante.

 Gestão Sustentável e uso eficiente dos recursos naturais (2ª série)


Gestão sustentável é um conceito abrangente que aborda o desenvolvimento
sustentável na interconexão entre as dimensões ambiental, social e econômica. Refere-se às
decisões, atividades e estratégias organizadas com o objetivo de alcançar resultados positivos
a longo prazo para a sociedade e o planeta, sem se desvincular do crescimento econômico ao
mobilizar os diferentes setores, desde empresas e organizações, até governos e comunidades.
Este objeto de conhecimento surge da importância de conscientização dos estudantes acerca
da necessidade de ações, programas e projetos de práticas sustentáveis eficazes em conjunto
com todos os setores da sociedade e também com a economia.
A partir dessa temática, os estudantes devem perceber a importância da manutenção
dos recursos e a forma consciente que devem ser utilizados a partir dos princípios ambientais.
Além disso, o tema adentra no conceito de sustentabilidade, nas principais práticas já
desenvolvidas e como contribuir na diminuição dos impactos ambientais ocasionados pelo
modo de vida dos seres humanos, de forma mais econômica, eficiente e eficaz possível.

25
Os estudantes são levados a conhecer as diversas formas de utilização dos recursos da
natureza, de forma sustentável, que geram renda e movimentam a economia sem prejudicar
o meio ambiente. Dentro deste objeto de conhecimento é importante a abordagem de
temáticas relacionadas a ações no âmbito da sustentabilidade, como: integração de diversas
áreas, incorporando princípios e práticas sustentáveis em todas as atividades e tomadas de
decisões; uso eficiente e responsável de recursos naturais, com práticas de conservação de
energia e água, promoção de processos produtivos mais limpos e gestão de resíduos; soluções
criativas e uso de tecnologias, novos modelos sustentáveis que acompanhem as mudanças
socioeconômicas e novos desafios; a importância da transparência e engajamento de toda a
sociedade, inclusive de empresas públicas e privadas, comprometidas com a preservação
ambiental, boas práticas e utilização da ESG (Environmental, Social and Governance -
Ambiental, Social e Governança); ODS 9, 11, 14 e 15, da agenda 2030, que trata sobre “
Indústria, inovação e infraestrutura”, “Cidades e comunidades sustentáveis”; “Vida na água”;
“Vida terrestre”.

 Fatores que influenciam as desigualdades socioambientais (3 ª série)


A educação ambiental, de maneira geral, desenvolve o conhecimento ecológico e as
habilidades relacionadas à preservação da biosfera, dos ecossistemas e dos seres vivos que
nela habitam. Além disso, aborda questões inter e transdisciplinares envolvendo fatores
socioeconômicos, pois os impactos ambientais, ocasionados por uma gestão ambiental
insatisfatória, também geram e aumentam as desigualdades sociais entre grupos,
influenciando os aspectos políticos, econômicos e sociais. Geralmente, os grupos minoritários
e as populações marginalizadas são os mais afetados pelas consequências acarretadas pela
utilização inadequada dos recursos naturais e pela falta de gestão sustentável do que as
demais comunidades, favorecendo o aumento de indicadores socioeconômicos insatisfatórios
(PORTO e FINAMORE, 2012),
Este objeto de conhecimento tem como objetivo estimular o engajamento cívico
através da compreensão e análise sobre as questões ambientais, de como ela está
diretamente relacionada ao bem estar da sociedade e como os impactos na natureza
influenciam a disparidade socioeconômica entre grupos. Também aborda a importância da
participação das comunidades afetadas pelos impactos ambientais nas decisões relacionadas
a projetos sustentáveis e programas de conservação.

26
É importante partir do princípio de que nem todos os seres humanos são igualmente
responsáveis pelos problemas ambientais, visto que as proporções variam entre grupos
sociais, países e setores industriais. Um exemplo clássico se mostra na emissão de gases que
poluem a atmosfera, responsáveis pelo aumento exacerbado da temperatura do planeta,
quando comprovadamente, os principais afetados por tal aquecimento são em boa parte de
países do oriente médio, que não contribuem em grande escala para emissão de tais gases.
Assim, a busca por soluções para tais problemáticas e o agir sustentável devem ser
responsabilidade de todos, para que os impactos negativos ao meio ambiente possam ser
evitados ou minimizados em escala local, regional e global.
Nesse sentido, é importante que sejam abordados nesse objeto de conhecimento as
seguintes temáticas:
o Acesso desigual das comunidades de baixa renda quanto aos recursos naturais,
condições atmosféricas, água potável, políticas e serviços públicos
relacionados à saneamento básico, esgoto e reciclagem de resíduos;
o Impactos socioambientais dos grandes projetos de infraestrutura em
comunidades que vivem na região;
o Importância da participação e preservação de grupos étnicos minoritários,
como povos indígenas e quilombolas, para a preservação dos recursos naturais;
o Impactos socioeconômicos da mudança climática ocasionada pela ação
humana nas comunidades mais vulneráveis;
o Participação das minorias e comunidades periféricas nas tomadas de decisões
relacionadas ao meio ambiente, conservação e sustentabilidade.
o ODS 2, 3, 6, 7 e 10, da agenda 2030, que trata sobre “Fome zero e agricultura
sustentável”, “Saúde e bem-estar”, “Água potável e saneamento”, “Energia
limpa e acessível” e “Redução das desigualdades”.

 Consumo, Práticas e Produção Sustentável (3ª Série)


A produção sustentável aborda, principalmente, assuntos relacionados à
responsabilidade social e ambiental. Envolve práticas de consciência ambiental e de prestação
de contas em relação aos impactos sociais e ambientais de todos os setores organizacionais,
civis e públicos. Dentre essas práticas, inclui-se a adoção de práticas éticas, o respeito aos
direitos humanos e o cumprimento de normas e regulamentos ambientais.
Na perspectiva desse universo sustentável, é importante que os docentes orientem os
estudantes a serem agentes de mudança positiva na comunidade local, regional e global
através de conhecimentos e habilidades necessárias para ações relacionadas ao consumo

27
consciente, encorajando-os a enfrentarem os desafios do mundo atual e a construir um futuro
mais sustentável e equitativo.
Este objeto de conhecimento tem como objetivo formar sensibilizadores ambientais
que se envolvam nas ações em prol do meio ambiente, na conservação dos recursos naturais
e na reflexão acerca de suas responsabilidades enquanto seres humanos pertencentes à
natureza, e como cidadãos responsáveis pelo bem-estar da sociedade como um todo. É
importante estimular os estudantes a promoverem tais ações de acordo com sua realidade
local, referências e experiências rotineiras, levando-os a terem uma visão ativa e crítica sobre
a necessidade da conservação do meio ambiente.

Dessa forma, são sugeridas algumas ações, práticas de consumo e soluções


sustentáveis que podem ser trabalhadas com esse objeto de conhecimento, tais como:
consumo sustentável através da adoção de produtos duráveis e reutilizáveis que não agridam
o meio ambiente; disseminação da ESG nas empresas e marcas comprometidas com ações
sustentáveis e de fortalecimento da consciência ambiental; ações simples no dia a dia
relacionadas à economia de energia, água, coleta seletiva, reciclagem, utilização de
transportes alternativos e limpos; fontes de energias renováveis e redução da utilização de
combustíveis fósseis; agricultura e pecuária sustentáveis com ações para diminuição dos
impactos no solo, preservação da biodiversidade e economia de água na produção, redução
ou substituição de agrotóxicos, pesticidas e substâncias químicas; ODS 12, 13 e 17, da agenda
2030, que trata sobre “Consumo e produção responsáveis”; “Ação contra a mudança global
do clima” e “Parcerias e meios de implementação”.

2.5 Dimensão Econômica


A compreensão dos aspectos econômicos e seus mecanismos de funcionamento são
de grande importância para o desenvolvimento pessoal e coletivo dos estudantes. O exercício
desses conhecimentos capacita os indivíduos a tomarem decisões financeiras mais
conscientes, a entenderem o mundo em que vivem e a desenvolverem habilidades analíticas
e empreendedoras que possam ser aplicadas em várias esferas da vida cotidiana, visto que a
interdependência econômica entre as pessoas é evidente na necessidade de trocas e
cooperação para atender às diversas demandas e necessidades da vida em sociedade.
A partir desse ponto inicial, a abordagem dos objetos de conhecimento (Mercado de
trabalho e novas oportunidade de negócios; Relações humanas e trabalho em equipe;
Trabalho voluntário; Saúde e segurança no trabalho) se torna necessária para o efetivo

28
entendimento da dimensão econômica e sua importância na construção da
corresponsabilidade social e empreendedorismo, a saber:
o O Capitalismo, a divisão do trabalho e a produção e distribuição de riqueza;
o As dinâmicas que constroem o mercado de trabalho e as novas formas de
empregabilidade que nele surgem, principalmente com a constante
transformação tecnológica, que ao mesmo tempo elimina e cria novos postos
de trabalho;
o As relações humanas e o desenvolvimento do trabalho em equipe, que exige
esforço coletivo de pessoas com habilidades, interesses, formas de agir e
pensar de maneiras distintas, mas que devem somar esforços em prol de um
objetivo comum a todos;
o O trabalho voluntário que desenvolve o espírito solidário e empático, além de
ser uma forma prática de exercício laboral e também de cidadania,
contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária;
o A saúde e segurança no trabalho, conhecida pela sigla SST, que estabelece
regras e normas de saúde e segurança no ambiente laboral, visando a
prevenção de acidentes, mas principalmente o bem-estar do trabalhador.

A compreensão dos aspectos econômicos e seus mecanismos de funcionamento é


essencial para o desenvolvimento dos estudantes. Conhecer o mercado de trabalho e as
dinâmicas de sua produção permite que os estudantes compreendam as demandas
profissionais em constante mudança e seus lugares nessa rede produtiva. O desenvolvimento
das relações humanas e do trabalho em equipe fortalece habilidades colaborativas e de
resolução de problemas.
O trabalho voluntário contribui para uma sociedade mais justa e proporciona
aprendizado e desenvolvimento pessoal. A preocupação com a saúde e segurança no trabalho
garante bem-estar e produtividade. Ao integrarem esses conhecimentos, os estudantes terão
uma bagagem inicial para enfrentarem os desafios econômicos, enxergarem de maneira
sensível e reflexiva suas trajetórias pessoais e profissionais, e exercerem a
corresponsabilidade social, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e coletivo.

 Mercado de Trabalho e Novas Oportunidades de Negócio (2ª série)


Este objeto de conhecimento tem como principal objetivo contribuir para a inserção
do estudante no mercado de trabalho, de maneira consciente, ativa, proativa, criativa, crítica
e solidária, levando-o a se perceber como sujeito integrante e importante dentro das relações
de trabalho e na construção da sociedade como um todo.
A partir das discussões envolvendo as relações de trabalho e sua evolução ao longo
da história, o estudante deve perceber que as atuais características desse espaço são frutos

29
das interações humanas no aspecto econômico, mas também de debates e movimentos
sociais que buscam estabelecer relações mais igualitárias e justas no mercado entre seus
agentes (empresas, empregadores e trabalhadores), e que os avanços e conquistas de direitos
trabalhistas e previdenciários, por exemplo, são consequência da conscientização dessas
relações, do papel e da importância do trabalhador nesse processo.
Outro elemento importante nesse contexto é a apropriação pelo estudante dos
princípios que norteiam a chamada indústria 4.0. As inovações propostas com base nessa
nova revolução, alteram as relações trabalhistas a partir da velocidade da circulação de
informações pela internet, da inteligência artificial, e do surgimento de novos postos de
trabalho relacionados às ferramentas de comunicação. Para especialistas, tal revolução
também já cria um novo setor econômico, denominado de quarto setor ou setor quaternário,
que engloba as atividades produtivas relacionadas à informação e comunicação digital, e
gerando como produtos a expansão das startups e plataformas de aplicativos e conteúdos
digitais, Uber ou Instagram, por exemplo.
Assim, compreender as transformações nas relações trabalhistas e as novas formas de
produção e interação é essencial para que os estudantes possam se posicionar de forma
competitiva no mercado de trabalho e aproveitar as oportunidades oferecidas pela economia
digital do século XXI.

 Relações Humanas e o Trabalho em Equipe (2ª série)


O objeto de conhecimento em questão deve focar na importância das relações
humanas e do trabalho em equipe que se aplicam tanto no mercado de trabalho, como na
construção da sociedade mais justa e igualitária.
A partir desse viés, é imprescindível despertar e promover ao estudante a mobilização
de habilidades necessárias para que o mesmo possa desenvolver a plena competência da
comunicação, executando-a de maneira clara e coerente, fator esse extremamente
importante e exigido no atual mercado de trabalho, amparado no rápido fluxo informacional,
pois é importante na construção social, já que permite a troca de ideias, conhecimentos,
perspectivas, valores que ajudam na melhor compreensão dos desafios e no surgimento de
soluções para os problemas da sociedade.
Outro fator importante é a possibilidade de desenvolver, junto ao estudante,
competências como a liderança, que sendo exercida com senso de coletividade, pode inspirar
e influenciar positivamente outras pessoas; a responsabilidade social, que é uma competência

30
fundamental no mercado de trabalho e para a sociedade; a consciência coletiva que auxilia
no desenvolvimento da empatia, do pensamento crítico e sensível, e no cumprimento de suas
obrigações, e na tomada de decisões éticas que beneficiam a sociedade e a promoção de
direitos humanos.

 Trabalho Voluntário (3ª série)

O trabalho voluntário, enquanto objeto de conhecimento, busca desenvolver,


junto ao estudante, valores de empatia e solidariedade a partir da compreensão da
realidade do outro. Também abre a possibilidade do estudante desenvolver habilidades
que serão exigidas no mercado de trabalho, além de atuar de maneira efetiva na
construção de uma sociedade mais justa e menos desigual.
A partir das discussões e práticas envolvendo o trabalho voluntário, o
estudante deve perceber ao longo desse processo a importância dessa ação para a
efetiva redução das desigualdades sociais e econômicas no convívio social, o que
culmina na real construção da justiça social. Para além disso, o estudante tem a
possibilidade de desenvolver valores, como a empatia e a solidariedade, a partir do
entendimento ou da vivência de realidades diversas, o que o desenvolve enquanto ser
humano e social.
A prática do trabalho voluntário também abre perspectiva para desenvolver a
experiência profissional a partir da ação efetiva em uma área de trabalho, na ampliação
do círculo social e profissional, através do conhecimento de novas pessoas e grupos
diversos, na prática da responsabilidade individual e corporativa, o que reflete no
comprometimento social dos indivíduos da sociedade, que atuam buscando impactar
positivamente na vida das pessoas.

 Saúde e Segurança no Trabalho (3ª série)


O objeto de conhecimento em questão tem como finalidade demonstrar ao
estudante a existência e importância das principais normas e leis de segurança relativas ao
trabalho e à saúde do trabalhador, aos principais riscos ocupacionais catalogados, aos
equipamentos necessários à proteção individual e coletiva, mas, principalmente, evidenciar o
papel dessas leis e procedimentos para o bem-estar do trabalhador no seu ambiente laboral,
o que gera o bom andamento das atividades econômicas.
A construção deste objeto de conhecimento deve permitir ao estudante entender que
a saúde e a segurança do trabalhador têm influência direta na maior produtividade e eficiência

31
das atividades econômicas, visto que o funcionário em boas condições de saúde tem menor
probabilidade de faltar ao trabalho e de se ausentar por doenças ou lesões, não afetando a
produtividade devido às ausências. Outro aspecto importante diz respeito à redução de custos
relativos a acidentes de trabalho, já que a ocorrência de acidentes laborais gera despesas
significativas, incluindo cuidados médicos, licenças remuneradas, indenizações e substituição
de funcionários.
Por fim, é necessário consolidar, junto ao estudante, que o respeito, o cumprimento
e o investimento na segurança e saúde do trabalhador beneficiam toda uma cadeia produtiva,
que vai do trabalhador, enquanto ser individual, a todo tecido económico existente.

32
3 ORGANIZADOR CURRICULAR DE CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E
EMPREENDEDORISMO
O Organizador Curricular de Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo foi
elaborado em torno dos dois eixos temáticos - Participação Social (2º ano) e Intervenção
Social (3º ano) - com suas respectivas dimensões.
No organizador, você, professor (a), terá sugestões de conteúdos, metodologias e
referências relacionadas a cada objeto de conhecimento, a fim de subsidiar o professor
quanto ao planejamento das aulas.
Vale ressaltar que o organizador, por possuir um caráter sugestivo quanto aos
conteúdos, metodologias e referências, garante a possibilidade de ampliação dos mesmos em
suas aulas, desde que haja uma relação direta com o objeto de conhecimento proposto.

3.1 Organizador Curricular do Eixo de Participação Social (2ª série)

DIMENSÃO SOCIAL

Objetos de Sugestões de conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências


Conhecimento

Contexto histórico- Exposição com obras Composição étnica do


político da formação pictóricas e fotográficas Brasil
étnico-cultural brasileira criadas pelos estudantes a Composição étnica do
e maranhense; partir da temática “Os traços Brasil
étnico-culturais brasileiros -
Os traços étnico-culturais formação
Matriz Étnico- brasileiros - formação da maranhense";
da cultura O que são ações
Cultural do Povo cultura maranhense;
afirmativas?
O que são ações
brasileiro
Júri simulado a partir da afirmativas? | Politize!
Etnocentrismo,
temática “Empoderamento
Relativismo Cultural e
social e as políticas afirmativas Apropriação cultural
Diversidade
de valorização étnico-cultural; VOCÊ SABE O QUE É
Racismo e discriminação APROPRIAÇÃO
Sala de aula invertida, com CULTURAL? | CNN
A Aculturação, o utilização de textos e/ou Tonight
hibridismo cultural, e vídeos a partir da temática “A
apropriação cultural; aculturação, hibridismo
cultural e apropriação
Empoderamento social e cultural;”
as políticas afirmativas
Visitas a museus e casas de

33
de valorização étnico- cultura.
cultural;
Roda de conversa com
História e elementos das grupos, coletivos ou
religiões de Matriz- lideranças
Africana e dos Povos de
Terreiro. Leitura e debate em torno de
alguma obra literária que
aborde algum dos conteúdos
referentes ao objeto “Matriz
étnico-Cultural do Povo
brasileiro”

Feira cultural com pesquisa,


produção e apresentação de
pinturas, fotografias,
esculturas, vídeos, danças,
livros, músicas, gastronomia,
elementos religiosos,
vestimentas, etc retratando as
matrizes étnico-culturais do
povo brasileiro.

Contexto histórico e lutas Teatro Invisível em torno do Técnica do teatro


sociais pela inclusão; conteúdo Inclusão Social e invisível
Qualidade de Vida; <TÁTICA: Teatro Invisível.
Diversidade, minorias e a Com a contribuição de
inclusão social; Teatro Fórum: desenvolver Tracey Mitchell | by Escola
em sala de aula encenações de Ativismo | Medium>
Inclusão social na escola, teatrais usando a técnica de
esporte e no trabalho; teatro fórum, em torno de Técnica de Teatro Fórum
temática “Diversidade, <https://utida.medium.co
Inclusão social e m/parte-3-teatro-imagem-
minorias e inclusão social”
qualidade de vida; e-teatro-f%C3%B3rum-
f46dc94cc2cd>
Construção de paródias
com o conteúdo
Inclusão social Inclusão digital;
Diversidade, minorias e a
Inclusão Social
Inclusão social: o que é,
inclusão social;
aplicação, leis, exemplos
Exibição e debate em torno
Educação Inclusiva
de filmes que abordam
Educação Inclusiva ::
temas relacionados à
Acolhimento na escola
inclusão social.

Produção de podcasts
abordando temas
relacionados à inclusão
social.

34
Entrevistas semiestruturadas
com pessoas de terceira idade
(os temas a serem
contemplados nas entrevistas
ficarão a cargo dos professores
e estudantes)

Prática esportiva adaptada


em parceria com o professor
de Educação Física e roda de
conversa para exposição dos
comentários dos estudantes
sobre a atividade;

Dimensão Política
Objetos de
Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências
Conhecimento
Direitos Humanos: Elaboração de mural criativo O que são os direitos
concepções e com imagens e reportagens humanos - O que são
importância; para promover o debate direitos humanos?
sobre a violação dos Direitos
Surgimento dos Direitos Humanos; Direitos humanos:
Direitos Humanos Humanos: Revolução Surgimento e aplicação
Americana e Revolução Júri-simulado a partir de um prática - Direitos
Francesa; caso famoso (Desrespeito aos Humanos: o que são,
Direitos Humanos) que pode artigos e como surgiram -
Primeira, segunda e ser sugerido pelos próprios Brasil Escola
terceira dimensão estudantes;
histórica dos Direitos Declaração dos direitos
Humanos; Seminário sobre os Direitos do homem e cidadão
fundamentais existentes na (Revolução Francesa) - A
Tratados e convenções Constituição Federal Declaração dos Direitos
de Direitos Humanos: brasileira de 88 e se eles são do Homem e do Cidadão
Declaração Universal dos respeitados na prática na de 1789 - Brasil Escola
Direitos Humanos da sociedade brasileira;
ONU; Declaração universal dos
Sala de aula invertida sobre direitos humanos da
Direitos Fundamentais como as revoluções ONU - Declaração
na Constituição Brasileira americana e francesa Universal dos Direitos
de 1988; influenciaram o mundo Humanos - Brasil Escola
ocidental e a busca pelos
direitos humanos; Gerações dos Direitos
Humanos - Direitos
Criação, em equipe, de uma humanos: conheça as
campanha publicitária três gerações! | Politize!
(audiovisual) sobre Direitos
Humanos. Direitos fundamentais na

35
Concurso de redação sobre CF/88 Brasil - Direitos
algum tema (a ser escolhido Fundamentais - Artigo de
pelo(a) professor(a) Direito Constitucional
relacionado aos Direitos
Humanos.

Poder público: Conceito Rotação por estações com O que é poder público -
e importância; temática sobre os três https://eutenhodireito.com
poderes da república .br/poder-publico-
Os três poderes da (Executivo, Judiciário e significado/
Poder Público república democrática Legislativo), suas Poder público:
brasileira: Executivo, características, importância - Poder
Legislativo e Judiciário; representantes, competência público - O que é, conceito
e formas de atuação; e definição
Estrutura da organização
pública: Federal (União), Debate sobre o que é o O que são os três
Estados e Municípios; poder público e qual sua poderes - A separação dos
três poderes: Executivo,
função na sociedade;
Estado: Organização Legislativo e Judiciário |
político administrativa - Politize!
Visita técnica em órgãos da
Função, elementos
administração pública; Organização político
formadores e tipos;
administrativa brasileira -
Democracia: Conceito, Debate sobre a importância Da organização politico
tipos e importância da democracia para a adminstrativa das
construção de uma sociedade competência da união,
mais justa; estados e municipios |
Jusbrasil

Estado: Importância -
Estado: o que é, origem,
função, tipos - Mundo
Educação

O que é Democracia - O
que é democracia?
Aprenda agora em até 10
minutos | Politize!

Dimensão Ambiental

Objetos de Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referência


Conhecimento
Crescimento Apresentação de situação Artigo: Controle de
Impactos populacional e problema sobre crescimento Natalidade: a aplicação das
teorias e políticas
Socioambientais influência da populacional desordenado,
populacionais. Gonçalves e
indústria/tecnologia na falta de políticas públicas e os
causados pela ação Ferraz. acesso em
produção excessiva de impactos ambientais.
humana bens e consumo; 2021_03_1145_1182.pdf
(cidp.pt)
Pesquisa bibliográfica acerca

36
Utilização de energia do Crescimento populacional As mudanças na
não renovável e seus global, desenvolvimento população global,
impactos na saúde dos industrial nos países centrais prestes a atingir 8
seres vivos; (desenvolvidos) e periféricos bilhões -
(em desenvolvimento); As mudanças na população
Relação entre expansão global, prestes a atingir 8
desregulada do Júri Simulado com tema: bilhões - YouTube
agronegócio e Origem dos problemas e
diminuição da impactos ambientais a partir Aumento populacional e
biodiversidade; do ponto de vista das teorias degradação ambiental: a
Neomalthusiana e conta que não quer
Poluição da água pela Reformista/Marxista. fechar. Reis Friede - Vista
ação humana e a falta do AUMENTO
POPULACIONAL E
de tratamento de Pesquisa de campo sobre
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL:
esgoto e resíduos poluição da água; tratamento
a conta que não quer
químicos; de esgoto. fechar (unisuam.edu.br)

A cultura da produção- Criação de um formulário, COM-VIDA - PORTARIA


consumo e o conceito por meio do Google Forms, Nº 128, DE 14 DE
Gestão Sustentável de sustentabilidade; com questões envolvendo as FEVEREIRO DE 2023 -
e uso eficiente dos práticas de consumo de cada Portaria-no-128-2023-
Utilização de Produtos
recursos naturais estudante e da escola em Implantacao-COMVidas-
não testados em comparação às suas práticas Versao-Final.pdf
animais (Cruelty free) e sustentáveis. (educacao.ma.gov.br)
de origem biológica
(Bioprodutos); Construção coletiva de Formando
quadros comparativos sobre COM-VIDA
A agenda 2030 e os as práticas consumistas e as Comissão de Meio
objetivos do práticas sustentáveis. Ambiente e
desenvolvimento Qualidade de Vida na
sustentável (ODS 9, 11, Produção de vídeos a partir Escola -
14 e 15); de temáticas como a cultura formando_com_vida_ag
do consumo, consumo enda21_na_escola.pdf
Conselhos, Comitês e
consciente e sustentável (educacao.ma.gov.br)
Comissões de Meio
dentro e fora da escola.
Ambiente e Qualidade
Bioindustria do futuro:
de Vida nas Escolas-
Debates sobre possíveis bioprodutos -
COM-VIDA;
soluções e planos de ação BIOINDUSTRIA do
para combate ao FUTURO: Bioprodutos -
consumismo e desperdício; YouTube

Produção de campanha de Ipea - Ipea - Objetivos do


conscientização sobre o Desenvolvimento
cuidado com o meio Sustentável
ambiente e consumo
consciente.

37
Dimensão Econômica

Objetos de
Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências
Conhecimento

Contexto histórico e Exibição de vídeos sobre Google Primer - Como


avanços legislativos (leis Indústria 4.0, seus produtos e desenvolver um negócio
trabalhistas, previdência inovações propostas. - Cresça com o Google
social, Código de Defesa
do Consumidor); Palestras e rodas de O que é a indústria 4.0 -
conversa com advogados Indústria 4.0: o que é,
Como se preparar para a sobre a importância das leis conceitos, fundamentos
Mercado de indústria 4.0?; trabalhistas, previdência e seus impactos
trabalho e as novas social e código do
oportunidades de Startups, consumidor (CDC). Características,
Microempreendedor vantagens, desvantagens
negócios Individual e novas formas Realização de palestras com e desafios da indústria
de empreender; convidados sobre Startups, 4.0 no mundo e Brasil -
Micro Empreendedor Indústria 4.0: o que é,
Trainees, digitais individual (MEI) e novas consequências, impactos
influencers, home office e formas de empreender e positivos e negativos
flexibilizações de novas profissões. [Guia Completo] - FIA
trabalho;
Feiras de profissões; O que é uma Startup - O
que é uma startup? -
Visitas técnicas em Sebrae
universidades, empresas e
indústrias. Características de uma
Startup e como
desenvolver uma - O que
é uma startup?
Definição, objetivos e
como montar a sua!

Relações humanas e Aplicação de testes de Teste vocacional - Teste


comunicação eficaz no aptidão acerca de habilidades Vocacional – Educa Mais
trabalho; pessoais e profissões. Brasil

Trabalho em equipe Rotação por estações com Teste vocacional


(empatia, liderança, foco nas principais “pravaler” - Faça o Teste
Relações Humanas capacidade de resolução habilidades exigidas para o Vocacional Online Grátis
e o trabalho em de problemas, escuta trabalho em equipe | PRAVALER
ativa, habilidades de (Liderança, empatia,
equipe
comunicação, comunicação ativa, Questionário sobre perfil
capacidade capacidade organizacional, profissional - Você sabe
organizacional, responsabilidade, qual é o seu perfil
flexibilidade, proatividade). profissional? Descubra
neste teste vocacional

38
responsabilidade, Debate e/ou palestras sobre
motivação); a importância da Importância do trabalho
comunicação clara para o em equipe - Qual é a
Perfis de liderança no mercado de trabalho. importância do trabalho
mercado de trabalho e em equipe para sua
sociedade. carreira?

Habilidades importantes
no mercado de trabalho -
14 habilidades mais
valorizadas no mercado
de trabalho

Chefia e liderança -
Diferença entre líder e
chefe: principais
diferenças entre os dois
papéis - FIA

Importância da
comunicação no
mercado de trabalho -
Importância da boa
comunicação na empresa
- Zoho Blog

Importância da
comunicação em startup
- Comunicação no
ambiente de trabalho:
importância e ações

39
3.2 Organizador Curricular do Eixo de Intervenção Social (3ª Série)
Dimensão Econômica

Objetos de
Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências
Conhecimento

Movimentos sociais; Projeto Interdisciplinar: Movimentos Sociais


produção de peças teatrais a O que são movimentos
Moda preta (oficina); partir do tema “Bullying sociais? | Politize!
(Automutilação e suicidio);
Ambiência racial;
Palestra com estudante Bullying - O bem-
Projeto de marketing sucedido método para
protagonista membro do
étnico racial;
Visibilidade Étnico- grêmio estudantil; acabar com o bullying
racial, Movimento feminista; nas escolas
Empoderamento Roda de conversa sobre a
Social e Empobrecimento temática Empoderamento Ocupações Estudantis
Protagonismo menstrual; Social;
Ocupações Estudantis
Empoderamento trans; Reprodução Integral ou (2016) | Libreflix
parcial de documentários
Movimento estudantil e sobre Movimentos Sociais; Sobre Vivências -
empoderamento dos Documentário LGTBQIA+
estudantes maranhenses
Sobre Vivências -
(urbano, campo,
Documentário LGBT
quilombola, indígena);

Grêmios, clubes;

Projeto de intervenção
na escola;

Bullying (Automutilação
e Suicídio);

Memória da 3ª idade; Leitura em grupo de Estatuto do Idoso


capítulos do Estatuto do Estatuto do Idoso
Protagonismo na terceira
Idoso e debate sobre os
idade; Depressão na terceira
principais problemas
idade:
Perigos do isolamento na enfrentados na terceira https://www.youtube.co
terceira idade; idade. m/watch?v=DZPSzCa7n6
c
Tecnologia e terceira
Visita a um asilo para a
idade; Sexualidade na terceira
observação e posterior
idade
debate sobre Direito dos
Documentário:
idosos; Sexualidade na terceira

40
Vida social na Benefícios da vida social idade
terceira idade para um envelhecimento Mural de fotografias dos Tecnologia e terceira
saudável; avós dos estudantes e idade

Fatores limitadores de contação de histórias em sala Tecnologia na terceira


convívio social na de aula; idade: risco ou
terceira idade; benefício? | Aconchego
Projeto de intervenção a Idosos
Problemas de saúde na partir da coleta de materiais
terceira idade
de higiene para doação em
ocasionados pela falta de
convívio casa de apoio de idosos;
social;responsabilidade,
motivação); Promoção de uma ação
social (com atividades
variadas) cujo público alvo
será formado por pessoas de
terceira idade.

Dimensão Política

Objetos de Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências


Conhecimento
O que são políticas Organizar visitas às Portais virtuais sobre
públicas? Quem faz? Para instituições, orgãos Direitos Humanos Instituto
quem são destinadas ? públicos e secretarias que Vladimir Herzog
desenvolvam políticas https://www.rebedh.com.br
Políticas Públicas públicas sobre Direitos /
Afirmativas e Humanos;
socioambientais; ODS (Objetivos de
Visitação a portais virtuais Desenvolvimento
Políticas Públicas de para identificação de Sustentável)
Segurança e direitos ações afirmativas que Objetivos de
humanos; possam incentivar ações Desenvolvimento
mobilizadoras sobre Sustentável | As Nações
Políticas Públicas questões pontuais vividas Unidas no Brasil
na escola;
O que são e para que
Estudo prévio sobre os servem as políticas públicas -
ODS (Objetivos de Políticas Públicas: entenda o
Desenvolvimento que são, para que servem e
Sustentável) para veja exemplos
incentivar a organização
de ações de intervenção Políticas públicas e suas
na escola; definições e aplicações

41
práticas - Políticas Públicas:
Estudo de caso sobre a o que são e para que
aplicação de políticas servem? | Politize!
públicas na comunidade
do espaço escolar;

Organização da Sociedade Visita junto às O que é uma Organização da


Civil (OSC) e seus Organizações do terceiro Sociedade Civil -
integrantes; setor; Organização da Sociedade
Civil: O que é, Tipos e
Setores da sociedade: Pesquisa de campo sobre Importância - FIA
Primeiro, Segundo e possíveis ações da
Terceiro; sociedade civil no espaço Setores da Sociedade -
escolar e seu entorno; Conheça os três setores que
Terceiro Setor e
compõem a nossa sociedade
organizações sem fins
Seminário sobre os | Generation Brazil
lucrativos;
setores da sociedades;
OEA - Organização dos Terceiro setor da sociedade -
Exposição de importantes Terceiro Setor. O terceiro
Sociedade Civil estados americanos;
Organizações da setor da sociedade - Brasil
sociedade civil existentes Escola
no Brasil e seu campo de
atuação; Terceiro setor da sociedade
no Brasil - Terceiro setor: 4
pontos para entender |
Politize!

Organização dos Estados


Americanos (OEA) -
Organização dos Estados
Americanos (OEA) - Brasil
Escola

Dimensão Ambiental

Objetos de Sugestões de Conteúdos Sugestões de Sugestões de Referências


Conhecimento Metodologias

Distribuição desigual dos Rotação por estações Ipea - Ipea - Objetivos do


recursos naturais; sobre as consequências e Desenvolvimento Sustentável
os impactos das
Acesso de grupos desigualdades Grandes projetos e conflitos
marginalizados à serviços socioambientais e socioambientais na Amazônia
ambientais essenciais; possíveis soluções; o uso desigual dos recursos
naturais como causa?

42
Fatores que Pesquisa de campo nas 221111067.pdf
Situação de comunidades
influenciam as comunidades em torno da (editoracientifica.com.br)
afetadas por poluentes escola para análise de
desigualdades industriais e projetos de problemas Fundação Nacional dos Povos
socioambientais infraestrutura; socioambientais como Indígenas - O Brasil Indígena
condições de moradia, (IBGE) — Fundação Nacional
A agenda 2030 e os trabalho, assistência dos Povos Indígenas
objetivos do médica, educação e meio (www.gov.br)
desenvolvimento ambiente;
sustentável (ODS 2, 3, 6, 7 Conflitos, mobilizações e
e 10); Confecção de um participação
Projeto/Plano de ação de institucionalizada: a relação
como a comunidade entre a sociedade civil e a
escolar poderia contribuir construção de grandes obras
com a diminuição das de infraestrutura. -
desigualdades
socioambientais na
escola, na comunidade e td_2231.pdf (ipea.gov.br)
na cidade;

Relatório sobre os
resultados obtidos com as
ações propostas no
projeto para diminuição
das desigualdades
socioambientais.

Os 10 R’s da Roda de conversa sobre Ipea - Ipea - Objetivos do


sustentabilidade as aplicações viáveis e Desenvolvimento Sustentável
(recusar, repensar, não viáveis dos 10 R´s;
reduzir, reutilizar, ESG: o que muda no mundo
reparar, recondicionar, Pesquisa sobre ações das dos negócios? - ESG: O Que
remanufaturar, relocar, empresas/corporações/in Muda No Mundo Dos
reciclar e recuperar).; stituições que trabalham Negócios? | Marta Camila
Consumo, Práticas
com o conceito ESG Carneiro | TEDxCarioba -
e Produção Os transportes (sustentabilidade YouTube
Sustentável alternativos/limpos e ambiental, social e de
fontes de energias governança corporativa); Como a economia circular
renováveis; pode ajudar as empresas a
Plano de ação com reduzir consumo de água. -
Economia de água nas práticas ligadas à ESG que cnn (usp.br)
cidades e sua utilização podem ser aplicadas
na agropecuária; dentro da escola; Os 10 R´s da sustentabilidade
dos plásticos - Os 10 R's da
ODS como guia para as Produção de podcasts ou SUSTENTABILIDADE dos
práticas ESG (do inglês de videocast abordando plásticos | UP - Universo
Environmental, Social possíveis soluções Plástico
and Governance); sustentáveis para os
impactos ambientais que

43
acontecem dentro e ao
redor da escola;

Dimensão Econômica

Objetos de Sugestões de Conteúdos Sugestões de Metodologias Sugestões de Referências


Conhecimento
Concepções sobre o Roda de conversa sobre a Importância do trabalho
trabalho voluntário; temática do trabalho voluntário - Importância do
voluntário; trabalho voluntário: saiba
Lei 9.608 que trata do mais sobre essa prática
serviço voluntário no Exposição sobre as formas
Brasil; existentes de trabalho O que são ONG ́s e sua
voluntário; importância - ONGs: o que
Tipos de trabalho são e por que são
voluntário (ONGs, animais Visita a ONG´s e importantes? » NAAÇÃO
e meio ambiente, em organizações voltadas
Trabalho troca de hospedagem, para o trabalho Relação entre o trabalho
Voluntário ensino de habilidades); assistencial e voluntário voluntário e mercado de
(orfanatos, hospitais, trabalho - Entenda a relação
Trabalho voluntário e associações comunitárias). entre trabalho voluntário e
currículo; carreira profissional
Criação e execução de
Trabalho voluntário vs projeto e ação de trabalho Trabalho voluntário no
mercado de trabalho; voluntário no ambiente currículo - Como adicionar
e/ou comunidade escolar, um trabalho voluntário ao
ONG´s e entidades seu currículo - Blog de
voltadas ao trabalho recrutamento e seleção da
assistencial; Reachr

Debate sobre o trabalho


voluntário como meio de
aplicação de habilidades
exigidas no mercado de
trabalho;

Saúde e segurança Visita técnica em Segurança no trabalho -


ambiental no Brasil; indústrias e empresas com Segurança e Saúde no
foco na prevenção de Trabalho: tudo sobre as
acidentes de trabalho;

44
Riscos ocupacionais normas e leis - Portal da
(Ambientais, ergonômicos, Exposição sobre os Indústria
Saúde e acidentes, biológicos, principais acidentes de
Segurança no físico, químico); trabalho registrados no Principais riscos
Brasil junto ao ministério operacionais e siglas - Riscos
Trabalho
Equipamentos de do trabalho e suas Ocupacionais: conheça os
proteção coletiva e soluções; principais - Segurança tem
individual.; Futuro
Palestra com profissionais
Acidente de trabalho; da área de segurança do Prevenção de acidentes de
trabalho sobre a trabalho - Prevenção de
Segurança e saúde no importância da temática acidentes: 11 dicas de
trabalho 4.0; para o trabalhador e para Segurança do Trabalho
as empresas;
Lei 6.514 – Consolidações
das Leis do Trabalho, Palestra com médicos e Importância dos EPI´s na
relativo à segurança no psicólogos sobre a saúde e segurança no
trabalho e dá outras importância da saúde trabalho (SST) - EPI: o que é,
providências; mental dos trabalhadores; como utilizar e por que é tão
importante
Saúde mental dos
trabalhadores; Importância da saúde
mental no ambiente de
trabalho - Qual a
importância da saúde
mental no trabalho?

Síndrome de Burnout -
Síndrome de Burnout —
Ministério da Saúde

45
4 O ENSINO E A APRENDIZAGEM EM CORRESPONSABILIDADE SOCIAL E
EMPREENDEDORISMO
Na atual configuração do Ensino Médio, é importante que o professor assuma um
papel de mediador do processo de ensino e aprendizagem, na medida em que ele cria um
ambiente de aprendizagem participativo e colaborativo a partir de estratégias pedagógicas
que possibilitem aos estudantes se envolverem ativamente no processo de construção do
conhecimento. Enquanto facilitador do processo de aprendizagem, o caderno deve
desempenhar o papel de curador e de orientador:
“Curador, que escolhe o que é relevante entre tanta informação disponível e
ajuda a que os alunos encontrem sentido no mosaico de materiais e
atividades disponíveis. Curador, no sentido também de cuidador: ele cuida
de cada um, dá apoio, acolhe, estimula, valoriza, orienta e inspira. Orienta a
classe, os grupos e a cada aluno. Ele tem que ser competente
intelectualmente, afetivamente e gerencialmente (gestor de aprendizagens
múltiplas e complexas) ”. (MORÁN, 2015, p.24)

Em Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo, essa função ganha ainda mais a


singularidade da ação mediadora, uma vez que o componente exige que a escola funcione
como um local que cria as condições, espaços e oportunidades para que o estudante se veja
participando ativamente da vida em seus distintos âmbitos. Esse é o tipo de sujeito que
espera-se ajudar a compreender o mundo, a se situar o ambiente em que está inserido,
compreendendo as com suas diferentes nuances e perspectivas de uma convívio social:
indivíduos que não se percebam alheios, indiferentes e impotentes diante das problemáticas
sociais que os cercam, o que reforça a necessidade e a importância dos educadores criarem
as mais variadas estratégias pedagógicas para que os estudantes construam e vivam essa
identidade corresponsável e empreendedora.
Um grande avanço no ensino médio brasileiro que auxilia nesse processo formativo
são os "eixos estruturantes", que foram instituídos a partir da sintetização das Competências
Gerais da BNCC, para direcionarem os procedimentos metodológicos da parte diversificada,
garantindo o desenvolvimento de habilidades específicas relacionadas ao pensar e fazer
científico, criativo, voltadas para a convivência e atuação sociocultural e habilidades
relacionadas ao autoconhecimento, empreendedorismo social e Projeto de Vida.
Dessa forma, os eixos estruturantes de Investigação Científica, Processos Criativos,
Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo devem nortear os procedimentos

46
metodológicos que o docente irá desenvolver nas aulas de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo, a fim de garantir aos estudantes diferentes situações de aprendizagem
em torno das áreas de conhecimento e oportunizar aos mesmos a possibilidade de mobilizar
competências e habilidades em torno de problemáticas e temas oriundas dos objetos de
conhecimento propostos para cada eixo temático e em suas respectivas dimensões.
Figura 6 - Eixos Estruturantes BNCC

Fonte: Elaborado por Cardozo (2023), a partir da ferramenta Canva.

O que espera-se que o(a) docente compreenda e vivencie em suas aulas é que a
aplicação de habilidades investigativas, criativas, empreendedoras e de mediação social e
cultural por parte dos estudantes, diante das problemáticas que ele(a) irá propor e construir
juntamente com eles, possibilitará na construção de sujeitos críticos, autônomos,
empreendedores sociais, ativos e participativos da vida em sociedade.

4.1 Plano de Atividade Docente


Para auxiliar na elaboração do Plano de Atividade Docente - PAD, foram elaboradas e
sugeridas algumas etapas e perguntas norteadoras para o planejamento e condução do
processo de ensino-aprendizagem:

47
a) Delimitação dos conteúdos sugeridos com base em objetivos claros
É de grande relevância no componente de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo que o professor tenha clareza dos saberes que os estudantes devem
adquirir e construir em cada ação proposta. Para tanto, poderá orientar-se em perguntas
como:
o O que esses estudantes precisam aprender sobre esse tema/conteúdo?
o Dentre as sugestões de conteúdo, o que é mais significativo e estruturante para que
os estudantes aprendam? O que é mais importante trabalhar nesse período?
o Como trabalhar esse conteúdo para que sejam mobilizados saberes mais próximos da
realidade dos seus estudantes?
o Quais conteúdos o professor pode propor, além dos sugeridos, para ampliar a
aprendizagem?

b) Problematização
No processo de ensino e aprendizagem de Corresponsabilidade Social e
Empreendedorismo é fundamental que o professor, no andamento das aulas, apresente aos
estudantes problemáticas oriundas dos conteúdos, para que competências e habilidades
adquiridas na formação geral básica sejam mobilizadas no intuito de promoverem a
participação e/ou intervenção social.
Para direcionar a elaboração da problematização, algumas indagações podem se fazer
pertinentes:
o Quais fatores, aspectos ou fenômenos relacionados a essa problemática fazem parte
da realidade dos estudantes?
o Quais práticas pedagógicas e recursos o professor pode utilizar para provocar a
curiosidade dos estudantes face ao tema que será abordado?
o Quais objetivos específicos do eixo temático o professor espera desenvolver junto aos
seus estudantes a partir desta problemática?

c) Desenvolvendo a aula/ Procedimentos Metodológicos


Uma vez explorados os saberes prévios dos estudantes e problematizadas as questões
em torno do conteúdo, caberá fazer o levantamento de quais atividades podem ser
elaboradas a partir das perguntas:
o Que atividades podem ser organizadas para ampliar, aprofundar, reforçar e/ou
modificar os conhecimentos iniciais?
o Qual (Quais) metodologia (s) utilizar para que o aluno aja de maneira
participativa e autônoma?

48
o Quais experiências práticas, em torno das problemáticas sugeridas, posso
propor para que os estudantes mobilizem competências e habilidades?
o Quais procedimentos diversificados de aprendizagem ativa podem ser
propostos para que o conteúdo seja abordado de maneira atrativa e
significativa?
o Quais recursos precisam ser utilizados para o desenvolvimento dessa
metodologia? Eles são viáveis?

d) Processos Avaliativos
O processo avaliativo é uma estratégia imprescindível, pela qual o docente buscará
meios (formas e instrumentos) para refletir sobre o alcance dos objetivos propostos para cada
eixo temático e, consequentemente, possibilita atribuir uma nota para registrar a evolução do
desempenho do estudante, considerando as atividades propostas. De acordo com o Caderno
de Gestão Pedagógica:
[...] a Avaliação Formativa deve ganhar destaque, devendo ser tratada como
avaliação PARA A APRENDIZAGEM e não somente AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM, uma vez que, por meio da Avaliação Formativa, é possível
avaliar o alcance de todos os objetivos de aprendizagem da ação pedagógica
proposta. Para cumprir seu papel pedagógico, a Avaliação Formativa deve
ser executada em três etapas: primeira, compreender os objetivos de
aprendizagem, isto é, onde o estudante deve chegar; segunda, selecionar os
instrumentos adequados e desenvolver atividades que forneçam evidências
sobre o estágio de aprendizagem em que o estudante se encontra; e,
terceira, fornecer devolutivas que propiciem o progresso de cada estudante.
(MARANHÃO, 2023, p.22)

Sendo assim, formas avaliativas como autoavaliação, seminários, experimentos,


pesquisas, produções textuais, elaboração de projetos, produções de campanhas de
participação e intervenção social, dentre outros, podem ser importantes instrumentos
avaliativos no componente curricular. Além disso, a avaliação diagnóstica é essencial para a
verificação do conhecimento prévio dos estudantes e posterior planejamento.
A capacidade de tomar iniciativa e de liderar, propor projetos sobre situações
incidentes na escola, ter empatia e confiança para com seus pares, participar nos espaços
auto-organizados, deliberativos e movimentos da escola como grêmios estudantis ou COM-
VIDA, etc., podem ser utilizadas como estratégias nos processos avaliativos.

SE LIGA!!

Depois de ter visto toda a dinâmica e importância do componente de


Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo, é importante observar como se dá a

49
construção do Plano de Atividade Docente nos dois Eixos Temáticos (Participação Social e
Intervenção Social). Por isso, trouxemos no caderno dois modelos de PAD’s para você:

o PAD Bimestral do Eixo de Participação Social, dimensão ambiental com os 02


objetos de conhecimento;
o PAD Bimestral do Eixo de Intervenção Social, dimensão econômica com apenas
01 objeto de conhecimento.

Ressaltamos que este caderno de orientações não tem como objetivo apresentar
sequências didáticas para cada objeto de conhecimento do componente, tendo em vista que
as formas como eles serão trabalhadas dependerá da realidade na qual os estudantes estão
inseridos.
Nos modelos de PAD abaixo, é interessante notar como os Eixos Estruturantes
nortearam os procedimentos metodológicos, a fim de que os estudantes tenham a
oportunidade de aplicarem competências e habilidades diante de problemáticas e temáticas
oriundas dos objetos de conhecimento.
Esse é o exercício necessário para atingir o objetivo formativo principal deste
componente, que é a de ajudar na formação de sujeitos mais responsáveis e empreendedores
sociais.
Então aí vamos nós!

50
 Modelo de PAD Bimestral do Eixo de Participação Social, com foco na Dimensão Ambiental,
sendo trabalhados os dois objetos de conhecimento

Escola: CE Estado do Maranhão

Ano/série: 2ª série Turma: 200 Período: 3º

Professor: Maria Luiza Data: 03/08 – 15/10

Eixo Temático: Dimensão: Ambiental


Participação Social

Objeto de Conhecimento: - Impactos Socioambientais causados pela ação humana;


- Gestão Sustentável e uso eficiente dos recursos naturais

Conteúdos

o Crescimento populacional e influência da indústria/tecnologia na produção excessiva de bens e


consumo.
o Utilização de Produtos não testados em animais (Cruelty free) e de origem biológica
(Bioprodutos).
o Objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS) 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura.
o ODS 11: Cidades e comunidades sustentáveis.

Procedimentos metodológicos

1 - Apresentação de situações problema sobre crescimento populacional e sua relação com os


impactos ambientais: será abordado com os estudantes os diversos tipos de problemas
socioambientais e, a partir desse ponto, será discutida a correlação dessas problemáticas com o
crescimento populacional desordenado e com a produção excessiva de bens e consumo.
2 - Pesquisa Científica através de levantamento de artigos científicos sobre ações sustentáveis: os
estudantes farão um levantamento bibliográfico sobre teorias demográficas, impactos
socioambientais, práticas sustentáveis e ODS com o objetivo de terem embasamento para a
construção do formulário e quadro propostos no procedimento 04 e 05.
3 – Discussão sobre as práticas ambientais na escola e na comunidade: após a discussão sobre os
principais impactos socioambientais, os estudantes serão levados a analisar as práticas da escola e da
comunidade que favorecem ou que minimizem essas problemáticas. Serão discutidas possíveis
práticas relacionadas ao uso de materiais, produtos, consumos e a situação ambiental do entorno da
escola a partir do aspecto ambiental e social.
4 – Aplicação de formulário sobre as práticas de consumo na rotina: os estudantes criarão, através
do Google Forms, um formulário com questões objetivas sobre ações de suas rotinas voltadas para o
consumo de água, consumo de energia, consumo de plástico, transportes utilizados, combustíveis,

51
alimentação, produtos tecnológicos, utilização de bioprodutos e produtos não testados em animais,
materiais sustentáveis, entre outros, a depender da criatividade dos estudantes, para ser respondido
pelos mesmos e também profissionais da escola.
5 – Criação de um quadro comparativo sobre práticas de consumo e práticas sustentáveis na rotina:
os estudantes serão divididos em grupos e organizarão quadros comparativos sobre ações que
possuem impactos socioambientais negativos versus práticas sustentáveis dentro de suas rotinas.
6 – Criação de um vídeo sobre as práticas de consumo listadas no quadro comparativo e ações
sustentáveis dentro e fora da escola: a partir do quadro comparativo, os estudantes elaborarão um
vídeo ou videocast sobre os impactos positivos e negativos que suas práticas diárias podem acarretar
ao meio ambiente e à sociedade. Além disso, discutirão possíveis planos de ação que diminuam os
impactos negativos do consumo, envolvendo os ODS.
7 – Culminância na Feira de Ciências da escola com apresentações dos vídeos: os grupos
apresentarão os vídeos/vídeocasts na Feira de Ciências para a comunidade escolar e discutirão as
possíveis ações sustentáveis que poderão contribuir com a diminuição dos impactos ambientais
dentro e fora da escola.

Procedimentos Avaliativos

1 – Participação nas relações das situações problema;


2 – Produção textual sobre os assuntos do levantamento bibliográfico;
3 – Criação do formulário, análise dos resultados para compilação dos dados e organização do
quadro comparativo;
4 – Criação do vídeo e apresentação das ações na Feira de Ciências.

Veja como estruturamos o PAD tendo como base os Eixos Estruturantes:

1 - Apresentação de situações problema sobre crescimento populacional e sua relação com


os impactos ambientais: será abordado com os estudantes os diversos tipos de problemas
socioambientais e, a partir deste ponto, será discutido a correlação dessas problemáticas com
o crescimento populacional desordenado e com a produção excessiva de bens e consumo.

O procedimento 01 foi estabelecido com base no Eixo de Mediação e Intervenção


Sociocultural. Ao reconhecerem problemas socioambientais, espera-se que as reflexões em
torno da temática contribuam para o desenvolvimento de valores importantes que resultarão
em tomadas de decisões conscientes face à problemática. Nesse sentido, os estudantes
estarão evidenciando a habilidade EMIFCG07 “Reconhecer e analisar questões sociais,
culturais e ambientais diversas, identificando e incorporando valores importantes para si e
para o coletivo que assegurem tomada de decisões conscientes, consequentes,
colaborativas e responsáveis.”

2 – Pesquisa Científica através de levantamento de artigos científicos sobre ações


sustentáveis: os estudantes farão um levantamento bibliográfico sobre teorias demográficas,
impactos socioambientais, práticas sustentáveis e ODS com o objetivo de terem

52
embasamento para a construção do formulário e do quadro propostos no procedimento 04 e
05.
As habilidades de pesquisa são fundamentais no processo de construção do
conhecimento e para incentivar os estudantes a criarem hipóteses e proporem soluções para
problemas oriundos da temática. No procedimento 02 do PAD, o levantamento bibliográfico
necessário para os procedimentos subsequentes visa colocar em prática a habilidade
EMIFCG03 “Utilizar informações, conhecimentos e ideais resultantes de investigações
científicas para criar ou propor soluções para problemas diversos. ”

3- Discussão sobre as práticas ambientais na escola e na comunidade: após a discussão


e levantamento bibliográfico, os estudantes serão levados a analisar as práticas da escola e da
comunidade que favorecem ou que minimizem os impactos socioambientais. Serão discutidas
possíveis práticas relacionadas ao uso de materiais, produtos, consumos e a situação
ambiental do entorno da escola a partir do aspecto ambiental e social.
A análise da realidade em que estão inseridos é o ponto inicial para a elaboração e
efetivação de ações de mediação e intervenção. Nesse sentido, o procedimento 03 visa o
exercício da habilidade EMIFCG09 “Participar ativamente da proposição, implementação e
avaliação de solução para problemas socioculturais e/ou ambientais em nível local, regional,
nacional e/ou global, corresponsailizando-se pela realização de ações e projetos voltados
para o bem comum.” O procedimento em questão, que se dá a nível local (ambiente escolar),
oferece os dados necessários para a elaboração do quadro sugerido no procedimento 05, que
configura-se como um projeto voltado para o bem comum.

4 – Aplicação de formulário sobre as práticas de consumo na rotina: os estudantes criarão,


através do Google Forms, um formulário com questões objetivas sobre ações de sua rotina
voltadas para o consumo de água, consumo de energia, consumo de plástico, transportes
utilizados, combustíveis, alimentação, produtos tecnológicos, utilização de bioprodutos e
produtos não testados em animais, materiais sustentáveis, entre outros, a depender da
criatividade dos estudantes, para ser respondido pelos mesmos e demais profissionais da
escola.
Aqui o eixo de Investigação Científica se faz presente por meio de coleta de dados
quantitativos e qualitativos, possibilitando o exercício da habilidade EMIFCG01 “Identificar,
selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.”

5 – Criação de um quadro comparativo sobre práticas de consumo e práticas sustentáveis


na rotina: os estudantes serão divididos em grupos e organizarão quadros comparativos sobre

53
ações que possuem impactos socioambientais negativos versus práticas sustentáveis dentro
de suas rotinas.

A atividade do quadro comparativo segue alinhada com o Eixo de Mediação e


Intervenção Sociocultural e visa a aplicação da habilidade EMIFCG09, pois propicia um
processo de reflexão capaz de mobilizar ações que possam promover a minimização ou
mesmo a solução dos problemas evidenciados no quadro.

6 – Criação de um vídeo sobre as práticas de consumo listadas no quadro comparativo e


ações sustentáveis dentro e fora da escola: a partir do quadro comparativo, os estudantes
elaborarão um vídeo ou videocast sobre os impactos positivos e negativos que suas práticas
diárias podem acarretar ao meio ambiente e sociedade. Além disso, discutirão possíveis
planos de ação que possam diminuir os impactos negativos do consumo, envolvendo os ODS.
O procedimento 06 foi elaborado com objetivo dos estudantes colocarem em prática a
habilidade EMIFCG06 “Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de
diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem,
assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos.” Esta habilidade, vinculada ao Eixo
de Processos Criativos, é praticada com a criação do vídeo, que será difundido na etapa
seguinte, alcançando e comunicando para a escola e para a comunidade o tema em questão.

7 – Culminância na Feira de Ciências da escola com apresentações dos vídeos: os grupos


apresentarão os vídeos/videocasts na Feira de Ciências para a comunidade escolar e discutirão
as possíveis ações sustentáveis que poderão contribuir com a diminuição dos impactos
ambientais dentro e fora da escola.

A organização e execução da Feira de Ciências, como culminância para todas as atividades


propostas, está ancorada no Eixo de Empreendedorismo, com foco na habilidade EMIFCG11
“Utilizar estratégias de planejamento, organização e empreendedorismo, para estabelecer
e adaptar metas, identificar caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar projetos
pessoais e produtivos com foco, persistência e efetividade.” Vale destacar que tais
habilidades do empreendedorismo podem ser exercidas em projetos de empreendedorismo
social, que por sua vez, é um dos objetivos formativos do componente de Corresponsabilidade
Social e Empreendedorismo.
A discussão de ações sustentáveis na Feira de Ciências também está intimamente
ligada com as habilidades do Eixo de Mediação e Intervenção Sociocultural, o que propicia aos

54
estudantes a vivência e a formação de valores que os tornam cada vez mais corresponsáveis
com problemas que afetam suas realidades.
Com esse modelo de PAD bimestral com 02 objetos de conhecimento pretendemos,
além de criar as condições para que os estudantes apliquem as habilidades dos eixos, propiciar
o desenvolvimento de valores formativos em torno de alguns dos objetivos específicos do Eixo
de Participação Social, a saber:
● Contribuir com a construção de uma sociedade igualitária e com responsabilidade social;
● Incentivar ações nas principais exigências da sociedade de seu tempo;
● Ampliar e fortalecer a participação de modo efetivo, individual e coletivamente em
ações que valorizem causas sociais;
● Praticar o consumo consciente.

Aproximar os estudantes de questões envolvendo impactos ambientais, com


atividades propositivas que levam a debates e ações dentro da escola, contribuem para que
eles se engajem em pautas que são exigências importantes para o tempo deles e, nesse
processo, esperamos que eles desenvolvam de forma individual e coletiva valores ligados à
responsabilidade social.

 Modelo de PAD Bimestral do Eixo de Intervenção Social, com foco na Dimensão Econômica,
sendo trabalhado apenas um objeto de conhecimento.

Escola: C.E Guanabara da Ilha

Ano/série: 3° Turma: 301 Período: 1°

Professor: Luís Fábio Marques Data: 29.01 a 15.04

Eixo Temático: Intervenção social Dimensão: Econômica

Objeto de
Conhecimento Trabalho voluntário

Conteúdos

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o Concepções sobre o trabalho voluntário;
o Lei 9.608 que trata do serviço voluntário;
o Tipos de trabalho voluntário (ONGs, animais e meio ambiente, em troca de hospedagem, ensino de
habilidades);
o Trabalho voluntário e currículo;
o Trabalho voluntário vs mercado de trabalho;

Procedimentos metodológicos

1 - Roda de conversa sobre a temática do trabalho voluntário – Por meio da roda de conversa,
incentivar os estudantes a compartilharem sua concepção sobre o que é o trabalho voluntário, sua
importância para a sociedade e para sua formação cidadã, se conhecem, participam ou já
participaram de algum projeto voluntário e se enxergam o espaço escolar como um ambiente
suscetível a tais práticas.

2 - Exposição sobre as formas existentes de trabalho voluntário – Expor, por meio de textos, vídeos,
imagens, palestras com convidados e/ou estudantes que participam de ações voluntárias, as
diferentes formas de trabalho voluntário, com objetivo de estruturar as concepções sobre o tema,
como o mesmo é executado e financiado, e os impactos que geram nos ambientes onde ocorrem.

3 - Visita a ONG´s e organizações voltadas para o trabalho assistencial e voluntário (orfanatos,


hospitais, associações comunitárias). – Levar os estudantes para conhecerem ações voluntárias
dentro da própria comunidade e propor aos mesmos a identificação de possíveis espaços dentro ou
fora do ambiente escolar que podem ser alvo de ação voluntária.

4 - Criação e execução de projeto de ação de trabalho voluntário no ambiente e/ou comunidade


escolar, ONG´s e entidades voltadas ao trabalho assistencial – Definido o espaço da ação voluntária
pelos estudantes, os mesmos, com a mediação do professor, irão definir ações, funções e etapas de
execução da proposta de intervenção social e as colocarão em prática dentro dos prazos e critérios
estabelecidos.

5 – Entrega do produto do trabalho voluntário à comunidade – Após o planejamento e a efetiva


execução da ação voluntária, os estudantes apresentarão os respectivos resultados para a
comunidade com objetivo de evidenciar o impacto social naquele espaço.

5 6- Relato de experiência sobre o trabalho voluntário como meio de aplicação de habilidades


exigidas no mercado de trabalho – Conversa com os estudantes sobre a percepção dos mesmos
acerca das habilidades exigidas durante a ação voluntária (liderança, trabalho em equipe,
comunicação, empatia, planejamento, criatividade), e a importância das mesmas para concretização
do produto e para formação cidadã, individual e coletiva.

56
Procedimentos Avaliativos

1 - Elaboração de relatórios referentes à visita;


2 - Trabalho em grupo sobre identificação de possíveis intervenções no espaço escolar ou
comunidade a partir de ações voluntárias;
3 - Apresentação e entrega do produto da ação voluntária proposta (ambiente escolar,
comunidade);
4 – Avaliação do desempenho coletivo (trabalho em equipe, liderança, comunicação, organização
das tarefas, envolvimento e participação).

Os Eixos Estruturantes também nortearam os procedimentos metodológicos desse


segundo modelo de PAD.

Veja:

1-Roda de conversa sobre a temática do trabalho voluntário – Por meio da roda de conversa
incentivar os estudantes a compartilharem sua concepção sobre o que é o trabalho voluntário,
sua importância para a sociedade e para sua formação cidadã, se conhecem, participam ou já
participaram de algum projeto voluntário e se enxergam o espaço escolar como um ambiente
suscetível a tais práticas.

Alicerçados no Eixo de Investigação Científica, a proposição de uma roda de conversa inicial


para apresentação do objeto de conhecimento é um exercício preliminar da habilidade
EMIFCG01 “Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com
curiosidade, atenção, criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais”.
Aqui a identificação de dados e fatos sobre o trabalho voluntário na roda de conversa, por
parte dos estudantes, é fundamental para a apropriação do tema e aproximação com as
demais atividades subsequentes.

2 - Exposição sobre as formas existentes de trabalho voluntário - Expor por meio de textos,
vídeos, imagens, palestras com convidados ou estudantes que participam de ações
voluntárias, as diferentes formas de trabalho voluntário, com objetivo de estruturar as
concepções sobre o tema, como o mesmo é executado e financiado, e os impactos que geram
nos ambientes onde ocorrem.

O procedimento metodológico 02 foi proposto com base no eixo estruturante de


Investigação Científica, tendo como foco a aplicação da habilidade EMIFCG01 "Identificar,
selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive o apoio de tecnologias digitais".

O estudante deverá identificar, selecionar, processar e analisar dados referentes ao


Trabalho Voluntário para se apropriar e construir suas concepções a respeito do tema.

3 - Visita a ONG´s e organizações voltadas para o trabalho assistencial e voluntário


(orfanatos, hospitais, associações comunitárias) – Levar os estudantes para conhecerem

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ações voluntárias dentro da própria comunidade e propor aos mesmos a identificação de
possíveis espaços dentro ou fora do ambiente escolar que podem ser alvo de ação voluntária.

O procedimento metodológico 03 está ancorado na Investigação Científica com


objetivo de proporcionar aos estudantes a oportunidade da aplicação da habilidade
EMIFCG03 "Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigação
científica para criar ou propor soluções para problemas diversos".

Note que esse procedimento metodológico traz consigo uma problematização


necessária para que se possa viabilizar ações corresponsáveis e empreendedoras sociais por
parte dos estudantes. A ideia com esse procedimento metodológico é que os estudantes
utilizem as informações e conhecimentos oriundos da visita a um espaço de trabalho
voluntário para subsidiar a estruturação da ação voluntária que será idealizada e efetivada
por eles.

4 - Criação e execução de projeto e ação de trabalho voluntário no ambiente e/ou


comunidade escolar, ONG´s e entidades voltadas ao trabalho assistencial – Definido o
espaço da ação voluntária escolhido pelos estudantes, os mesmos, com a mediação do
professor, irão definir funções, ações e etapas de execução da proposta de intervenção social
e a colocarão em prática dentro dos prazos e critérios estabelecidos

No procedimento metodológico 04 há proposições baseadas nos Eixos de Mediação


e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo. Ao estruturarem a ação voluntária, os
estudantes têm a oportunidade de pôr em prática a habilidade EMIFCG09 do Eixo de
Mediação e Intervenção Sociocultural "Participar ativamente da proposição,
implementação e avaliação de solução para problemas socioculturais e/ou ambientais em
nível local, regional, nacional e/ou global, corresponsabilizando-se pela realização de
ações e projetos voltados ao bem comum.” No quesito empreendedorismo o projeto de
ação voluntária propiciará a aplicação da habilidade EMIFCG11 "Utilizar estratégias de
planejamento, organização e empreendedorismo para estabelecer metas, identificar
caminhos, mobilizar apoios e recursos, para realizar projetos pessoais e produtivos com
foco, persistência e efetividade." Tal habilidade pode ser empregada em ações de
empreendedorismo social.

5 – Entrega do produto do trabalho voluntário à comunidade – Após o planejamento e a


efetiva execução da ação voluntária, os estudantes apresentarão o produto final para
comunidade com objetivo de evidenciar o impacto social naquele espaço.

Esse procedimento também foi proposto com base nas habilidades EMIFCG09 e EMIFCG11
respectivamente dos eixos de Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo.

6 - Relato de experiência sobre o trabalho voluntário como meio de aplicação de habilidades


exigidas no mercado de trabalho – Conversa com os estudantes sobre a percepção dos
mesmos acerca das habilidades exigidas durante a ação voluntária (liderança, trabalho em
equipe, comunicação, empatia, planejamento, criatividade), e a importância das mesmas para
concretização do produto e para formação cidadã, individual e coletiva.

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O último procedimento sugerido foi estabelecido com base no Eixo de
Empreendedorismo com objetivo de que os estudantes exerçam a habilidade EMIFCG10
"Reconhecer e utilizar qualidades e fragilidades pessoais com confiança para superar os
desafios e alcançar objetivos pessoais e profissionais, agindo de forma proativa e
empreendedora e perseverando em situações de estresse, frustração, fracasso e
adversidade." As percepções dos estudantes diante da construção e execução da ação
voluntária perpassa o entendimento e a reflexão de como sentimentos, posturas e habilidades
empreendedoras foram exercidas e desafiadas diante da ação voluntária proposta.

Outro ponto importante que queremos destacar com essa proposição do PAD
bimestral do Eixo de Intervenção Social da 3ª série é que, com apenas um objeto de
conhecimento, é possível contemplar objetivos específicos do eixo, a saber:
● Apoiar e fortalecer ações sustentáveis;
● Promover ações para melhorar o ambiente escolar e as comunidades onde se
encontra inserido;
● Valorizar o engajamento estudantil com a prática pedagógica, promovendo a
autonomia e a capacidade de tomar decisões;
● Fortalecer o empoderamento social;
● Garantir a mobilização social responsável.
Os estudantes foram motivados a exercerem mobilização social responsável e
engajamento estudantil para criarem um projeto de ação voluntária que afetaria
positivamente o ambiente escolar ou a comunidade da qual eles estão inseridos, e isso,
provavelmente, por meio de ações sustentáveis.
Todos esses procedimentos, mediados pelo professor, ao trabalhar o componente
de Corresponsabilidade Social e Empreendedorismo, buscaram a aplicação de habilidades e
competências por parte dos estudantes e estimaram o alcance dos objetivos específicos do
eixo.

Observação: as metodologias sugeridas em ambos os PAD’S foram construídos tendo como


base os eixos estruturantes visando a aplicabilidade de habilidades por parte dos estudantes.
Utiliza-se como referência, as habilidades dos itinerários formativos relacionadas às
competências gerais da BNCC, o que não impede de seja utilizado como referência as
competências e habilidades específicas da sua área de competência, se as mesmas estiverem
conectadas com os objetos de conhecimento do componente.

59
60
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Nacional de Educação (CNE). Resolução Nº 3 de 21 de novembro de 2018.
Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da União,
Brasília, 2018. Disponível em:
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2017.
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_________. Planalto Central. Constituição da República do Brasil de 1988. Disponível em:
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________. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


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________. Planalto Central. Lei Federal 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira
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________. Planalto Central. Lei Federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Dispõe sobre o
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GOMES, N.L. Educação e Diversidade Étnico-Cultural. In: Diversidade na Educação: reflexões


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Ensino Médio da Rede Estadual de Educação. São Luís, 2022.
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__________. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais. Decreto nº 37.945,
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de 20 de outubro de 2010. Maranhão, 2022.
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9.279 de 20 de outubro de 2010 que institui a Política Estadual de Educação Ambiental
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MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Empreendedorismo social: a transição
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62
ROUERE, Mônica de; PÁDUA, Suzana Machado. Empreendedores sociais em ação. São Paulo:
Cultura Associados, 2001.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: Para uma Nova Cultura Política. São
Paulo: Cortez Editora, 2006.

63
APÊNDICE A - Plano de Atividade Docente (PAD)

Escola:

Ano/série: Turma: Período:

Professor (a): Data:

Eixo Temático: Dimensão:

Objeto de Conhecimento:

Conteúdos

Procedimentos metodológicos

Procedimentos Avaliativos

64

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