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URBANIZAÇÃO

A urbanização é quando o crescimento das cidades é maior que o crescimento do campo. O seu principal vetor é a
industrialização.

Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão territorial. É o processo em que o
espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a consequente migração populacional do tipo campo-cidade que,
quando ocorre de forma intensa e acelerada, é chamada de êxodo rural.

Em termos de área territorial, no mundo atual, o espaço rural é bem mais amplo do que o espaço urbano. Isso ocorre
porque o primeiro exige um maior espaço para as práticas nele desenvolvidas, como a agropecuária (espaço agrário), o
extrativismo mineral e vegetal, além da delimitação de áreas de preservação ambiental e florestas em geral. No
entanto, em termos populacionais e em atividades produtivas no contexto econômico e capitalista, a cidade,
atualmente, vem se sobrepondo ao campo. Observe o gráfico abaixo:

Podemos perceber, com a leitura do gráfico acima, que, pela primeira vez na história, a humanidade está se tornando
majoritariamente urbana. Os dados após 2010 são apenas estimativas. Note também, observando o gráfico, que a
velocidade com que a urbanização acontece é cada vez maior, deixando a curva que representa a população urbana
cada vez mais acentuada.

No entanto, sob o ponto de vista estrutural, elas sempre estiveram vinculadas ao campo, pois dependiam deste para
sobreviver. O que muda no atual processo de urbanização capitalista, que se intensificou a partir do século XVIII, é que
agora é o campo quem passa a ser dependente da cidade, pois é nela que as lógicas econômico-sociais que estruturam
o meio rural são definido.

O processo de urbanização no contexto do período industrial estrutura-se a partir de dois tipos de causas diferentes: os
fatores atrativos e os fatores repulsivos.

Os fatores atrativos, como o próprio nome sugere, são aqueles em que a urbanização ocorre devido às condições
estruturais oferecidas pelo espaço das cidades, o maior deles é a industrialização.

Esse processo é característico dos países desenvolvidos, onde o processo de urbanização ocorreu primeiramente.
Cidades como Londres e Nova York tornaram-se predominantemente urbanas a partir da década de 1900, início do
século XX, em razão da quantidade de empregos e condições de moradias oferecidas.

Os fatores repulsivos são aqueles em que a urbanização ocorre não em função das vantagens produtivas das cidades,
mas graças à “expulsão” da população do campo para os centros urbanos. Esse processo ocorre, em geral, pela
modernização do campo que propiciou a substituição do homem pela máquina e pelo processo de concentração
fundiária, que deixou a maior parte das quantidades de terras nas mãos de poucos latifundiários.
Esse fenômeno é característico dos países subdesenvolvidos e é marcado pela elevada velocidade em que o êxodo rural
aconteceu, bem como pela concentração da população nas metrópoles (metropolização). Tais cidades não conseguem
absorver esse quantitativo populacional, propiciando a formação de favelas e habitações irregulares, geralmente
precarizadas e sem infraestrutura.

Resumidamente, o processo de urbanização ocorre em quatro principais etapas, sofrendo algumas poucas variações nos
diferentes pontos do planeta:

Em geral, o que se observa, portanto, é a industrialização funcionando como um motor para a urbanização das
sociedades . Em seguida, ampliam-se as divisões econômicas e produtivas, com o campo produzindo matérias-primas, e
as cidades produzindo mercadorias industrializadas e realizando atividades características do setor terciário. Esse
processo é acompanhado por um elevado êxodo rural, com a formação de grandes metrópoles e, em alguns casos, até
de megacidades, com populações que superam os 10 milhões de habitantes . Por fim, estrutura-se a
chamada hierarquia urbana, que vai desde as pequenas e médias cidades às grandes metrópoles..

Outra ressalva importante é a de que tal sequência não acontece de forma igualitária em todo o mundo. Nos países
pioneiros no processo de urbanização, ela ocorre de forma mais lenta e gradativa, enquanto nos países de
industrialização tardia, tal processo manifesta-se de forma mais acelerada, o que gera maiores problemas estruturais.

Urbanização - HISTÓRICA

O processo de urbanização está diretamente relacionado ao aumento da população urbana em relação à população
rural. Portanto, quando a população de um determinado lugar supera os 50% do total de habitantes, dizemos que esse
espaço é urbanizado.

Por volta de 1800, apenas 3% da população encontrava-se na área urbana. Mas a partir da 1ª Revolução Industrial o
deslocamento da população do campo para as cidades em busca de emprego aumentou. Funcionavam como fatores de
repulsão da área rural: baixos salários agrícolas, concentração fundiária e mecanização do campo.

Em meados do século XIX, durante a 2ª Revolução Industrial, cerca de 15% da população mundial já se encontrava
vivendo em cidades. Nos centros urbanos os fatores de atração não se resumiam ao processo de industrialização, mas
também a expansão do setor de serviços.
O processo de urbanização dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos apresenta diferenças significativas e que estão
diretamente relacionadas ao processo de industrialização.

Nos países desenvolvidos, o processo de industrialização passou por diferentes etapas (1ª, 2ª e 3ª Revoluções
Industriais), e foi evoluindo gradativamente. Consequentemente, o processo de urbanização acompanhou esse ritmo de
desenvolvimento, fazendo com que milhares de pessoas fossem migrando para as cidades ao longo de todo esse
processo. Portanto, podemos concluir que a urbanização nos países desenvolvidos ocorreu de maneira lenta e
gradativa, assim como a industrialização, contribuindo para a criação de infraestruturas urbanas. 

Já nos países subdesenvolvidos, a urbanização também acompanhou o ritmo da industrialização, porém como esse
processo ocorreu em um curto espaço de tempo, foi possível perceber que a urbanização ocorreu de maneira rápida e
desordenada. Sendo assim, as cidades que ao receberem grandes fluxos migratórios, não se encontravam preparadas
para o rápido crescimento urbano, o que causou a formação de espaços segregados. As favelas são uma característica
marcante desses espaços, onde se observa a reduzida oferta de água encanada, rede de esgoto e pavimentação de vias.

Outros problemas encontrados nas cidades dos países subdesenvolvidos são: os elevados índices de desemprego;
aumento da violência urbana e da economia informal.

Nos últimos anos, temos observado uma mudança no perfil das cidades com maiores concentrações urbanas no mundo.
De acordo com a tabela abaixo, durante a década de 1970, as maiores concentrações populacionais encontravam-se em
cidades de países desenvolvidos. Das dez maiores concentrações urbanas seis localizavam-se em cidades dos Estados
Unidos, Europa e Japão. Atualmente, essa realidade mudou. Nas projeções feitas para 2015, das dez maiores cidades do
mundo, em termos populacionais, oito estarão localizadas em países da África e Ásia.
Problemas da urbanização

A grande aglomeração de pessoas nas cidades, quando essas não disponibilizam infraestrutura suficiente para a
população, gera uma série de dificuldades de ordem ambiental e social. Diante desse contexto, pode-se enumerar os
problemas gerados pelo processo de urbanização ocorrido principalmente em países subdesenvolvidos, dentre muitos
estão:

* Desemprego: provoca um grande crescimento no número de pessoas que atuam no mercado informal, além de
promover o aumento da violência, pois muitas pessoas, pela falta de oportunidades, optam pelo crime.
• As favelas apresentam uma concentração de casebres e barracos em situação precária, desprovidos, em sua maioria,
de serviços públicos básicos, geralmente estão situadas em áreas de risco e abrigam grandes grupos criminosos, como o
tráfico de drogas.
• Cortiço: corresponde a moradias que abrigam um grande número de famílias, quase sempre são cômodos alugados em
antigas casas enormes situadas no centro, essas construções se encontram em condições deterioradas. Essa modalidade
de moradia geralmente oferece péssimas condições sanitárias e de segurança aos seus moradores.

• Enchentes: os centros urbanos possuem extensas áreas cobertas por concreto e asfalto, dificultando a infiltração da
água da chuva no solo. As chuvas em grandes proporções ocasionam um acúmulo muito grande de água e as galerias
pluviais não conseguem absorver toda enxurrada e essas invadem residências, prédios públicos, túneis e comprometem
o trânsito.

Esses são alguns dos problemas vividos nas cidades brasileiras e que podem ser realidade também em outros países,
pois todas as cidades possuem problemas, porém, os acima citados fazem parte de grandes aglomerações, e
dificilmente serão solucionados. As autoridades não conseguem monitorar todos os problemas devido o acelerado
crescimento ocorrido no passado.

PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS URBANOS

A urbanização da sociedade aconteceu de forma desigual em todo mundo. Os países considerados “centrais” assistiram
primeiramente aos seus processos de urbanização, apesar de outras civilizações antigas também apresentarem o seu
espaço urbano. Com o processo de colonização e o consequente subdesenvolvimento, a urbanização nos países
periféricos consolidou-se apenas em meados do século XX, fruto da industrialização tardia desses países.

O fato é que os distintos processos de urbanização estão diretamente ligados à industrialização e todos eles apresentam
problemas tanto de caráter social quanto de caráter ambiental. Boa parte desses problemas não está ligada somente ao
processo de urbanização em si, mas também à má distribuição de renda e às contradições sociais.

Problemas sociais urbanos

Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da concentração de
renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção de políticas de controle ao
crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o encarecimento dos locais mais próximos
dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa populacional. Além disso, à medida que as cidades
crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande
maioria da população pobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais e os locais onde
trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com
baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e a péssima infraestrutura dessas zonas
segregadas, que às vezes não contam com saneamento básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.

A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, médias e até pequenas
cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da
população que possui terrenos, mas que não possui condições de construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes
para que esses se tornem mais caros para uma venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas
como o acúmulo de lixo, mato alto, e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.

Dentre os problemas sociais urbanos, entretanto, o principal é o processo de favelização. Esse se associa também à
concentração de renda, ao desemprego e à falta de planejamento urbano. Muitas pessoas, por não disporem de
condições financeiras para custear suas moradias, acabam não encontrando outra saída senão ocupar de forma
irregular (através de invasões) áreas que geralmente não apresentam características favoráveis à habitação, como os
morros com elevada declividade.

Ocupação em áreas irregulares

A formação e proliferação de favelas é a principal denúncia das desigualdades sociais no espaço urbano e são elementos
característicos das grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México e muitas outras. Vale lembrar
que esse não é um fenômeno exclusivo dos países pobres. A estimativa da ONU é de que, até 2030, mais de 2 bilhões de
pessoas estarão morando em favelas em todo mundo.

Problemas ambientais urbanos

Muitos dos problemas ambientais urbanos estão diretamente ligados aos problemas sociais. Por exemplo: o processo
de favelização contribui para a agressão ao meio ambiente, visto que as ocupações irregulares geralmente ocorrem em
zonas de preservação ou em locais próximos a rios e cursos d’água. Ademais, sabe-se que os problemas ambientais,
sejam eles urbanos ou não, são produtos da interferência do homem na natureza, transformando-a conforme seus
interesses e explorando os seus recursos em busca de maximização dos lucros sem se preocupar com as consequências.

As zonas segregadas, locais mais pobres da cidade, costumam ser palco das consequências da ação humana sobre o
meio natural. Problemas como as enchentes são rotineiramente noticiados. E a culpa não é da chuva.

Em alguns casos, o processo de inundação de uma determinada região é natural, ou seja, aconteceria com ou sem a
intervenção humana. O problema é que, muitas vezes, por falta de planejamento público, loteamentos e bairros são
construídos em regiões que compõem áreas de risco. Em outras palavras, em tempos de seca, casas são construídas em
locais que fazem parte dos leitos dos rios e, quando esses rios passam pelas cheias, acabam inundando essas casas.
Em outros casos, a formação de enchentes está ligada à poluição urbana ou às condições de infraestrutura, como a
impermeabilização dos solos a partir da construção de ruas asfaltadas. A água, que normalmente infiltraria no solo,
acaba não tendo para onde ir e deságua nos rios, que acumulam, transbordam e provocam enchentes.

Cidade de Brisbane, na Austrália, sofrendo com inundações em 2011

Outro problema ambiental urbano bastante comum é o fenômeno das ilhas de calor, que ocorre nas regiões centrais
das grandes cidades. Tal situação é consequência do processo de verticalização, ou seja, a formação de prédios que
limitam a circulação do ar e, somada à retirada das árvores, contribui para a concentração do calor. É por isso que as
regiões centrais ou muito urbanizadas estão sempre mais quentes que o restante da cidade.

Para somar às ilhas de calor, existe também a inversão térmica, um fenômeno climático que dificulta a dispersão dos
poluentes emitidos pela ação humana. Em virtude disso, gases tóxicos pairam sobre a superfície das cidades,
provocando doenças respiratórias e o aumento das temperaturas.

A falta de planejamento público e a ausência de uma maior consciência ambiental constituem os problemas ambientais
urbanos, como a poluição das águas de rios, lagos e oceanos, o aumento das temperaturas, a ocorrência de chuvas
ácidas (fruto da emissão de gases tóxicos na atmosfera), isso tudo somado às poluições visual e sonora.

Aglomerações Urbanas

Aglomeração é o ato e o resultado de aglomerar: reunir muitos elementos, acoplar ou colar diferentes substâncias ou
fragmentos de algo. O uso mais habitual do termo reside no âmbito da noção de aglomeração urbana.

Uma aglomeração urbana é um espaço formado pela zona urbana pertencente a uma cidade e pelas áreas suburbanas
que se encontram nos arredores. Desta forma, está-se diante de uma região que pode atravessar diversas divisões
administrativas a partir do crescimento demográfico e urbanístico.

Em geral, uma aglomeração urbana tem lugar em torno de uma grande cidade. Por questões económicas e sociais,
começam a surgir novas urbanizações nas suas redondezas que, muitas vezes, se transformam em localidades satélites.
Também o crescimento próprio da cidade, mais além dos seus limites provoca o aparecimento destas aglomerações
urbanas.

Uma aglomeração de pessoas, por outro lado, é uma reunião massiva de indivíduos: “A aglomeração de fanáticos
dificultou a visualização dos jogadores”.

A partir do significado de aglomeração, também se pode falar de aglomerado (a rocha composta por troços solidificados
de lava) e de madeira aglomerada (criada pela união de virutas com cola), entre outros conceitos.
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou
como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse
deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um
modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos
níveis de urbanização dos países desenvolvidos.

Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam
associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930,
começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também
esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a
mecanização do campo.
Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se
intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um
mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior
infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.

A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de
serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%,
enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de
1.000%.

As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional,


possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras. A região Sudeste, por
concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural,
principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta
as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma
superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.  

Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que
atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de
1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)

Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010

Brasil 31,2 36,1 44,6 55,9 67,5 75,5 81,2 83,4 84,3
4 6 7 2 9 9 3 8 6

Norte 27,7 31,4 37,3 45,1 51,6 59,0 69,8 76,4 73,5
5 9 8 3 5 5 3 3 3

Nordeste 23,4 26,4 33,8 41,8 50,4 60,6 69,0 71,7 73,1
2 9 1 6 5 4 6 3

Sudeste 39,4 47,5 57 72,6 82,8 88,0 90,5 92,0 92,9


2 5 8 1 2 2 3 5

Sul 27,7 29,5 37,1 44,2 62,4 74,1 80,9 82,9 84,9
3 7 1 2 4 3

Centro 21,5 24,3 34,2 48,0 67,7 81,2 86,7 86,8 88,8
Oeste 2 8 2 4 9 8 3 1
A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio
da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as
áreas urbanas.

A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no
fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno
desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país
no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana
regional diminuísse.

HIERARQUIA URBANA MUNDIAL

A hierarquia urbana estrutura-se pelas diferenciações econômicas entre as cidades, de modo que os grandes centros
polarizam os menores.

A hierarquia urbana é a forma de organização das cidades, em que essas se estruturam segundo um sistema
econômico que determina que as menores costumam depender ou sofrer elevada influência das cidades maiores.
Assim, podemos dizer que o espaço urbano mundial estrutura-se obedecendo a uma rede, em que os grandes
aglomerados internacionais polarizam os centros menores.

É importante considerar que essa relação hierárquica entre as cidades estrutura-se a partir da formação de uma rede
urbana, que se relaciona com a formação e consolidação do processo de globalização. Assim, as relações comerciais e
econômicas entre as diferentes localidades disseminam-se, integrando-se, assim, em uma malha de transportes e
comunicações, aumentando as interações e elevando os níveis de interdependência entre as diferentes cidades.
Para melhor compreender como essa rede estrutura a hierarquia urbana, os estudiosos costumam adotar uma
classificação segundo o grau de importância e dinâmica econômica que uma cidade possui, bem como a sua
capacidade de polarizar outros centros menores de poder. Dessa forma, temos uma tipologia que vai desde
as megalópoles até as pequenas cidades.

Cidades Globais: são os principais centros de poder no mundo. Nelas é determinada toda a estrutura econômica
mundial, transformando essas grandes cidades em centros de difusão de ordens econômicas, políticas e até culturais.
Sua importância está em sediar instituições importantes, como bolsas de valores e as sedes das maiores empresas
estatais e privadas do mundo.

Podemos considerar como exemplos de cidades globais: Nova York, Londres (essas duas são consideradas as grandes
cidades de primeira grandeza no mundo), Tóquio, Paris, Hong Kong, Dubai, São Paulo e algumas outras. Ao todo,
existem cerca de 50 cidades globais, hierarquizadas por uma divisão que as segmenta nos grupos alfa, beta e gama.

Mapa das cidades globais no mundo

Metrópoles nacionais: são as aglomerações metropolitanas constituídas pelas principais cidades da rede urbana em um
determinado país depois das cidades globais. Geralmente, essas cidades concentram a maior parte da população, e as
principais infraestruturas são economicamente mais dinâmicas que o seu entorno. Trata-se de localidades
economicamente centrais, que influenciam as metrópoles regionais e as cidades médias. No Brasil, alguns exemplos de
metrópoles nacionais são Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Belo Horizonte e algumas outras.

Belo Horizonte, uma metrópole nacional


A dinâmica das metrópoles nacionais nem sempre é acompanhada pela estrutura econômica de seus países. Por esse
motivo, nem sempre as redes de cidades são plenamente estruturadas, o que é bastante comum em países
subdesenvolvidos. No Brasil, por razões históricas, o desenvolvimento urbano foi bastante concentrado no Sudeste
brasileiro, propiciando o crescimento das cidades acima citadas. Por outro lado, o país vem registrando sucessivos
avanços nos últimos anos no sentido de fazer emergir novas centralidades a fim de melhor substanciar a sua rede
urbana. Uma mesma cidade, eventualmente, pode acumular os títulos de metrópole nacional e cidade global.

Metrópoles regionais: são centros secundários de poder econômico no contexto de uma economia nacional.
Geralmente, possui uma nula representatividade em nível internacional e costuma influenciar apenas as cidades das
regiões próximas à sua localização. Apesar disso, possuem um importante papel na economia, uma vez que ajudam a
difundir mercadorias, serviços e demais elementos advindos dos principais polos de poder. Além disso, contribui para
o direcionamento de matérias-primas e recursos rumo às metrópoles nacionais e/ou globais. São exemplos de
metrópoles regionais cidades como Goiânia, Belém, Manaus, Maceió, Campinas, entre outras.

Cidades médias: como o próprio nome indica, são consideradas cidades médias as formações urbanas de médio porte
que possuem uma relativa dinâmica econômica, capaz de possuir uma oferta de serviços em níveis consideráveis.
Costumam apresentar os maiores índices de crescimento econômico e industrial em nível nacional. No Brasil, essas
cidades costumam ter mais de 200 mil habitantes. São exemplos de cidades médias: Londrina (PR), Anápolis (GO),
Jundiaí (SP) e muitas outras.

Dessa forma, é importante considerar que essas cidades estruturam e polarizam as cidades pequenas e até o espaço
rural, que se tornou cada vez mais interligado e dependente do espaço urbano à medida que os processos de
industrialização e urbanização foram avançando.

E as megacidade

O conceito de megacidade é demográfico. Foi elaborado pela ONU para designar aquelas cidades com população
superior a 10 milhões de habitantes. Trata-se, portanto, de um conceito quantitativo, enquanto as definições acima
apresentadas são qualitativas, pois se baseiam nos níveis de estruturação, dinâmica e importância político-econômica
das cidades.

O que é Hierarquia Urbana:

Hierarquia urbana consiste numa forma de organização entre as cidades, onde os grandes centros urbanos apresentam
influência sobre as médias e pequenas cidades.

Esta é a forma de organização das cidades, em que essas se estruturam segundo um sistema econômico que
determina que as menores costumam depender ou sofrer elevada influência das cidades maiores. Assim, podemos
dizer que o espaço urbano mundial estrutura-se obedecendo a uma rede, em que os grandes aglomerados
internacionais polarizam os centros menores. Também é através da hierarquia urbana que é organizado o espaço
nacional, em termos de influência de certos centros urbanos sobre outros. Funciona como um indicador da
importância de uma cidade, sendo esta nem sempre dependente do seu tamanho, mas de outros fatores
influenciadores, como a dinâmica de mercadorias, pessoas, serviços e informações que possui, por exemplo. A
hierarquia urbana pode apresentar uma escala regional, nacional ou mundial.

A hierarquia urbana está relacionada com o  ranking de cidades, desde a menor até a que tem maior população. Dentro
da hierarquia urbana as cidades podem mudar de posição, uma vez que existem transferências de população entre as
cidades, fazendo com que variem de posição.
A hierarquia urbana é formada por metrópoles nacionais, que são as grandes cidades; as metrópoles regionais, que são
cidades que exercem uma polarização em uma extensa região; capitais regionais, que são cidades que polarizam uma
área menor ou menos importante em termos de população; centros regionais, que são cidades polarizadas pelas
capitais regionais e que polarizam uma grande quantidade de cidades locais, e as  cidades locais, que são pequenas
cidades que exercem influência numa área reduzida, onde predominam padrões rurais ou semiurbanos de moradia,
como vilas, por exemplo.

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