Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O QUE É INDUSTRIALIZAÇÃO?
Industrialização é o nome dado ao processo de desenvolvimento do setor industrial de um
determinado território, o que resulta em transformações na sua estrutura econômica, nas relações de
trabalho e no papel desempenhado por ele na Divisão Internacional do Trabalho. A industrialização pode
ser compreendida também como um fenômeno socioespacial, que tem impacto direto na maneira como a
sociedade se relaciona e se organiza espacialmente, uma vez que é o principal responsável pelo
crescimento das cidades e áreas urbanizadas.
TIPOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
O processo de industrialização não aconteceu ao mesmo tempo em todos os países, tampouco se
desenrolou de maneira homogênea pelo espaço geográfico. Isso significa que, ao mesmo tempo que
existem países com parques industriais altamente desenvolvidos, outros apresentam uma indústria
incipiente e dependem majoritariamente do setor primário da economia.
A maneira como a industrialização se processou nos diferentes territórios pode ser classificada de
três diferentes formas, que descrevemos a seguir.
Industrialização clássica: processo que se deu nos países desenvolvidos. A industrialização
clássica foi aquela que deu origem à indústria e expandiu a presença dessa atividade secundária surgida
na Inglaterra durante o século XVIII e que rapidamente atingiu outros países do continente europeu em
um primeiro momento. Durante a sua segunda fase, a industrialização clássica se processou em outros
territórios, como os Estados Unidos.
Ficou marcada pelo pioneirismo, pelas inovações tecnológicas, introduzindo a mecanização do
processo de produção, e pela expansão das áreas urbanas. Os países que passaram pela
industrialização clássica possuem, hoje, um setor secundário caracterizado pela presença de empresas
de inovação e tecnologia, além dos elevados investimentos no setor de pesquisa e desenvolvimento.
Industrialização planificada: processo de industrialização que se deu nos países socialistas, que
eram classificados como países de Segundo Mundo durante o período da Guerra Fria. As economias
nacionais desses territórios eram orientadas pelas ações do Estado, razão pela qual são chamadas de
economias planificadas. Assim sendo, a industrialização foi de responsabilidade e de controle estatal, e a
produção se dava de acordo com a demanda interna.
A industrialização planificada se deu durante a maior parte do século XX em países como a extinta
União Soviética, Cuba e China. É importante notar que no caso chinês, o avanço da industrialização
ocorreu em consonância com a maior abertura da economia do país, que passou a ser tido como
socialista de mercado.
Industrialização tardia: processo que se deu e ainda ocorre nos países emergentes e
subdesenvolvidos da região da América Latina e nos continentes africano e asiático. A industrialização
tardia é assim chamada porque ocorreu muito depois da Primeira Revolução Industrial, tendo início nas
primeiras décadas do século XX e acelerando a partir de 1950. Caracteriza-se pelo amplo
desenvolvimento do setor de bens de consumo, além da forte presença do capital e de indústrias
estrangeiras.
COMO TEVE INÍCIO A INDUSTRIALIZAÇÃO?
A introdução de maquinários na produção manufatureira foi um dos processos que marcaram o início da industrialização.
A atual fase da industrialização se difere das demais pelo uso intensivo de tecnologias modernas no processo produtivo.
Essa fase da Revolução Industrial contou com o avanço da ciência e da tecnologia, além do
aperfeiçoamento técnico das comunicações e dos transportes que caracterizam a fase atual da
globalização. É marcada pelo maior emprego do conhecimento científico na produção, pelo advento do
capitalismo financeiro e pelo protagonismo das empresas transnacionais. Para saber mais sobre essa
fase, clique aqui.
INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL
O Brasil é um dos países emergentes que passaram pelo processo de industrialização tardia. As
primeiras indústrias apareceram durante o século XIX no território brasileiro, como fruto dos
investimentos proporcionados pelo capital privado acumulado a partir de atividades primárias, em
especial o cultivo de café.
A partir da década de 1930, a participação do Estado, com ações de ampliação das redes de
infraestrutura e investimentos, além do capital proveniente do setor privado, foi de extrema importância
para o desenvolvimento da indústria propriamente brasileira. Esse período ficou marcado pela
substituição das importações, que consiste na produção de determinados bens em vez de comprá-los do
mercado externo, e pela fundação de importantes indústrias de base: a Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN, de 1941), a Vale (1942) e a Petrobras (1953).
Durante a segunda metade do século XX, o parque industrial brasileiro foi ampliado e diversificado,
com a introdução de montadoras de veículos e diversas empresas estrangeiras, as quais ampliaram seu
fluxo de entrada a partir da década de 1990 com a adoção de políticas neoliberais e a maior abertura da
economia brasileira.
Entretanto, recentemente, nota-se um processo de estagnação da indústria brasileira, o que alguns
analistas caracterizam como a desindustrialização do território nacional. Dentre outros motivos políticos e
relacionados à conjuntura econômica nacional e global, isso ocorreu em função da maior dependência
econômica em relação às atividades primárias, mais precisamente a exportação de commodities
agrícolas, tendo havido maior destinação de recursos para esse setor.