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Aula 06 (somente PDF)

SES-DF (Agente de Vigilância Ambiental


em Saúde - (AVAS) Conhecimentos
Específicos parte I - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
André Rocha

12 de Janeiro de 2023

03546944135 - Nilton Sergio Neto


André Rocha
Aula 06 (somente PDF)

Sumário

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO ............................................................................................................ 5

1 - Introdução ......................................................................................................................................... 5

2 - Objetivos ........................................................................................................................................... 6

3 – Substâncias Químicas da Convenção de Estocolmo.................................................................... 9

3.1 - Medidas para reduzir ou eliminar as liberações decorrentes de produção e uso


intencionais ....................................................................................................................................... 14

3.2 - medidas para reduzir ou eliminar as liberações da produção não-intencional ................. 15

3.3 – medidas para reduzir ou eliminar as liberações de estoques e resíduos .......................... 16

4 - Institutos .......................................................................................................................................... 16

Considerações Finais ............................................................................................................................... 20

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A AULA


Olá, Estrategista!

Na aula de hoje, estudaremos o Decreto nº 5.472/05, que promulga o texto da Convenção de


Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes.

Lembre-se: MUITO FOCO a partir de agora!

Forte abraço e uma ótima aula!

Vem comigo!

Prof. André Rocha

Instagram: @profandrerocha

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CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

1 - Introdução

Em 1995, o Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) aprovou uma lista reconhecendo 12 substâncias químicas como POPs, solicitando que fosse
realizado um processo internacional de avaliação e que o Fórum Intergovernamental sobre Segurança
Química (IFCS/FISQ) elaborasse recomendações sobre uma ação internacional em torno desses poluentes.

Foi aí que se iniciou o processo de negociação internacional que teve como consequência a celebração
da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. O Brasil aprovou o texto da
Convenção por meio do Decreto Legislativo nº 204, de 7 de maio de 2004, e promulgou o texto da
Convenção em 2005, via o Decreto nº 5.472, de 20 de junho de 2005.

Cuidado: não confunda a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos


Persistentes (2001) com a Conferência de Estocolmo de 1972, um dos primeiros e
principais tratados internacionais de matéria ambiental.

Mas o que são Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)?

Pessoal, os POPs são compostos orgânicos sintéticos que podem ser diferenciados de outras
substâncias químicas por possuírem algumas características, tais como:

1) Semivolatilidade e potencial para transporte de longo alcance no meio ambiente: os POPs


evaporam lentamente, podendo ser transportados pelos ventos na forma gasosa até encontrarem
temperaturas mais baixas. Quando isso ocorre, os POPs são condensados diretamente na superfície do solo
e na água. Por esse motivo, as regiões polares têm sido uma das regiões do planeta mais afetadas pela
contaminação dessas substâncias, fenômeno conhecido como destilação global.

2) Persistência: trata-se da tendência de uma substância em permanecer no ambiente pela


resistência à degradação química e biológica. Os POPs apresentam alta persistência no ambiente, isto é,
alta meia-vida. Segundo a Convenção de Estocolmo, um contaminante é considerado persistente se a sua
meia-vida for:

a) em água, superior a 2 meses;

b) em sedimento ou solo, for superior a 6 meses.

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3) Bioacumulação: trata-se do fenômeno pelo qual uma substância química atinge uma
concentração maior nos tecidos de um organismo do que no ambiente ao redor. Em virtude da
persistência dos POPs, tais compostos apresentam alta capacidade de bioacumulação. Segundo a
Convenção de Estocolmo, um contaminante é consideravelmente persistente se houver evidência de que o
fator de bioconcentração ou fator de bioacumulação da substância química em espécies aquáticas seja
superior a 5.000 ou, na ausência de tais dados, que o log Kow1 seja maior que 5;

4) Efeitos adversos: os POPs são agentes tóxicos que podem causar sérios problemas à saúde,
incluindo alguns tipos de câncer, malformações de nascença, disfunções nos sistemas imunológico e
reprodutivo, maior susceptibilidade a doenças e diminuição da capacidade mental.

Os POPs são compostos utilizados principalmente como agrotóxicos e em processos industriais.


Alguns dos exemplos mais conhecidos de POPs são: Bifenilas Policloradas (PCBs), Hexaclorobenzeno
(HCB), DDT, Dioxinas (PCDD) e Endossulfan. Veremos outros exemplos ao longo da aula.

2 - Objetivos

A Convenção de Estocolmo determina que os Países-Parte adotem medidas de controle relacionadas


a todas as etapas do ciclo de vida - produção, importação, exportação, uso e destinação final - das
substâncias POPs listadas em seus Anexos, configurando um grande passo para tentar suprir a falta de
legislações acerca dos POPs, visando à sua mitigação.

Convenção de Estocolmo

Medidas de controle das Substâncias POPs em todas as etapas do ciclo de vida

Produção Exportação Importação Uso Destinação Final

1
Kow representa o coeficiente de partição octanol-água, definido como a relação da concentração em equilíbrio de
um contaminante orgânico na fase octanol em relação à concentração do contaminante na fase aquosa. De forma
geral, quanto maior o Kow, maior a hidrofobicidade do composto (menor a sua hidrofilicidade e maior a lipofilicidade),
isto é, menor a solubilidade em água e maior a chance de bioacumular.
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Vamos praticar!

(CEBRASPE / SEDUC AL – 2018 - adaptada) No que concerne aos marcos históricos relacionados à
educação ambiental, julgue o item que se seguem.
A Convenção de Estocolmo resultou em escassos ganhos efetivos para o desenvolvimento de uma política
mundial de proteção ambiental.
Comentário:
A questão está errada. A Convenção de Estocolmo resultou em consideráveis ganhos efetivos para o
desenvolvimento de uma política mundial de proteção ambiental, ao restringir e proibir certos POPs.

(FCC/TCE-AP – 2012) A Convenção de Estocolmo é um tratado internacional assinado em 2001 que


obriga os países signatários a adotarem medidas
a) para o controle da pesca predatória de baleias e peixes de interesse comercial, incluindo a
regulamentação dos métodos de pesca utilizados.
b) efetivas para a diminuição e futura eliminação da caça de espécies da fauna silvestre, sejam elas
ameaçadas ou não.
c) para a diminuição da perda de vegetação natural, incluindo todos os biomas terrestres e os ecossistemas
aquáticos marinhos e de água doce.
d) de controle, relacionadas a todas as etapas do ciclo de vida das substâncias classificadas como poluentes
orgânicas persistentes.
e) relacionadas à mitigação dos grandes desastres ambientais, naturais ou antropogênicos, mesmo que
estes tenham ocorrido antes da data da assinatura da Convenção de Estocolmo.
Comentários:
A Convenção de Estocolmo obriga os países signatários a adotarem medidas de controle, relacionadas a
todas as etapas do ciclo de vida das substâncias classificadas como poluentes orgânicas persistentes.

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Logo, a alternativa D está correta e é o nosso gabarito.

O objetivo central da Convenção é proteger a saúde humana e o meio ambiente dos poluentes
orgânicos persistentes, baseando-se no Princípio da Precaução.

Esse princípio busca um ato antecipado à ocorrência do dano ambiental, estando diretamente ligado
à busca da proteção do meio ambiente e à segurança da integridade da vida humana.

O Princípio da Precaução trabalha com a ideia de um alto grau de incerteza científica!

Assim, nos casos de perigo ambiental em que não haja certeza científica dos possíveis
danos e sua extensão, é recomendável que o poder público não libere a atividade
supostamente impactante até que haja uma evolução científica a fim de melhor analisar a
natureza e a extensão dos potenciais males ambientais, não sendo prudente arriscar (in
dubio pro natura, in dubio pro salute – na dúvida, deve-se adotar a medida mais protetora
ao meio ambiente e/ou à saúde).

Esse princípio foi previsto na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima, de 1992 (art. 3º, item 3):

3. As Partes devem adotar medidas de precaução para prever, evitar ou minimizar as causas
da mudança do clima e mitigar seus efeitos negativos. Quando surgirem ameaças de danos
sérios ou irreversíveis, a falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão
para postergar essas medidas, levando em conta que as políticas e medidas adotadas para
enfrentar a mudança do clima devem ser eficazes em função dos custos, de modo a assegurar
benefícios mundiais ao menor custo possível. Para esse fim, essas políticas e medidas-devem
levar em conta os diferentes contextos socioeconômicos, ser abrangentes, cobrir todas as
fontes, sumidouros e reservatórios significativos de gases de efeito estufa e adaptações, e
abranger todos os setores econômicos. As Partes interessadas podem realizar esforços, em
cooperação, para enfrentar a mudança do clima.

O Princípio da Precaução também está previsto expressamente como Princípio 15 na


Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, trazendo uma
ressalva importante:

Princípio 15: Com a finalidade de proteger o meio ambiente, os Estados deverão aplicar
amplamente o critério de precaução conforme suas capacidades. Quando houver perigo de
dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como
razão para que seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir
a degradação ambiental.
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Outras previsões expressas desse princípio constam na Lei de Biossegurança (Lei nº


11.105/05, art. 1°), na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10, art. 6º, I) e
na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC - Lei nº 12.187/09, art. 3º).

Voltando à Convenção de Estocolmo, pode-se afirmar que a ela tem a função de informar,
conscientizar e educar o público sobre os POPs. Esse tipo de ação é extremamente importante, pois, para
que se tenha uma mudança estrutural na forma de agir e pensar da população, tais ações devem ser
exploradas pelos países signatários.

Outros fatores importantes que contribuem para que se atinjam as metas propostas são:

I - Intercâmbio de informações (Artigo 9º);

II – Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento (Artigo 11º);

III – Assistência Técnica (Artigo 12º);

IV - Mecanismos e Recursos Financeiros (Artigo 13º).

Pessoal, os detalhes desses artigos nunca foram cobrados em prova, mas, caso queiram se aprofundar
no assuntos, sugiro a leitura da “lei seca”.

Educar

CONVENÇÃO DE
Tem a função de Conscientizar
ESTOCOLMO

Informar

3 – Substâncias Químicas da Convenção de Estocolmo

Já sabemos que a Convenção tem a finalidade de determinar que os Países signatários adotem
medidas de controle relacionadas a todas as etapas do ciclo de vida das substâncias POPs listadas em seus
Anexos.

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Porém, é importante saber quais são essas substâncias listadas nos Anexos para que se tenha uma
maior compreensão do tratado. Os compostos presentes no Anexo A devem ser eliminados. Os presentes
no Anexo B são de uso restrito, mas com a perspectiva de serem eliminados. Por fim, as substâncias do
Anexo C são as produzidas não intencionalmente por fontes antropogênicas.

A título de exemplificação, vamos ver esses anexos.

ANEXO A
Substância Química Atividade Exceção específica
Produção -
Aldrin* CAS No: 309- 00-2
Uso Inseticida Ectoparasiticida Local
Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no Registro
Inseticida Ectoparasiticida Local
Cupinicida
Clordano* CAS No: 57-74- 9
Uso Cupinicida em construções e barragens
Cupinicida em estradas
Aditivos para adesivos de compensados de madeira
Produção -
Dieldrin* CAS No: 60-57- 1
Uso Em atividades agrícolas
Produção -
Endrin* CAS No: 72-20- 8
Uso -
Produção -
Cupinicida
Heptacloro* CAS No: 76-44- 8 Cupinicida na estrutura de casas Cupinicida (subterrâneo)
Uso
Tratamento de madeira
Uso em caixas de cabos subterrâneos
Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no Registro
Intermediário
Hexaclorobenzeno CAS No: 118- 74-1
Uso Solvente em agrotóxicos
Intermediário em sistema fechado limitado
Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no Registro
Mirex* CAS No: 2385- 85-5
Uso Cupinicida
Produção -
Toxafeno* CAS No: 8001- 35-2
Uso -
Produção -
Bifenilas Policloradas (PCB)
Uso -

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ANEXO B
Substância Química Atividade Finalidade aceitável ou Exceção específica

Finalidade aceitável:
Uso no controle de vetores de doenças, de acordo com a
Produção Parte II deste Anexo.
Exceção específica :
DDT Intermediário na produção do Dicofol Intermediário
(1,1,1-tricloro 2,2-bis
(4- clorofenil)etano)
CAS No: 50-29- 3 Finalidade aceitável:
Uso no controle de vetores de doenças, de acordo com a
Uso Parte II deste Anexo.
Exceção específica:
Produção do Dicofol Intermediário

ANEXO C
Substância Química
Dibenzo-p-dioxinas policloradas e dibenzofuranos policlorados (PCDD/PCDF)

Hexaclorobenzeno (HCB) (CAS No: 118-74-1)

Bifenilas policloradas (PCB)

Pessoal, esses foram os 12 POPs inicialmente previstos pela Convenção. Entretanto, ao longo do
tempo, outros compostos foram introduzidos. Hoje, a Convenção conta com as seguintes listas:

Anexo A: Aldrin; Clordano; Clordecona; Decabromodifenil éter (DecaBDE); Dicofol; Dieldrin; Endrin;
Heptacloro; Hexabromobifenil (HBB); Hexabromociclododecano (HBCD); Hexabromodifenil éter;
Heptabromodifenil éter; Hexaclorobenzeno (HCB); Hexaclorobutadieno (HCBD); hexaclorociclohexanos
(HCHs); Lindano; Mirex; Pentaclorobenzeno (PeCB); Pentaclorofenol (PCPs); Bifenilas policloradas (PCBs);
Naftalenos policlorados (PCNs); ácido perfluorooctanóico (PFOA); Parafinas cloradas de cadeia curta
(SCCPs); Endossulfan; Tetrabromodifenil éter; Pentabromodifenil éter; e Toxafeno.

Anexo B: DDT e ácido perfluorooctanessulfônico (PFOS);

Anexo C: Hexaclorobenzeno (HCB); Hexaclorobutadieno (HCBD); Bifenilas policloradas (PCBs);


Dibenzodioxinas policloradas (PCDDs); Dibenzofuranos policlorados (PCDFs); e Naftalenos policlorados
(PCNs).

Professor, preciso memorizar todos os Anexos e suas substâncias?

Não acho que seja extremamente necessário, até pela baixíssima incidência em provas. Entretanto, é
bom ter uma noção. Veja que o tema já foi cobrado pela Quadrix:

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(QUADRIX/TERRACAP – 2017) O Decreto n.º 5.472/2005, que promulga o texto da Convenção de


Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes (POPs), estabelece que
a) a evidência para que uma substância química seja suficientemente persistente para justificar o seu
tratamento no âmbito dessa Convenção é um critério referente à bioacumulação.
b) o DDT (1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-clorofenil)etano) e os produtos químicos de uso industrial, como o ácido
perfluoroctano sulfônico (PFOS), devem ser produzidos e liberados não intencionalmente por fontes
antropogênicas.
c) os compostos químicos hexaclorobenzeno (HCB) e bifenilas policloradas (PCB) fazem parte de uma lista
de POPs que devem ter o uso restrito com a perspectiva de serem eliminados.
d) agrotóxicos como aldrin e clordano fazem parte de uma lista de POPs que devem ter o uso restrito com
a perspectiva de serem eliminados.
e) agrotóxicos como aldrin e clordano estão na lista de POPs que devem ser eliminados.
Comentários:
A alternativa A está errada. A evidência de persistência é caracterizada pela medição da meia-vida da
substância, não pelo seu potencial de bioacumulação.
A alternativa B está errada. Tanto o DDT quanto o PFOS são as duas únicas substâncias listadas no Anexo
B da Convenção de Estocolmo, isto é, de uso restrito, mas com a perspectiva de serem eliminados.
A alternativa C está errada, haja vista a justificativa da alternativa anterior.
A alternativa D está errada, porquanto tais compostos fazem parte do Anexo A da Convenção, ou seja,
devem ser eliminados.
A alternativa E está correta e é nosso gabarito, vide justificativa da alternativa anterior.

Agora, vamos aprofundar alguns aspectos sobre os compostos do Anexo C.

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ANEXO C DA CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

Conforme mencionado, o Anexo C da Convenção de Estocolmo relaciona as substâncias


que são produzidas não intencionalmente por fontes antropogênicas, embora algumas
delas possam sim ser produzidas intencionalmente.

Vamos então detalhar as atividades básicas em que cada uma dessas substâncias podem
ser produzidas de forma não intencional.

Hexaclorobenzeno (HCB): pode ser gerado como subproduto durante fabricação de


solventes clorados e agrotóxicos, como tetracloroetileno, tricloroetileno, tetracloreto de
carbono, cloreto de vinila, atrazina, propazina, simazina, pentaclorofenol, clorotalonil e
pentacloronitrobenzeno.

Hexaclorobutadieno (HCBD): pode ser formado e liberado como subproduto em


processos industriais de produção de hidrocarbonetos clorados, como tetracloroetileno,
tricloroetileno e tetracloreto de carbono; de produção de magnésio; e em processos de
incineração.

Bifenilas policloradas (PCBs): podem ser liberadas de forma não intencional a partir de
processos térmicos envolvendo matéria orgânica e cloro, como resultado da
combustão incompleta ou reações químicas.

Dibenzodioxinas policloradas (PCDDs): podem ser formadas como subprodutos não


intencionais em determinados processos industriais e de combustão.

Dibenzofuranos policlorados (PCDFs): possuem os mesmos processos de formação das


dioxinas (item anterior).

Naftalenos policlorados (PCNs): podem ser produzidos não intencionalmente durante


processos de combustão e em instalações industriais que utilizam altas temperaturas e
cloro.

Pessoal, lembrem-se: essa lista de substâncias dos Anexos da Convenção de Estocolmo não é taxativa,
podendo outras substâncias ser a eles integradas por meio da submissão de uma proposta de inclusão de
qualquer Parte ao Secretariado, com consequente aprovação.

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ANEXOS DA CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

Anexo A Anexo B Anexo C

Susbtâncias de uso restrito Substâncias liberadas não


Substâncias a serem
==26f57c==

e com perspectivas de intencionalmente por


Eliminadas
eliminação. fontes antropogênicas

(CEBRASPE / MPU – 2013) Em relação às Convenções de Basileia, de Estocolmo, de Roterdã e acerca


dos Protocolos de Quioto e Montreal, julgue o próximo item.
As partes signatárias da Convenção de Estocolmo, com a finalidade de disciplinar a produção, utilização e
transporte de poluentes orgânicos persistentes, decidiram banir a produção e utilização de
diclorodifeniltricloretano (DDT), considerando a sua elevada toxidade para o meio ambiente e os riscos para
a saúde humana.
Comentários:
A questão está errada. Lembre-se que o DDT não aparece no Anexo A da Convenção, que é o Anexo de
banimento das substâncias, mas sim no Anexo B, que é o que restringe o uso (com a perspectiva de ser
eliminado).

3.1 - Medidas para reduzir ou eliminar as liberações decorrentes de


produção e uso intencionais

O artigo 3º determina que cada país Parte deve proibir e/ou adotar as medidas jurídicas e
administrativas que sejam necessárias para eliminar:

I - A produção e utilização das substâncias químicas relacionadas no Anexo A;


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II - A importação e exportação das substâncias químicas relacionadas no Anexo A.

Além disso, cada país Parte deve restringir a produção e utilização das substâncias químicas
relacionadas no Anexo B.

Ressalta-se também que o país que disponha de um ou mais sistemas de regulamentação e avaliação
de novos agrotóxicos ou novas substâncias químicas industriais deverá adotar medidas para
regulamentar, com a finalidade de prevenir a produção e utilização de novos agrotóxicos ou novas
substâncias químicas industriais que possuam as características de poluentes orgânicos persistentes.

3.2 - medidas para reduzir ou eliminar as liberações da produção não-


intencional

No artigo 5º, o Decreto prevê que as Partes devem adotar medidas mínimas para reduzir as
liberações totais derivadas de fontes antropogênicas de cada uma das substâncias químicas incluídas no
Anexo C, com a finalidade de sua redução ao mínimo e, onde for possível, sua eliminação definitiva.
Algumas dessas medidas são:

I - Elaborar um plano de ação ou, se for o caso, um plano de ação regional para identificar,
caracterizar e combater as liberações das substâncias químicas relacionadas no Anexo C.

II - Promover a aplicação das medidas disponíveis, viáveis e práticas que permitam alcançar
rapidamente um grau realista e significativo de redução das liberações ou de eliminação das fontes.

III - Promover o desenvolvimento e, quando se considere oportuno, exigir a utilização de materiais,


produtos e processos substitutivos ou modificados para evitar a formação e liberação das substâncias
químicas incluídas no Anexo C.

Vamos praticar com uma questão inédita!

(INÉDITA/2021) De acordo com o Decreto nº 5472/05 e a Convenção de Estocolmo, julgue o item a


seguir.
Em seu Anexo C, a Convenção de Estocolmo estipula substâncias que devem ser eliminadas de forma imediata.
Comentário
A questão está errada, pois o Anexo C lista as substâncias que são geradas de forma não intencional por
atividades antropogênicas. É o Anexo A que lista as substâncias que devem ser eliminadas (embora haja
substâncias presentes nos dois anexos).

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3.3 – medidas para reduzir ou eliminar as liberações de estoques e


resíduos

Essas medidas visam assegurar que os estoques que consistam de / ou que contenham as
substâncias químicas relacionadas no Anexo A ou no Anexo B sejam gerenciados de modo a proteger a
saúde humana e o meio ambiente. Portanto, cada Parte deverá adotar certas medidas, tais como:

I - Elaborar estratégias apropriadas para identificar:

a) os estoques que consistam de, ou que contenham, as substâncias químicas relacionadas no Anexo
A ou Anexo B; e,

b) os produtos e artigos em uso, bem como os resíduos que consistam de, contenham ou estejam
contaminados com uma substância química relacionada no Anexo A, B ou C;

II - Gerenciar os estoques, conforme o caso, de maneira segura, eficiente e ambientalmente saudável.

4 - Institutos

Por fim, é importante ressaltar dois institutos: Conferência das Partes e o Secretariado.

A função da Conferência é manter sob constante revisão e avaliação a implementação da presente


Convenção, além de desempenhar algumas funções, como (art. 19):

- criar órgãos subsidiários que considere necessário para a implementação da Convenção;

- cooperar, se for o caso, com organizações internacionais, intergovernamentais e não-


governamentais competentes;

- revisar regularmente todas as informações disponibilizadas na Convenção;

- analisar e adotar qualquer ação adicional que venha a ser necessária para o alcance dos objetivos
da Convenção.

Já o Secretariado instituído pela Convenção tem as seguintes funções (art. 20):

a) Organizar as reuniões da Conferência das Partes e de seus órgãos subsidiários e prestar-lhes os


serviços que solicitarem;

b) Facilitar, mediante solicitação, a assistência a ser prestada às Partes, particularmente às Partes em


desenvolvimento e às Partes com economias em transição, na implementação da presente Convenção;

c) Garantir a coordenação necessária com os secretariados de outros órgãos internacionais


relevantes;

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d) Preparar e tornar disponível às Partes relatórios periódicos, baseados nas informações recebidas
e outras informações relevantes;

e) Celebrar, sob a orientação geral da Conferência das Partes, os acordos administrativos e


contratuais necessários ao eficaz desempenho de suas funções; e,

f) Desempenhar as demais funções de secretariado especificadas na Convenção, bem como outras


funções que venham a ser determinadas pela Conferência das Partes.

(QUADRIX / TERRACAP – 2017) No que se refere à Convenção de Estocolmo sobre poluentes orgânicos
persistentes, promulgada por meio do Decreto n.º 5.472/2005, assinale a alternativa correta.
a) O termo “organização regional de integração econômica” refere-se a uma organização que tenha
consentido sujeitar-se à Convenção de Estocolmo e para a qual a Convenção se encontre em vigor.
b) Fica definido, por meio da Convenção, um mecanismo para disponibilizar recursos financeiros adequados
e sustentáveis para as partes que sejam países desenvolvidos, que sejam países em desenvolvimento e que
sejam países com economias em transição, na forma de doações ou bases concessionais, para auxiliá-los na
implementação da Convenção.
c) Cada parte deverá elaborar um plano para implementação de suas obrigações, decorrentes da
Convenção, e envidar esforços para sua execução; transmitir seu plano de implementação ao Comitê de
exame dos poluentes orgânicos persistentes em um prazo de dois anos a partir da data de entrada em vigor
da Convenção para aquela parte; e revisar e atualizar, conforme o caso, seu plano de implementação em
intervalos periódicos e na forma determinada por decisão do Comitê de exame dos poluentes orgânicos
persistentes.
d) Para os fins da Convenção de Estocolmo, as informações sobre saúde e segurança humana e ambiental
serão consideradas confidenciais.
e) As partes, de acordo com suas capacidades, deverão estimular e(ou) efetuar, no plano nacional e
internacional, adequadas atividades de pesquisa, desenvolvimento, monitoramento e cooperação com
relação aos poluentes orgânicos persistentes e, conforme o caso, com relação às suas alternativas e a
potenciais poluentes orgânicos persistentes.
Comentários:
Trouxe esta questão difícil para complementarmos alguns aspectos da teoria.
A alternativa A está errada. Na verdade, essa definição é de “Parte”. O termo "organização regional de
integração econômica" refere-se a uma organização constituída por Estados soberanos de uma
determinada região à qual os Estados-Membros tenham delegado competência para lidar com as matérias
regidas pela presente Convenção e que tenha sido devidamente autorizada assinar, ratificar, aceitar,
aprovar ou aderir à Convenção (art. 2º). É o caso, por exemplo, da União Europeia.

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A alternativa B está errada. Na verdade, o mecanismo financeiro é para disponibilizar recursos financeiros
adequados e sustentáveis para as Partes que são países em desenvolvimento e Partes que são países com
economias em transição, na forma de doações ou e bases concessionais, para auxiliá-los na implementação
da Convenção (art. 13, 6).
A alternativa C está errada, apenas pelo fato de que o plano de implementação não é apresentado ao
“Comitê de Exame dos Poluentes Orgânicos Persistentes”, mas sim à Conferência das Partes, a qual
também determina a necessidade de revisão (art. 7º, 1).
A alternativa D está errada. Pelo contrário: as informações sobre saúde e segurança humana e ambiental
não devem ser consideradas confidenciais, por expressa determinação do art. 9º, 5).
A alternativa E está correta e é nosso gabarito. É exatamente o que prevê o art. 11, 1:
“As Partes, de acordo com suas capacidades, deverão estimular e/ou efetuar, no plano nacional e internacional,
adequadas atividades de pesquisa, desenvolvimento, monitoramento e cooperação com relação aos poluentes
orgânicos persistentes e, conforme o caso, com relação às suas alternativas e a potenciais poluentes orgânicos
persistentes, inclusive sobre:
(a) as fontes e as liberações no meio ambiente;
(b) a existência, os níveis e as tendências em seres humanos e no meio ambiente;
(c) o transporte, o destino final e a transformação no meio ambiente;
(d) os efeitos na saúde humana e no meio ambiente;
(e) os impactos socioeconômicos e culturais;
(f) a redução e/ou eliminação das liberações; e,
(g) as metodologias harmonizadas para elaboração de inventários de fontes geradoras e as técnicas
analíticas para mensuração das liberações.”
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
(CEBRASPE / IBAMA – 2009) Na Amazônia, é comum o cultivo de espécies frutíferas em sistemas
agroflorestais (SAF) comerciais multiestratificados. Essas espécies, em geral, são cultivadas por
agricultores familiares com fins comerciais e para sua subsistência. Na região de Igarapé-Açu, Pará, o
preparo das áreas destinadas aos SAF, ocorre em sua maioria, por meio de derrubada e queima de
forma mecanizada, com uso de trator e grades aradoras. Do total de agricultores familiares que
adotaram SAF, mais de 50% prepararam suas áreas com grades aradoras. O preparo de área
mecanizado tem se intensificado em decorrência da diminuição do tempo de pousio e da baixa
fertilidade do solo. O uso de herbicida foi verificado em 68,7% das propriedades com SAF e a eliminação
das plantas daninhas é realizada a cada dois meses. O controle de pragas e doenças é feito com o uso
de agrotóxicos, sendo 50% com fungicidas e 18,7% com inseticidas.
Acerca do assunto tratado no texto, e considerando que os inseticidas podem ser classificados em
organoclorados, piretróides, organofosforados e carbamatos, julgue o item a seguir.
Os inseticidas organoclorados apresentam substâncias que a Convenção de Estocolmo indica, às partes,
que devem ser proibidas e(ou) adotadas medidas jurídicas e administrativas necessárias para eliminar sua
produção e utilização.
Comentários:

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Embora a redação da alternativa esteja um pouco estranha, de fato os agrotóxicos organoclorados são
compostos que podem ser considerados POPs. Questão correta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pessoal, com isso terminamos a parte teórica da aula.

As únicas questões anteriores encontradas sobre este tema foram apresentadas ao longo da parte
teórica.

Deixo a seguir algumas sugestões de leitura complementar:

Site da CETESB: https://cetesb.sp.gov.br/centroregional/a-convencao/

Site Oficial da Convenção de Estocolmo: http://www.pops.int/

Decreto nº 5.472/05: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5472.htm

Qualquer dúvida, não hesite em me contatar, estou à disposição de vocês.

Um abraço e até a próxima!

Prof. André Rocha

Instagram: @profandrerocha

E-mail: andrerochaprof@gmail.com

Telegram: t.me/meioambienteparaconcursos

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