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Universidade de Aveiro Departamento de Engenharia Civil

Ano 2018/2019

DIEGO MARTINS Estágio Curricular na Empresa CIVILRIA


MENDES
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de
Água Quente Sanitária
Universidade de Departamento de Engenharia Civil
Aveiro
Ano 2018/2019

DIEGO MARTINS Estágio Curricular na Empresa CIVILRIA


MENDES
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de
Água Quente Sanitária

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para


cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil, realizada sob a orientação científica
do Doutor Romeu da Silva Vicente, Professor Associado do
Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
À minha família, o pilar incontestável de todas as minhas
conquistas.
o júri

presidente Prof.ª Doutora Maria Fernanda da Silva Rodrigues


Professora Auxiliar no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro

Doutora Carla Pimentel Rodrigues


Anqip - Associação Nacional Para a Qualidade Nas Instalações Prediais

Prof. Doutor Romeu da Silva Vicente


Professor Associado no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
agradecimentos Primeiramente um agradecimento especial à minha família, por todo o apoio
incondicional nas melhores e mais difíceis ocasiões que se sucederam no
desenvolvimento deste percurso académico. Pai, mãe e à minha lindíssima
irmã.

Ao professor Romeu da Silva Vicente como meu orientador, pela paciência e


constante simpatia durante todo este ano. E um obrigado especial ao
Engenheiro Bruno Lé por toda a ajuda durante o desenvolvimento deste
projeto.

Queria também agradecer aos meus amigos para a vida Nuno Valente, Lucas
Sousa, Ranieri Couto, Carlos Figueiredo, aos “CdP”, aos “Filhos da Mãe” e ao
meu grande amigo Valter Abreu pelos bons momentos vividos que
seguramente irão permanecer como grande parte do meu percurso.

Em nota final, um obrigado à empresa CivilRia, pelo acolhimento e


possibilidade do desenvolvimento do estágio e projeto.
palavras-chave Abastecimento de água; Retorno de AQS, Sustentabilidade ambiental;
Acompanhamento de obra

resumo Este relatório é constituído por um documento no âmbito da unidade curricular


Dissertação/ Projeto/ Estágio, do Mestrado Integrado em Engenharia Civil, na
Universidade de Aveiro.
O documento é dividido em seis capítulos, sendo cada um deles, referente às
diferentes fases do estágio curricular e dos estudos realizados durante o ano
em contexto de trabalho.
Inicialmente é feita uma contextualização e descrição da motivação, os
diferentes objetivos a serem alcançados, alguns detalhes da empresa de
acolhimento e a organização da mesma. Seguidamente foca-se o trabalho
apresentado no dimensionamento de sistemas de abastecimento de água e
retorno de Água Quente Sanitária, dois tópicos mais estudados explorando a
aplicação das metodologias adequadas com o objetivo de reduzir o
desperdício de água, visando a sustentabilidade ambiental.
Foram acompanhadas três diferentes obras em fases diferentes. Duas das
quais em contexto de obra, identificando boas práticas aplicadas, assim como
alguns pormenores construtivos.
Finalmente, no caso de estudo do presente relatório, foi dimensionado um
sistema de abastecimento com e sem retorno, assim como o seu estudo
económico em diferentes cenários, provando que os sistemas de retorno de
Água Quente Sanitária em pequenas redes, são economicamente viáveis em
prol da eficiência hídrica.
keywords Water supply systems; Return of Hot Sanitary Water; Environmental
sustainability; Collaboration on the worksite

abstract This report consists of a document in the scope of the curricular unit of
Dissertation/ Project/ Internship, of the Integrated Master's Degree in Civil
Engineering, at the University of Aveiro.
The document is divided into six chapters, each one referring to the different
phases of the curricular internship and studies conducted during the year in
work context.
Initially, a contextualization and description of the motivation is presented, the
different objectives to be achieved, as well as some details of the host
company and its organization of it. Next, the work presented is focused on the
design of water supply systems and return of Sanitary Hot Water, two topics
that are studied to explore their application methodologies in order to reduce
water consumption and waste.
Three different works were followed in different phases. Two of which, at the
worksite, identifying good practices applied, as well as some constructive
details.
Finally, in the scope of a case study, a supply system with and without
recirculation was designed and compared, to support an economic study in
different scenarios, proving that the return systems of Sanitary Hot Water in
small networks are economically viable in favour of water efficiency.
Índices
Índice

1. Enquadramento ............................................................................................................... 2
1.1 Contextualização e Motivação ..................................................................................... 3
1.2 Objetivos do Estágio .................................................................................................... 3
1.3 A Empresa.................................................................................................................... 4
1.4 Organização do Relatório ............................................................................................ 5
2. Sistemas de Abastecimento de Água .............................................................................. 8
2.1 Introdução .................................................................................................................... 9
2.2 Dimensionamento de uma Rede de Abastecimento de Água .................................... 10
2.2.1 Caudais.................................................................................................................... 10
2.2.2 Diâmetros e Velocidades ........................................................................................ 13
2.2.3 Perdas de Carga ...................................................................................................... 14
2.3 Síntese ........................................................................................................................ 15
3. Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra ............................................................ 18
3.1 Descrição das Obras Acompanhadas ......................................................................... 19
3.1.1 Edifício DOCA Lote 2 – Praia da Barra ................................................................. 20
3.1.2 Continente Bom Dia – Esmoriz .............................................................................. 39
3.1.3 Lote Urbano em Canidelo ....................................................................................... 48
4. Retorno de Água Quente Sanitária .............................................................................. 56
4.1 Introdução .................................................................................................................. 57
4.2 Retorno – o que é? ..................................................................................................... 57
4.3 Dimensionamento do Retorno de AQS ..................................................................... 58
4.4 Métodos de Desenvolvimento ................................................................................... 64
4.5 Síntese ........................................................................................................................ 66
5. Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial ................................................. 68
5.1 Caso de Estudo........................................................................................................... 69
5.1.1 Dimensionamento do Sistema de Abastecimento de Água .................................... 71
5.1.2 Dimensionamento do Retorno de Água Quente Sanitária ...................................... 80
5.1.3 Dimensionamento das Bombas ............................................................................... 83
6. Considerações Finais ..................................................................................................... 90
6.1 Conhecimento e cumprimento dos objetivos ............................................................. 91
6.2 Propostas de trabalhos futuros ................................................................................... 92
6.3 Nota final ................................................................................................................... 92
Referências Bibliográficas ................................................................................................ 93
Anexos ................................................................................................................................. 98
Anexo 1. ........................................................................................................................... 99
Anexo 2. ......................................................................................................................... 107
Anexo 3. ......................................................................................................................... 125
Anexo 4. ......................................................................................................................... 129
Anexo 5. ......................................................................................................................... 133
Índice de Figuras
Figura 1 - Esquema concetual de um sistema de abastecimento de água para consumo
humano [Fonte: EOS] ............................................................................................................ 9
Figura 2 - Localização da Obra [Fonte: Google Maps] ....................................................... 21
Figura 3 - Planta do Piso 2 do Lote 2 do edifício DOCA.................................................... 22
Figura 4 - Planta do piso Superior dos Duplex, Piso 3 ........................................................ 23
Figura 5 - Fachada principal do edifício, lote 3 ................................................................... 24
Figura 6 - Fachada dos lotes 1 e 2 ....................................................................................... 24
Figura 7 - Compartimentos destinados ao armazenamento dos contadores, lote 2 ............. 25
Figura 8 - Tubagem de admissão de água da rede pública para a rede privada, lote 2 ....... 25
Figura 9 - Marcação dos dispositivos e respetivas torneiras de Abastecimento do Anexo.
Máquina de Lavar Roupa e Abastecimento do Ar Condicionado, lote 3 ........................... 26
Figura 10 - Torneira de abastecimento para Máquina de Lavar Loiça, lote 2 ..................... 26
Figura 11 - Demonstração do Impactodan, antes da aplicação do soalho, lote 3 ................ 27
Figura 12 - Representação ilustrativa da aplicação do Impactodan .................................... 28
Figura 13 - Impactodan embutido, antes da aplicação do rodapé e soalho, lote 2 .............. 28
Figura 14 - Sala de estar, lote 3 ........................................................................................... 29
Figura 15 - Saliência para o encaixe da caixilharia da porta de vidro, lote 3 ...................... 29
Figura 16 - Caixilharia da porta de vidro devidamente instalada, lote 2 ............................. 30
Figura 17 - Pormenor de uma caixilharia [Fonte: Aluvieira] .............................................. 31
Figura 18 - Pormenor Escadaria Geral, lote 2 ..................................................................... 31
Figura 19 - Elevador no Lote 2 ............................................................................................ 32
Figura 20 - Lanço de escadas e compartimento sob o mesmo, lote 3 ................................. 32
Figura 21 - Rede de drenagem de Águas residuais na garagem, lote 2 ............................... 33
Figura 22 - Ramal de ventilação da rede de drenagem de águas residuais, lote 2 .............. 33
Figura 23 - Pormenor da rede de drenagem de águas residuais, lote 2 ............................... 34
Figura 24 - Tubos de queda da rede de drenagem de águas residuais, lote 3 ...................... 35
Figura 25 - Pormenor dos ramais da rede de drenagem de águas residuais nos pisos
superiores ............................................................................................................................. 35
Figura 26 - Bomba de calor de uma fração e respetiva ventilação, lote 2 ........................... 36
Figura 27 - Tubagens de admissão e distribuição de água do esquentador de uma fração,
lote 2 .................................................................................................................................... 36
Figura 28 - Compartimento destinado ao posicionamento do esquentador no Duplex do
Lote 3 ................................................................................................................................... 37
Figura 29 - Tubagem em PP-R para Abastecimento de Águas ........................................... 37
Figura 30 - Localização do Continente Bom Dia em Esmoriz [Fonte: Google Maps] ....... 40
Figura 31 - Planta de abastecimento de águas da construção .............................................. 40
Figura 32 -Local de instalação da bomba recirculadora ...................................................... 41
Figura 33 - Dispositivos de temporização e regularização térmica ..................................... 42
Figura 34 - Contadores ........................................................................................................ 43
Figura 35 - Válvula de retenção do dispositivo de rega ...................................................... 43
Figura 36 - Etiqueta do dispositivo de rega ......................................................................... 44
Figura 37 - Panorama geral das instalações e compartimentos para vendas ....................... 44
Figura 38 - Tubagens destinadas a diferentes funções ........................................................ 45
Figura 39 - Tampas destinadas ao acesso às tubagens no exterior do edifício .................... 46
Figura 40 - Demonstração das zonas mais desfavoráveis para a distribuição de água quente
............................................................................................................................................. 46
Figura 41 - Localização das moradias em Canidelo ............................................................ 48
Figura 42 - Terreno destinado à realização da empreitada .................................................. 49
Figura 43 - Exemplo demonstrativo do painel de utilização do Navisworks ...................... 50
Figura 44 - Corte no plano zz para visualização do Piso 0.................................................. 50
Figura 45 - Corte no plano zz para visualização do Piso 1.................................................. 51
Figura 46 - Demonstração do sistema de abastecimento de águas ...................................... 51
Figura 47 - Planta de abastecimento de águas para Piso 0 .................................................. 52
Figura 48 - Planta de abastecimento de águas para Piso 1 .................................................. 52
Figura 49 - Representação da subcategoria de dimensionamento de retorno a) [Fonte: Silva
Afonso, 2018] ...................................................................................................................... 60
Figura 50 - Representação da subcategoria de dimensionamento de retorno b) [Fonte: Silva
Afonso, 2018] ...................................................................................................................... 60
Figura 51 - Exemplo da colocação de válvulas de retenção para o regulamento e prevenção
do sistema nas ligações principais, com o foco circulado a vermelho [Fonte: Silva Afonso,
2018] .................................................................................................................................... 61
Figura 52 - Sistema de retorno interno [Fonte: VIEGA] ..................................................... 63
Figura 53 - Planta do Piso inferior do Duplex com retorno de AQS representada a verde . 69
Figura 54 - Planta do Piso superior do Duplex com retorno de AQS representada a verde 69
Figura 55 - Demonstração da localização do dispositivo mais desfavorável na axonometria
............................................................................................................................................. 71
Figura 56 - Demonstração do percurso do retorno de AQS no piso inferior....................... 80
Figura 57 - Demonstração do percurso do retorno de AQS no piso superior ..................... 80
Figura 58 - Interface do dimensionamento de bombas no site da Grundfos, para o
dimensionamento de retorno de AQS .................................................................................. 84
Figura 59 - Opções de escolha para bomba circuladora principal ....................................... 84
Figura 60 - Opções de bomba recirculadora de AQS .......................................................... 85
Figura 61 - Custo energético anual para o funcionamento da bomba Alpha1 1 20-40 N 150
............................................................................................................................................. 86
Índice de Tabelas

Tabela 1 - Caudais instantâneos dos diferentes dispositivos [Fonte: RGSPPDADAR]...... 11


Tabela 2 - Diâmetros internos das tubagens de PP-R consoante a classe [Fonte: Ficha
Técnica Alfatubo - PP-R] .................................................................................................... 14
Tabela 3 - Constantes de rugosidade relativas ao material [Fonte: RGSPPDADAR] ........ 15
Tabela 4 - Caudais acumulados das frações do terceiro piso .............................................. 72
Tabela 5 - Dimensionamento do percurso mais desfavorável do sistema da fração duplex
até à bomba hidráulica geral ................................................................................................ 73
Tabela 6 - Dimensionamento das tubagens de água fria da fração duplex.......................... 75
Tabela 7 - Dimensionamento das tubagens de água quente da fração duplex .................... 76
Tabela 8 - Tempos de espera de água quente para os dispositivos da fração duplex .......... 78
Tabela 9 - Maior tempo de espera e desperdício de água quente dentro da fração duplex . 79
Tabela 10 - Dimensionamento do retorno utilizando o CTE .............................................. 82
Tabela 11 - Dimensionamento do retorno utilizando o Método Tradicional ...................... 82
Tabela 12 - Valores para o dimensionamento da bomba que abastece as 4 frações ........... 83
Tabela 13 - Valores para o dimensionamento da bomba de retorno para a fração
dimensionada ....................................................................................................................... 83
Tabela 14 - Cálculos representativos à economia relativa à utilização de retorno na fração
do caso de estudo em Aveiro ............................................................................................... 87
Tabela 15 - Cálculos representativos à economia relativa à utilização de retorno na fração
se esta estivesse localizada em Santo Tirso ......................................................................... 87
Capítulo 1 - Enquadramento
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 1

1. Enquadramento
1.1 Contextualização e Motivação
1.2 Objetivos do Estágio
1.3 A Empresa
1.4 Organização do Relatório

2 Diego Martins Mendes


Capítulo 1 - Enquadramento

1.1 Contextualização e Motivação

O presente relatório tem como objetivo traduzir oito meses (Outubro de 2018 a
Junho de 2019) de estágio curricular efetuados na equipa de projeto da empresa CivilRia,
em Aveiro, descrevendo as atividades desenvolvidas no âmbito de estágio curricular para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil. Durante o período descrito,
supervisionado pelo Engenheiro Bernardo Pinho e Melo, da CivilRia e do Professor
Romeu da Silva Vicente, da Universidade de Aveiro, foi dimensionado um sistema de
abastecimento predial e estudada a viabilidade da utilidade de um sistema de retorno de
água quente sanitária numa das frações, com o acompanhamento em obra, sendo realizada
uma observação e descrição de variados pormenores construtivos. Foi também efetuada a
comparação à construção de uma unidade industrial com o uso de retorno de Água Quente
Sanitária.
Durante este período foram acompanhadas 3 obras de construção: um Lote de
apartamentos na praia da Barra, no âmbito do dimensionamento do abastecimento de água
predial e os pormenores construtivos respetivos, a construção de um “Continente Bom
Dia” em Esmoriz e a projeção de uma moradia unifamiliar em Canidelo.
O caso de estudo, descrito no Capítulo 5 do presente relatório retrata a conceção e
dimensionamento do sistema de abastecimento de água com o cálculo da viabilidade
económica e ambiental, assim como o dimensionamento do retorno de AQS para o lote 2
do edifício DOCA.

1.2 Objetivos do Estágio


O estágio descrito proporcionou a aprendizagem na área de projeto, mais
relativamente à hidráulica predial, promovendo o conhecimento da conceção e
dimensionamento do mesmo. Foi também realizado um estudo teórico/ prático sobre a
necessidade de retorno de AQS em diferentes edifícios unifamiliares, de modo a promover
a poupança de água e energia, uma vez que atualmente, este tem sido um tópico discutido
diariamente. Foi utilizado como caso de estudo, uma fração do edifício construído pela
empresa CivilRia, o edifício DOCA Lote 3, na Praia da Barra.
Durante este período foi importante transpor os conhecimentos adquiridos
academicamente e, posteriormente, conseguir aplicá-los na prática tendo também como

Diego Martins Mendes 3


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

objetivos principais a compreensão dos diferentes processos das fases de uma obra de
construção civil e montagem do sistema de abastecimento e retorno de AQS com uma
observação prática em obra.
Este estágio permitiu:

 Perceber toda a parte integrante de uma empresa na qualidade de empreiteiro geral e


como esta funciona;

 Ter conhecimento de todo o trabalho prévio que é essencial realizar antes do início de
uma empreitada;

 Ter conhecimento das interligações existentes entre dono de obra, fiscalização e


direção de obra;

 Conhecer as diferentes metodologias a tomar, aquando o dimensionamento do Retorno


de AQS;

 Contactar e comunicar com subempreiteiros e outros oficiais da construção;

 Descobrir a viabilidade económica e ambiental da utilização de retorno de AQS num


alojamento unifamiliar;

 Perceber os vários processos construtivos utilizados relativamente à hidráulica predial;

 Identificar soluções na lógica técnico-económica para o dimensionamento (escolha de


materiais, bombas e pessoal qualificado).

1.3 A Empresa

A CivilRia foi fundada em 1991 sediada na Rua Cristóvão Pinho Queimado,


número 33, P3, com atividade significativa a nível nacional. É uma empresa reconhecida
pela construção de edificado com principal incidência em obras privadas.
Trabalha com ambos os domínios/fases da engenharia, a área de projeto e o
acompanhamento e direção de obra.

4 Diego Martins Mendes


Capítulo 1 - Enquadramento

Apesar de também operar construções privadas, a contrato de terceiros, a CivilRia


constrói e vende alguns lotes e edificados por venda própria, possuindo uma área comercial
destinada à venda de imóveis que realiza a comunicação entre a empresa e possíveis
compradores de modo a proceder à sua venda.

1.4 Organização do Relatório


O presente relatório encontra-se divido em várias partes sendo as de maior relevo as
seguintes:
- Introdução às relações funcionais envolvidas na obra referente ao estágio;
- Uma descrição das atividades desenvolvidas ao longo do estágio enquanto membro do
corpo de projetistas;
- Uma descrição das obras de construção acompanhadas ao longo do estágio, onde são
descritas e ilustradas as soluções existentes e implementadas, acompanhadas por
descrições técnicas aos níveis da hidráulica, estabilidade estrutural e infra-estruturas.
Poderá afirmar-se que este capítulo do relatório será um estudo das respetivas obras do
ponto de vista de um engenheiro civil;
- Um capítulo sobre o conceito de sistemas de abastecimento de água e explicação relativa
ao dimensionamento do mesmo passo a passo;
- Um capítulo sobre retorno de AQS, onde serão descritos os diferentes métodos,
contextualização e explicada a sua razão de utilização;
- Um capítulo destinado ao dimensionamento do sistema de abastecimento predial e do
retorno de AQS para o caso de estudo com respetivo estudo económico e viabilidade;
- Um capítulo destinado à conclusão geral e identificação de futuros passos a serem
efetuados no domínio dos sistemas de AQS e retorno;
- Anexos referentes aos capítulos anteriores com desenhos, plantas e cortes representativos
à escala.

Diego Martins Mendes 5


Capítulo 2 - Sistemas de Abastecimento de Água
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 2

2. Sistemas de Abastecimento de Água


2.1 Introdução
2.2 Dimensionamento de uma Rede de Abastecimento de Água
2.2.1 Caudais
2.2.2 Diâmetros e Velocidades
2.2.3 Perdas de Carga
2.3 Síntese

8 Diego Martins Mendes


Capítulo 2 - Sistemas de Abastecimento de Água

2.1 Introdução
A proteção da saúde humana deverá ser o principal objetivo num sistema de
abastecimento de água para consumo humano (Jalba et al. 2010). Um sistema de
abastecimento e distribuição de água é constituído por um conjunto de infra-estruturas
como as indicadas na Figura 1. A cada uma das partes são correspondidos órgãos,
constituídos por obras de construção civil: equipamentos elétricos e eletromecânicos,
acessórios, instrumentação e equipamentos de automação e controlo. Cada órgão num
sistema de abastecimento e distribuição de água tem uma diferente função (Sousa, 2001).

Figura 1 - Esquema concetual de um sistema de abastecimento de água para consumo humano [Fonte: EOS]

O sistema de abastecimento de água é um sistema em “alta”, se for constituído por


um conjunto de componentes a montante da rede de distribuição de água, fazendo a ligação
do meio hídrico ao sistema em “baixa”. O sistema de abastecimento de água é um sistema
em “baixa” se for constituído por um conjunto de componentes que ligam o sistema em
“alta” ao utilizador final. O sistema de abastecimento de água presta um serviço em “alta”
e em “baixa” sempre que vincula o meio hídrico a um utilizador final (IP, 2008).
Os sistemas de tratamento de água para consumo humano, denominados
convencionais, são aqueles que servem de modelo à maior parte dos sistemas utilizados. A
relembrar que no entanto, apesar de haver um sistema “modelo”, o método mais adequado
será dependente de fatores como: a qualidade da água na origem, volume e caudal de água
a tratar, entre outras variáveis que são importantes para análise.
Os processos de tratamento variam consoante a origem e a qualidade da água
utilizados, sendo que normalmente as águas superficiais necessitam de tratamentos mais
complexos do que as águas subterrâneas. Um artigo publicado pela EPA (2012), cita que o
sistema de tratamento de água mais convencional consiste nos seguintes processos
unitários: Coagulação, Floculação, Sedimentação e Filtragem, sendo usualmente seguido
de uma desinfeção. Este tipo de sistemas são normalmente precedidos de uma pré-

Diego Martins Mendes 9


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

oxidação e em muitos casos adiciona-se ainda carvão ativado em pó ou granulado de modo


a favorecer o crescimento das partículas e a facilitar a sua adsorção.

2.2 Dimensionamento de uma Rede de Abastecimento de Água


Este dimensionamento tem base no Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e
Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (RGSPPDADAR),
que será atualizado pelo Decreto-Regulamentar n.º 23/95. Estas alterações vêm a ser feitas
com o intuito de atualizar a legislação existente em matéria de sistemas públicos e prediais
de distribuição de água e de drenagem de águas residuais, aprovando os princípios gerais a
que devem obedecer a respetiva conceção, construção e exploração, prevendo que a
regulamentação técnica daqueles sistemas, bem como as respetivas normas de higiene,
conforto e segurança sejam aprovadas pelo decreto regulamentar [DR 23/95].
A rede de abastecimento de água a executar deve ser concebida e dimensionada de
forma a assegurar caudais e pressões suficientes ao bom funcionamento de todos os
dispositivos de utilização, tendo em conta as necessidades estimadas e as condições
regulamentares impostas segundo o Decreto-Regulamentar n.º 23/95.

2.2.1 Caudais

Os caudais instantâneos acumulados dos dispositivos são os caudais considerados para


o seu dimensionamento, de modo a que o caudal da bomba seja suficiente para abastecer
todos os dispositivos a jusante da mesma. O seu dimensionamento deve começar a jusante,
sendo adicionados os caudais instantâneos dos dispositivos abastecidos pela bomba
(Pedroso, 2007).
Os valores dos caudais instantâneos dos diferentes dispositivos são referidos pelo
RGSPPDADAR, como é demonstrado na Tabela 1.

10 Diego Martins Mendes


Capítulo 2 - Sistemas de Abastecimento de Água

Tabela 1 - Caudais instantâneos dos diferentes dispositivos [Fonte: RGSPPDADAR]

Os caudais de cálculo são dimensionados em função dos caudais instantâneos


acumulados, tendo em conta o conforto dos utilizadores, bem como uma probabilidade de
simultaneidade de funcionamento dos diversos aparelhos. Assim o caudal de cálculo,
estimado a partir do Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição
de Água e de Drenagem de Águas Residuais (RGSPPDADAR) pode ser calculado através
de três diferentes métodos: caudal de cálculo, para baixo, médio e alto conforto (Pedroso,
2007), sabendo:

= Caudal de Cálculo l/s


= Caudal Acumulado l/s

Baixo conforto:
Para caudais inferiores a 3.5 l/s:
(1)

Para caudais entre 3.5 e 25 l/s:


(2)

Médio conforto:
Para caudais inferiores a 3.5 l/s:
(3)

Diego Martins Mendes 11


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Para caudais entre 3.5 e 25 l/s:


(4)

Para caudais entre 25 e 500 l/s


(5)

Alto conforto
Para caudais inferiores a 3.5 l/s
(6)

Para caudais entre 3.5 e 25 l/s


(7)

Para caudais entre 25 e 500 l/s:


(8)

Para o dimensionamento do sistema de abastecimento de águas do presente


relatório utilizou-se como referências as fórmulas referentes ao conforto médio, uma vez
que representa um empreendimento com qualidade acima da construção corrente, acatando
algum teor de conforto para os seus utilizadores.

12 Diego Martins Mendes


Capítulo 2 - Sistemas de Abastecimento de Água

2.2.2 Diâmetros e Velocidades

Os diâmetros das tubagens são determinados através de iterações. O


RGSPPDADAR, cita que as velocidades de escoamento devem estar compreendidas entre
0.5 e 2 m/s. Posto isto, com o caudal de cálculo anteriormente determinado através das
fórmulas descritas no tópico 2.2.1, e com uma velocidade teórica pré-definida de 1.5 m/s,
calcula-se o diâmetro teórico da tubagem através da fórmula básica de escoamento:
(9)

Com Q- caudal ( )
v- velocidade ( )
A - área interna da tubagem ( ), que representa:

(10)

d = diâmetro da tubagem ( .

Obtém-se assim, a seguinte equação, para a definição do diâmetro teórico:

√ (11)

Para o dimensionamento das tubagens utilizou-se a ficha técnica relativa ao PP-R


da empresa “Alfatubo” enviado no Anexo 1. Escolheu-se como material o PP-R com
PN20, sendo uma das classes mais comerciais, para um dimensionamento sem um valor de
pressão significativo.
Os valores dos diâmetros internos das tubagens, segundo a ficha técnica da
“Alfatubo”, representam-se na Tabela 2, que pode ser encontrada no Anexo 1.

Diego Martins Mendes 13


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Tabela 2 - Diâmetros internos das tubagens de PP-R consoante a classe [Fonte: Ficha Técnica Alfatubo - PP-R]

Por fim, calculou-se o diâmetro interno da tubagem em PP-R com classe PN20,
através das iterações dos valores da variável d necessárias para que a velocidade esteja
compreendida entre 0.5 e 2.0 m/s.

(12)

Com - Velocidade ( )
- Caudal (
- Diâmetro ( )

Uma vez que as tubagens são em PP-R, um plástico, não existe qualquer
preocupação acrescida a nível de ruídos ao utilizar uma velocidade próxima dos 2.0 m/s.

2.2.3 Perdas de Carga

As perdas de carga foram calculadas através da expressão de Flamant, dada pela


equação:

(13)

Com – perda de carga (mca/m)


– constante de rugosidade dependente da tubagem

14 Diego Martins Mendes


Capítulo 2 - Sistemas de Abastecimento de Água

– velocidade em (m/s)
- diâmetro em (m)

Para o valor de k, constante de rugosidade da tubagem, segundo o manual de


distribuições prediais de instalação e drenagem de água, pode obter-se os seguintes valores
relativamente aos respetivos materiais:

Tabela 3 - Constantes de rugosidade relativas ao material [Fonte: RGSPPDADAR]

Material k
Tubagens de Aço 0.00023
Tubagens cobre ou aço inox 0.000152
Tubagens materiais plásticos 0.000134

Portanto, sendo o PP-R um material derivado do plástico, utilizou-se como


constante de rugosidade o valor de 0.000134.

2.3 Síntese
Para que a que a utilização do apartamento seja otimizada, o dimensionamento do
sistema de abastecimento de água deve ser cuidadosamente efetuado, uma vez que falhas,
rompimentos nas tubagens ou fugas de água, podem trazer complicações aos moradores,
dando azo a infiltrações ou falta de água. Deste modo, o efetua-se o dimensionamento com
um fator de segurança, existindo um paralelismo com a economia da empreitada evitando
sobredimensionamentos excessivos.
Apesar da existência de outros métodos de dimensionamento de sistemas de
abastecimento de água, nota-se que este resulta num diâmetro de tubagens económico e
sustentável, tendo por isso sido este o método escolhido.
A escolha do material é também uma condição relevante aquando o
dimensionamento do sistema de abastecimento de águas prediais. O PP-R é um material
vantajoso economicamente, com uma utilização corrente. Contudo, existem outros
materiais interessantes, que também seriam passíveis de utilização, como por exemplo, as
tubagens multicamada. Estas tubagens são também de fácil e rápida instalação, reduzindo
assim complicações acrescidas na instalação.

Diego Martins Mendes 15


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de
Obra
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 3

3. Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra


3.1 Descrição das Obras Acompanhadas
3.1.1 Edifício Doca Lote 2 - Praia da Barra
3.1.1.1 Áreas Desenvolvidas
3.1.1.2 Execução de Instalações e Infra-estruturas
3.1.1.3 Síntese
3.1.2 Continente Bom Dia - Esmoriz
3.1.2.1 Áreas Desenvolvidas
3.1.2.2 Execução de Instalações e Infra-estruturas
3.1.2.3 Síntese
3.1.3 Lote Urbano em Canidelo
3.1.3.1 Áreas Desenvolvidas
3.1.3.2 Síntese

18 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

3.1 Descrição das Obras Acompanhadas

No presente capítulo do capítulo, retratam-se as diferentes obras acompanhadas e


papéis desenvolvidos nas mesmas, no âmbito do estágio curricular. As empreitadas
realizadas foram três. Duas destas visando o alojamento unifamiliar e uma obra com teor
comercial.
Relativamente às obras destinadas à moradia unifamiliar, é descrita a análise e
observação de pormenores relativos ao Edifício DOCA Lote 2 na Praia da Barra em
Ílhavo, e uma moradia em Canidelo. Estas empreitadas são significativamente distintas,
uma vez que a fração acompanhada na Praia da Barra está localizada num apartamento,
enquanto a moradia em Canidelo, ainda numa fase embrionária, é uma residência
individual.
Referentemente ao edifício visando a utilização comercial, foi acompanhado o
desenvolvimento construtivo de um Continente Bom Dia, obra privada relativa à empresa
Sonae. Esta obra é localizada em Esmoriz e revela uma diferença significativa às restantes
empreitadas relativamente ao abastecimento de águas e retorno de AQS, representando
uma área significativamente maior.
No presente capítulo e relativamente ao acompanhamento da construção do
Edifício DOCA Lote 2, 3.1.1, será detalhado o estudo das boas práticas em construção,
referentes à térmica, drenagem de águas residuais e abastecimento de águas, assim como a
instalação de equipamentos.
No subcapítulo referente à construção do Continente Bom Dia, em Esmoriz, 3.1.2,
deu-se principal foco à utilização de retorno de água quente sanitária; as razões pelas quais
este foi dimensionado e utilizado pela empresa e as boas práticas em obra.
Por fim, aquando à construção da moradia unifamiliar em Canidelo, 3.1.3,
destacou-se os software de dimensionamento e acompanhamento em obra, uma vez que a
mesma estava ainda numa fase embrionária de construção e não foi possível a visualização
do seu estado avançado.
É de referir que o ponto 3.1.1 Edifício DOCA Lote 2 - Praia da Barra, retrata a obra
relativa ao caso estudo do presente relatório cujos cálculos apresentam-se posteriormente
no Capítulo 5.

Diego Martins Mendes 19


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

3.1.1 Edifício DOCA Lote 2 – Praia da Barra

O edifício DOCA desenhado e construído pela empresa CivilRia, é um condomínio


localizado na Gafanha da Nazaré, mais precisamente na Praia da Barra, com três Lotes de
três pisos cada, sendo os dois primeiros de três frações em cada piso, e no último duas
frações com um andar e duas frações de dois andares. Este edificado foi construído visando
o alojamento unifamiliar. É constituído por 5 pisos; o piso subterrâneo, destinado ao
estacionamento de veículos, o piso rés-do-chão que irá conter três apartamentos, e dois
pisos sobre o nível referido. O primeiro piso possui, igualmente três frações, porém o
segundo piso possui quatro frações, sendo duas delas duplex. O último piso, destina-se ao
andar de cima dos duplex referidos.
O trabalho desenvolvido na obra foi o de colaborador na equipa de projeto na área
do abastecimento de água. Projetou-se e dimensionou-se também a bomba de
abastecimento para o segundo piso (que abastecerá as quatro frações correspondentes), as
tubagens desde a mesma até ao nível do piso e todo o sistema de abastecimento de água
quente e fria dentro da fração estudada. Desenhada em Autocad e dimensionada com
recurso a folhas de cálculo no software Microsoft Excel.
Foi também realizada a sugestão de um retorno de Água Quente Sanitária para
melhorar a qualidade de vida dos moradores do referido apartamento e aumentar a
sustentabilidade ambiental do mesmo, com o estudo da sua viabilidade económica e
ambiental, no âmbito da eficiência hídrica.
Nesse âmbito foi dimensionado todo o retorno de AQS, desenhado em Autocad e
calculado em Excel. Foi dimensionado com recurso ao Método Espanhol (desenvolvido no
capítulo 4), com tubagens em PP-R, não interferindo com a qualidade da obra.
Após o desenvolvimento no papel de colaborador na equipa de projeto, a obra foi
observada e acompanhada no papel de colaborador de Coordenador de Obra. Sendo
acompanhado pelos engenheiros responsáveis disponibilizados pela CivilRia, muitos
fatores desenvolvidos unicamente em obra foram explicados e aprendidos para que não
exista uma grande discrepância entre a ligação teoria-prática. Foi também disponibilizada a
possibilidade de capturar fotografias da boa e má prática realizada em obra, que serão
apresentadas e discutidas seguidamente.

20 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

O ponto 3.1.1 - Edifício DOCA - Praia da Barra, focar-se-á nos pormenores


observados em obra, registo das tubagens e compartimentos relevantes ao abastecimento.

3.1.1.1 Áreas Desenvolvidas

A obra referida, localiza-se na rua Fernão de Magalhães, na Gafanha da Nazaré,


mais precisamente na praia da Barra. Na figura seguinte, está representada a localização a
partir do Google Maps, estando o Lote 2, identificado a vermelho.

Sem escala
Figura 2 - Localização da Obra [Fonte: Google Maps]

Para a devida observação, podem ser encontradas no Anexo 2 as plantas respetivas ao


projeto de especialização de Abastecimentos de Água, fornecidas pela empresa CivilRia
para que o estudo e dimensionamento fossem possíveis. No Anexo 2, podem ser
encontradas à escala:
 Planta de Abastecimento de Águas para:

o Piso Subterrâneo;

o Piso 0;

o Pisos 1, 2, 3 e cobertura;

 Cortes representativos;

 Axonometria.

Diego Martins Mendes 21


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

A água armazenada para o abastecimento do edificado é albergada por duas células


com uma capacidade total de 1.15 . O rés-do-chão e piso 1 abastecem-se por gravidade,
não necessitando do auxílio de uma bomba para a admissão de água nas frações
correspondentes. O piso 2, que contém os dois duplex e as duas frações vizinhas, é
abastecido por uma bomba hidráulica, calculada e dimensionada no capítulo 5.
De modo a proceder-se ao estudo dimensionamento do sistema de abastecimento de
água e do retorno de AQS para um apartamento, tomou-se como exemplo, um dos duplex
do piso superior.
A planta da fração pode ser vista na Figura 3 e Figura 4 relativas ao piso superior e
inferior respetivamente, não estando porém à escala.

Sem escala

Figura 3 - Planta do Piso 2 do Lote 2 do edifício DOCA

Como pode ser observado, os dois apartamentos da parte inferior da Figura 3, são
os dois Duplex, destacando-se porém a vermelho, a fração escolhida como caso de estudo.

22 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Sem escala

Figura 4 - Planta do piso Superior dos Duplex, Piso 3

No piso superior pode-se encontrar a bomba de calor, pela qual é efetuada toda a
distribuição de água quente pela fração. Tendo esta dois pisos, e uma distância desde a
bomba de calor, até a casa de banho mais distante, (no Piso Inferior, Figura 3, à esquerda),
de arredondadamente 11 metros, representa um tempo de espera de aproximadamente 14
segundos. Decidiu-se experimentar a utilidade do retorno de AQS de modo a aumentar o
conforto dos utilizadores e a sustentabilidade ambiental, reduzindo o tempo de espera de
água quente, uma vez que o referido compartimento tem três dispositivos de água quente,
sendo um deles uma banheira, dispositivo que consome uma vasta quantidade de água.
Um tempo de espera de água elevado reverter-se-á numa elevada quantidade de
água e energia desperdiçada, um risco para a sustentabilidade ambiental e uma possível
adição ao custo de água mensal do utilizador.

3.1.1.2 Execução de Instalações e Infra-estruturas

A obra relativa ao Edifício DOCA, divide-se em quatro lotes, construídos


individualmente e por isso, encontram-se em fases variadas de construção. Apesar do caso
de estudo ser referente ao duplex do lote 2, foi também visualizado num âmbito
comparativo o duplex do lote 3. Este, na fase de instalação das tubagens do sistema de
abastecimento de água, enquanto o lote referente ao caso de estudo, lote 2, já se encontrava

Diego Martins Mendes 23


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

na fase final de pintura. A Figura 5 representa a fachada principal do edifício referente ao


lote 3.

Figura 5 - Fachada principal do edifício, lote 3

Com a visualização de ambos os lotes, pode-se observar e destacar a boa prática


referente às diferentes fases da obra assim como, a instalação das tubagens, revestimentos
e outros pormenores construtivos que acontecem em diferentes fases. A Figura 6
representa a fachada dos lotes 1 e 2, à esquerda e direita respetivamente.

Figura 6 - Fachada dos lotes 1 e 2

Na entrada das frações, encontram-se os compartimentos representados na Figura 7,


que contêm os contadores. Cada fração tem o seu respetivo contador, porém este efetua
apenas o cálculo da água consumida pela unidade. Existe, no entanto, um contador geral

24 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

que efetua a contagem de água proveniente da rede pública para o edificado que resultará
na soma, não apenas da água utilizada pelos moradores, como também pelos utilizadores
como responsáveis pela rega, lavagem e outros trabalhos.

.
Figura 7 - Compartimentos destinados ao armazenamento dos contadores, lote 2

A água proveniente da rede pública, que posteriormente será registada pelo


contador geral e abastecida para as frações é admitida através da tubagem registada na
Figura 8, relativamente ao lote 2.

Figura 8 - Tubagem de admissão de água da rede pública para a rede privada, lote 2

Diego Martins Mendes 25


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Relativamente ao lote 3, na Figura 9, pode-se observar a marcação da localização


dos dispositivos que serão posteriormente dispostos, ainda numa fase de instalação do
sistema de abastecimento de águas de modo a proceder-se ao correto posicionamento das
tubagens e outros materiais.

Figura 9 - Marcação dos dispositivos e respetivas torneiras de Abastecimento do Anexo. Máquina de Lavar
Roupa e Abastecimento do Ar Condicionado, lote 3

Pode-se também notar na Figura 10, porém no lote 2, a torneira previamente


instalada, já embutida na parede, que servirá de abastecimento para a máquina de lavar
loiça. Esta é apenas abastecida por uma tubagem (tubagem de água fria), pois tem
capacidade de produção de água quente através de uma resistência.

Figura 10 - Torneira de abastecimento para Máquina de Lavar Loiça, lote 2

26 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Relativamente à acústica da empreitada, foi observado um pormenor no âmbito da


redução do ruído e vibração provenientes do exterior do apartamento.
A solução tomada de modo a evitar estes fatores, é a colocação de uma camada de
um material resiliente denominado Impactodan, na junção entre as paredes com o solo
antes da aplicação do reboco e rodapés, que absorve vibrações provenientes de
movimentações do elevador ou de passos do exterior ou interior de outros edificados,
impedindo-as de serem sentidas pelos moradores do apartamento. As vibrações do interior
do apartamento são assim também absorvidas e reduzidas, para que não sejam passadas de
uma fração para outra.
Pode ser observado na Figura 11, o material situado num compartimento do lote 3,
ainda por aplicar. Note-se que a área do Impactodan deve ser maior que a área do solo,
porém, não se sobrepondo à altura do rodapé, de modo a ficar embutido no soalho e
consequentemente não ser visível, o que representaria um contratempo a nível estético.
A ficha técnica deste material e suas caraterísticas encontram-se no Anexo 1.

Figura 11 - Demonstração do Impactodan, antes da aplicação do soalho, lote 3

Na Figura 12, está demonstrado em formato de corte, um esboço de um exemplo


ilustrativo da aplicação de uma camada do material resiliente referido sob o soalho e
rodapé.

Diego Martins Mendes 27


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Camada
Soalho Resiliente Rodapé

Estrutura
Figura 12 - Representação ilustrativa da aplicação do
Impactodan

Após os devidos ajustes à área da camada resiliente, são aplicados os materiais


correspondentes (reboco, rodapé e soalho). Na Figura 13, pode-se observar a presença da
camada de Impactodan antes da aplicação do rodapé e soalho, porém já depois de ser
aplicada a argamassa. Uma vez que se encontra numa fase diferente da construção,
utilizou-se o lote 2 para a devida observação.

Figura 13 - Impactodan embutido, antes da aplicação do rodapé e soalho, lote 2

No que diz respeito ao isolamento térmico e acústico foi também registado o


pormenor nas janelas que fazem a ligação entre o interior e exterior do apartamento, sendo
que as frações do rés-do-chão têm pátio na retaguarda, ligado através de uma porta de
vidro.
Pode-se observar na Figura 14, a sala de estar de uma das frações do lote 3, ainda
numa fase construtiva onde será instalada uma porta de vidro.

28 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Figura 14 - Sala de estar, lote 3

O teto em betão pode também ser visualizado na Figura 14. Apesar de ainda se
encontrar numa fase inicial de construção, a empresa CivilRia tem como prática recorrente,
a utilização de tetos com betão visível na construção dos seus apartamentos, aplicando
tetos falsos, nas zonas de disposição de fios elétricos e/ou tubagens de sistemas de
abastecimento de águas.
Para a devida instalação e encaixe da caixilharia da porta de vidro, existe uma
saliência construída no local destinado à ocupação da porta. Esta, ainda situada no lote 3,
pode ser observada na Figura 15.

Figura 15 - Saliência para o encaixe da caixilharia da porta de vidro, lote 3

Diego Martins Mendes 29


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Visando a observação da instalação da porta de vidro, recorreu-se ao lote 2, no


estado mais avançado, uma vez que as portas já estavam dispostas. Pode-se observar na
Figura 16, a caixilharia da porta de vidro, devidamente encaixada na saliência previamente
construída, registada na Figura 15, tornando improvável o seu desencaixe.

Figura 16 - Caixilharia da porta de vidro devidamente instalada, lote 2

Pode-se observar na Figura 17, um exemplo de caixilharia, que contém vidro duplo.
Esta será uma boa solução visando o isolamento térmico e acústico, uma vez que dificulta
a passagem de ar frio e quente entre o interior e o exterior do apartamento, semelhante à de
ruídos. A caixilharia bloqueia o movimento do envidraçado, para que este esteja seguro,
possibilitando o movimento, apenas da caixilharia, sem riscos.

30 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Figura 17 - Pormenor de uma caixilharia [Fonte: Aluvieira]

Na Figura 18, é demonstrado o pormenor na escadaria geral, que efetua a passagem


entre o rés-do-chão e o primeiro piso. Deve-se notar que de modo a efetuar-se a montagem
da mesma, existe um rodapé na lateral de cada degrau, que evita a passagem de vibrações
para o apartamento adjacente e facilita a instalação.

Figura 18 - Pormenor Escadaria Geral, lote 2

Na Figura 19 pode ser visualizada a porta do elevador geral do lote 2. Este é


instalado na caixa de elevador, previamente construída e efetua o transporte dos moradores
para os diferentes pisos.

Diego Martins Mendes 31


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Figura 19 - Elevador no Lote 2

No duplex do lote 3, semelhante ao duplex do caso de estudo (do lote 2), pode ser
verificado uma escadaria do primeiro para o segundo piso. Esta é registada na Figura 20,
podendo observar-se a sua estrutura e o compartimento sob o mesmo, destinado
possivelmente a arrumos dos moradores, uma vez que representa uma área e volume
diminutos.

Figura 20 - Lanço de escadas e compartimento sob o mesmo, lote 3

Foi também registada a rede de drenagem de águas residuais domésticas observada


na garagem. Esta rede destina-se à recolha e condução das águas produzidas ao nível dos
pisos, à sua condução e transporte, através de tubos de queda e coletores, até à câmara de
ramal de ligação (Pedroso, 2007). A rede de drenagem de águas residuais do Edifício
DOCA será ligada por com um ramal à rede pública existente.

32 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Os tubos de queda foram dimensionados em função dos caudais a drenar. Estas


taxas de ocupação consideradas no dimensionamento dos tubos de queda tiveram em conta
o facto dos mesmos não terem ventilação secundária. Segundo (Pedroso, 2007), todos os
tubos de queda contêm ventilação primária, obtida através do seu prolongamento até
abertura na atmosfera (a ventilação dos tubos de queda destina-se a evitar a concentração
de gases no interior das canalizações, e respetiva propagação para o interior das instalações
servidas). A rede está situada no teto da garagem, com as tubagens facilmente observadas,
como pode ser visualizado na Figura 21.

Figura 21 - Rede de drenagem de Águas residuais na garagem, lote 2

Algumas tubagens contêm bocas de limpeza como pode ser observado na Figura
21, que permitem a sua abertura de modo a consertar os entupimentos por dejetos ou
quaisquer materiais despejados na rede pelos utilizadores. De modo a proceder-se à sua
limpeza, deve-se abrir a tampa demonstrada na Figura 22, e retirar o corpo que causa o
entupimento.

Figura 22 - Boca de Limpeza da rede de drenagem de águas residuais, lote 2

Diego Martins Mendes 33


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Esta rede deve ser dimensionada com diâmetros significativamente superiores


devido ao cuidado para que os entupimentos sejam minimizados, uma vez que os
utilizadores são intermediários nesta rede, logo não será apenas circulada água.
Na conceção e dimensionamento do sistema de drenagem foi prevista a utilização
de ramais individuais de descarga dos aparelhos: PVC Série B (NP EN 1329 ou NP EN
1453); tubos de Queda: PVC Serie B (NP EN 1329 ou NP EN 1453); ramais nos pisos em
cave: PVC Serie B (NP EN 1329 ou NP EN 1453); acessórios: (NP EN 1329); ramal de
ligação: PVC (EN 13476-3).
Pode observar-se na Figura 23, o ramal de ligação, ainda na garagem do lote 2,
instalada a 45 graus no teto da mesma, como a restante rede de drenagem. Existem ramais
de ventilação nesta zona da rede de drenagem, uma vez que efetua o transporte das águas
residuais de todo o apartamento, podendo causar entupimentos com mais probabilidade.

Figura 23 - Pormenor da rede de drenagem de águas residuais, lote 2

O transporte das águas residuais é efetuado por todo o edificado. Isto representa o
transporte desde pisos superiores, até à zona da garagem, onde as águas residuais serão
posteriormente conduzidas até o exterior do apartamento, para a Estação de Tratamento de
Águas Residuais (ETAR) mais próxima. Neste âmbito, existem tubos de queda, que
efetuam a transferência desde os pisos superiores para os inferiores, até à garagem, onde é
recolhida toda a água residual dos habitantes. Os tubos de queda, podem ser observados na
Figura 24.

34 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Figura 24 - Tubos de queda da rede de drenagem de águas residuais, lote 3

Na Figura 25, pode observar-se o que representa uma dificuldade acrescida no


dimensionamento e montagem de um sistema de drenagem de águas residuais de um
edificado. Sendo obrigatório o transporte em todos os pisos, existem dificuldades em obra
resultantes da sobreposição de tubagens. Visando a sua ocultação, situações como as
demonstradas na Figura 25, devem ser dispostas em locais posteriormente cobertos, para
que não representem uma menos-valia a nível estético.

Figura 25 - Pormenor dos ramais da rede de drenagem de águas residuais nos pisos superiores

É necessário também algum cuidado com o ruído efetuado pelas tubagens do


sistema de drenagem de águas residuais no transporte das mesmas, e por isso dimensioná-
las utilizando materiais que representem um ruído decrescido e procurar cobri-las com
materiais que funcionem como bom isolador acústico.

Diego Martins Mendes 35


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Para o aquecimento da água no interior da fração, é necessária a utilização de uma


bomba de calor. Esta também dimensionada e instalada pela empresa de construção,
encontra-se representada na Figura 26.

Figura 26 - Bomba de calor de uma fração e respetiva ventilação, lote 2

Como observado no Capítulo 2, a bomba de calor é abastecida de água fria e efetua


a distribuição de água quente por toda a fração. Na Figura 27, a bomba respetiva a uma das
frações do rés-do-chão no lote 2, pode ser visualizada e duas tubagens responsáveis pelo
abastecimento de água fria e distribuição de água quente são facilmente visíveis.

Figura 27 - Tubagens de admissão e distribuição de água do esquentador de uma fração, lote 2

De modo a observar-se o local de instalação da bomba antes da sua instalação,


recorreu-se ao lote 3, ainda em desenvolvimento. A Figura 28 representa o local de
instalação da bomba de calor no duplex do lote 3, no piso superior como pode ser

36 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

observado na Figura 4 (planta do edificado, piso superior) do presente capítulo. Pode ser
observada no Anexo 2 a planta referente, que apesar de ser respetiva ao lote 2, tem a
mesma exata disposição.

Figura 28 - Compartimento destinado ao posicionamento do esquentador no Duplex do Lote 3

Pode também observar-se na Figura 28 a presença de uma zona destinada ao


posicionamento de tubagens de abastecimento de água ao redor da porta. A tubagem
utilizada para o abastecimento de água foi em PP-R por todo o edificado, como pode ser
observado na Figura 29. A utilização de tubagens em PP-R é uma solução corrente, pois
representa um material resistente à corrosão e económico.
A ficha técnica do PP-R, da empresa Alfatubo, pode ser visualizada no Anexo 1.

Figura 29 - Tubagem em PP-R para Abastecimento de Águas

Na conceção e dimensionamento do sistema de abastecimento de água, foi prevista


a utilização de ramal de ligação – Polietileno de alta densidade (PEAD PN10); tubagens

Diego Martins Mendes 37


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

para a rede interior - polipropileno copolímero random (PP-R PN20); tubagens para a rede
interior comum - polipropileno copolímero random (PP-R PN20); tubagens para a rede do
sistema de combate a incêndios (dispostas na garagem a cor vermelha) – ferro galvanizado
(FG).

3.1.1.3 Síntese

Foram visualizados diferentes apartamentos em diferentes fases de execução, dois


no rés-do-chão, em fase inicial de instalação hidráulica (Lote 3) e fase final (Lote 2) e dois
duplex no piso superior, nas mesmas respetivas etapas.
Pormenores relativos à acústica, drenagem de águas residuais, térmica e
abastecimento de águas foram verificados e uma análise superficial dos apartamentos foi
realizada de modo a verificar boas e más práticas em construção.
Foi também efetuada uma análise para a utilidade da utilização de retorno de água
quente sanitária nas frações com um piso. Devido às pequenas distâncias entre a bomba de
calor e os dispositivos, a utilização de retorno de AQS não seria uma opção
economicamente viável, uma vez que o tempo de espera não representa um valor
significativo e por conseguinte o desperdício de água não é significativo. Contudo, o
duplex visualizado, contém distâncias significativas desde a bomba aos dispositivos, o que
pode levar a que o retorno de água quente sanitária seja uma solução interessante,
reduzindo o tempo de espera de água quente para dispositivos como os da casa de banho
do piso inferior (Figura 4).
Deste modo, decidiu proceder-se ao dimensionamento do sistema de abastecimento
de águas e retorno de água quente sanitária para o duplex do lote 2, o caso de estudo do
presente relatório. A ideia inicial foi a de efetuar o dimensionamento, construção, cálculo e
consequente comparação dos tempos de espera teórico e prático com e sem o retorno de
AQS, porém após as devidas negociações, não foi atingido um ponto de acordo, decidindo-
-se que não iria ser construído o retorno, devido à falta de recetividade dos possíveis
compradores, uma vez que o dispositivo necessita de acompanhamento a cada 15 anos.

38 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

3.1.2 Continente Bom Dia – Esmoriz

O edifício em Esmoriz que funciona como um “Continente Bom Dia”, da empresa


Sonae, foi construído pela empresa CivilRia, visando o trabalho de venda comercial com
apenas um piso. Existem também dois compartimentos destinados ao aluguer para o
comércio.
O trabalho desenvolvido na presente obra foi o de colaborador da equipa de projeto
na área do abastecimento de água. Foi estudado o retorno de Água Quente Sanitária
presente na obra que foi desenvolvido pela empresa, em contraste com a obra - 3.1.1
Edifício DOCA Lote 3 – Praia da Barra. O dimensionamento do retorno na presente obra
deve-se às grandes dimensões da construção e à rápida e elevada necessidade da presença
de água quente em todos os compartimentos, de modo a garantir a qualidade dos produtos
nos diferentes locais (Peixaria, Talho, etc.), tal como o vasto desperdício de água que
resultaria dos tempos de espera de água quente representados pela distância desde a bomba
de calor até os dispositivos localizados nos compartimentos mais desfavoráveis, que
podem ser visualizados posteriormente.
Após o estudo da obra no papel de colaborador da equipa de projeto, foi realizado
um conhecimento e acompanhamento da mesma, no papel de colaborador de coordenador
de obra. Juntamente com os engenheiros responsáveis disponibilizados pela CivilRia,
fatores desenvolvidos em obra foram explicados e aprendidos para que não exista uma
discrepância entre a conexão teoria-prática. Foi também disponibilizada a possibilidade de
capturar fotografias das boas e más práticas realizadas em obra, como variados
dispositivos, que serão demonstradas no presente subcapítulo.
O ponto 3.1.2 - Continente Bom Dia, focar-se-á maioritariamente na visualização e
comparação da utilização de retorno de água quente sanitária em zonas de maior área
relativamente a comércio como um supermercado a construções de menores dimensões
como um edifício unifamiliar.

Diego Martins Mendes 39


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

3.1.2.1 Áreas Desenvolvidas

A respectiva construção situa-se na rua da estação, número 45 em Esmoriz. A sua


localização é demonstrada na Figura 30.

Sem escala

Figura 30 - Localização do Continente Bom Dia em Esmoriz [Fonte: Google Maps]

A obra foi visitada numa fase final de construção, de modo a observar o retorno de
AQS, e ter uma perceção da área de construção, aliado à observação de práticas benéficas e
menos boas ao bom funcionamento do sistema.
Pode ser observado na Figura 31, a planta de abastecimento de águas relativa à
referida construção, disponível no Anexo 3, em escala. Destacado a vermelho está a
posição do retorno de AQS.

Sem escala

Figura 31 - Planta de abastecimento de águas da construção

40 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

3.1.2.2 Execução de Instalações e Infra-estruturas

Observado na Figura 32, estão as tubagens que serão responsáveis pela admissão e
abastecimento de água, onde instalar-se-á posteriormente a bomba recirculadora,
responsável pelo retorno de água quente sanitária.

Figura 32 -Local de instalação da bomba recirculadora

A bomba recirculadora será abastecida de água através da tubagem branca (Figura


32), tubagem que transporta a água fria para que a bomba a volte a aquecer, recirculando-a
à temperatura desejada durante o período de tempo estabelecido pelo temporizador, para
que exista água quente em todo o estabelecimento sem tempos de espera
significativamente elevados, evitando o desperdício de água e energia. A saída de água
quente da bomba recirculadora é efetuada através da tubagem de cor negra, também
representada na Figura 32.
A bomba recirculadora operará apenas durante o horário de funcionamento do
estabelecimento e não permitirá que a água ultrapasse os 60 graus centígrados. Assim
sendo, coloca-se a necessidade de dispositivos de regulação de temperatura e tempo de
funcionamento, como os registados na Figura 32, termóstato e temporizador.

Diego Martins Mendes 41


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Figura 33 - Dispositivos de temporização e regularização térmica

O retorno de AQS foi dimensionado com uma bomba tipo Grundfos UPS 25-80,
cuja ficha técnica é disponibilizada no Anexo 3, dimensionada para um caudal de
0.43 /h (0.12l/s), caudal necessário para substituir toda a água existente nas tubagens em
10 segundos e para uma perda de carga 5.86m.c.a, segundo a memória descritiva fornecida
pela empresa CivilRia.
A água abastecida pela rede pública transportada para o estabelecimento é
posteriormente distribuída para cada uma das zonas de trabalho respetivas. Existem
variadas áreas onde é consumida água quente para o bom funcionamento do
estabelecimento, como a peixaria, o talho e as casas de banho. Cada uma destas áreas
possui um contador que faz a medição da quantidade de água consumida pela área, de
modo a que a perceção da quantidade de água utilizada seja possível.
Existem, para além de todas as áreas incluídas no estabelecimento, outros três
compartimentos exteriores à zona do supermercado. A “Zona Wells”, também pertencente
ao grupo Sonae, e outras duas lojas, destinadas ao aluguer por empresas privadas. Estas,
também são dispostas de contadores de modo a que se proceda à contagem de água
utilizada. Os contadores podem ser verificados na Figura 34.

42 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Figura 34 - Contadores

As válvulas destinadas à contenção de água, caso exista algum problema são


demonstradas na Figura 35. Estas contêm dispositivos reguladores para a saída de água de
modo a que o sistema possa ser fechado a qualquer altura.

Figura 35 - Válvula de retenção do dispositivo de rega

Estes dispositivos estão propriamente destacados como pode ser visualizado na


Figura 36, para que se proceda sempre à abertura e fecho dos dispositivos de uma maneira

Diego Martins Mendes 43


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

organizada, evitando possíveis equívocos no encerramento do abastecimento de água para


outros compartimentos.

Figura 36 - Etiqueta do dispositivo de rega

A empreitada relativa ao Continente Bom Dia, representa uma vasta área, como
pode ser observado na Figura 37, o que significa um desperdício de água fria significativo
se não for utilizado retorno de AQS. As zonas de venda dos variados produtos são
destacadas no topo do compartimento destinados à mesma, como pode também ser
visualizado na Figura 37.

Figura 37 - Panorama geral das instalações e compartimentos para vendas

O abastecimento de água é efetuado por todo o estabelecimento. Na Figura 38 são


demonstradas as tubagens de transporte de água quente e água fria situadas no teto do
estabelecimento, seguros por uma grade. A água fria é transferida por toda a rede do

44 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

estabelecimento através de uma tubagem, de cor branca. Esta água é posteriormente


transferida até a bomba de calor, que a aquece e transfere por todo o estabelecimento,
numa tubagem de cor negra, como demonstrado abaixo. Esta cor negra é proveniente do
isolamento da tubagem. As tubagens restantes, a vermelho e cinzento, são destinadas à
rede de emergência e ventilação, respetivamente.

Figura 38 - Tubagens destinadas a diferentes funções

Deve notar-se que a construção já se encontrava numa fase final de instalações


elétricas, porém ainda prévia à instalação da bomba recirculadora e bomba hidráulica.
O transporte da água após a sua utilização, para tratamento e reutilização, é
efetuado através de um sistema de drenagem de águas residuais semelhante ao registado no
subcapítulo anterior. Este, porém, é posicionado abaixo do nível terrestre, depois da saída
do estabelecimento e o seu acesso é efetuado através de tampas no solo, como
demonstrado na Figura 39.

Diego Martins Mendes 45


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Figura 39 - Tampas destinadas ao acesso às tubagens no exterior do edifício

3.1.2.3 Síntese

Após visita e registo dos pormenores e utensílios observados em obra, foi notada
uma clara diferença entre as construções visando o alojamento familiar e construções para
comércio.
O edificado descrito no presente subcapítulo contém uma área significativamente
maior, fazendo com que seja de extrema dificuldade o transporte de água quente para os
dois locais mais desfavoráveis sem o auxílio de um sistema de recirculação.

Figura 40 - Demonstração das zonas mais desfavoráveis para a distribuição de água quente

46 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Como demonstra a Figura 40, a bomba de calor tem a tarefa, de distribuição de


água quente para os dois compartimentos mais desfavoráveis destacados a verde. Sem a
recirculação de AQS os tempos de espera de água quente até os dispositivos localizados
nos referidos compartimentos, quando necessitados de água quente, seriam significativos,
levando a um vasto desperdício de água durante o aquecimento e transporte.
O contraste mais relevante neste tipo de construções aquando o projecto hidráulico
de abastecimento de águas domiciliares, é a necessidade indubitável de retorno de AQS em
empreitadas como a descrita no presente capítulo. Por conseguinte procede-se ao seu
dimensionamento e instalação com termóstato e temporizador, para que não exista um
desperdício energético demasiado elevado evitando o sobreaquecimento da água e o
funcionamento da bomba em horários sem utilização.
A empresa utilizou a bomba recirculadora UPS 25-80 da Grundfos, cuja ficha
técnica pode ser encontrada no Anexo 3.

Diego Martins Mendes 47


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

3.1.3 Lote Urbano em Canidelo

Visando o alojamento unifamiliar, foram projetados dois lotes simétricos com dois
pisos, na zona de Canidelo.
O trabalho desenvolvido foi o de colaborador para a equipa de projeto, com foco na
utilização dos softwares Autocad e Navisworks para a observação dos mesmos. O presente
subcapítulo, 3.1.3, tem como foco principal a descrição dos softwares utilizados para a
observação e a conceção das especialidades.
Após a visualização do projeto, existiu a possibilidade de conhecer o espaço, não
sendo possível a observação do desenvolvimento da empreitada pois encontrava-se ainda
numa fase precoce. O registo fotográfico do local foi porém efetuado.

3.1.3.1 Áreas Desenvolvidas

A obra referida, localiza-se na Travessa das Chieiras, em Canidelo, no Porto. Na


Figura 41, está representada a localização a partir do Google Maps.

Sem escala

Figura 41 - Localização das moradias em Canidelo

A Figura 42, representa o terreno, como referido, ainda numa fase de estudo e
conceção, no qual a empreitada será realizada. De modo a iniciar-se o projeto, terá de ser
efetuada a escavação e consequentemente a construção das infra-estruturas.

48 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Figura 42 - Terreno destinado à realização da empreitada

As plantas para a construção do referido edificado em Canidelo foram


disponibilizadas pela empresa, através da conversão do projeto em Navisworks para
Autocad, juntamente com o documento criado no mesmo software, com as especialidades
de arquitetura, hidráulica e estrutura.
Uma vez que a moradia provém de apenas um esquentador (como pode ser
observado nas plantas dispostas no Anexo 4 à escala, ou na Figura 44 e Figura 45) para
todo o edificado e, sabendo que este tem dimensões significativas até os dispositivos mais
desfavoráveis, para evitar tempos de espera de água quente, é plausível a consideração de
retorno de água quente sanitária, reduzindo consequentemente o desperdício de água e
aumentando o conforto dos utilizadores.
Uma vez que o presente projeto encontrava-se ainda numa fase de estudo do solo e
escavação, possibilitou-se a hipótese do estudo do retorno de água quente sanitária no
sistema, após dimensionamento e conceção do mesmo, para a medição real dos tempos de
espera e estudo económico. Porém devido ao tempo reduzido do presente projeto, este
estudo não foi possível.
Utilizou-se como software de observação, o Navisworks, que é um pacote de
revisão de design 3D para Microsoft Windows, utilizado principalmente em indústrias de
construção para complementar pacotes de design 3D (como Autodesk Revit , AutoCAD).
Este software combina as várias especialidades de cada projeto num modelo único,
permitindo aos seus utilizadores a deteção automática de conflitos existentes e a gestão dos
erros encontrados durante a fase de pré-construção. O Navisworks permite também aos
usuários abrir e combinar modelos 3D, navegar em tempo real e rever o modelo construído
usando um conjunto de ferramentas, incluindo comentários, redline, ponto de vista e

Diego Martins Mendes 49


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

medidas. Uma seleção de plug-ins aprimora o pacote, adicionando deteção de interferência,


simulação em tempo 4D, renderização foto-realista e publicação em formato PDF.
(Autodesk Navisworks, 2018)
De modo a facilitar a observação da estrutura, foram efetuados alguns cortes
representativos dispostos nas figuras abaixo destacadas. Na Figura 43 é representada a
interface disponibilizada pelo software.

Figura 43 - Exemplo demonstrativo do painel de utilização do Navisworks

Referentes à moradia de Canidelo, os cortes representativos são disponibilizados


nas Figuras 44 e Figura 45 de modo a facilitar a visualização do edificado. Estas imagens
foram adquiridas através do software Navisworks, que permite o corte nos diferentes eixos
a diferentes distâncias do projeto. O corte seguinte, feito em formato de planta, foi
efetuado segundo o eixo zz.

Sem escala

Figura 44 - Corte no plano zz para visualização do Piso 0

50 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

Sem escala

Figura 45 - Corte no plano zz para visualização do Piso 1

Para a observação de apenas uma especialidade, o software possibilita a ocultação


das especialidades não utilizadas. Por conseguinte, selecionou-se a demonstração do
projeto de abastecimento de águas, que pode ser visualizado na Figura 46.

Sem escala

Figura 46 - Demonstração do sistema de abastecimento de águas

Para a possibilidade da observação e medição das tubagens e distâncias respetivas à


especialidade de abastecimento de águas, converteu-se o projeto inicialmente em
Navisworks, para Autocad. As plantas relativas ao primeiro e segundo piso da moradia
unifamiliar em Canidelo, podem ser observadas nas Figuras 47 e Figura 48.

Diego Martins Mendes 51


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Sem escala

Figura 47 - Planta de abastecimento de águas para Piso 0

Sem escala

Figura 48 - Planta de abastecimento de águas para Piso 1

No Anexo 4 podem ser encontradas, à escala:


 Planta de Abastecimento de Águas referentes ao lote urbano em Canidelo do:

o Piso 0

o Piso 1

52 Diego Martins Mendes


Capítulo 3 - Projeto e Direção/Acompanhamento de Obra

3.1.3.4 Síntese

Como referido anteriormente, a empreitada encontra-se ainda numa fase inicial do


projeto e por conseguinte foi apenas possível o registo fotográfico do terrreno e observação
dos softwares de conceção das especialidades. Foi porém enriquecedor, uma vez que
existiu a possibilidade de uma conversa com o engenheiro responsável pela empreitada,
que se mostrou extremamente recetivo, destacando alguns detalhes sobre as escavações,
coordenação de segurança e gestão de obra.
Referentemente ao estudo na moradia do presente subcapítulo, a empresa anfitriã
mostrou-se recetiva a fazer o estudo prático do retorno de água quente sanitária não
existindo, porém, o tempo necessário para todo o processo necessário ao projeto. Coloca-
se, portanto, a possibilidade de uma continuidade do presente estudo no âmbito do cálculo
e perceção da viabilidade e sustentabilidade de retorno de Água Quente Sanitária numa
moradia de grandes dimensões, contrariamente ao Edifício DOCA - Lote 2, também
moradia unifamiliar, porém de menores dimensões, que representa o caso de estudo do
presente relatório.
Utilizando o dimensionamento do Edifício DOCA – Lote 2 na Praia da Barra,
descrito no capítulo 5, é efetuada uma comparação, no capítulo 6, entre a moradia descrita
no presente subcapítulo e o caso de estudo do relatório, Edifício DOCA - Lote 2. A
moradia unifamiliar em Canidelo representa uma distância entre a bomba de calor e o
dispositivo mais desfavorável significativamente mais elevada, o que reverte na
importância da consideração de retorno de AQS para o projeto.

Diego Martins Mendes 53


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 4

4. Retorno de Água Quente Sanitária


4.1 Introdução
4.2 Retorno, o que é?
4.3 Dimensionamento do Retorno de AQS
4.4 Métodos de desenvolvimento
4.5 Síntese

56 Diego Martins Mendes


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária

4.1 Introdução
A utilização de retorno em moradias unifamiliares não é um método recorrente,
porém, visando a sustentabilidade e poupança de água, que cada vez mais nos dias de hoje
é um recurso em falta podendo representar um perigo de extinção no futuro, projetaram-se
sistemas de abastecimento com retorno de água quente sanitária, visando mostrar a
diferença não apenas no impacte ambiental, como também a um nível financeiro para o
morador.
A sustentabilidade é uma parcela importante na engenharia. O futuro das gerações
seguintes deve ser protegido e medidas contra o desperdício dos meios fundamentais à vida
devem ser tomadas. No presente relatório fala-se da poupança de água. Segundo o
Professor Silva Afonso, esta é a política dos 5R da eficiência hídrica (Silva Afonso, 2018):

 Reduzir consumos

 Reutilizar água

 Reduzir perdas e desperdícios

 Reciclar água

 Recorrer as origens alternativas.

O dimensionamento de retorno para o edificado foca-se no segundo R – Reduzir


perdas e desperdícios.
Não representando um gasto exorbitante para o dono de obra, o dimensionamento
de retorno de AQS pode ser um método eficaz para a diminuição das perdas e desperdícios
de água.

4.2 Retorno – o que é?

Tome-se como exemplo um banho quente. Após a abertura da torneira de água


quente, a bomba de calor, ou caldeira, recebe a necessidade de água quente no chuveiro da
casa de banho. Logo, começa, no caso da bomba, o aquecimento da água para que chegue
ao duche, na temperatura correta. Porém, uma vez que, sem retorno, o único sistema de
abastecimento de água que está 24 horas ativo é o regular, sendo este de água fria, a água,

Diego Martins Mendes 57


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

ainda não aquecida porém já na tubagem sai a uma temperatura muito baixa para o
conforto humano, enquanto a bomba aquece a água, na central.
Esta água fria, previamente na tubagem, sai pelo chuveiro onde o banho será
tomado enquanto a água é aquecida até chegar à temperatura de 60 graus (temperatura
máxima prevista para o aquecimento da AQS). Só neste momento, o utilizador começa o
banho.
Dezenas de litros de água são desperdiçados neste processo que demora tanto
quanto for a distância do chuveiro até à bomba de aquecimento de água. Imagine-se que
em apartamentos ou moradias, esta perda de água pode representar alguns minutos, o que
causa o desperdício de 20, 30 litros de água por aquecimento prévio ao duche.
O retorno visa resolver este problema através de um sistema de abastecimento de
água quente em paralelo com o sistema de água fria que funciona, na maioria das vezes,
por turnos nas horas de maior consumo de água quente (pré horário laboral e na hora da
chegada ao domicílio, pós horário laboral) de modo a evitar desperdícios energéticos da
bomba, quando a água quente não será consumida. Este sistema de retorno, efetua o
transporte contínuo de água quente para que quando solicitada por um dispositivo, este seja
abastecido de imediato.

4.3 Dimensionamento do Retorno de AQS

Visando o maior conhecimento na área de Retorno de AQS, este foi dimensionado


para uma das frações duplex do Lote Três, com o desenho, dimensionamento de tubagens,
escolha da bomba, e consequente estudo económico também efetuados como caso de
estudo, no capítulo 5.1.2.
Assim, foi possível uma comparação relativa ao desperdício de água de uma
habitação com e sem retorno para que seja possível a descoberta de qual a solução mais
económica e sustentável a nível ambiental a longo prazo. Sabe-se que a perda de água na
espera de água quente é algo que frequentemente é subvalorizado, porém pode significar
centenas de litros de água potável por dia, o que apesar de não parecer relevante,
representa um dano irreversível no futuro.
Considerou-se um desperdício médio de 20 litros de água por minuto, num banho
comum. Se um duche demorar 1 minuto para obter água quente, e a habitação tiver quatro

58 Diego Martins Mendes


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária

habitantes sendo que cada um toma apenas um banho por dia, serão gastos à volta de 80
litros de água por dia, apenas no aquecimento da água do duche. Depois, mais água será
desperdiçada na lavagem de loiça, sistema de aquecimento central, lavagem de mãos, entre
outras.
Outro fator relevante aquando a utilização de retorno é o conforto dos moradores,
não apenas no tempo de espera de água quente no banho, como também na lavagem de
mãos e lavagem de loiça, o que pode ser uma tarefa custosa em dias com temperaturas
significativamente baixas.
Deve-se evidenciar que usualmente o retorno é dimensionado, quando existe um
utensílio no sistema de abastecimento com uma distância igual ou superior a 15 metros do
dispositivo produtor de água quente. Deste modo evita-se o desperdício de água aquando o
seu aquecimento (Silva Afonso, 2018).
É importante salientar que uma vez instalada uma linha de circulação para o
respetivo edificado, nenhum dispositivo deve ficar a 3 ou mais metros dessa linha (Silva
Afonso, 2018).
A produção de água quente sanitária na central é efetuada a 55 graus centígrados,
17 graus acima da temperatura máxima requerida para o contato com o corpo humano, de
38 graus centígrados. Logo, podemos considerar, estes 38 graus como a temperatura de
chegada da água quente à central, representando este diferencial de 17 graus, a perda
máxima de temperatura no circuito. Existem casos, em que devem ser considerados
diferenciais inferiores, compreendidos entre 3 e 10 graus centígrados, uma vez que em
situações de temperatura mais baixa, o consumo de água quente é gradualmente maior. Em
alguns outros métodos de cálculo, o diferencial é calculado até o ponto mais desfavorável,
e não até o retorno de água quente à central (Silva Afonso, 2018),
O dimensionamento do retorno pode fazer-se de diferentes modos, podendo estes
ser incluídos em duas subcategorias
a) Rede de água quente com Retorno a jusante das linhas de distribuição (como se o
mesmo tivesse sido “adicionado” a um sistema de abastecimento previamente
construído, representado na Figura 49;

b) Rede de água quente com distribuição para os dispositivos nas linhas de Retorno,
representado na Figura 50.

Diego Martins Mendes 59


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Figura 49 - Representação da subcategoria de dimensionamento de retorno a) [Fonte: Silva Afonso, 2018]

Figura 50 - Representação da subcategoria de dimensionamento de retorno b) [Fonte: Silva Afonso, 2018]

Usualmente, a subcategoria a), traduz-se em custos de investimento mais reduzidos,


porém num maior custo de exploração, sendo o caso b) o inverso. Isto representa um maior
custo de investimento para o dono de obra aquando a utilização da distribuição nas linhas
de retorno, porém dando maior conforto à habitação e reduzindo o desperdício de água
(Silva Afonso, 2018).
O retorno deve respeitar algumas regras. O gradiente de temperatura de saída do
dispositivo produtor de água quente e o dispositivo mais desfavorável do sistema não deve
exceder um valor previamente fixado, como referido acima, (que pode ir até 17 graus

60 Diego Martins Mendes


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária

centígrados ou menos em casos de locais com hábitos de temperaturas mais reduzidas) e


deve haver um equilíbrio entre as perdas de carga dos circuitos, que na prática representa
uma severa dificuldade.
Deve-se neste caso, adotar um dos variados métodos de cálculo aproximados,
sabendo que existirá uma necessidade da afinação do equilíbrio do circuito, através da
instalação de válvulas de regulação nas principais ligações. Estas devem também ser
instaladas, evitando que o sistema funcione de modo contrário, fazendo com que o retorno
alimente o sistema de abastecimento e não o oposto.

Figura 51 - Exemplo da colocação de válvulas de retenção para o regulamento e prevenção do sistema nas ligações
principais, com o foco circulado a vermelho [Fonte: Silva Afonso, 2018]

Deve-se dimensionar os diâmetros do retorno de modo a que a velocidade não seja


superior a 1 m/s, sendo recomendado que esta esteja compreendida entre 0,2 m/s e 0,5 m/s,
para que o retorno seja ideal. Contudo, em grandes edificados, que representam maiores
diâmetros, podem haver casos passíveis de aceitar-se velocidades superiores a 1 m/s (Silva
Afonso, 2018).
Com as secções de todas as condutas dimensionadas e o valor do caudal de retorno
a utilizar, pode então chegar-se às perdas de carga totais dos circuitos. A perda de carga
mais extensa representará o circuito mais desfavorável e é relativamente a esse, que deve
ser procedido o dimensionamento da altura manométrica da bomba, usualmente com uma
folga de 10% a 20%.
Para que não se proceda a um gasto energético demasiado elevado, desperdiçando
energia com água quente que não será utilizada, o retorno deve ser regulado, com um
termóstato e temporizador. Termóstato para que a água não sobreaqueça, e temporizador,

Diego Martins Mendes 61


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

para que o sistema funcione apenas nas horas de maior consumo. Assim, a água começaria
a ser aquecida, por exemplo às 7 da manhã, e quando os habitantes fossem tomar banho
antes de ir trabalhar, a água já estaria aquecida, e não existiria o desperdício de água no
mesmo âmbito. Posteriormente, quando o os utilizadores saírem de casa, o retorno é
desligado, podendo ainda utilizar-se a água quente, porém, com o tal desperdício para o
aquecimento.
Existem variados tipos de retorno. Seguidamente destacam-se as principais
configurações dos diferentes sistemas de retorno de água quente sanitária com os
respetivos métodos, vantagens e desvantagens.

Sistema de Retorno Tradicional

Método: Sistema de recirculação de água quente que utiliza o sistema de


bombagem, porém a água não consumida, retorna ao utensílio produtor. Equipamento de
bombagem geralmente colocado a jusante do produtor/acumulador.
Vantagens e Desvantagens: Possibilita a distribuição quase imediata de água
quente, o que aumenta o conforto dos utilizadores, porém tem um gasto energético mais
elevado devido ao aquecimento da água não utilizada.

Sistema de Retorno utilizando a Linha de Água Fria

Método: Utilizando as Linhas de Água Fria, a bombagem apenas é efetuada


durante alguns segundos, devido à baixa energia de bombagem requerida e às menores
perdas térmicas na circulação.
Vantagens e Desvantagens: Devido ao menor tempo de funcionamento da bomba,
o consumo energético é reduzido, diminuindo os custos de exploração, contudo é requerido
um desenvolvimento das redes de água quente e fria, em paralelo, o que minimiza os casos
em que a solução é benéfica.

62 Diego Martins Mendes


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária

Sistema de Retorno com Termosifão

Método: Na solução descrita, não é necessária a utilização de uma bomba


distribuidora. A água percorre desde o produtor/acumulador até a central, existindo depois
um retorno da mesma água até o aquecedor.
Vantagens e Desvantagens: Sem a necessidade de utilização de um sistema de
bombagem, o custo de investimento é significativamente menor, porém torna-se uma
solução menos viável na maioria dos casos pois requer um projeto com as condições
externas exatas para a utilização da mesma.

Sistema de Retorno Interno

Método: O sistema de retorno interno, é uma solução recente desenvolvida pela


empresa VIEGA, que permite a distribuição de água e o seu retorno na mesma tubagem,
como é representado na Figura 52. Apenas pode ser utilizado em edifícios com no máximo
seis pisos, deve ser operado a menos de 60 graus centígrados e não pode exceder os 85
metros de coluna de água de pressão. Os seus autores defendem, contudo, a utilização de
uma bomba, não recorrendo à alternativa do termosifão.

Figura 52 - Sistema de retorno interno [Fonte: VIEGA]

Vantagens e Desvantagens: É uma solução que requer um custo de investimento


mais elevado, devido ao facto de ser patenteado por uma empresa e ser recente. Porém é

Diego Martins Mendes 63


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

benéfico, uma vez que não é necessária a consideração de uma tubagem adicional para o
retorno.

Hoterway Hotbox

Método: O Hoterway Hotbox, solução desenvolvida pela empresa Heaboo, é uma


coluna de duche que integra uma bateria térmica com capacidade para aquecer até 12 litros
de água sem ligação a qualquer fonte de energia. O aquecimento da água é efetuado através
de um material que alterna entre a fase sólida e líquida, aumentando assim a temperatura.
Este material denomina-se PCM - Phase Change Material (Heaboo).
Vantagens e Desvantagens: É uma solução de fácil instalação que evita o
dimensionamento e construção do retorno de AQS, funcionando para o duche, uma vez
que este é usualmente o dispositivo onde a água quente é mais necessária. Contudo, é uma
alternativa economicamente mais desafiante (Heaboo).

4.4 Métodos de Desenvolvimento

Para facilitar o dimensionamento com o equilíbrio estável do sistema, utilizam-se,


usualmente, métodos práticos simplificados baseados exclusivamente no caudal ou
diâmetro de água quente, não considerando as perdas térmicas. Estes são descritos
seguidamente.

Método Tradicional

O método usualmente utilizado é o método tradicional que consiste na adoção de


diâmetros de tubagem de retorno de 2/3 dos diâmetros do sistema de abastecimento de
água quente respetivos. São por vezes utilizados valores mais baixos, como 1/2.
Alguns autores consideram outra abordagem, utilizando um caudal de retorno de 2
l/min para cada 20 ou 25 dispositivos. Este não é de todo os método mais eficiente uma vez
que, quando utilizado, resulta num sobredimensionamento do sistema. (Silva Afonso,
2018).

64 Diego Martins Mendes


Capítulo 4 - Retorno de Água Quente Sanitária

Deste modo, desenvolveram-se outros métodos que devem ser tidos em conta:

Método Espanhol

O Método CTE, Método Espanhol, cita que o caudal mínimo em cada linha de
retorno deve ser igual a 10% do caudal de alimentação da mesma, sendo aceitável o
dimensionamento igual a 5% de modo a evitar o sobredimensionamento. A velocidade nas
tubagens deve estar compreendida entre 0.2 e 0.5 m/s (Silva Afonso, 2018).
Considera-se que uma distância superior a 15 metros desde a bomba até o ponto
mais distante do sistema é um fator demonstrativo da necessidade da utilização de retorno
no abastecimento.

Método Americano

O Método Americano refere a consideração de uma perda de cerca de 100 BTU/h


(British Termal Unit = 1.59x10^36 hertz) por metro de tubagem, independentemente dos
diâmetros utilizados. Note-se que apesar de independente, o valor está de acordo com a
AICVF (Association des Ingénieurs et techniciens en Climatique, Ventilation et Froid),
uma vez tomado como referência o diâmetro de 1 ½’’ isolado. Sendo o valor obtido
dividido por 44, obtém-se o caudal de retorno em l/h. Posteriormente, os diâmetros devem
ser dimensionados através dos critérios de velocidade (Silva Afonso, 2018).

Método Italiano

O Método Italiano tem como premissa a conta das perdas de carga ao longo de toda
a tubagem. Porém, contrariamente ao Método Americano é considerado um diferencial de
temperaturas significativamente reduzido, de apenas 2 graus centígrados até ao ponto mais
desfavorável do sistema. O caudal de circulação considerado é de 6 l/h/metro de tubagem
de alimentação de água quente, sendo recomendado a perda de carga de 25 m/km para o
dimensionamento dos diâmetros do retorno (Silva Afonso, 2018).

Diego Martins Mendes 65


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

4.5 Síntese
É de notar que para o dimensionamento dos diâmetros das tubagens de retorno de
água quente sanitária, na maioria das situações, são utilizados critérios de velocidade e não
critérios de perda de carga, como por exemplo no caso Método Italiano (“O caudal de
circulação considerado é de 6 L/h/metro de tubagem de alimentação de água quente, sendo
recomendado a perda de carga de 25 m/km para o dimensionamento dos diâmetros do
retorno.”).
Assim sendo, considera-se mais plausível a utilização do Método Espanhol, que
considera velocidades variáveis com o diâmetro. Deste modo, foi este o método utilizado
para o dimensionamento descrito no Capítulo 5. Acredita-se que este é o método mais
económico e sustentável.

66 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água
Predial
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 5

5. Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial


5.1 Caso de estudo
5.1.1 Dimensionamento do Sistema de Abastecimento de Água
5.1.2 Dimensionamento do Retorno de Água Quente Sanitária
5.1.3 Dimensionamento das Bombas

68 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

5.1 Caso de Estudo


No trabalho como colaborador na equipa de projeto, realizado na construção do
edifício DOCA, Lote 3, procedeu-se à análise dos desenhos do projeto de especialidade
hidráulica da empresa, tendo-se consequentemente apresentado uma proposta de alguns
desenhos do retorno de AQS, e discussão sobre qual a melhor solução.
A solução escolhida para o retorno de AQS do duplex direito do DOCA, Lote 3,
está representada a verde e pode ser encontrada no Anexo 5 à escala.

Sem escala

Figura 53 - Planta do Piso inferior do Duplex com retorno de AQS representada a verde

Sem escala

Figura 54 - Planta do Piso superior do Duplex com retorno de AQS representada a verde

Diego Martins Mendes 69


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Como é possível observar nas Figuras 53 e 54, a água fria chega da rede exterior ao
apartamento e posteriormente à bomba de calor através das tubagens do sistema de
abastecimento de água fria, representadas a azul. Esta é aquecida e sai da mesma
abastecendo os dispositivos abertos, através das tubagens constituintes da rede de
abastecimento de água quente, representada a vermelho. Uma vez que o esquentador só
aquece a água quando dispositivos como (pias, banheiras, chuveiros) começam a ser
utilizados, isto representa um tempo de saída de água fria enquanto o utilizador necessita
água quente, levando a um desconforto do mesmo devido ao tempo de espera e ao
desperdício significativo de água. Para evitar este fenómeno é utilizado o retorno de AQS
apresentado.
Na Figura 53, está assinalado a vermelho a casa de banho do piso inferior que
representa o compartimento com os dispositivos mais desfavoráveis, uma vez que este está
a mais de 11 metros de distância da bomba de calor, resultando num tempo de espera de
AQS elevado. Foi então estudada a utilização de retorno para a fração.
Representado a verde, está a rede de retorno de AQS, responsável pela recirculação
da água quente, durante um determinado período de tempo, desde a rede de água quente,
até o esquentador, criando uma circulação de água quente em paralelo com a de água fria.
Todos os compartimentos contêm válvulas de retenção na entrada dos mesmos para
que no case de uma fuga, ou uma necessidade do corte da entrada de água no mesmo,
possa-se fazê-lo com facilidade. Foi decidido que não seria necessário efetuar o retorno de
AQS, para dentro dos compartimentos facilitando a sua conceção, uma vez que a distância
desde a entrada dos compartimentos até os dispositivos era diminuta.
Para as tubagens do retorno de AQS, decidiu-se utilizar PP-R, uma vez que o
retorno seria adicionado ao sistema de abastecimento de água quente previamente
existente, em PP-R, portanto utilizar o mesmo material seria a opção mais benéfica. Uma
vez que existiria a possibilidade da realização do projeto em obra, sendo que este teria de
ser previamente aprovado pela empresa, tentou-se diminuir ao máximo o orçamento da
construção, para que a possibilidade da aprovação de execução da mesma fosse aumentada.
Para a escolha das bombas utilizou-se o dimensionamento providenciado pela Grundfos.
A Grundfos é um fabricante dinamarquês de bombas hidráulicas, com produção
anual de aproximadamente 16 milhões de bombas. É um dos principais fabricantes de
bombas do mundo, sendo os seus principais grupos de produtos bombas de circulação,

70 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

bombas submersas e bombas de deslocamento positivo. Relativamente a estes produtos, a


Grundfos detém 50% do mercado mundial. Além de bombas, a Grundfos também fabrica
motores elétricos e sistemas de controlo eletrónico para bombas, contendo também um site
que possibilita o dimensionamento e escolha de bombas para construções privadas. Neste
caso, na zona de dimensionamentos, através dos valores da altura manométrica e caudal
dimensionado, conseguiu-se chegar a duas possibilidades de bombas para o sistema de
abastecimento de água e para o retorno de AQS do edificado.

5.1.1 Dimensionamento do Sistema de Abastecimento de Água

Para o dimensionamento das tubagens de abastecimento de água procedeu-se ao


cálculo consoante a descrição no capítulo 2. Porém para a pressurização do sistema, foi
definido como dispositivo mais desfavorável, a pia de lavar loiça, situada no andar
superior, devido à sua altura e distância relativamente ao local de abastecimento.
Assinalado a vermelho, mostra-se na Figura 55, a localização da pia de lavar loiça,
na axonometria do projeto de águas, que pode ser visto à escala no Anexo 5.

Sem escala
Figura 55 - Demonstração da localização do dispositivo mais desfavorável na axonometria

Diego Martins Mendes 71


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Calculou-se consequentemente o percurso mais desfavorável, para o


dimensionamento das respetivas tubagens até o reservatório que abastece o piso.
Neste edificado, existem dois percursos hidráulicos distintos. Os primeiros pisos
são abastecidos por gravidade e o terceiro piso (em que se situa a fração relativa ao caso de
estudo) é abastecido por uma bomba situada no reservatório. O percurso calculado foi
apenas desde a bomba até o terceiro piso. Dimensionou-se também a bomba circuladora.
Para o dimensionamento da bomba geral, utilizou-se como pressão inicial o valor
de 5 metros de coluna de água, como é referido no RGSPPDADAR, e somou-se a essa
pressão os valores de perda de carga contínua, perda de carga localizada e variação de
cotas [RGSPPDADAR].
Segundo o Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas,
define-se como perda de carga contínua a multiplicação entre a perda de carga e a distância
da tubagem.
Segundo o mesmo documento, as perdas de carga localizadas são definidas como:
-2.5 a 5 mca para Sistemas de Aquecimento de Água;
-2.5 a 5 mca para válvulas;
-2.5 a 5 mca para contadores.
A variação de cotas é a diferença de altura entre os respetivos pontos.
As plantas e axonometrias relativas à conceção e dimensionamento do sistema de
águas podem ser visualizadas à escala no Anexo 5.
Após análise chegou-se aos seguintes caudais acumulados das frações do terceiro
piso, representados na Tabela 4:

Tabela 4 - Caudais acumulados das frações do terceiro piso

Frações Q (l/s)
Duplex dimensionado 1,85
Duplex não dimensionado 1,75
Fração cima esquerda 1,65
Fração cima direita 1,55

Deste modo o percurso mais desfavorável foi dimensionado na Tabela 5.

72 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Tabela 5 - Dimensionamento do percurso mais desfavorável do sistema da fração duplex até à bomba hidráulica geral

m (l/s) (m^3/s) (l/s) (m^3/s) (m/s) (mm)


(mm) (mm) (mm) (m/s) Verificação (mca/m) mca m mca mca mca
Material TROÇO l Qa Qa Qc Qc Vteorico ϕ teorico ϕ real e DN Vreal Vmax Vmin j J ΔH ΔJ (loc) Pm Pj
PP-R PN20 A(Pll) - B 4,69 0,2 0,0002 0,2 0,0002 1,5 13,03 13,2 3,4 20 1,46 OK OK 0,058 0,27 -1,700 0 5,00 3,57
PP-R PN20 B - C 0,2 1,1 0,0011 0,5743 0,0006 1,5 22,08 21,2 5,4 32 1,63 OK OK 0,039 0,01 0 0 3,57 3,58
PP-R PN20 C-D 2,8 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 1,5 22,58 21,2 5,4 32 1,70 OK OK 0,042 0,12 0 0 3,58 3,70
Percurso mais desfavorável

PP-R PN20 D - BC 2,25 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 1,5 22,58 21,2 5,4 32 1,70 OK OK 0,042 0,09 2,4 3,5 3,70 9,69
PP-R PN20 BC - E 2,37 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 1,5 22,58 21,2 5,4 32 1,70 OK OK 0,042 0,10 -2,400 0 9,69 7,39
PP-R PN20 E-F 0,4 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 1,5 22,58 21,2 5,4 32 1,70 OK OK 0,042 0,02 0 0 7,39 7,41
PP-R PN20 F-G 2,96 1,4 0,0014 0,6501 0,0007 1,5 23,49 21,2 5,4 32 1,84 OK OK 0,048 0,14 0 0 7,41 7,55
PP-R PN20 G-H 0,2 1,5 0,0015 0,6735 0,0007 1,5 23,91 21,2 5,4 32 1,91 OK OK 0,051 0,01 0 0 7,55 7,56
PP-R PN20 H-I 3,07 1,65 0,00165 0,7073 0,0007 1,5 24,50 26,6 6,7 40 1,27 OK OK 0,019 0,06 2,8 0 7,56 10,42
PP-R PN20 I-J 0,5 1,85 0,00185 0,7502 0,0008 1,5 25,23 26,6 6,7 40 1,35 OK OK 0,021 0,01 0 0 10,42 10,43
PP-R PN20 J-K 1 1,85 0,00185 0,7502 0,0008 1,5 25,23 26,6 6,7 40 1,35 OK OK 0,021 0,02 0 3,5 10,43 13,95
PP-R PN20 K-L 14,01 6,8 0,0068 1,4613 0,0015 1,5 35,22 33,4 8,3 50 1,67 OK OK 0,023 0,32 8,50 0 13,95 22,77

(Nota: A representação dos pontos pode ser encontrada no Anexo 5).

Diego Martins Mendes 73


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Note-se que representado a vermelho está o percurso ainda na tubagem de


abastecimento de água quente desde a pia de lavar loiça até a bomba de calor.
Posteriormente, a azul, está o percurso desde a bomba de calor até o reservatório que
abastecerá as quatro frações do respetivo piso, representada com a letra L, que pode ser
observado à escala no Anexo 5.
Consequentemente, a bomba que abastece o sistema, fornecerá os 1.4613 l/s
necessários, com uma folga de 30%, como cita o RGSPPDADAR. A sua altura
manométrica é o resultado final da soma das pressões, com o valor de 22.77 mca.
Assim sendo, com o percurso mais desfavorável passível de abastecimento, sabe-se
que a água não encontrará adversidades no percurso até qualquer outro dispositivo da
fração. Posteriormente, tendo o percurso mais desfavorável já sido dimensionado, deve-se
proceder ao dimensionamento das restantes tubagens que abastecem os restantes
dispositivos.
As tubagens podem ser dimensionadas sem o cálculo de perdas de carga e pressões,
uma vez que abastece todos os dispositivos do percurso mais desfavorável. Procedeu-se
então ao dimensionamento das tubagens de água fria e de água quente que estão
representadas nas Tabela 6 e Tabela 7 respetivamente.

74 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Tabela 6 - Dimensionamento das tubagens de água fria da fração duplex

TUBAGENS AUXILIARES AG FRIA


m (l/s) (m^3/s) (l/s) (m^3/s) (m/s) (mm) (mm) (mm) (mm) (m/s) Verificação
Material TROÇO l Qa Qa Qc Qc Vteorico ϕ teorico ϕ real e DN Vreal Vmax Vmin
PP-R PN20 Ba3 - Br3 1,09 0,25 0,00025 0,27 0,0003 1,5 15,09 13,2 3,4 20 1,96 OK OK
PP-R PN20 Br3 - N 0,27 0,35 0,00035 0,32 0,0003 1,5 16,45 16,6 4,2 25 1,47 OK OK
PP-R PN20 Lv3 - N 1,24 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 N-O 3,33 0,45 0,00045 0,36 0,0004 1,5 17,55 16,6 4,2 25 1,68 OK OK
PP-R PN20 Bd3 - O 2,60 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 O-S 6,79 0,55 0,00055 0,40 0,0004 1,5 18,48 16,6 4,2 25 1,86 OK OK
PP-R PN20 Lv2 - R 1,73 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Br2 - R 1,67 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 R-Q 0,23 0,2 0,0002 0,24 0,0002 1,5 14,25 13,2 3,4 20 1,75 OK OK
PP-R PN20 Cr2 - Q 1,73 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Q-P 0,68 0,3 0,0003 0,29 0,0003 1,5 15,81 16,6 4,2 25 1,36 OK OK
PP-R PN20 Ba2 - P 1,73 0,25 0,00025 0,27 0,0003 1,5 15,09 16,6 4,2 25 1,24 OK OK
PP-R PN20 P-S 0,60 0,55 0,00055 0,40 0,0004 1,5 18,48 16,6 4,2 25 1,86 OK OK
PP-R PN20 S-I 0,75 1,1 0,0011 0,57 0,0006 1,5 22,08 21,2 5,4 32 1,63 OK OK
PP-R PN20 G -Ç 0,64 0,2 0,0002 0,24 0,0002 1,5 14,25 13,2 3,4 20 1,75 OK OK
PP-R PN20 H-T 2,70 0,35 0,00035 0,32 0,0003 1,5 16,45 16,6 4,2 25 1,47 OK OK
PP-R PN20 Br1 - Ç 2,23 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Lv1 - Ç 2,00 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Mll - T 2,00 0,15 0,00015 0,21 0,0002 1,5 13,24 13,2 3,4 20 1,51 OK OK
PP-R PN20 Pll - T 2,16 0,2 0,0002 0,24 0,0002 1,5 14,25 13,2 3,4 20 1,75 OK OK
PP-R PN20 Mlr - F 2,37 0,2 0,0002 0,24 0,0002 1,5 14,25 13,2 3,4 20 1,75 OK OK

(Nota: A representação dos pontos pode ser encontrada no Anexo 5).

Diego Martins Mendes 75


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Tabela 7 - Dimensionamento das tubagens de água quente da fração duplex

TUBAGENS AUXILIARES AG QUENTE


m (l/s) (m^3/s) (l/s) (m^3/s) (m/s) (mm) (mm) (mm) (mm) (m/s) Verificação
Material TROÇO l Qa Qa Qc Qc Vteorico ϕ teorico ϕ real e DN Vreal Vmax Vmin
PP-R PN20 Ba3 - N 1,07 0,25 0,00025 0,27 0,0003 1,5 15,09 13,2 3,4 20 1,96 OK OK
PP-R PN20 Lv3 - N 1,07 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 N-O 2,99 0,35 0,00035 0,32 0,0003 1,5 16,45 16,6 4,2 25 1,47 OK OK
PP-R PN20 Bd3 - O 2,43 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 O-S 7,14 0,45 0,00045 0,36 0,0004 1,5 17,55 16,6 4,2 25 1,68 OK OK
PP-R PN20 Lv2 - Q 2,47 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Cr2 - Q 1,79 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK
PP-R PN20 Q-P 0,68 0,2 0,0002 0,24 0,0002 1,5 14,25 13,2 3,4 20 1,75 OK OK
PP-R PN20 Ba2 - P 1,79 0,25 0,00025 0,27 0,0003 1,5 15,09 16,6 4,2 25 1,24 OK OK
PP-R PN20 P-S 0,48 0,45 0,00045 0,36 0,0004 1,5 17,55 16,6 4,2 25 1,68 OK OK
PP-R PN20 S-I 0,40 0,9 0,0009 0,52 0,0005 1,5 20,97 21,2 5,4 32 1,47 OK OK
PP-R PN20 I-B 2,95 0,9 0,0009 0,52 0,0005 1,5 20,97 21,2 5,4 32 1,47 OK OK
PP-R PN20 Lv1 - C 2,36 0,1 0,0001 0,17 0,0002 1,5 11,93 13,2 3,4 20 1,22 OK OK

(Nota: A representação dos pontos pode ser encontrada no Anexo 5).

76 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Após o dimensionamento das tubagens, já é possível a observação do sistema com


os diâmetros de tubagem adequados. A representação axonométrica do sistema com as
tubagens respetivas encontra-se, à escala, na axonometria, no Anexo 5.
Sabendo os diâmetros das tubagens e o caudal consumido pelos dispositivos, é
possível o cálculo da velocidade a que a água se deslocará no sistema. Deste modo, a
previsão do tempo de espera da mesma até à sua chegada aos dispositivos é possível,
através da fórmula física:

(13)

representando o a velocidade (m/s), o l o comprimento da tubagem (m) e o t o espaço


de tempo (s). Consequentemente, com as mesmas variáveis, pode-se deduzir a fórmula
para:

(14)

Os tempos de espera de água quente de cada dispositivo são os apresentados na


Tabela 8.
Na Tabela 9, está calculado o tempo de espera e desperdício de água aquando a
utilização da banheira da casa de banho do piso inferior, com o valor de caudal na tubagem
adequado ao consumo da banheira, 0.25 l/s. Escolheu-se este dispositivo, pois é o que
consome maior caudal (0,25 l/s), do compartimento mais desfavorável, sendo assim a
banheira da casa de banho do piso inferior (Figura 53), o dispositivo, que quando
abastecido de água quente, desperdiçará a maior quantidade de água até o aquecimento da
mesma.

Diego Martins Mendes 77


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Tabela 8 - Tempos de espera de água quente para os dispositivos da fração duplex

Tempos de Espera (abastecimento)


TROÇO l (m) Qa (l/s) Qa (m^3) Qc (l/s) Qc (m^3/s) ϕ real e DN v (m/s) Δt (s) parc. Δt (s) acum. Desp. Água (l)
B - A (Pll) 4,69 0,2 0,0002 0,2 0,0002 13,2 3,4 20 1,46 3,21 6,56 1,31
C-B 0,20 1,1 0,0011 0,5743 0,0006 21,2 5,4 32 1,63 0,12 3,35 -
D-C 3,24 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 21,2 5,4 32 1,70 1,90 3,23 -
BC - D 2,25 1,2 0,0012 0,6006 0,0006 21,2 5,4 32 1,70 1,32 1,32 -
N - Ba3 1,07 0,25 0,00025 0,27 0,0003 13,2 3,4 20 1,96 0,55 12,47 3,12
N - Lv3 1,07 0,1 0,0001 0,17 0,0002 13,2 3,4 20 1,22 0,87 12,79 1,28
O-N 2,99 0,35 0,00035 0,32 0,0003 16,6 4,2 25 1,47 2,03 11,92 -
O - Bd3 2,43 0,1 0,0001 0,17 0,0002 13,2 3,4 20 1,22 1,98 11,87 1,19
S-O 7,14 0,45 0,00045 0,36 0,0004 16,6 4,2 25 1,68 4,26 9,89 -
Q - Lv2 2,47 0,1 0,0001 0,17 0,0002 13,2 3,4 20 1,22 2,02 8,32 0,83
Q - Cr2 1,79 0,1 0,0001 0,17 0,0002 13,2 3,4 20 1,22 1,46 7,77 0,78
P-Q 0,68 0,2 0,0002 0,24 0,0002 13,2 3,4 20 1,75 0,39 6,31 -
P - Ba2 1,79 0,25 0,00025 0,27 0,0003 16,6 4,2 25 1,24 1,44 7,36 1,84
S-P 0,48 0,45 0,00045 0,36 0,0004 16,6 4,2 25 1,68 0,29 5,92 -
I-S 0,40 0,9 0,0009 0,52 0,0005 21,2 5,4 32 1,47 0,27 5,63 -
B-I 2,95 0,9 0,0009 0,52 0,0005 21,2 5,4 32 1,47 2,01 5,36 -
C - Lv1 2,36 0,1 0,0001 0,17 0,0002 13,2 3,4 20 1,22 1,93 5,15 0,52

(Nota: A representação dos pontos pode ser encontrada no Anexo 5).

78 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Tabela 9 - Maior tempo de espera e desperdício de água quente dentro da fração duplex

MAIS DISTANTE
TROÇO l (m) Qa (l/s) Qa (m^3) Qc (l/s) Qc (m^3/s) ϕ real e DN v (m/s) Δt (s) parc. Δt (s) acum. Desp. Água (l)
N - Ba3 1,07 0,25 0,00025 0,27 0,0003 13,2 3,4 20 1,96 0,55 20,61
O-N 2,99 0,25 0,00025 0,27 0,0003 16,6 4,2 25 1,24 2,41 20,06
S-O 7,14 0,25 0,00025 0,27 0,0003 16,6 4,2 25 1,24 5,76 17,65
I-S 0,40 0,25 0,00025 0,27 0,0003 21,2 5,4 32 0,76 0,53 11,89
5,15
B-I 2,95 0,25 0,00025 0,27 0,0003 21,2 5,4 32 0,76 3,88 11,37
C-B 0,20 0,25 0,00025 0,2683 0,0003 21,2 5,4 32 0,76 0,26 7,49
D-C 3,24 0,25 0,00025 0,2683 0,0003 21,2 5,4 32 0,76 4,26 7,22
BC - D 2,25 0,25 0,00025 0,2683 0,0003 21,2 5,4 32 0,76 2,96 2,96

(Nota: A representação dos pontos pode ser encontrada no Anexo 5).

Diego Martins Mendes 79


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Calculou-se portanto o tempo de espera de água quente até à banheira do respetivo


compartimento, com 0.25 l/s de água na tubagem, como demonstrado na tabela anterior.
Este tempo de espera representa arredondadamente 21 segundos, o que equivale a
um desperdício de mais de 5 litros de água, cada vez que a banheira é utilizada. Um
desperdício de 5 litros de água aquando cada utilização da banheira, remete ao desuso da
quantidade de água arredondada que é bebida diariamente por uma família.

5.1.2 Dimensionamento do Retorno de Água Quente Sanitária

De modo a reverter este fenómeno procedeu-se à conceção de um retorno de AQS


no sistema. As plantas com retorno de AQS podem ser visualizadas à escala no Anexo 5.

Sem escala

Figura 56 - Demonstração do percurso do retorno de AQS no piso inferior

Sem escala

Figura 57 - Demonstração do percurso do retorno de AQS no piso superior

80 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Seguidamente procedeu-se ao dimensionamento das tubagens do retorno utilizando


o Método Espanhol, CTE que é descrito no capítulo 4. Os cálculos são demonstrados na
Tabela 10. O retorno de AQS foi dimensionado visando reduzir o tempo de espera de água
quente dos utensílios da casa de banho mais distante da bomba de calor, uma vez que
assim passaria por todos os outros compartimentos reduzindo também os seus tempos de
espera.
Posto isto, segundo o professor Silva Afonso, na Sebenta de Dimensionamento de
Sistemas de Circulação e Retorno de Água Quente Sanitária, de modo a utilizar o Método
Espanhol, CTE, dimensiona-se o retorno de AQS, utilizando como caudal, 10% do caudal
utilizado no sistema de abastecimento de água quente com um fator de segurança de 0,25%
para pequenos sistemas. Uma vez que o dimensionamento foi efetuado para a casa de
banho do piso inferior, que contém uma banheira, uma bacia de retrete, um lavatório e um
bidé, sendo apenas três destes elementos (a banheira, o lavatório e o bidé), dispositivos que
são abastecidos com água quente, tendo como caudal instantâneo respetivamente 0.25 l/s,
0.1 l/s e 0.1 l/s, o caudal de abastecimento de água quente é de 0.45 l/s, sendo o caudal
utilizado como caudal acumulado no dimensionamento de retorno de AQS 0.045 l/s
(0.45x0.1=0.045). Todo o cálculo é efetuado como no sistema de abastecimento, com a
diferença de que a velocidade de recirculação de água deve estar compreendida entre 0.2 e
0.5 m/s.
Foi também dimensionado o retorno de AQS segundo o método tradicional ou
simplificado que defende que o retorno deve ser dimensionado utilizando 2/3 do diâmetro
de abastecimento de água quente do sistema, como é citado no Capítulo 4. Deste modo,
utiliza-se o valor do diâmetro obtido no dimensionamento do sistema de abastecimento de
água quente (ϕ ab) para o dimensionamento pelo sistema tradicional, como é representado
na Tabela 11.
Relativamente ao cálculo pelo CTE obteve-se um valor de caudal para a bomba de
retorno de 0.123 l/s e uma altura manométrica de 0.1145 mca A tubagem segundo este
método contém um diâmetro nominal de 20 mm, coincidente com o diâmetro nominal
calculado pelo Método Tradicional. A velocidade é compreendida entre 0.2 e 0.5 m/s
portanto o retorno é ideal.

Diego Martins Mendes 81


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Tabela 10 - Dimensionamento do retorno utilizando o CTE

Retorno CTE
m (l/s) (m^3/s) (l/s) (m^3/s) (m/s) (mm)
(mm) (mm) (mm) (m/s) Verificação (mca/m) mca 25% mca
Material TROÇO l Qa Qa Qc Qc Vteorico ϕ teorico ϕ real e DN Vreal Vmax Vmin j J segur. Hman
PP-R PN20 M - BC 15,08 0,055 0,000055 0,1233 0,000055 0,3 15,28 13,2 3,4 20 0,40 OK OK 0,0061 0,09 1,25 0,1145

Tabela 11 - Dimensionamento do retorno utilizando o Método Tradicional

Método Tradicional
m mm mm mm mm
Material TROÇO l ϕ ab. 2/3 ϕ ab. ϕ retorn DN Verif.
PP-R PN20 M - BC 15,08 16,6 11,07 13,2 20 OK

82 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

5.1.3 Dimensionamento das Bombas

Para o dimensionamento e escolha das bombas do circuito principal e retorno


utilizou-se as seguintes tabelas:

Tabela 12 - Valores para o dimensionamento da bomba que abastece as 4 frações

Q (l/s) 1,900
Pressurização
H+ (mca) 22,774

Tabela 13 - Valores para o dimensionamento da bomba de retorno para a fração dimensionada

Bomba Q (l/s) 0,160


retorno H+ (mca) 0,1145

A potência foi calculada pela fórmula:

(15)

Sendo que:
P= representa a potência
Q= representa 30% do caudal de cálculo
= representa a altura manométrica
g= representa o peso volúmico da água (9.81 m/s^2)
µ= representa o rendimento

Note-se que o valor de rendimento e potência, uma vez que dependentes da escolha
da bomba, serão outputs fornecidos pelo site onde é efetuado o dimensionamento.
Pode ser visualizado na Figura 58, a interface do site da Grundfos, onde foram
efetuados os dimensionamentos. Neste âmbito, deve-se escolher como referência, o tópico
“Aplicação”, e posteriormente, se o dimensionamento efetuado tem como objetivo o
abastecimento de águas do sistema, “Abastecimento de Água Doméstica e Águas Pluviais”
e “Pressurização a Partir do Reservatório”; ou se visa abastecer o retorno de AQS,
primeiramente “Aquecimento” e posteriormente “Recirculação de água quente sanitária”.

Diego Martins Mendes 83


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Figura 58 - Interface do dimensionamento de bombas no site da Grundfos, para o dimensionamento de retorno de


AQS

As barras com o caudal e altura manométrica devem ser preenchidas, nas respetivas
unidades (relativamente ao presente caso de estudo, com os valores representados nas
Tabelas 13 e 14). Depois de preenchidas as variáveis, o site sugere as melhores soluções
para o dimensionamento da bomba respetiva, com uma curva de funcionamento similar à
necessitada pelo sistema.
Como resultado, após análise do orçamento disponibilizado pelo dono de obra,
deve-se proceder à escolha da bomba mais favorável, em concordância com o objetivo do
projeto, que neste caso preza pela sustentabilidade ambiental e satisfação do utilizador.
Foram obtidas as seguintes possibilidades, demonstradas na Figura 59 e Figura 60:

Para pressurização da rede:

Figura 59 - Opções de escolha para bomba para pressurização da rede

84 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

Para recirculador de AQS:

Figura 60 - Opções de bomba recirculadora de AQS

Escolheu-se para a instalação as seguintes bombas:


Para pressurização da rede: a bomba CM 10-2, uma vez que é a mais em conta
economicamente e a que reverte a um menor gasto anual e com menor custo de
manutenção.
Para recirculador de água quente: escolheu.se a bomba ALPHA1 20-45 N 150,
pois, apesar de representar um custo de investimento relativamente superior às bombas
UPS 20-60 N 150, UPS 25-40 N 180 e UP 20-07 N 150, é também mais económica a nível
energético, com um custo de manutenção significativamente reduzido.
Ambas as fichas técnicas das bombas dimensionadas anteriormente, podem ser
visualizadas no Anexo 5.
Segundo a ADRA (Águas da Região de Aveiro), pela tarifa variável em uso
doméstico, uma família com quatro elementos consome menos de 5000 litros de água
mensalmente. O preço médio da água, por metro cúbico tem o valor de 0.62€ (AdRA).
Sabendo que a utilização da banheira desperdiça cerca de 5 litros de água até o seu
aquecimento, e assumindo um valor médio de 4 banhos diários na banheira, calcula-se um
valor de água desperdiçada de 20 litros de água diários, o correspondente a 600 litros de
água mensalmente. Como referido anteriormente, a ADRA cita que uma família de 4
elementos consome à volta de 5000 litros de água mensais, este valor equivale a

Diego Martins Mendes 85


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

arredondadamente ao consumo familiar de 160 litros de água diários contra o desperdício


de 20 litros diários, apenas relativos à utilização da banheira. Este valor demonstra que,
mensalmente, a família desperdiçará o consumo de cerca de 4 dias de água.
Conclui-se que com a utilização de retorno de AQS, o sistema recupera
arredondadamente o valor monetário equivalente a 0.37€ mensais, diminuindo um elevado
desperdício de água (600 litros).
O custo energético da respetiva bomba é de arredondadamente 9.97€ anuais, como
pode ser visualizado na Figura 61, o que representa um valor de custo operacional da
bomba de retorno de 0.83€ mensais vs o valor de 0.37€ mensais de água recuperada pelo
retorno. É portanto subjetiva a utilização de retorno, economicamente, porém, ao comparar
os valores de água desperdiçada pelo sistema de abastecimento com e sem retorno, torna-se
interessante a necessidade da consideração de retorno em todas as conceções de
apartamentos e moradias sabendo que contudo, a sua instalação representará um maior
investimento pela construtora.

Figura 61 - Custo energético anual para o funcionamento da bomba Alpha1 1 20-40 N 150

É de notar, que o valor de água não desperdiçada com a utilização de retorno é


significativa, e multiplicando o valor desperdiçado pela quantidade de outros edificados e
construções, de igual ou maior dimensões, este desperdício pode causar um dano
irreversível a um dos bens essenciais à vida humana: a água.
Outro fator importante é o de o devido cálculo ter sido efetuado para apenas um
dispositivo. Os restantes, apesar de terem um desperdício mais diminuto, se somados ao da
banheira, representarão um valor de desperdício significativo.
Na Tabela 14, pode ser verificado o valor monetário recuperado pela poupança de
água com retorno e o valor gasto com a utilização da mesma. Estudou-se também a

86 Diego Martins Mendes


Capítulo 5 - Cálculo do Sistema de Distribuição de Água Predial

possibilidade do preço da água em Aveiro, duplicar e triplicar nos próximos anos, devido
ao desperdício corrente de água.
Aveiro
Preço da Água Recuperado Gasto Retorno Financeiro
€/m^3 €/mês €/mês €/mês
Normal 0,61 0,366 0,83 -0,46
Duplicado 1,22 0,732 0,83 -0,10
Triplicado 1,83 1,098 0,83 0,27

Tabela 14 - Cálculos representativos à economia relativa à utilização de retorno na fração do caso de estudo em
Aveiro

Estudou-se também a possibilidade da utilização de retorno de AQS na fração, se


esta estivesse situada numa localidade com um custo de água superior. Segundo a
Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), o conselho com o custo de
água mais elevado de Portugal é o conselho de Santo Tirso, no Porto, que cobra aos
utilizadores um valor de 240.61€ por cada 120 de água utilizados, sendo esta uma tarifa
fixa. Pela divisão de 240.61€ pelos 120 , obtém-se o valor do custo de água por metro
cúbico (1000 litros), no conselho de Santo Tirso, 2 €/ . Calculou-se assim o retorno
financeiro da fração descrita no caso de estudo, caso esta estivesse localizada em Santo
Tirso, na Tabela 15, com o preço real e a hipótese de duplicação e triplicação do mesmo.

Santo Tirso
Preço da Água Recuperado Gasto Retorno Financeiro
€/m^3 €/mês €/mês €/mês
Normal 2 1,2 0,83 0,37
Duplicado 4 2,4 0,83 1,57
Triplicado 6 3,6 0,83 2,77

Tabela 15 - Cálculos representativos à economia relativa à utilização de retorno na fração se esta estivesse
localizada em Santo Tirso

Pode-se então notar que a utilização de retorno não só apresenta uma mudança
benéfica à sustentabilidade ambiental através da poupança de milhares de litros de água
anualmente por fração, como em certos casos, pode ser uma mais-valia economicamente
para os utilizadores.

Diego Martins Mendes 87


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Salienta-se o facto de que a utilização desta solução para pequenas redes, como
apartamentos e moradias unifamiliares, apesar de não ser uma prática corrente, pode
representar um passo importante para o avanço da sustentabilidade ambiental.

88 Diego Martins Mendes


Capítulo 6 - Considerações Finais
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Capítulo 6

6. Considerações Finais
6.1 Conhecimento e cumprimento dos objetivos
6.2 Propostas de trabalhos futuros
6.3 Nota final

90 Diego Martins Mendes


Capítulo 6 - Considerações Finais

6.1 Conhecimento e cumprimento dos objetivos

Após o desenvolvimento do presente relatório conclui-se que o retorno de água


quente sanitária pode ser uma ferramenta crucial visando a sustentabilidade ambiental.
Ultimamente a iminência para a proteção do meio ambiente é cada vez mais
respeitada, tendo neste projeto o que pode ser um passo importante para a reversão de um
dos fatores danosos à sustentabilidade, mesmo não sendo, em alguns casos, uma opção
economicamente viável. Deste modo, o desperdício de água será significativamente
reduzido. Em acrescento, esta solução reduz os custos de pagamento de água dos
utilizadores de edificados com grandes dimensões, com apenas uma diminuta parcela de
investimento do dono de obra.
No presente caso de estudo, o retorno de AQS remete um pequeno valor mensal
acrescido ao pagamento energético do utilizador, de 0.43€, como foi verificado no capítulo
5. Porém em residências com distâncias e áreas mais extensas, como no caso da moradia
unifamiliar de Canidelo, existirá, à partida, uma economia monetária relativa à água
superior aos gastos energéticos acrescidos com a utilização da bomba.
Neste projeto, encontram-se variadas soluções de fácil e difícil implementação e de
baixo e alto custo, para que a sua consideração seja possível em qualquer caso.
Relativamente aos casos descritos, nota-se uma possível comparação entre ambas
as unidades domiciliares, o Edifício DOCA e a moradia de Canidelo. Provou-se uma
solução ambientalmente sustentável, a utilização de retorno de AQS para o edifício DOCA,
contudo, a moradia em Canidelo, representa um edificado com áreas e distâncias mais
extensas. Conclui-se, portanto ser passível, a consideração de retorno de AQS para
qualquer construção com a utilização frequente de água.
Note-se que o caso de estudo foi efetuado tanto como colaborador da equipa de
projeto aquando a conceção e dimensionamento do mesmo, como também visualizada em
obra, atingindo portanto os objetivos relativos à comunicação com subempreiteiros e
ligação teoria-prática.
Por fim, foi efetuado um estudo económico relativo aos materiais e dispositivos
utilizados procurando a satisfação tanto do utilizador como do dono de obra, o que foi
descrito também como um dos objetivos principais deste projeto.

Diego Martins Mendes 91


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

6.2 Propostas de trabalhos futuros

Para a continuação do estudo referido no presente projeto pode ser efetuado o


estudo prático do retorno de AQS no lote urbano em Canidelo.
Deste modo, com o registo das boas e más práticas da instalação do retorno de
AQS, do tempo de instalação e dificuldades apresentadas em obra, com o consequente
estudo económico e de funcionamento da bomba, cálculo dos tempos de espera de água
quente para os dispositivos mais desfavoráveis (com e sem utilização de retorno de AQS),
e a comparação respetiva, pode ser efetuado o estudo téorico-prático da utilização de
retorno na moradia de Canidelo.
Outra possibilidade seria a execução do dimensionamento de retorno através dos
demais métodos explícitos no Capítulo 4, para a verificação do método mais adequado.
Outras dificuldades seriam também encontradas aquando a sua instalação e
dimensionamento. Assim, através do estudo detalhado, seria possível uma conclusão
assertiva sobre o melhor e mais económico método para o dimensionamento de retorno de
AQS para diferentes casos, como em meio urbano e meio industrial e possivelmente obter
uma resposta adequada relativamente à utilização corrente de retorno de AQS.

6.3 Nota final


Desde o início do projeto, foram encontradas algumas dificuldades relativamente a
estudos exploratórios referentes ao retorno de AQS.
A escolha do método apropriado para a execução do dimensionamento do retorno
foi também desafiante. Porém, após análise dos projetos estudados, nenhuma das distâncias
era significativamente superior aos 15 metros impostos pelo Método Espanhol. Este era de
fácil compreensão, e baixo investimento, o que seria um fator benéfico para a empresa
CivilRia, se o estudo fosse tomado num contexto prático, e por essa razão escolheu-se o
Método Espanhol para o dimensionamento de retorno de AQS no presente caso de estudo.
Relativamente ao contexto profissional, destaca-se o envolvimento e integração na
equipa da empresa que permitiu o desenvolvimento pessoal e profissional e aumento de
soft-skills como trabalho em equipa, gestão de tempo e resolução de problemas.

92 Diego Martins Mendes


Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas

AdRA (Águas da Região de Aveiro),


site: https://adra.pt/adra/sites/default/files/tarifario%202018.pdf
Alfatubo (2011) Ficha Técnica AlfaTherm - PP-R
Aluvieira Caixilharias, site: https://aluvieira.pt/caixilharia/
Silva Afonso A. B. (2018) Dimensionamento de Circulação e Retorno de Água Quente
Sanitária
Association des Ingénieurs et techniciens en Climatique, Ventilation et Froid (01 - 2006)
“La Recommandation”
Autodesk Navisworks, 2018
CivilRia Memória Descritiva (DOCA - Praia da Barra)
CivilRia Memória Descritiva (Continente Bom Dia - Esmoriz)
Decreto-Regulamentar n.º 23/95
Dinheiro Vivo, 2018,
site:https://www.dinheirovivo.pt/economia/cidades-que-mais-cobram-pelo-abastecimento-
de-agua-estao-no-distrito-do-porto/
Documento Basico Salubridad (2017)
EOS – EOS Organização e Sistemas “Sistema de Abastecimento de Água: Funcionamento
e Projeção”
EPA (2012). Treatment technologies,
site: https://iaspub.epa.gov/tdb/pages/treatment/treatmentOverview.do
Google Maps,
site:https://www.google.com/maps/place/Lighthouse+of+Praia+da+Barra/@40.6429768,-
8.7396134,303a,35y,180h/data=!3m1!1e3!4m5!3m4!1s0xd23960a05b1bbe7:0xba6fad7c1
4e00342!8m2!3d40.6428166!4d-8.7477991
Grunfos Dimensionamento de Bombas,
site:https://product-selection.grundfos.com/front-page.html?custid=BGP&qcid=717441229
(IP) Informação Portugal, (2008). Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais.
Lisboa: Águas de Portugal, INAG e IRAR.
Jalba, D. et al. (2010). Safe drinking water: Critical components of effective interagency
relationships. Australia: Elsevier, Ltd.
Guerra J. A. D. (2011) Dimensionamento de Redes Hidráulicas Prediais
Pedroso V. M. R. (2007) Manual de distribuições prediais de instalação e drenagem de
água

Diego Martins Mendes 95


Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Portal Danosa,
site: https://portal.danosa.com/danosa/CMSServlet?node=620005&lng=4&site=3
Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de
Drenagem de Águas Residuais (RGSPPDADAR)
Sousa, E. (2001). Sistemas de Abastecimento de Água. Departamento de Engenharia Civil e
Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico.
Viega Deutchland,
site: https://www.viega.pt/pt/products/Pecas-sobressalentes/Tecnica-de-tubagem.html
ONU (1992) “Declaração Universal dos Direitos da Água”
Heaboo - https://hoterway.com/support/?lang=en

96 Diego Martins Mendes


Anexos
Abastecimento de Águas e Utilização de Retorno de Água Quente Sanitária

Anexos

Anexo 1. Fichas Técnicas Gerais


Ficha Técnica PP-R
Ficha Técnica Impactodan

Anexo 2. Edifício DOCA - Lote 2


Planta de Abastecimento de Águas Piso -1
Planta de Abastecimento de Águas Piso 0; 1; 2; 3 e cobertura
Cortes representativos
Axonometria

Anexo 3. Continente Bom Dia


Planta de Abastecimento de Água
Ficha Técnica bomba UPS 25-80

Anexo 4. Moradia unifamiliar de Canidelo


Planta de Abastecimento de Água Piso 0; 1

Anexo 5. Caso de Estudo


Planta de Abastecimento de Água com retorno da Fração Duplex Estudada
Piso superior e inferior
Axonometria com retorno
Axonometria com pontos significativos
Axonometria com tubagens respetivas
Ficha Técnica bomba de pressurização CM10-2
Ficha Técnica bomba de retorno de AQS ALPHA1 20-45 N 150

98 Diego Martins Mendes


Anexos

Anexo 1.

99 Diego Martins Mendes


Ficha Técnica: alfaTHERM
Ed.: 2011-05-25
Pág.: 1/3

APLICAÇÕES
Água Quente Sanitária (AQS) – Redes Prediais de distribuição de água
quente e fria em PP-R
Aquecimento Termo-Hidráulico - Piso Radiante e Radiadores de alta
Temperatura
Uso Geral – transporte de água em geral - Utilização Residencial –
Comercial – Industrial – Edifícios Públicos

CARACTERÍSTICAS GERAIS – alfaTHERM

Descrição
O produto alfaTHERM é um tubo semi-rígido em Polipropileno Random, fornecido em Ø – Diâmetro externo (mm)
varas com marcação identificativa e numa gama standard de comprimentos que pode ser di – Diâmetro interno (mm)
e – Espessura (mm)
consultada na nossa tabela de preços.
PN – Pressão Nominal (bar)
O alfaTHERM oferece uma combinação espantosa de baixo custo de produção, σ – Tensão (MPa)
facilidade de instalação e duração a longo termo (50 anos) quando comparado com outros
materiais. As suas principais vantagens são:

Insensibilidade à Corrosão Flexibilidade e Resistência à Abrasão


Baixo coeficiente de Rugosidade (baixa perda de carga) Resistência aos Raios UV
Resistência a Ambientes e Solos Agressivos Respeita Sabor Natural da Água
Não Permite Depósitos nem Incrustações Métodos de União Fiáveis (Soldadura)
Facilidade de colocação em obra Facilidade de Identificação (código cores)
Instalações Embebidas ou à Vista Isolante Eléctrico
Não Necessita Protecções Catódicas

Dilatação e Contracção
ΔL = α x L x Δt
A temperatura influencia as propriedades físicas e mecânicas deste produto de
acordo com a equação:
ΔL – Dilatação Linear (mm) ; α – Coeficiente Dilatação 0,15 (mm /( m x ºC)) ;
L - Comprimento tubo (m) ; ∆t – Variação Temperatura (ºC)

Distância entre Suportes (mm)


Diâmetro Exterior (mm) 20 25 32 40 50 63 75 90 110 125

20 ºC 575 650 750 900 1050 1200 1350 1500 1650 1750
Temperatura
Serviço
70 ºC 350 400 500 550 650 800 900 1000 1100 1200

Valores exemplificativos

Razão Dimensional Standard (SDR)


É a razão entre o diâmetro nominal exterior (Ø=DN), de um tubo e a sua espessura
nominal de parede.

http://www.alfatubo.pt ∙ comercial@alfatubo.pt ∙ t.+351 227 537 130 f.+351 227 532 262
Ficha Técnica: alfaTHERM
Ed.: 2011-05-25
Pág.: 2/3

Pressão Nominal (PN)


Designação numérica utilizada como referência relacionada com as características
mecânicas dum componente dum sistema de tubagem.
Em sistemas de tubagens em plástico, para distribuição de água a 20ºC,
corresponde à pressão de serviço máxima contínua, em bar, baseada no
coeficiente de cálculo mínimo.
MRS – Tensão Mínima Requerida ; C – Coeficiente de segurança = 1,25;
en – Espessura Nominal ;Øn – Diâmetro Nominal

Outras Características
Os métodos de união são os usuais para polipropileno, acessórios de electrofusão, soldadura topo a topo, soldadura
tipo socket e aperto mecânico que podem ser consultados no nosso catálogo de produtos.
O alfaTHERM não sofre o efeito de nenhum tipo de agressão microbiana nem propicia o desenvolvimento de bactérias
ou fungos.
O alfaTHERM relativamente ao fogo tem combustibilidade normal, arde com chama pouco brilhante e desprende
gotas de material inflamado. A temperatura de inflamação é de 340 ºC e a de auto-inflamação aos 348 ºC.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS

Propriedades – Valores Típicos PP-R Unidades Normas de Ensaio

Tensão Mínima Requerida (MRS) ≥8 MPa ISO 9080

Massa Volúmica 903 Kg/m3 ISO 1183

Índice de Fluidez (190ºC ; 5,0 kg) 0,60 g/10min ISO 1183

Índice de Fluidez (230ºC;2,16 kg) 0,30 g/10min ISO 1183

Temperatura de Vicat 9,8N 133 ºC ISO 306

Dureza Rockwell 71 Escala R ASTM D - 785

Módulo de elasticidade 850 MPa ISO 178

Impacto Izod 23 ºC com entalhe 18 kJ/m2 ISO 180/1A

Resistência à Tracção no ponto de cedência 22 MPa EN ISO 527

Alongamento na tensão de cedência 10 % EN ISO 527

Deformação longitudinal a quente ≤2 % EN ISO 2505

20ºC – > 1h 16,0 MPa EN ISO 1167-1/2


Tensão 95ºC – > 22h 4,3 MPa EN ISO 1167-1/2
Hidrostática
95ºC – > 165h 3,8 MPa EN ISO 1167-1/2
95ºC – > 1000h 3,5 MPa EN ISO 1167-1/2

Condutividade Térmica 0,24 Kcal / mºC DIN 52612

Coeficiente de Dilatação Térmica Linear 0,15 mm / mºC DIN 53752

Coeficiente de Poisson, v 0,4


Constante Dieléctrica 2,5 DIN 53483 / ASTM D150

k (Colebrook) 0,003 mm
Rugosidade
N (Manning) 0,008
Hidráulica
C (Hazen-Williams 150

http://www.alfatubo.pt ∙ comercial@alfatubo.pt ∙ t.+351 227 537 130 f.+351 227 532 262
Ficha Técnica: alfaTHERM
Ed.: 2011-05-25
Pág.: 3/3

PROGRAMA DE FABRICO

SDR 11 7,4 6 5
S 5 3,2 2,5 2

Pressões Nominais (PN) (bar), para C=1,25


PP-R 12,5 16 20 25
Diâmetro (mm) e e e e
Ø
*Tolerância *Ovalização (mm) (mm) (mm) (mm)
(DN)
20 + 0,3 ≤ 1,2 1,9 2,8 3,4 4,1
25 + 0,3 ≤ 1,2 2,3 3,5 4,2 5,1

32 + 0,3 ≤ 1,3 2,9 4,4 5,4 6,5


40 + 0,4 ≤ 1,4 3,7 5,5 6,7 8,1

50 + 0,4 ≤ 1,4 4,6 6,9 8,3 10,1


63 + 0,4 ≤ 1,5 5,8 8,6 10,5 12,7
75 + 0,5 ≤ 1,6 6,8 10,3 12,5 15,1

90 + 0,6 ≤ 1,8 8,2 12,3 15,0 18,1


110 + 0,7 ≤ 2,2 10,0 15,1 18,3 22,1
125 + 0,8 ≤ 2,5 11,4 17,1 20,8 25,1
140 + 0,9 ≤ 2,8 12,7 19,2 23,3 28,1

160 + 1,0 ≤ 3,2 14,6 21,9 26,6 32,1


*Valores Standard
CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO

Classes de Aplicação Normal Máximo Mau Funcionamento


Temperatura Temperatura Tempo Temperatura Tempo
Tempo (Anos)
(ºC) (ºC) (Anos) (ºC) (Horas)
Água Quente
1
60 ºC
60 49 80 1 95 100
Água Quente
2
70 ºC
70 49 80 1 95 100
Piso Radiante 20 2,5
+
4 Radiadores de 40 + 20 70 2,5 100 100
Baixa
Temperatura 60 25
20 + 14
Radiadores de
5 Alta 60 + 25 90 1 100 100
Temperatura
80 10

QUALIDADE
A Alfatubo é uma empresa com Princípios de Gestão definidos pela administração que são a base do Sistema de Gestão da Qualidade
auditado por uma entidade certificadora de acordo com EN ISO 9001. Certificados de Qualidade estão disponíveis no nosso website.
O alfaTHERM cumpre os requisitos de qualidade da água para consumo humano em diferentes países, tais como, Portugal (Dec. Lei
nº 306/2007), Espanha (Real Decreto 140/2003).
alfaTHERM é um produto certificado de acordo com a EN ISO 15874-1/2 pela: CERTIF (Portugal), AENOR (Espanha).
A responsabilidade da empresa Alfatubo, Lda. não pode estar comprometida em caso de utilização diferente à que o produto
se destina e o não respeito das condições de colocação em obra, normas e/ ou legislação aplicável.

http://www.alfatubo.pt ∙ comercial@alfatubo.pt ∙ t.+351 227 537 130 f.+351 227 532 262
ISOLAMENTO ACÚSTICO

IMPACTODAN 5
IMPACTODAN 5 é uma membrana de espuma de polietileno reticulado de 5 mm de espessura. A
estrutura de célula fechada confere ao produto umas propriedades mecânicas e físicas excepcionais.
_
Utiliza-se para o isolamento acústico de ruídos de impacto em pisos de habitação, conferindo
também uma elevada resistência à fadiga e uma instalação fácil e eficaz. O seu uso está devidamente
avalizado pelo DIT nº 439 do Instituto de Ciências da Construção ’Eduardo Torroja’. _

DADOS TÉCNICOS

DADOS TÉCNICOS VALOR UNIDADE NORMA


Espessura 5 mm EN 1923
Tolerância de espessura < 10 % EN 823
Tolerância comprimento <1 % EN 822
Redução da transmissão do ruído de impacto, ∆Ln 20 dB EN 140-8 _
EN 717-2
Nivel de transmissão do ruído de impacto L´nT,w, in situ < 60 dB EN 140-7 _
EN 717-2
Rigidez dinâmica 90 MN/m3 EN 29052-1
Densidade 27 ± 2 kg/m3 EN 845
Trabalho de histeresis > 1.6 Nm EN 3386-1
Resistência à compressão de 25% > 23 ± 2 kPa UNE EN ISO 3386-1
Deformação remanente 24 h, 50% comp., 23ºC < 32 % EN 1856
Resistência à tracção > 180 kPa EN 1798
Reacção ao fogo F Euroclase EN 13501-1
Condutividade térmica 0.040 W/mK EN 12667
Factor de difusão de vapor d´agua > 2000 - EN 12086
Melhoria de isolamento ao ruido aéreo (aplicação flutuante 8 dBA UNE-EN-ISO 140-16
sob betonilha) (∆Rw)

INFORMACIÓN MEDIOAMBIENTAL

Informação Ambiental Valor Declarado Unidades Norma


Conteúdo de matéria-prima reciclada 5 % -
Contenido reciclado previo al consumidor 100 % -
Contenido reciclado posterior al consumidor 0 % -
Lugar de fabricación Fontanar, - -
Guadalajara (España)
Compostos orgânicos voláteis (VOCs) 30 µg/m3 ISO 16000-6:2006.

Decreto nº 2011-321 de 23 de Março


de 2011, o Ministério Ecologia francês,
Desenvolvimento Sustentável, Transporte e
Habitação

NORMA E CERTIFICAÇÃO
- Documento de Idoneidade Tecnica DIT 439 R/10 “Sistema Amortecedor de Ruido de Impacto IMPACTODAN” _
As certificações acústicas são conseqüência dos testes de laboratórios oficiais. _
IMPACTODAN 5

Laboratório Teste (EN 140-3) Nº Resultado (EN 717-1)


LABEIN B 130 124 V8 21 dB
LABEIN B 130 104 V5 20 dB

CAMPO DE APLICAÇÃO
- Isolamento ao ruído aéreo e de impacto em lajes entre diferentes usuários em edifícios residenciais, públicos ou privados, incluindo
habitação, hotéis, hospitais, etc. _
- Complementa o isolamento de betonilhas flutuantes para baixas, médias e altas freqüências em todos os tipos de estabelecimentos
comerciais como restaurantes, supermercados, etc. _
- Na reabilitação de pavimentos residenciais.

APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO VALOR UNIDADE


Comprimento 50 m
Largura 2 m
Espessura total 5 mm
Diâmetro 60 cm
Código de Produto 620005 -

1. Placa
2. Impactodan
3. Camada de morteiro resistente
4. Lageta recibida com morteiro

INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO
A colocação de IMPACTODAN 5 é mostrado nas fotos a seguir:
IMPACTODAN 5

Estender Selar sobreposição sobreposição vertical Proteger instalações verificar verter a argamassa
IMPACTODAN 5

INDICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES


- Antes de verter a argamassa deve-se assegurar que o IMPACTODAN 5 esteja completamente contínuo em toda a superfície,
sobreelevado nas paredes, e a envolver completamente os pilares, bem como tubagens dispostas sobre a laje, ou através dela. _
- Recomendamos a utilização de IMPACTODAN 10, se a superfície da camada de compressão da laje for muito irregular. _
- A betonilha flutuante deve ser suficientemente resistente para não ocorra fissuração. _
- Com a incorporação de materiais anti-humidade nas betonilhas, aumenta o tempo de cura destas, pelo que, se recomenda esperar de
15 a 20 dias após a betonagem para se poder utilizar (pisar) em pleno. _
- Os quadros das portas não devem perfurar completamente a betonilha flutuante. _
- Se estiver usando betonilha auto-nivelante, a membrana IMPACTODAN 5 deve apoiar totalmente estendida na laje sem formar rugas.
_
- Consulte a ficha de segurança do produto. _
- Para qualquer esclarecimento adicional, contacte o nosso departamento técnico. _

AVISO
A informação que consta na presente documentação, no que se refere ao modo de emprego e aplicação dos produtos ou sistemas
danosa, baseia-se nos conhecimentos adquiridos por danosa até ao momento actual, e, sempre e quando os produtos tenham
sido armazenados e utilizados de forma correcta.Não obstante, o funcionamento adequado dos produtos dependerá da qualidade
de aplicação, de factores meteorológicos e de outros fora do controlo de Danosa. Assim, a garantia oferecida, está limitada à
qualidade intrínseca do produto fornecido.Danosa reserva-se o direito de modificar, sem aviso prévio, os dados constantes da presente
documentação.Os valores que aparecem na ficha técnica são resultados dos ensaios de auto-controlo realizados no nosso laboratório.
Maio 2016. Página web: www.danosa.com E-mail: portugal@danosa.com
Anexos

Anexo 2.

107 Diego Martins Mendes


PISO -1 = 518m²

LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Piso -1

Escala 1/1500
PISO 0 = 360m²

0.98 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.98 livre 0.85 livre 0.98 livre

0.2

0.2

0.85 livre
0.1 0.3
0.85 livre

0.1 0.3

d'
0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre
1.05 livre

LEGENDA

0.40
c' c

0.40
0.30

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Piso 0

Escala 1/1500
PISO 1 = 360m²

0.98 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.98 livre 0.85 livre 0.98 livre

1.2

0.85 livre
1.2
0.85 livre

1.1 1.3
1.1 1.3

16
1
15
2
14
3
13
4
12
5
11
6
10
7
9 LEGENDA
8

0.85 livre 1.05 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre
1.05 livre

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Piso 1

Escala 1/1000
PISO 2 = 360m²

0.85 livre 0.85 livre 0.98 livre 0.98 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre

2.2 2.3
2.3
0.85 livre

2.2
2.4
2.4

2.1
2.1

16
1
15
2
14
3
13
4
12
5
11
6
10
7 LEGENDA
9
8

0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre
1.05 livre

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Piso 2

Escala 1/1000
PISO 3 = 122m²

0.98 livre 0.98 livre 0.98 livre 0.98 livre

2.1 2.4

0.85 livre 0.85 livre

13.29

LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Piso 3

Escala 1/1000
LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2, Cobertura

Escala 1/1000
17.04

0.60
3.15
13.29

10.47
Limite do Lote

Limite do Lote
8.48
7.65

4.83

4.33

2.21

LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Corte 1 relativo ao Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2

Escala 1/1500
17.04

2.96
1.60

1.60
13.29

10.47

Limite do Lote
FRIG

Limite do Lote
7.65
Eixo da Via

0.1 0.2

0.3 1.1

1.2 1.3

2.1 2.2

2.3 2.4
FRIG
1.54 CON

0.64
4.83
Estacionamento
Arruamento

Ciclovia
Passeio

Passeio

2.21

LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Corte 2 relativo ao Abastecimento de Água, Edf. DOCA Lote 2

Escala 1/1500
LEGENDA

Escala PROJETO:
1:1000 Estágio na CIVILRIA
ASSUNTO: TÍTULO:
Axonometria Abastecimento de água e Retorno AQS
ALUNO:
Diego Martins Mendes
Anexos

Anexo 3.

125 Diego Martins Mendes


Torneira para Chuveiros, Bancas e outros equipamentos
Torneira de Esquadria para Ml e outros equipamentos
Tubagem de Distribuição de Água combate incêndio

Diâmetro Nominal (tubagem em ferro galvanizada)


Diâmetro Nominal (tubagem em multicamada)
Tubagem de Distribuição de Água quente

Coluna Descendente para o Piso inferior


Coluna Ascendente para o Piso superior

Diâmetro Nominal (tubagem em PEAD)


Válvula de seccionamento ou passador
Tubagem de Distribuição de Água fria

Coluna Descendente do Piso superior


Tubagem de Retorno de Água quente
Coluna Ascendente do Piso inferior

Planta: Abastecimento de Água, Continente Bom Dia


Coluna Descendente Continua
Coluna Ascendente Continua

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS


Depósito de água quente
Torneira para Lavatórios
Válvula de autoclismo

Torneira de Serviço

Contador

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia


Legenda:

PEADØ#
MCØ#

FGØ#
DAQ

Aluno: Diego Martins Mendes


Ts
PEAD Ø90

Escala 1/500
REDE
PÚBLICA
EXISTENTE
- PVC
Ø90
Ø110
PEAD
TE -
TEN
EXIS
LICA
E PÚB

PEAD
Ø90
RED
Ø90

PEAD
Ø90
Ts
PEAD

PEAD
Ø90
Central de distribuição
Ligação proveniente da
de água quente, definida rede pública Ø110
Ts no projeto de instalações
Ø40 (de acordo com especificações da ADRA)
mecânicas e instalada em
MCØ20
plataforma elevada.
MCØ16 U
DAQ
Sistema de retorno de
Ø3" FG
águas quentes sanitárias
Ø50MC
Ø1 ½'' Ø40MC
Ø1 ½''
Ø26
Ø32 Ts Ts
Ø26 Ø20 Ø20 Ø26 S Ø16 Ø2 ½ '' Ø50 Ø32 Ø40 Ø20 Ø2 ½ '' Ø50 Ø40 Ø20 Ø2 ½'' Ø40 Ø32 Ø20
L Q K T
O P
Ø26MC Ø15 G
Ø20MC
Ø32 Ø32MC
Ø32
MCØ26 MCØ26 Ø16 Ø1 ½ ''
Ø40
Contador
Peixaria Gelo
Máq. MCØ16 Ø40MC
Contador Talho Johnson Ø2 ½''
Ø20MC
Ll
H Ø32MC
MCØ20 MCØ20 MCØ26 MCØ26 MCØ26 MCØ20
MCØ16
Contador I.S. MCØ20 I
J
Contador Johnson Ll
Ll Johnson
serviços comuns PEXØ16 MCØ16
MCØ20 MCØ20 MCØ16 Máquina pn.
Contador de bacalhau
M N Loja 1
Contador
Loja 2 Ts
Ø15
MCØ20
Ø2OMC
Ø20MC Ll Johnson
Ø32MC
Ø2''
MCØ26
Ø1 ½'' E
- PEAD Ø110

MCØ26
MARCO COMBATE
Ø1 ½'' INCÊNDIO EXISTENTE
MCØ32 Johnson
EXISTENTE

MCØ26
Ø2OMC
Ø20MC
Ø32MC Cuba e Esc.
F
REDE PÚBLICA

Ø1 ½'' MCØ26 Grelhador


PEXØ16
MCØ32 Ø40
MCØ26 Ø2 ''
Ø20
Ø32
Ø1 ½ ''
D
MCØ32 Contador
MCØ26 Charcutaria/Take-Away
Contador
Ll

Padaria/Confeitaria
Contador
Johnson Loja Well
Ml
MCØ26
MCØ20
Ll
C
MCØ20
MCØ26
Ll
MCØ20 R MCØ20
MCØ26
MCØ20 MCØ20
B MCØ20
MCØ16 A
Maq. Maq. Maq.
Sumos Gelo Mlc
Ll
Café
Ø22
EXISTENTE
INCÊNDIO
MARCO COMBATE
- PEAD Ø110
EXISTENTE
REDE PÚBLICA
PEAD Ø90
PEAD Ø90

MARCO COMBATE
INCÊNDIO EXISTENTE
REDE PÚBLICA EXISTENTE - PEAD Ø160
REDE PÚBLICA EXISTENTE - PEAD Ø160
MARCO COMBATE
INCÊNDIO EXISTENTE

Exterior (mm)
Diâmetro

16
16
16
25
20
16
20
25
20
16
16
Ramais Individuais

Aparelhos

Ch
Tq
Bd

Mr
Ba

Ml
Lv

Mi
Ts
Br

Tl
DATA BOOKLET

UP, UPS, UPSD


Circulator pumps
7

Data sheets Small UP and Medium UP


UPS 25-80 - 180 PN 10
1 x 230 V, 50 Hz
Performance curves Approvals

Electrical data Technical data


P1 [W] I1/1 [A] cos Net weight [kg]

Speed 1 Gross weight [kg]

Speed 2 Shipping volume [m 3]


Speed 3 Liquid temperature [°C]

System pressure [bar]

IP class

Dimensions

Dimensions [mm] L B1 B2 H1 H2 D1 D2 G

PN 10

Motor protection
Anexos

Anexo 4.

129 Diego Martins Mendes


Fr Pll Mll
Ba
25 mmø PP-R
16 mmø PP-R 25 mmø PP-R
20 mmø PP-R Br Lv

Cr
Lv 25 mmø PP-R
32 mmø PP-R 32 mmø PP-R
32 mmø PP-R 40 mmø PP-R
32 mmø PP-R
Pa
32 mmø PP-R
Ch BC 40 mmø PP-R
Ch Br 40 mmø PP-R
32 mmø PP-R
Cr Lv
20 mmø PP-R
Lv
Br 25 mmø PP-R

Cr
PEAD 1 1/2" PN16
Lv Lv 20 mmø PP-R 25 mmø PP-R
EXISTENTE 25 mmø PP-R
25 mmø PP-R
20 mmø PP-R
Pa 32 mmø PP-R
40 mmø PEAD 32 mmø PP-R

40 mmø PEAD 32 mmø PEAD

Mlr

LEGENDA
- REDE DE ÁGUA FRIA
- CONTADOR

DN(mm) - REDE DE ÁGUA FRIA


∅ INT. (mm)
- VÁLVULA DE RETENÇÃO
LAVATÓRIO (Lv) ∅16 ∅10.6 - PRUMADA ASCENDENTE
PN - VÁLVULA DE SECCIONAMENTO
CHUVEIRO DA BACIA DE RETRETE (Cr) ∅16 ∅10.6
PN
BACIA DE RETRETE C/ MOCHILA (Br) ∅16 ∅10.6 - TORNEIRA DE REGA
- PRUMADA DESCENDENTE
BANHEIRA (Ba) ∅ 20 ∅13.2
CHUVEIRO (Ch) ∅ 20 ∅13.2
PIA DE LAVAR LOUÇA (PLI) ∅ 20 ∅13.2 Projeto: Estágio na Empresa CivilRia
MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA (MII) ∅ 20 ∅13.2
MÁQUINA DE LAVAR ROUPA (MIr) ∅ 20 ∅13.2 Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS
PONTO DE ÁGUA (Pa) ∅16 ∅10.6
Ch + Cr ∅ 20 ∅13.2
Aluno: Diego Martins Mendes
Br + Cr ∅ 20 ∅13.2
Ch + Cr + Br ∅ 25 ∅16.6
Planta: Abastecimento de Água, Moradia Unifamiliar Canidelo, Piso 0
PLL + MLL ∅ 25 ∅16.6
Escala 1/1000
Lv 16 mmø PP-R
16 mmø PP-R
Cr

Br
25 mmø PP-R
25 mmø PP-R Ch

25 mmø PP-R
25 mmø PP-R
25 mmø PP-R
25 mmø PP-R

Lv

Lv

Br
Ch
Cr

25 mmø PP-R
25 mmø PP-R

LEGENDA
- REDE DE ÁGUA FRIA
- CONTADOR

DN(mm) - REDE DE ÁGUA FRIA


∅ INT. (mm)
- VÁLVULA DE RETENÇÃO
LAVATÓRIO (Lv) ∅16 ∅10.6 - PRUMADA ASCENDENTE
PN - VÁLVULA DE SECCIONAMENTO
CHUVEIRO DA BACIA DE RETRETE (Cr) ∅16 ∅10.6
PN
BACIA DE RETRETE C/ MOCHILA (Br) ∅16 ∅10.6 - TORNEIRA DE REGA
- PRUMADA DESCENDENTE
BANHEIRA (Ba) ∅ 20 ∅13.2
CHUVEIRO (Ch) ∅ 20 ∅13.2
PIA DE LAVAR LOUÇA (PLI) ∅ 20 ∅13.2 Projeto: Estágio na Empresa CivilRia
MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA (MII) ∅ 20 ∅13.2
MÁQUINA DE LAVAR ROUPA (MIr) ∅ 20 ∅13.2 Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS
PONTO DE ÁGUA (Pa) ∅16 ∅10.6
Ch + Cr ∅ 20 ∅13.2
Aluno: Diego Martins Mendes
Br + Cr ∅ 20 ∅13.2
Ch + Cr + Br ∅ 25 ∅16.6
Planta: Abastecimento de Água, Moradia Unifamiliar Canidelo, Piso 1
PLL + MLL ∅ 25 ∅16.6
Escala 1/1000
Anexos

Anexo 5.

133 Diego Martins Mendes


PISO 2 = 360m²

0.85 livre 0.85 livre 0.98 livre 0.98 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre

2.2 2.3
0.85 livre

2.4

2.1
2.1

16
1
15
2
14
3
13
4
12
5
11
6
10
7
9
8
LEGENDA

0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre 0.85 livre
1.05 livre

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Caso de Estudo, Abastecimento de Água com Retorno, Piso 0

Escala 1/1000
PISO 3 = 122m²

0.98 livre 0.98 livre 0.98 livre 0.98 livre

0.85 livre 0.85 livre

13.29

LEGENDA

Projeto: Estágio na Empresa CivilRia

Título: Abastecimento de Água e Retorno de AQS

Aluno: Diego Martins Mendes

Planta: Caso de Estudo, Abastecimento de Água com Retorno, Piso 1

Escala 1/1000
LEGENDA

Escala PROJETO:
1:1000 Estágio na CIVILRIA
ASSUNTO: TÍTULO:
Axonometria com Retorno Abastecimento de água e Retorno AQS
ALUNO:
Diego Martins Mendes
LEGENDA

Escala PROJETO:
1:1000 Estágio na CIVILRIA
ASSUNTO: TÍTULO:
Axonometria com Retorno e Tubagens Abastecimento de água e Retorno AQS
ALUNO:
Diego Martins Mendes
grundfos ALPHA1 N

ALPHA1 N
Energy-efficient
recirculation
of hot water
The ALPHA1 N pump has been designed to offer instantly hot PERFORMANCE CURVES
water in single and multi-family housings in the most cost-
p H
effective way. The hot water recirculation pump with a welded [kPa] [m]
4.5
stainless steel housing uses as little as down to 7 W to offer 40 4.0
3.5 7
not only a price competitive but also a highly energy-efficient 30 3.0
2.5 6
domestic hot water solution. As there is no waiting for the water 20 2.0
5
to get warm, the ALPHA1 N efficiently eliminates the waste of 10
1.5
1.0
4
3
2
water and energy – and increases comfort for the consumer. 0
0.5
0.0
1
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 Q [m³/h]

P1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 Q [l/s]

Technical data [W]


50
40
3
ALPHA1 20-45 N 150 7
30 6 2
Flow Q max: 2.6 m³/h 20
5 4
10 1
Head Hmax: 4.5 m
0
Liquid temperature: +2° C to +110° C 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 Q [m³/h]

Pmax: 10 bar
Power Range: 7-45 W 1. Constant speed curve 1  2. Constant speed curve 2  3. Constant speed curve 3 
4. Proportional pressure curve low  5. Proportional pressure curve high 
Motor: 50 Hz, 230 V 6. Constant differential pressure curve low  7. Constant differential pressure curve high
ALPHA1 N
IN MORE DETAILS
uPgrade with an attractiVe return on inVestment
Replacing an existing UP pump with the ALPHA1 N can be done with a very attractive return on investment. As the table shows
very large yearly savings can be obtained by replacing any of the 3 UP pumps with the ALPHA1 N.

High efficiency – Permanent Magnet Motor Technology

Easy electrical connection due to the renowned ALPHA-plug

Intuitive operation

98511156/0913
Energy usage: 7 W-45 W

Cost-efficient hot water recirculation solution

The name Grundfos, the Grundfos logo, and be think innovate are registered trademarks owned by Grundfos Holding A/S or Grundfos A/S, Denmark. All rights reserved worldwide.
Compact design

One pump, able to replace a range of standard pumps

Conversion table

UP pump Speed setting on ALPHA1 N 20-45 150


UP 20-07 N and UP 20-15 N Constant speed 1
UP 20-30 N Constant speed 2
UP 20-45 N Constant speed 3
ALPHA1 20-45 N 150

The ALPHA1 N pump is able to run at three different speeds, allowing it to easily W
replace any of the pumps in the UP range. POWER
ON

Types and dimensions

Pump type Dimensions [mm] Product number


L1 B3 B4 H1 H2 G
ALPHA1 20-45N
150 43 43 27 127 1¼ 98094952

Savings

Yearly energy Replacement Yearly Yearly savings


Present pump consumption ALPHA1 20-45 N 150 W consumption kWh By 0.08 €/kWh By 0.30 €/kWh
UP 20-07 N (47 W) 412 kWh Constant speed 1 7W 61 kWh 351 28 € 109 €
UP 20-30 N (70 W) 613 kWh Constant speed 2 30 W 263 kWh 350 28 € 105 €
UP 20-45 N (117 W) 1.025 kWh Constant speed 3 45 W 394 kWh 631 51 € 189 €
Example 1: Bulgaria: 0.08406 €/kWh  source www.energy.eu
Example 2: Denmark 0.30217 €/kWh

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