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Lei Seca Masterizada: Teoria Constitucional
Teoria da Constituição
Constituição - Sentidos
Sentido Sociológico
Defensor: Ferdinand Lassalle. (Sentido Sociológico)
A Constituição é criada a partir da soma dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
A Constituição escrita sem a soma dos fatores reais é considerada uma mera folha de papel.
Sentido Político
Defensor: Carl Schmitt. (Sentido Político)
A Constituição é criada a partir de uma decisão política fundamental do titular do poder constituinte.
Estabelece a diferença entre Constituição e Lei Constitucional.
Constituição Lei Constitucional
Não apresenta matéria de decisão política
Apresenta matéria de decisão política
fundamental. O que interessa é a forma ou
fundamental.
processo de como o texto foi criado.
Trata-se dos principais aspectos (o conteúdo em si,
parte material) do Texto Constitucional como:
Trata-se do restante dos dispositivos do texto
Parte estrutural do Estado (Poder Executivo,
constitucional que não exercem tanta influência
Legislativo e Judiciário) e da sociedade, direitos
material, mas sim formal (Processo Legislativo).
individuais, Forma de governo, Sistema governo,
Forma de Estado.
Sentido Jurídico
Defensor: Hans Kelsen.
A Constituição é criada a partir da vontade racional, sendo norma pura, sem qualquer influência sociológica,
política, ou filosófica.
Kelsen divide a Constituição em dois sentidos:
* Sentido Lógico-Jurídico;
* Sentido Jurídico-Positivo.
Sentido Lógico-Jurídico Sentido Jurídico-Positivo
A Constituição é considerada uma norma Trata-se da norma positiva suprema, sendo uma
fundamental hipotética. série de normas , hierarquicamente, que ajudam na
Serve como fundamento lógico para validar a criação de outras normas inferiores (Pirâmide de
Constituição no sentido Jurídico-Positivo. Kelsen).
Normas supostas, hipoteticamente. Normas postas, positivadas.
Pirâmide de Kelsen
Trata-se de uma pirâmide estabelecendo a hierarquia das normas jurídicas. As normas jurídicas inferiores
retiram seu fundamento das normas jurídicas superiores.
Normas Constitucionais
Constituição, E.C, Tratados Internacionais de Direitos
humanos aprovados pelo mesmo qórum das EC.
Normas Infraconstitucionais
Leis Ordinárias, Complementares, Delegadas, Medidas
Provisórias, Decretos Leislativos, Resoluções Leislativas,
Tratados Internacionais gerais e Decretos Autônomos.
Normas Infralegais
Decretos executivos, portarias, instruções normativas.
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Constituição - Classificação
Quanto à Origem
A Constituição é criada de forma unilateral pelo Poder Constituinte Originário,
sem a representação da população. São Constituições Autoritárias, comuns
Outorgada em regimes ditatoriais, imperiais e fascistas.
Ex: Constituições de 1824 (Império); 1937 (Era Vargas); 1967 (Regime Militar).
A Constituição é feita por meio de representantes do povo (Assembleia
Promulgada ou Nacional Constituinte), eleitos diretamente pela população.
Democrática
Ex: CF/1988.
A Constituição é fruto de um projeto elaborado de forma autoritária, sendo a
participação da população feita por meio de plebiscito ou referendo para
Cesarista ou
ratificar o projeto elaborado autoritariamente.
Bonapartista
Ex: Ditadura de Pinochet – Chile; Era Napoleônica – França.
A Constituição é formada por meio de um pacto entre duas forças políticas
rivais.
Pactuada ou Dualista
Ex: Realeza x Nobreza e Burguesia (Constituição Francesa - 1791);
Quanto à Forma
A Constituição é criada por um único documento constituído de regras
Escrita ou sistematizadas e organizadas.
Instrumental
Ex: CF/88.
A Constituição é formada por textos esparsos, considerados fundamentais para
Não Escrita ou a sociedade devido aos usos, costumes e jurisprudências. Com isso, a
Costumeira ou Constituição não possui regras em um único texto, de forma codificada.
Consuetudinária
Ex: Constituição da Inglaterra.
Quanto à Extensão
São Constituições pequenas, formadas apenas pelos princípios fundamentais
Sintética
e estruturais do Estado. São mais duradouras e estáveis.
(Concisas, Breves,
Ex: Constituição Americana.
Sumárias ou Básicas)
São Constituições abrangentes, englobam, além dos princípios fundamentais e
Analítica
estruturais, diversos assuntos que caberiam a normas infraconstitucionais.
(Amplas, Extensas,
Prolixas, Volumosas)
Ex: CF/88.
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Constituição Chapa-Branca
É aquela que tutela interesses e privilégios para dirigentes do setor público, com o objetivo de
assegurar posições de poder a corporações estatais e paraestatais. É a Constituição que preserva
interesses corporativos do setor público, facilitando a distribuição dos recursos públicos entre
diversos grupos.
Constituição Ubíqua
É aquela em que a norma se apresenta onipresente em todo o ordenamento jurídico. A Constituição
apresenta em seu texto normas e valores contraditórios gerando problemas à eficácia e à estabilidade
constitucional.
Constituição Liberal-Patrimonialista
É aquela que garante os direitos individuais e limita a intervenção do Estado na área econômica.
Constituição Simbólica
Caracterizada pela falta de eficácia das normas, existindo uma preponderância do sistema político sobre
o jurídico.
Os interesses dos grupos mais poderosos, dos denominados “sobrecidadãos”, utilizam a Constituição e
o Estado em geral como instrumento para satisfazer seus interesses.
A juridicidade da Constituição fica comprometida pela corrupção da normatividade jurídica igualitária e
impessoal, conforme o binômio legal-ilegal. As controvérsias constitucionais são decididas com base no
código do poder.
Constitucionalidade Superveniente
Caso uma Lei seja considerada Inconstitucional por uma Constituição Pretérita, mas a nova
Constituição a torne válida, aquela não poderá ser recepcionada, pois, conforme a época, já nasceu
inválida.
Desconstitucionalização
Ocorre quando a Constituição antiga é recepcionada pela Nova Constituição como uma norma
infraconstitucional, ou seja, a antiga Constituição passa a ter “status” de legal.
Constituição Pretérita - Antes Constituição Pretérita - Depois
Status Constitucional Status Infraconstitucional ou Legal.
OBS: A Desconstitucionalização não é aceita no Brasil.
Repristinação
A repristinação ocorre quando uma norma³ é criada e acaba revogando uma norma² revogadora anterior
e estabelece expressamente que determinada norma¹ revogada por esta última² volte a se tornar
válida.
O fenômeno da repristinação é admissível, excepcionalmente, desde que esteja expresso o retorno da
norma revogada no novo texto. A Repristinação Tácita é inadmissível.
Exemplo:
Norma “X” revoga Norma “W” por incompatibilidade material.
Norma “Y” revoga Norma “X” e estabelece, expressamente, o retorno da Norma “W”, sendo compatível
com seu texto.
ATENÇÃO: Caso uma Lei seja considerada Inconstitucional por uma Constituição Pretérita, mas a nova
Constituição a torne válida, aquela não poderá ser recepcionada, pois, conforme a época, já nasceu
inválida.
Poder Constituinte
Aquele que tem o Poder de criar, revisar e até eliminar uma Constituição.
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* Histórico ou Fundacional: Trata-se da primeira atuação do Poder Constituinte Originário, criando, pela
primeira vez, uma ordem jurídica.
* Revolucionário: Trata-se da segunda atuação em diante do Poder Constituinte Originário, criando uma
nova ordem jurídica.
Poder Constituinte Derivado (Instituído, Secundário ou Remanescente)
Trata-se do poder criado pelo Poder Constituinte Originário, obedecendo as regras deste. O Poder
Constituinte Derivado é:
- Limitado;
- Condicionado;
- Composto por Natureza Jurídica;
- Derivado;
O Poder Constituinte Derivado pode ser dividido em:
* Reformador;
* Revisor;
* Decorrente.
Poder Constituinte Derivado Reformador
Trata-se do poder de modificação do texto constitucional, sendo realizado por meio das emendas
constitucionais, assim como os Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos com força
de emenda constitucional.
Poder Constituinte Derivado Revisor
Consiste na revisão da Constituição Federal por meio de um procedimento legislativo mais simples do
que o procedimento das ECs.
Tem eficácia exaurível.
ADCT, Art. 3º A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
O Poder Revisor foi usado apenas uma única vez, não sendo mais possível sua utilização.
Poder Constituinte Derivado Decorrente
Consiste no poder de cada entidade federativa (Estados) criar a sua própria Constituição estadual,
seguindo os princípios e valores da Constituição Federal.
OBS: O Poder Constituinte Derivado não se estende aos Municípios, pois a criação estrutural dos
Municípios ocorre mediante Lei Orgânica.
Fonte de Estudo: https://jus.com.br/artigos/63100/poder-constituinte
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III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
Limite Circunstancial – Exemplo na CF/88
Ocorre quando não é possível a alteração da Constituição em períodos de instabilidade do Estado.
CF/88. Art. 60. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.
Limite Material – Exemplo na CF/88
Dificulta a alteração de certos conteúdos (Cláusulas Pétreas) apresentados na Constituição.
CF/88. Art. 60. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
Mutação Constitucional
Trata-se da manifestação do poder constituinte difuso, consiste em proceder a um novo modo de
interpretar determinada norma constitucional, sem que haja alteração do próprio texto constitucional.
Ocorre quando, em virtude de evolução na situação de fato sobre a qual incide a norma, ou por força do
predomínio de nova visão jurídica, altera-se a interpretação dada à constituição, mas não o seu texto.
O Texto Constitucional não é modificado, permanecendo o mesmo, porém o sentido do texto sofre
modificações.
Inconstitucionalidade Progressiva
Trata-se de normas consideradas constitucionais, porém que estão transitando para a inconstitucionalidade.
“Ocorrendo mudança no plano fático, verifica-se o fenômeno denominado de inconstitucionalidade
progressiva, é dizer, a lei, que nasceu constitucional, vai transitando para a esfera da
inconstitucionalidade, até tornar-se írrita." (CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. Belo
Horizonte: Del Rey, 2009, p. 494.).
A Inconstitucionalidade Progressiva trata-se de uma situação constitucional imperfeita, que é aquela está
entre uma constitucionalidade plena e uma inconstitucionalidade absoluta, não existindo redução do
texto constitucional.
Métodos de Interpretação
Método Jurídico ou Interpretativo Clássico
Tal método considera a Constituição uma Lei, sendo utilizados todos os métodos tradicionais de
interpretação, como o:
* Teleológico: Procura entender a finalidade da norma;
* Doutrinário: Estudo da norma feito pela doutrina;
* Gramatical/Filológico/Textual/Semântico: Consiste no estudo do sentido das palavras apresentadas
nos dispositivos das normas criadas pelo legislador;
* Sistemático ou Lógico: Visa analisar o texto normativo de forma sistemática com outras normas,
procurando sempre uma conexão lógica entre elas.
* Histórico: Consiste no método que estuda o desenvolvimento da norma, conforme o seu contexto
histórico, desde a causa para a sua origem até a sua conclusão para sua vigência.
* Genético: Estuda a origem dos conceitos apresentados pelo criador da lei.
Tal método visa estudar, principalmente, o significado e sentido do texto da norma.
Método Hermenêutico‐Concretizador
Tal método é aplicado partindo-se da norma para o contexto da realidade social.
Inicia-se a partir da norma constitucional para o problema concreto.
Norma → Problema Concreto
Defensor: Konrad Hesse.
Método Tópico-problemático
Tal método é aplicado partindo-se da realidade social para a norma constitucional, tentando adaptar
esta àquela.
Inicia-se a partir do problema concreto para a norma constitucional, atribuindo à interpretação um
caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados.
A constituição é considera um conjunto aberto de regras e princípios.
Problema Concreto → Norma
Defensor: Theodor Viewheg.
Método Científico-Espiritual
O texto constitucional é analisado a partir dos valores e da realidade espiritual da sociedade.
A análise da Constituição deve basear-se na cultura do povo que se encontra sob o seu domínio, fazendo
referência aos valores subjacentes que lhe deram origem.
A Constituição deve ser dinâmica e seguir as constantes alterações sociais.
Defensor: Rudolf Smend.
Método Normativo-Estruturante
A Constituição não se restringe apenas ao texto, levando em consideração a sua concretização perante a
realidade social, englobando também as atividades legislativa, jurisdicional e administrativa.
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