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Aula 05 (somente

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SES-DF (Agente de Vigilância Ambiental
em Saúde - (AVAS) Conhecimentos
Específicos parte I - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
André Rocha

11 de Janeiro de 2023

03546944135 - Nilton Sergio Neto


André Rocha
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Sumário

CONVENÇÃO DE BASILEIA ..................................................................................................................... 3

1 - Introdução ......................................................................................................................................... 3

1.1 - Resíduos perigosos ....................................................................................................................... 4

1.1.1 - ABNT NBR 10.004/04 ............................................................................................................ 7

2 – Objetivos e obrigações gerais ...................................................................................................... 11

3 - Decreto nº 4.581/03 ....................................................................................................................... 19

4 – Resolução CONAMA nº 452/12 ................................................................................................... 20

Considerações Finais ............................................................................................................................... 24

Questões Comentadas ............................................................................................................................ 25

Lista de questões ..................................................................................................................................... 29

Gabarito .................................................................................................................................................... 31

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A AULA


Olá, Estrategista!

Na aula de hoje, estudaremos a Convenção de Basileia e normas nacionais aplicáveis.

Lembre-se: MUITO FOCO a partir de agora!

Forte abraço e uma ótima aula!

Vem comigo!

Prof. André Rocha

Instagram: @profandrerocha

E-mail: andrerochaprof@gmail.com

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Canal do Youtube: Eu Aprovado

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CONVENÇÃO DE BASILEIA

1 - Introdução

Um dos mais significativos problemas ambientais da atualidade é o da destinação de resíduos


perigosos. Houve um tempo em que os países mais desenvolvidos, por diversas vias, enviavam tais resíduos
aos países menos desenvolvidos, transferindo o problema e causando inúmeros problemas ambientais
nestes locais.

Em grande parte dos ocorridos, os países menos desenvolvidos não sabiam lidar com o manejo
adequado dos resíduos perigosos, gerando depósitos a céu aberto e sem nenhum tipo de controle ou
tratamento preliminar.

Charge de Alves (2010)

Diante disso, a Convenção de Basileia sobre Controle dos Movimentos Transfronteiriços de


Resíduos Perigosos e sua Eliminação, concluída na Suíça, em 22 de março de 1989, surgiu como resposta
internacional para esse tipo de problema.

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Em junho de 2009, foram enviados da Inglaterra para o Brasil, ilegalmente, 89 contêineres


com 1,4 mil toneladas de lixo tóxico e químico. Esses detritos foram encontrados pela
Receita Federal nos portos de Santos e Rio Grande, além de uma estação alfandegária de
Caxias do Sul.

A documentação indicava que os contêineres continham polímeros de etileno, plástico


para reciclagem, porém, foi encontrado rejeito urbano altamente tóxico e nocivo, como
lixo hospitalar e resíduos de banheiros químicos.

É para eliminar esse tipo de prática que a Convenção de Basileia foi adotada!

Veja mais em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2019/09/para-lembrar-ha-


10-anos-envio-ilegal-de-conteineres-com-lixo-toxico-abalou-relacoes-entre-brasil-e-
inglaterra-ck0qtp6qc0ahq01tgsaufva64.html

1.1 - Resíduos perigosos

Bem, já sabemos que a Convenção da Basileia trata dos movimentos transfronteiriços (entre
fronteiras) de resíduos perigosos e seus depósitos. Então, é fundamental que saibamos o que é um
movimento transfronteiriço, um depósito e um resíduo perigoso.

Segundo o art. 2º da Convenção:

Movimento transfronteiriço: é todo movimento de resíduos perigosos ou outros resíduos


procedentes de uma área sob a jurisdição nacional de um Estado para ou através de uma área sob a
jurisdição nacional de outro Estado ou para ou através de uma área não incluída na jurisdição nacional de
qualquer Estado, desde que o movimento afete a pelo menos 2 Estados;

Depósito: é qualquer das operações especificadas no Anexo IV da Convenção, o qual traz uma lista
relacionando as operações de depósito, tais como: depósito na terra, aterramento especialmente
protegido, descarga num corpo de água, incineração sobre o solo, entre muitos outros.

Agora, o mais importante: a definição de resíduos perigosos. Para fins da Convenção, resíduos
perigosos são os seguintes resíduos que sejam objeto de movimentos transfronteiriços:

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a) Resíduos que se enquadrem em qualquer categoria contida no Anexo I, a menos que não possuam
quaisquer das características descritas no Anexo III; e

b) Resíduos não cobertos pelo parágrafo “a” mas definidos, ou considerados, resíduos perigosos pela
legislação interna da Parte que seja Estado de exportação, de importação ou de trânsito.

Vamos entender essa definição!

O Anexo I da Convenção traz categorias de resíduos perigosos a serem controlados, tais como:
resíduos clínicos oriundos de cuidados médicos em hospitais, amianto, mercúrio, cianetos inorgânicos,
entre muitos outros.

Já o Anexo III traz uma lista de características perigosas dos resíduos, tais como: explosividade,
inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, entre outras.

Desse modo, o que o parágrafo “a” supracitado afirma que todos os resíduos previsto no Anexo I são
perigoso, exceto se não possuírem nenhuma característica perigosa prevista no Anexo III!

Já o parágrafo “b” considera como perigosos quaisquer outros resíduos não previstos na condição
trazida pelo parágrafo “b”, mas que sejam considerados perigosos pela legislação interna de um país
membro da Convenção (país Parte).

Por exemplo: se a legislação e normas brasileiras consideram um determinado tipo de


resíduo como perigoso, mesmo que o critério adotado para essa categorização não esteja
previsto nos Anexos I e III da Convenção da Basileia, esse resíduo será considerado
perigoso para fins de movimentos transfronteiriços envolvendo o Brasil.

Nesse caso, como o Brasil em regra proíbe a importação de resíduos perigosos (veremos
isso mais adiante), esse tipo de resíduo não poderia ser enviado para cá, ainda que outros
países da Convenção e a própria Convenção não considerem tais resíduos como perigosos.

Pessoal, embora a Convenção da Basileia trate dos resíduos perigosos, cuidado: os resíduos que, por
serem radioativos, estiverem sujeitos a outros sistemas internacionais de controle, inclusive instrumentos
internacionais que se apliquem especificamente a materiais radioativos, ficam excluídos do âmbito da
Convenção! Lembre-se que isso geralmente ocorre com os resíduos radioativos. Nacionalmente, a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por exemplo, não trata de rejeitos radioativos, que são regulados pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

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Bom, deu para perceber que a definição interna de resíduo perigoso de cada Parte da Convenção
também deve ser considerada, não é mesmo? Sendo assim, vamos relembrar o que as normas brasileiras
consideram como resíduo perigoso.

A primeira coisa que devemos compreender é o conceito de resíduo perigoso trazido pela Lei nº
12.305/10, que institui a PNRS (art. 13, II, "a"):

resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade,


corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de
acordo com lei, regulamento ou norma técnica

Desse modo, um resíduo que possua qualquer das características supracitadas é considerado
perigoso, sendo que ele somente não o será se não apresentar nenhuma dessas características. Veremos
maiores detalhes dessas características quando abordarmos a norma NBR 10.004/04, ainda nesta aula.

Ainda no âmbito do que é previsto na PNRS, lembre-se que a instalação e o funcionamento


de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos somente
podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável
comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover
os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos (art. 37).

Particularmente em relação ao licenciamento ambiental de empreendimentos ou


atividades que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode
exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio
ambiente ou à saúde pública, observadas as regras sobre cobertura e os limites máximos
de contratação fixados em regulamento (art. 40). Essa exigência, diga-se, deve considerar
o porte da empresa!

Ademais, sempre que solicitado pelos órgãos competentes do SISNAMA e do SNVS, deve
ser assegurado o acesso para inspeção das instalações e dos procedimentos relacionados
à implementação e à operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos perigosos.

Nesse contexto, as pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer
fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de
Operadores de Resíduos Perigosos (art. 38).

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Esse cadastro deve ser coordenado pelo órgão federal competente do SISNAMA e
implantado de forma conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais. Para o
cadastramento, as pessoas jurídicas necessitam contar com responsável técnico pelo
gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio quadro de funcionários ou
contratado, devidamente habilitado, cujos dados devem ser mantidos atualizados no
cadastro (art. 38, § 2º).

Frise-se que esse cadastro é parte integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) e do
Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).

Cumpre destacar também que as pessoas jurídicas que operem com resíduos perigosos
são obrigadas a elaborar um plano de gerenciamento de resíduos perigosos e submetê-
lo ao órgão competente do SISNAMA e, se couber, do SNVS (art. 39).

1.1.1 - ABNT NBR 10.004/04

Embora a NBR 10.004/04 não trate apenas dos resíduos perigosos, ela dá especial atenção a eles e,
por isso, faz sentido apresentá-la neste momento da aula.

A importância da norma NBR 10.004/04 reside no fato de que ela estabelece os critérios de
classificação e os códigos para a identificação dos resíduos de acordo com suas características,
classificando os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para
que possam ser gerenciados adequadamente.

A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu
origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de
resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

Assim, a segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são partes
integrantes dos laudos de classificação, nos quais deve ser explicitada a descrição de matérias-primas, de
insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado. Desse modo, a identificação dos constituintes a serem
avaliados na caracterização do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os
insumos e o processo que lhe deu origem (item 0.3).

Deve-se ter em mente que, assim como na Lei nº 12.305/10, os resíduos radioativos não são objeto
da NBR 10.004/04, pois são de competência exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

As disposições mais importantes da NBR 10.004/04 dizem respeito à classificação dos resíduos nos
seguintes grupos:

 resíduos classe I: Perigosos

 resíduos classe II: Não perigosos

• resíduos classe II A: Não inertes


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• resíduos classe II B: Inertes

Então, percebam que os resíduos classe I são os perigosos e os classe II são os não perigosos, podendo
estes ser divididos em não inertes (classe II A) e inertes (classe II B).

Os resíduos inertes são aqueles que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos
a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não têm
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Já os resíduos não inertes são aqueles não perigosos que não se enquadrarem nessa característica dos
resíduos inertes, podendo ter propriedades como a biodegradabilidade, a combustibilidade ou a
solubilidade em água.

Por sua vez, os resíduos perigosos são aqueles que apresentam algumas das características a seguir:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

Perigosos Classe I

CLASSIFICAÇÃO
DE RESÍDUOS Não inertes:
Classe II A
Não perigosos

Inertes: Classe II B

Vejamos agora as principais características que um resíduo deve ter para ser enquadrado em cada uma
dessas categorias. Não é algo que tem grande incidência em prova, mas vale a pena ser estudado para que
você tenha uma compreensão mais completa acerca da NBR 10.004/04.

1.1.1.1 - Inflamabilidade

Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável se uma amostra representativa dele apresentar
qualquer uma das seguintes propriedades (item 4.2.1.1):

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a) ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60 °C, excetuando-se as soluções aquosas com menos de
24% de álcool em volume;

b) não ser líquida e ser capaz de, sob condições de temperatura e pressão de 25 °C e 0,1 MPa (1 atm),
produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando
inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando a extinção do fogo;

c) ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como resultado, estimular a
combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material;

d) ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte de produtos
perigosos.

Frise-se que o código de identificação dos resíduos inflamáveis é o D001.

1.1.1.2 - Corrosividade

Um resíduo é caracterizado como corrosivo se uma amostra representativa dele apresentar uma das
seguintes propriedades (item 4.2.1.2):

a) ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou igual a 12,5, ou sua mistura com
água, na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual
a 12,5;

b) ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço
a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, a uma temperatura de 55 °C.

Frise-se que o código de identificação dos resíduos corrosivos é o D002.

1.1.1.3 - Reatividade

Um resíduo é caracterizado como reativo se uma amostra representativa dele apresentar uma das
seguintes propriedades (item 4.2.1.3):

a) ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar;

b) reagir violentamente com a água;

c) formar misturas potencialmente explosivas com a água;

d) gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à saúde
pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água;

e) possuir em sua constituição os íons CN- ou S2- em concentrações que ultrapassem os limites de 250
mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500 mg de H2S liberável por quilograma de resíduo;

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f) ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou
temperatura em ambientes confinados;

g) ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25 °C e 0,1


MPa (1 atm);

h) ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado prático, através
de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida em dispositivo preparado para este
fim.

Frise-se que o código de identificação dos resíduos reativos é o D003.

1.1.1.4 - Toxicidade

Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra representativa dele apresentar uma das
seguintes propriedades (item 4.2.1.4):

a) quando o extrato obtido desta amostra contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações
superiores aos valores constantes no anexo F da NBR 10.004/04;

b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C da NBR 10.004/04 e apresentar toxicidade.

c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D
ou E da NBR 10.004/04;

d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de validade que


contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E da NBR 10.004/04;

e) ser comprovadamente letal ao homem;

f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que


demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2 mg/L
ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg.

Frise-se que o os códigos de identificação dos resíduos tóxicos variam de D005 a D052, a depender da
característica de toxicidade, conforme ensaio de lixiviação realizado de acordo com ABNT NBR 10.005/04.

1.1.1.5 - Patogenicidade

Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa dele contiver ou se


houver suspeita de conter microrganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxirribonucleico (ADN)
ou ácido ribonucleico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídeos,
cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.

Frise-se que o código de identificação dos resíduos patogênicos é o D004 e que não devem ser
classificados segundo os critérios de patogenicidade os resíduos gerados nas estações de tratamento de

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esgotos domésticos e os resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na assistência à saúde


da pessoa ou animal (item 4.2.1.5.2).

Isso porque, se a classificação estabelecida na NBR 10.004/04 fosse seguida à risca, os resíduos das
ETEs e os resíduos sólidos urbanos domiciliares teriam que ser classificados como perigosos, considerando
que as fezes humanas estão neles presentes. Isso exigiria que esses resíduos fossem dispostos em aterros
de resíduos perigosos, por exemplo, inviabilizando sua destinação final ambientalmente adequada1.

(UFRRJ/UFRRJ - 2019) Como a NBR 10004:2004 classifica os resíduos sólidos?


a) Perigosos, Não perigosos e Inertes.
b) Classe I, Classe II e Inertes.
c) Classe I – Perigosos; Classe IIA – Não perigosos: inertes e IIB – Não perigosos: Não Inertes.
d) Classe I – Perigosos; Classe IIA – Não perigosos: Não inertes e IIB – Não perigosos: Inertes.
e) Classe I, Classe II e Inflamáveis.
Comentários:
A NBR 10.004/04 classifica os resíduos de modo que os resíduos classe I são os perigosos e os classe II são
os não perigosos, podendo estes ser divididos em não inertes (classe II A) e inertes (classe II B).
Desse modo, a alternativa D está correta e é o nosso gabarito.

2 – Objetivos e obrigações gerais

A Convenção de Basileia tem como principal objetivo proteger a saúde das pessoas e o meio
ambiente frente aos efeitos prejudiciais dos resíduos perigosos.

Importante destacar que, por meio de instrumentos internacionais de controle desses movimentos de
exportação e o trânsito de resíduos perigosos, a Convenção procura coibir seu tráfico e prevê a
intensificação da cooperação internacional para o gerenciamento ambientalmente adequado desses
resíduos. E essas ações são baseadas no princípio do consentimento prévio e explícito para a importação.

1
SOUTO, Gabriel D’arrigo de Brito; POVINELLI, Jurandyr. Resíduos sólidos. In.: Engenharia Ambiental: conceitos, tecnologia e
gestão. Maria do Carmo Calijuri e Davi Gasparini Fernandes Cunha (orgs.). Elsevier: Rio de Janeiro, 2013.
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Pessoal, esse princípio está explícito no artigo 1º do Decreto no 875/1993, podendo-se dizer que é a
essência da Convenção, pois visa a evitar que países enviem seus resíduos para outros países sem
consentimento prévio e explícito!

Para alcançar os objetivos da Convenção, cada Parte deve tomar medidas adequadas para (art. 4º):

a) Assegurar que a geração de resíduos perigosos e outros resíduos em seu território seja reduzida
a um mínimo, levando em consideração aspectos sociais, tecnológicos e econômicos;

b) Assegurar a disponibilidade de instalações adequadas para o depósito, visando a uma


administração ambientalmente saudável de resíduos perigosos e outros resíduos, as quais deverão
se localizar, na medida do possível, dentro de seu território, seja qual for o local de depósito;

c) Assegurar que as pessoas envolvidas na administração de resíduos perigosos e outros resíduos


dentro de seu território tomem as medidas necessárias para evitar a poluição por resíduos
perigosos e outros resíduos provocada por essa administração e, se tal poluição ocorrer, para
minimizar suas consequências em relação à saúde humana e ao meio ambiente;

d) Assegurar que o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e outros resíduos seja


reduzido ao mínimo compatível com a administração ambientalmente saudável e eficiente desses
resíduos e que seja efetuado de maneira a proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos
adversos que possam resultar desse movimento;

e) Não permitir a exportação de resíduos perigosos e outros resíduos para um Estado ou grupo de
Estados que pertençam a uma organização de integração econômica e/ou política de que sejam
Partes países, particularmente países em desenvolvimento, cuja legislação tenha proibido todas
as importações, ou se tiver razões para crer que os resíduos em questão não serão administrados de
forma ambientalmente saudável, de acordo com critérios a serem decididos pelas Partes em sua
primeira reunião.

f) Exigir que informações sobre qualquer movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e outros
resíduos proposto sejam fornecidas aos Estados interessados, no sentido de definir claramente os
efeitos desse movimento sobre a saúde humana e o meio ambiente;

g) Impedir a importação de resíduos perigosos e outros resíduos se tiver razões para crer que os
resíduos em questão não serão administrados de forma ambientalmente saudável;

h) Cooperar com outras Partes e organizações interessadas em atividades, diretamente e através


do Secretariado, inclusive divulgando informações sobre o movimento transfronteiriço de resíduos
perigosos e outros resíduos, com o objetivo de aprimorar a administração ambientalmente saudável
desses resíduos e impedir o tráfico ilegal

Além dessas medidas, cada Parte deve:

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→ Proibir todas as pessoas sob sua jurisdição nacional de transportarem ou depositarem resíduos
perigosos ou outros resíduos, a não ser que essas pessoas estejam autorizadas ou tenham permissão para
realizar esse tipo de operações;

→ Exigir que os resíduos perigosos e outros resíduos a serem objeto de um movimento


transfronteiriço sejam embalados, etiquetados e transportados em conformidade com normas e padrões
internacionais aceitos e reconhecidos de forma geral no campo da embalagem, etiquetagem e transporte,
e que sejam levadas em consideração práticas pertinentes internacionalmente reconhecidas;

→ Exigir que os resíduos perigosos e outros resíduos se façam acompanhar de um documento de


movimento desde o ponto no qual tenha início um movimento transfronteiriço até o ponto de depósito.

Nos termos da Convenção da Basileia, as Partes consideram que o tráfico ilegal de


resíduos perigosos ou outros resíduos é uma atividade criminosa. Para os fins da
Convenção, é considerado tráfico ilegal qualquer movimento transfronteiriço de resíduos
perigosos ou outros rejeitos (art. 9º):

a) sem notificação, segundo os dispositivos da Convenção, para todos os Estados


interessados; ou

b) sem o consentimento, segundo os dispositivos da Convenção, de um Estado


interessado; ou

c) com o consentimento de Estados obtido por meio de falsificação, descrição enganosa


ou fraude; ou

d) que não esteja materialmente em conformidade com os documentos; ou

e) que resulte num depósito deliberado (por exemplo, “dumping” ) de resíduos perigosos
ou outros resíduos caracterizando violação da Convenção e de princípios gerais do direito
internacional.

Assinando a Convenção da Basileia, as Partes aceitam que não permitirão que resíduos perigosos ou
outros resíduos sejam exportados para um Estado que não seja Parte, ou importados de um Estado que não
seja Parte!

Contudo, as Partes podem estabelecer acordos ou arranjos bilaterais, multilaterais ou regionais no


que se refere ao movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou outros resíduos com Partes ou não

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Partes, desde que esses esquemas ou acordos não derroguem a administração ambientalmente saudável
dos resíduos perigosos e outros resíduos exigida pela Convenção. Assim, esses acordos ou esquemas devem
estabelecer dispositivos que não sejam menos ambientalmente saudáveis que aqueles previstos na
Convenção, particularmente levando-se em consideração os interesses dos países em desenvolvimento.

Além disso, as Partes acordam que não permitirão a exportação de resíduos perigosos e outros
resíduos para depósito dentro da área ao sul dos 60 graus de latitude sul, estejam ou não esses resíduos
sujeitos a movimento transfronteiriço.

Pessoal, as áreas ao sul dos 60º de latitude sul são as áreas mais ao sul do planeta, abrangendo
basicamente a Antártida! Veja o mapa-múndi com a latitude 60º destacada em vermelho:

Agora é hora de testar os conhecimentos!

(CEBRASPE/ANALISTA MPU - 2013) Em relação às Convenções de Basileia, de Estocolmo, de Roterdã


e acerca dos Protocolos de Quioto e Montreal, julgue o próximo item.
O país exportador de resíduos de produtos farmacêuticos está dispensado de comunicar essa transferência ao
país importador, segundo a Convenção da Basileia, visto que esses produtos se enquadram no Anexo V-A da
referida convenção.

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Comentário:
Pessoal, partindo do pressuposto que a Convenção de Basileia é baseada no princípio do consentimento
prévio e explícito para a importação, o país exportador não pode deixar de avisar o país importador o tipo
de resíduo que está sendo enviado.
Questão errada.

No Brasil, a Convenção de Basileia foi ratificada e internalizada por meio do Decreto no 875/1993 e do
Decreto nº 4.581/2003, sendo regulamentada também pela Resolução Conama nº 452/2012.

A Convenção prevê que há liberdade do país signatário em definir requisitos para a entrada e para a
destinação, em seu território, de resíduos considerados perigosos em sua legislação nacional. No caso do
Brasil, por exemplo, a lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, proibiu a
importação de resíduos perigosos (art. 49):

“Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos
sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.”

Vamos ver como foi cobrado em prova!

(CEBRASPE/ CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito das políticas nacionais relativas a recursos
hídricos, mudanças climáticas e gestão dos resíduos sólidos, julgue o seguinte item.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos contribui para a implementação da Convenção de Basileia, pois prevê
que é proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas
características causem danos ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal.
Comentário:
A questão está correta, de acordo com o artigo 49 da Lei nº 12.305/10.

Outro ponto do Decreto no 875/1993 a ser enfatizado diz respeito aos objetivos que a Convenção deve
ajudar a alcançar, quais sejam (art. 1º, 3):

a) reduzir os movimentos transfronteiriços de resíduos ao mínimo consistente com a gestão eficaz


e ambientalmente saudável de tais resíduos;

b) minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados e assegurar sua
disposição ambientalmente saudável tão próximo quanto possível do local de produção; e
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c) assistir os países em desenvolvimento na gestão ambientalmente saudável dos resíduos perigosos


que produzirem.

OBJETIVOS CONSIDERADOS PELO DEC. Nº 875/1993

Assistir os países em
Minimizar a quantidade e
Reduzir os movimentos desenvolvimento na
o conteúdo tóxico dos
transfronteiriços de gestão ambientalmente
resíduos perigosos
resíduos saudável dos resíduos
gerados
perigosos

(CESGRANRIO/PETROBRAS – 2014) O Decreto nº 5.098, de 03/06/2004, que criou o Plano Nacional de


Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos
Perigosos - P2R2, faz referência aos compromissos assumidos pelo Brasil em convenções internacionais
que tratam do controle de produtos e resíduos químicos.
Dentre tais convenções destaca-se a Convenção de Basileia, concluída em 1989 e promulgada pelo
Brasil em 1993, que versa sobre
a) Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
b) Poluentes Orgânicos Persistentes.
c) Procedimento de Consentimento Prévio Informado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias
Químicas e Agrotóxicos Perigosos.
d) Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
e) Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Utilização de Armas Químicas e sua
Destruição.

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Comentários:
Questão típica e bem tranquila, pois apenas exige saber do que trata a Convenção da Basileia, ou seja, do
Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
Logo, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CETAP/PREF OURÉM – 2017) O governo brasileiro aderiu ao controle de movimentos transfronteiriços
de resíduos perigosos e seu depósito, e, atualmente, estabelece mecanismos de controle desses
movimentos, baseados no princípio do consentimento prévio e explicito para a importação, exportação
e o trânsito de resíduos perigosos. Tal controle visa coibir o tráfico ilegal e prevê a intensificação da
cooperação internacional para a gestão ambientalmente adequada desses resíduos. Vale ressaltar que,
a partir da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, Lei n. º12.305/2010, foi
proibida definitivamente a importação de resíduos perigosos. Em qual convenção foi discutido o
controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito?
a) Convenção de Basileia
b) Convenção de Roterdã
c) Convenção de Estocolmo
d) Convenção de Montreal
e) Convenção de Ramsar
Comentários:
Mais uma questão que apenas cobra saber do que trata a Convenção da Basileia, ou seja, do Controle de
Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
A alternativa A está correta e é o nosso gabarito.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CEBRASPE/CODEVASF – 2021) Considerando a importância internacional das convenções e dos
protocolos que tratam da questão ambiental, julgue o item subsequente.
O controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito é um dos temas contemplados
na Convenção de Basileia.
Comentários:
De fato, o acordo proposto na Convenção de Basiléia realmente trata dos "controle de movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito”. Sendo assim, questão correta.

Vamos aprofundar o assunto um pouco, explicando resumidamente como deve ocorrer o movimento
transfronteiriço de resíduos perigosos, de acordo com a Convenção da Basileia.

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Cada Parte (país) da Convenção deve designar ou estabelecer uma ou mais autoridades
competentes para lidar com as questões da Convenção, como receber a notificação de
movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos. No Brasil, o IBAMA é essa
autoridade.

Então, um Estado que queria exportar os resíduos deve notificar, por escrito, por meio da
autoridade competente do Estado de exportação, a autoridade competente dos Estados
interessados, a respeito de qualquer movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou
outros resíduos proposto. Apenas uma notificação precisa ser enviada para cada um dos
Estados interessados.

Na sequência, o Estado de importação deve responder por escrito ao notificador,


permitindo o movimento com ou sem condições, negando permissão para o movimento
ou solicitando informações adicionais. Uma cópia da resposta final do Estado de
importação deve ser enviada às autoridades competentes dos Estados interessados que
sejam Partes.

Cada Estado de trânsito2 que seja Parte deve acusar prontamente ao notificador o
recebimento da notificação. Subsequentemente, pode dar uma resposta por escrito ao
notificador, em um prazo de 60 dias, permitindo o movimento com ou sem condições,
negando permissão para o movimento ou solicitando informações adicionais.

É essencial que o Estado de exportação não permita que o movimento transfronteiriço


tenha início antes de haver recebido a permissão por escrito do Estado de trânsito.
Contudo, caso uma Parte decida não exigir consentimento prévio, de forma geral ou sob
condições especificas, para movimentos transfronteiriços de trânsito de resíduos
perigosos ou outros resíduos, ou caso modifique seus requisitos neste particular, deve
informar prontamente as outras Partes de sua decisão. Nesse caso, se o Estado de
exportação não receber qualquer resposta em um prazo de 60 dias a partir do recebimento
de uma determinada notificação pelo Estado de trânsito, o Estado de exportação poderá
permitir que a exportação se faça através do Estado de trânsito.

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Um “Estado de trânsito” é qualquer Estado que não seja o Estado de exportação ou importação através do qual se planeja fazer
ou se faz um movimento transfronteiriço de resíduos perigosos o outros resíduos. Em outras palavras, é um Estado que não é a
origem ou o destino final dos resíduos, mas pode onde o transporte deles passa.
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Outras exigência é que qualquer movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou


outros resíduos seja coberto por seguro, caução ou outra garantia exigida pelo Estado de
importação ou qualquer Estado de trânsito que seja uma Parte.

Por fim, saiba que, quando um movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou


outros resíduos não puder ser concluído de acordo com os termos do contrato, o Estado
de exportação deve garantir que os resíduos em questão serão levados de volta
(reimportados) para o seu território pelo exportador, caso não possam ser estabelecidos
esquemas alternativos para o depósito dos mesmos, de uma forma ambientalmente
saudável, num prazo de 90 dias a partir da data em que o Estado importador informou o
Estado de exportação e o Secretariado a esse respeito, ou em qualquer outro prazo
acordado entre os Estados interessados.

Nesse contexto, o Estado de exportação e qualquer Parte de trânsito não deve se opor,
dificultar ou impedir o retorno desses resíduos para o Estado de exportação!

Aqui, entra um aspecto bem importante: a recente Portaria IBAMA n° 2.334, de 14 de


setembro de 2021, que estabeleceu condições e procedimentos simplificados para o
consentimento das movimentações de trânsito de resíduos perigosos e outros resíduos.
Desde 1º de outubro de 2021, o IBAMA deixou de emitir consentimento prévio por
escrito nos casos em que o Brasil for Estado de Trânsito e confirma o recebimento da
notificação trânsito de forma eletrônica, sendo considerado consentido o trânsito de
resíduos perigosos e outros resíduos que tenha sido autorizado pela Autoridade
Competente do Estado de Importação.

Em outras palavras, se o Brasil não é importador nem exportador, mas apenas um local de
passagem do movimento transfronteiriço (estado de trânsito), ele não mais emite
consentimento prévio, deixando livre o trânsito dos resíduos em seu território.

3 - Decreto nº 4.581/03

Na 4ª Reunião da Conferência das Partes, realizada em Kuching, na Malásia, em 27 de fevereiro de


1998, foi adotada uma emenda ao Anexo I da Convenção da Basileia, bem como foram adotados os Anexos
VIII e IX à Convenção de Basiléia sobre o Controle do Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e
seu depósito. Essas mudanças foram promulgadas, no Brasil, pelo Decreto 4.581, de 27 de janeiro de 2003.

O então adotado Anexo VIII traz uma lista (Lista A) de resíduos caracterizados como perigosos, mas
sua inclusão nesse Anexo não impede o uso do Anexo III (já mencionado Anexo que traz a lista de
características perigosas) para demonstrar que um resíduo não é perigoso.

Apenas para exemplificar, alguns resíduos mencionados pela Lista A são: resíduos metálicos e
resíduos que contenham metais (ex.: cádmio, chumbo, mercúrio, selênio etc.); lodo galvânico, resíduos
fluidos a partir da decapagem de metais, cinzas obtidas a partir da incineração de fios de cobre isolados,
entre muitos outros.

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Já o Anexo IX traz uma lista (Lista B) de resíduos que não são considerados os resíduos perigosos
previstos no Anexo I, a menos que contenham elementos do Anexo I em concentração tal que apresentem
características do Anexo III.

Alguns exemplos de resíduos mencionados pela Lista B são: resíduos de metais e resíduos que
contenham metais (ex.: sucata de cobre, níquel, alumínio, zinco, escórias contendo tais elementos, entre
muitos outros). Notem que tais resíduos têm mais relação com ligas e metais não pesados.

Vamos ver como isso já foi cobrado em prova!

(QUADRIX/PREF JATAÍ – 2019) De acordo com o Decreto n.º 4.581/2003 (Convenção de Basileia), que
promulga a Emenda ao Anexo I e a adoção dos Anexos VIII e IX à Convenção de Basileia sobre o controle
do movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e seu depósito, assinale a alternativa que
apresenta o elemento que pode estar presente em resíduos metálicos e ligas, caracterizando‐os como
resíduos perigosos.
a) mercúrio
b) fósforo
c) enxofre
d) cálcio
e) carbono
Comentários:
A alternativa A está correta e é o nosso gabarito. O Decreto nº 4.581/03, em seu anexo VIII, traz uma lista
de resíduos perigosos, sendo que na lista A1 são apresentados como perigosos os resíduos metálicos que
contenham metais, como o mercúrio.

4 – Resolução CONAMA nº 452/12

A resolução CONAMA nº 452/2012 dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de


resíduos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basileia.

No Brasil, o IBAMA foi designado como a autoridade competente perante a Convenção


de Basileia para receber, dentro do território nacional, a notificação de movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos ou outros resíduos, e responder tal notificação.

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Por meio da Instrução Normativa Ibama n° 12, de julho de 2013, o IBAMA regulamentou
os procedimentos de controle da importação de resíduos e estabeleceu a listagem de
resíduos que estão sujeitos a restrições e ao seu controle.

Regra geral, tal IN proíbe a importação, em todo o território nacional, sob qualquer forma
e para qualquer fim, dos seguintes resíduos:

I - Resíduos Perigosos - Classe I;

II - Rejeitos;

III - Outros Resíduos (são os resíduos coletados de residências ou os resíduos oriundos de


sua incineração), excetuados os casos previstos em acordos bilaterais firmados pelo Brasil;

IV - Pneumáticos Usados.

A Resolução Conama nº 452/12 reforça a proibição da importação dos Resíduos Perigosos - Classe I
e de rejeitos, em todo o território nacional, sob qualquer forma e para qualquer fim. Além disso, a Resolução
também reforça a proibição da importação de “Outros Resíduos”, ou seja, resíduos coletados de
residências ou os resíduos oriundos de sua incineração, exceto quando houver acordos bilaterais firmados.

Os chamados Resíduos Controlados são aqueles controlados pelo IBAMA e sujeitos à restrição de
importação, podendo ser de Classe IIA ou Classe IIB. Desse modo, nos termos do art. 6º da Res. Conama nº
452/12, não estão sujeitos à restrição de importação os Resíduos Inertes - Classe IIB, desde que não
controlados pelo IBAMA e não combinados com “Outros Resíduos” ou rejeitos, à exceção dos pneumáticos
usados cuja importação é proibida.

Observação: o IBAMA, mediante decisão motivada e exclusiva, pode ampliar a lista de Resíduos
Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, cujas características causem dano ao meio ambiente,
à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou
recuperação (art. 6º, § 1º).

Mas existe algum tipo de procedimento para a importação de Resíduos Controlados?

Pessoal, é importante destacar que a importação de Resíduos Controlados só pode ser realizada por
Destinador de Resíduos (pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que exerce atividades de
destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos) para reciclagem, em instalações devidamente
licenciadas para tal fim, após autorização e anuência prévia do IBAMA com o atendimento das seguintes
exigências (art. 7º):

I - Regularidade perante o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou


Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF), gerenciado pelo IBAMA;

II - Apresentação de licença ambiental do Destinador de Resíduos, expedida pelo órgão ambiental


competente;

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III - laudo técnico atestando a classificação da carga de resíduos que esteja sendo importada, exceto
nos casos onde houver dispensa fundamentada do IBAMA;

IV - Atendimento às normas nacionais e internacionais de acondicionamento e transporte, bem


como observância dos cuidados especiais de manuseio em trânsito, inclusive interno, além da
previsão de ações de emergência para cada tipo de resíduo;

V - Cumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual e municipal de


controle ambiental pertinente quanto à armazenagem, manipulação, utilização e reprocessamento
do resíduo importado, bem como de eventuais resíduos gerados nesta operação, inclusive quanto à
sua disposição final.

A Res. CONAMA nº 452/12 prevê que, no caso de países não Partes da Convenção da Basileia, a
importação de resíduos não perigosos somente é possível mediante acordos ou arranjos bilaterais,
multilaterais ou regionais, regulamentados pelo Decreto nº 875/93 e outros instrumentos legais
pertinentes.

Por fim, saiba que se os órgãos ambientais estaduais, distrital ou municipais constatarem o
descumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual, distrital ou municipal de
controle ambiental pertinentes à armazenagem, transporte, manipulação, utilização e reciclagem do
resíduo importado, devem comunicar ao IBAMA a ocorrência, para as providências previstas na Convenção
de Basiléia.

Para encerrar, vamos fazer mais questões!

(SELECON/SME CUIABÁ - 2018) O Ibama publicou na edição do Diário Oficial da União, de 17 de julho
de 2013, a Instrução Normativa (IN) nº 12, de 16 de julho de 2013. Essa IN regulamenta a Resolução
Conama nº 452/2012 que dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de resíduos,
conforme as normas adotadas pela Convenção da Basileia. Diante do quadro acima, NÃO é correto
afirmar:
a) Essa publicação se constitui em mais uma etapa para aperfeiçoar os mecanismos de controle do ingresso
de resíduos no país e possibilitar maior transparência e celeridade nos processos de solicitação de
importação de resíduos.
b) A importação dos resíduos controlados só é permitida se proveniente de país que tenha ratificado a
Convenção de Basileia e esses resíduos deverão ser destinados apenas para reutilização ou reciclagem no
Brasil em instalações devidamente licenciadas e regulares junto ao Cadastro Técnico Federal.
c) O Decreto nº 875, de 19 de julho de 1993, já preconizava que o movimento transfronteiriço de resíduos
perigosos e outros resíduos fosse reduzido ao mínimo compatível com a administração ambientalmente
saudável e eficaz desses resíduos e que seja efetuado de maneira a proteger a saúde humana e o meio
ambiente dos efeitos adversos que possam resultar desse movimento.
d) A Convenção de Basileia não reconhece que qualquer país que seja Parte tenha o direito soberano de
proibir a entrada ou depósito de resíduos perigosos e outros resíduos em seu território
Comentários:

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Pessoal, a alternativa D está claramente errada, sendo o nosso gabarito. A Convenção da Basileia
reconhece que qualquer país que seja parte tem o direito soberano de proibir a entrada ou depósito de
resíduos perigosos e outros resíduos estrangeiros em seu território.
As demais alternativas coadunam-se com as disposições da IN nº 12/2013 do IBAMA.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CEBRASPE/IBAMA – 2009) Em 2003, após a intervenção do Greenpeace, o navio MV Sonia, contendo
um carregamento de melaço contaminado com o hormônio de crescimento MPA (acetato de
medroxyprogesterona), retornou para Amsterdã, na Holanda, seu porto de origem. O carregamento
tóxico foi vendido para uma destilaria na Paraíba, que iria utilizar esse melaço para a produção de
álcool. O Greenpeace tão logo tomou conhecimento do problema enviou um comunicado às
autoridades brasileiras e holandesas. O governo holandês, em carta ao governo brasileiro, confirmou a
contaminação do carregamento.
Os responsáveis pelo navio foram informados pelas autoridades brasileiras de que não seriam
==26f57c==

autorizados a descarregar no país, como estava previsto anteriormente. Cuba, que também estava na
rota do navio, foi informada pelo Greenpeace sobre a contaminação e também não permitiu o
descarregamento.
O MPA é um hormônio de crescimento artificial que altera o funcionamento do sistema
endocrinológico, apresentando efeitos colaterais tóxicos. Especialistas acreditam que o MPA pode
causar infertilidade em seres humanos. Para o Greenpeace, qualquer que fosse a concentração de MPA
do carregamento, ele deveria ter sido proibido, pois esse hormônio está proibido desde 1961 na
Holanda, e desde 1989 na Europa.
A respeito das informações apresentadas no texto e à temática relacionada, julgue o seguinte item.
A situação retratada constitui exemplo de conflito que se enquadra nas preocupações gerais da Convenção da
Basiléia.
Comentários:
A Convenção da Basiléia trata sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigos e seu
Depósito, trazendo no seu contexto mecanismos de organização dos movimentos transfronteiriços de
resíduos sólidos e líquidos perigosos e sua disposição final. Desse modo, a situação de fato representa um
objeto de preocupação por parte da Convenção.
Portanto, questão correta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pessoal, com isso terminamos a parte teórica da aula.

Não há muitas questões sobre esse assunto, então tive de criar algumas questões inéditas.

Qualquer dúvida, não hesite em me contatar, estou à disposição de vocês.

Um abraço e até a próxima!

Prof. André Rocha

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

O principal objetivo da Convenção é proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente frente aos efeitos
prejudiciais de qualquer tipo de resíduo.

Comentário

A questão está errada, porque o foco da Convenção está nos resíduos considerados perigosos, não de
qualquer tipo de resíduo.

2. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

A Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos foi


concluída em 22 de março de 1989 e é baseada no princípio do consentimento prévio e explícito para
a importação e o trânsito de resíduos perigosos

Comentário

A questão está correta. Veja o que está estabelecido no artigo 1º do Decreto nº 875/93:

“1. Ao aderir à Convenção de Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos


Perigosos e seu Depósito, o Governo brasileiro se associa a instrumento que considera positivo, uma vez
que estabelece mecanismos internacionais de controle desses movimentos - baseados no princípio do
consentimento prévio e explícito para a importação e o trânsito de resíduos perigosos -, procura coibir
o tráfico ilícito e prevê a intensificação da cooperação internacional para a gestão adequada desses
resíduos.”

3. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

Entre os objetivos da Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços se encontra


o de minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados e assegurar sua
disposição ambientalmente saudável tão próximo quanto possível do local de produção.

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Comentário

A questão está correta. Além do principal objetivo da convenção, proteger a saúde das pessoas e o
meio ambiente frente aos efeitos prejudiciais dos resíduos perigosos, o artigo 1º do Decreto 875/93 traz
outros objetivos, entre eles o de minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados
e assegurar sua disposição ambientalmente saudável tão próximo quanto possível do local de produção.

4. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que se coadune com as disposições da Convenção de


Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos.
a) aumentar os movimentos transfronteiriços de resíduos de forma acentuada para que os países
possam desenvolver-se economicamente.
b) minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados e assegurar sua
disposição ambientalmente saudável em um local distante do local de produção.
c) assistir os países em desenvolvimento na gestão ambientalmente saudável dos resíduos perigosos
que produzirem.
d) coibir o tráfico ilícito e prever a intensificação da cooperação internacional para a gestão
inadequada desses resíduos.

Comentários

A alternativa A está errada, pois a convenção visa a diminuir os movimentos transfronteiriços de


resíduos, não aumentar.

A alternativa B está errada, porque deve-se assegurar a disposição ambientalmente saudável tão
próximo quanto possível do local de produção.

A alternativa C está correta e é o nosso gabarito. É o que traz a alínea “c” do artigo 1º do Decreto
875/93.

A alternativa D está errada. Erro sutil: deve-se intensificar a gestão adequada, não inadequada!

5. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

A Convenção traz em seu escopo que o país signatário do tratado deve seguir de forma estrita as normas
estabelecidas, não prevendo autonomia para estipulação de requisitos próprios em sua legislação
nacional.

Comentário

A questão está errada. Pessoal, a Convenção prevê autonomia do país signatário em definir requisitos
para a entrada e para a destinação, em seu território, de outros resíduos considerados perigosos em sua
legislação nacional.

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6. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

O Decreto nº 4.581, de 27 de janeiro de 2003 promulga a adoção Anexo VIII à Convenção da Basileia, o
qual considera alguns resíduos que são classificados como resíduos perigosos, entre os quais os resíduos
metálicos e resíduos que contenham ligas com cádmio e mercúrio.

Comentário

A questão está correta. O Decreto nº 4.581/03 classifica diversos materiais como resíduos perigosos,
sendo que os que contenham liga de cádmio e mercúrio considerados resíduos perigosos.

7. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e suas legislações, julgue o item.

Os resíduos relacionados no Anexo VIII são caracterizados como perigosos, e sua inclusão nesse Anexo
não impede o uso do Anexo III para demonstrar que um resíduo não é perigoso.

Comentário

A alternativa está correta. Ainda que o resíduo tenha sido enquadrado como perigoso no Anexo VIII,
nada impede que em determinado caso seja demonstrado que não é um resíduo perigoso se não possuir as
características trazidas pelo Anexo III.

8. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA nº 452/2021, que dispõe sobre os


procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

Desde que respeitadas as normas ambientais, podem ser importados resíduos perigosos – Classe I e seus
rejeitos.

Comentário

A alternativa está errada. Pessoal, é o contrário, conforme cita o artigo 3º da Resolução, é proibida a
importação dos Resíduos Perigosos - Classe I e de rejeitos, em todo o território nacional, sob qualquer forma
e para qualquer fim.

O que ocorre é que, caso determinado resíduo não possua quaisquer das características descritas no
Anexo III da Convenção da Basileia, poderá ser considerado não perigoso.

9. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA 452/2021, que dispõe sobre os


procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

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A ampliação da lista de Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, deve ser
feita por meio de Decreto, aprovado na câmara legislativa.

Comentário

A alternativa está errada, pois não se exige Decreto aprovado na câmara legislativa, o próprio IBAMA
pode ampliar a lista de Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, nos termos do art.
6º, § 1º, da Res. Conama nº 452/12.

10. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA 452/2012, que dispõe sobre os
procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

O descumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual, distrital ou municipal
de controle ambiental pertinentes à armazenagem, transporte, manipulação, utilização e reciclagem do
resíduo importado sujeitará os infratores, entre outras, às previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998.

Comentário

A questão está correta, de acordo com o artigo 13 da Resolução. Naturalmente, os infratores devem
responder segundo a Lei de Crimes Ambientais.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

O principal objetivo da Convenção é proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente frente aos efeitos
prejudiciais de qualquer tipo de resíduo.

2. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

A Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos foi


concluída em 22 de março de 1989 e é baseada no princípio do consentimento prévio e explícito para
a importação e o trânsito de resíduos perigosos

3. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

Entre os objetivos da Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços se encontra


o de minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados e assegurar sua
disposição ambientalmente saudável tão próximo quanto possível do local de produção.

4. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que se coadune com as disposições da Convenção de


Basileia sobre Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos.
a) aumentar os movimentos transfronteiriços de resíduos de forma acentuada para que os países
possam desenvolver-se economicamente.
b) minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos gerados e assegurar sua
disposição ambientalmente saudável em um local distante do local de produção.
c) assistir os países em desenvolvimento na gestão ambientalmente saudável dos resíduos perigosos
que produzirem.
d) coibir o tráfico ilícito e prever a intensificação da cooperação internacional para a gestão
inadequada desses resíduos.
5. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

A Convenção traz em seu escopo que o país signatário do tratado deve seguir de forma estrita as normas
estabelecidas, não prevendo autonomia para estipulação de requisitos próprios em sua legislação
nacional.

6. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos, julgue o item.

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O Decreto nº 4.581, de 27 de janeiro de 2003 promulga a adoção Anexo VIII à Convenção da Basileia, o
qual considera alguns resíduos que são classificados como resíduos perigosos, entre os quais os resíduos
metálicos e resíduos que contenham ligas com cádmio e mercúrio.

7. (INÉDITA/2021) De acordo com a Convenção de Basileia sobre Controle de Movimentos


Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e suas legislações, julgue o item.

Os resíduos relacionados no Anexo VIII são caracterizados como perigosos, e sua inclusão nesse Anexo
não impede o uso do Anexo III para demonstrar que um resíduo não é perigoso.

8. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA nº 452/2021, que dispõe sobre os


procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

Desde que respeitadas as normas ambientais, podem ser importados resíduos perigosos – Classe I e seus
rejeitos.

9. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA 452/2021, que dispõe sobre os


procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

A ampliação da lista de Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, deve ser
feita por meio de Decreto, aprovado na câmara legislativa.

10. (INÉDITA/2021) De acordo com a Resolução CONAMA 452/2012, que dispõe sobre os
procedimentos de controle da importação de resíduos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos
e seu Depósito, julgue o item.

O descumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual, distrital ou municipal
de controle ambiental pertinentes à armazenagem, transporte, manipulação, utilização e reciclagem do
resíduo importado sujeitará os infratores, entre outras, às previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998.

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GABARITO

1. ERRADA
2. CORRETA
3. CORRETA
4. C
5. ERRADA
6. CORRETA
7. CORRETA
8. ERRADA
9. ERRADA
10. CORRETA

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