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Resumo: O presente trabalho abordará o tema do transconstitucionalismo, uma nova visão da teoria
constitucional, que vem de fronte com uma evolução da sociedade que emana novas formas e técnicas
de soluções de conflitos entre ordenamentos jurídicos diversos. Também abordará o simbolismo
constitucional frente a algumas práticas adotadas por culturas indígenas, que estas, acabam
entrando em conflito com as normas jurídicas adotadas pela Constituição Brasileira, necessitando
assim , de uma modificação na interpretação da Constituição dirigente, pois inúmeros rituais da
cultura indígena vem entrando em desconformidade com a carta constitucional , alem de por em
conflitos alguns direitos fundamentais, indisponíveis a qualquer pessoa humana.Colocando também
uma necessidade de um entrelaçamentos dos ordenamentos jurídicos internacionais, pois aumentam a
cada dia, a incidências de casos ocorrendo relacionando tribunais de países distintos.
Abstract: This paper will address the theme of transconstitucionalismo, a new vision of constitutional
theory, which comes from the forehead with a changing society emanating new forms and techniques
of conflict resolution between jurisdictions diversos.Também address the constitutional symbolism
front of some practices adopted by indigenous cultures, these end up in conflict with the laws adopted
by the Brazilian Constitution, requiring thus a change in the interpretation of the Constitution leader
since many rituals of indigenous culture is entering in violation of the constitutional charter, beyond
by conflicts of certain fundamental rights, unavailable to anyone humana. Colocando also a need for
a legal entanglements of international, they increase every day, the incidence of cases occurring
courts relating to different countries.
1. INTRODUÇÃO
Com a evolução do homem em sociedades, inúmeras teorias surgiram no decorrer de
novos pressupostos de direitos que transpassavam os modelos normativos tradicionais, ligado
ao modernismo, que não abrangiam mais a necessidade de uma sociedade que exigia pela sua
evolução um sistema que fortificasse suas bases e transversaliza-se o direito constitucional,
ligando assim vários ordenamentos jurídicos de diferentes estados em prol de uma abertura
para uma melhoria nas decisões jurídicas e uma melhor subsunção das mesmas, na sociedade,
para que alcance uma eficácia real no mundo social.
Com isto, a teoria apresentada por Marcelo Neve instituída como
“transconstitucionalismo”, trás uma proposta de entrelaçamento dos ordenamentos jurídicos,
tanto estatais quanto transnacionais. Oportunizando assim que problemas de mesma natureza
que são discutidos em tribunais diferentes possam ter o mesmo consenso, impedindo que
apenas uma sentença seja considerada realmente eficaz, pois ambas são hierarquicamente
iguais, evitando com isto, o desrespeito constitucional de um dos tribunais.
Podendo ser citado o exemplo do caso de 2003, do Tribunal Constitucional da
Alemanha que rejeitou recurso da princesa Caroline de Mônaco contra a imprensa alemã, que
havia publicado fotos da mesma com sua família em momentos privados. Para o tribunal
Alemão a intimidade de “celebridades” não é tratado da mesma forma que a intimidade de
pessoas comuns. A princesa recorreu junto a Cote Europeia de Direitos Humanos , que
proferiu decisão contraria ao Tribuna Alemão, ocorrendo assim , duas decisões distintas,
sobre o mesmo assunto, baseadas em leis estatais com a mesma hierarquia.
Demonstrando a necessidade de um reajuste e uma adequação nos ordenamentos
jurídicos.
Abordara também os problemas transcontitucionais que envolvem a cultura indígena e
a constituição brasileira de 1988, elencará alguns direitos inerentes à pessoa humana contida
na Constituição Federal que vem de fronte com a realização de rituais indígenas que são
assegurados pelo direito à cultura prevista na Constituição. Observando desconformidade ou
uma falta de critérios entre estes direitos.
Com a globalização surgiu uma necessidade de uma visão nova das normas
constitucional, inovações que pudesse fazer com que as informações se decepassem melhor e
traga uma maior eficiência no seu conteúdo material e principalmente na sua efetividade
social.
Segundo Tonet “Alguns como Jose Joaquim Gomes Canotilho reformularam todo o seu
posicionamento teórico, inclusive sobre suas próprias criações, não aplicável mais no
presente”.(Tonet,2013, p.122)
Com o fim dos governos totalitários e o reavivamento da constituição, os lideres
escolhidos pelo povo ganharam uma limitação que frearam seus domínios, fazendo assim com
que os direitos sociais, individuais fossem respeitados e garantidos, diz então que seu poder
de discricionariedade foi limitado, restringindo mais possíveis invasões e desrespeito a estes
diretos que ate então, estavam esquecidos.
A constituição veio para que pudesse limitar restringir o poder do governante e deliberar,
garantirem direitos e deveres a todo e qualquer cidadão de direito. E Toda norma e lei que
quisesse ter sua validade formal deveriam passar por este grifo da constituição, sendo
aprovada, receberia a validade tanto formal, mas também a material. Com isto a Constituição
dirigente serviria para comandar as ações dos estados, mas também verificar a aplicabilidade
das normas constitucionais no mundo social.
A Constituição Dirigente deu mais tarefas e deveres ao estado para garantir que tudo que
estivesse na constituição pudesse alcançar os objetivos e as metas desejados por ela,
abrangendo toda sociedade, com seus deveres, mas principalmente, que o Estado fizesse sua
parte e realizarem-se todas as suas metas, estabelecida pela constituição.
Para Tonet, com base em Canotilho “O estado estaria vinculado aos preceitos da
Constituição, pois apenas através do Dirigismo poderiam ocorrer verdadeiras
transformações”.(Tonet, 2013,p.126)
Logo, em decorrer do sistema vivido anteriormente a este dirigismo, a Constituição
dirigente vem para dar um ponto final em um sistema ultrapassado e ineficaz mediante as
transformações ocorridas no mundo moderno e pós–moderno.
O Constitucionalismo material programático vem para organizar os preceitos do
ordenamento jurídico em função da sociedade com todas as suas garantias à liberdade,
organização política, social, econômica, indicando direitos fundamentais, direitos
indisponíveis e indelegados, que trás deveres aos seus governantes.
Este modelo de constituição trás consigo, uma rigidez que faz com que as diferentes
necessidades vivenciadas nos diferentes estados, particularmente, não permitem a
comunicação nem a troca de experiência com outras constituições que poderiam passar e
trazer inúmeras resposta a casos ate então explicáveis por jurisprudências, estas muitas vezes,
mal fundamentadas.
Sabemos que a Constituição Federal é a lei suprema, que todas as demais devem estar
sujeita a sua matéria, não podendo estar em desconformidade com a sua organização citada
por ela e nem com seus princípios.
Conforme o art.1º, a Constituição é hierarquicamente superior a leis delegadas, leis
ordinárias, leis complementares, e qualquer outro tipo de lei, decreto, tendo o poder supremo
sobre todas.
Porem, os rituais indígenas, em que crianças recém-nascidas, com alguns tipos de
deficiência “física”, que são violentamente mortas por seus pais, ficam desassistidas das leis
que asseguram o direito a vida, conforme artigo 5º da C.F, importante ser lembrado:
[...] Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito a Vida.
A vida conforme este artigo é inviolável, sendo uma cláusula pétria, logo, não
podendo ser mexida e nem desrespeitada. O direito a vida também aparece no Pacto de São
Jose da Costa Rica, em que em 1992 com o decreto nº 678/1992, passou a integrar o
ordenamento jurídico Brasileiro e que ganhou status de norma constitucional, em seu artigo 4º
diz:
Toda pessoa tem o direito de que se respeite a sua vida. Este direito deve ser
protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante tais explanações, pode-se perceber que a casa dia assuntos diversos vem
surgindo, estes, muitas as vezes que não possui fundamentação legal em um único
ordenamento jurídico, necessitando que a barreiras entre a organização jurídica vigentes do
país se quebre em nome da solução real do conflito, para tanto é necessário que o muro rígido
que envolve a Constituição Brasileira se quebre e que possibilite a tranversalização do
ordenamento jurídico de outros Estados, com certos cuidados, para que pessoas despreparadas
utilize esta ferramenta de forma errada e desproporcional.
Frente a estes conflitos entre os ordenamentos jurídicos, tanto estatais quanto
internacionais, o transconstitucionalism vem para trabalhar com estes problemas que tratam
de direitos hierarquicamente iguais com uma efetividade maior.
Pois apenas simbolizar que todas as normas brasileiras contidas na sua constituição
efetivamente são aplicadas no meio social e que produzam todos os efeitos desejáveis, estaria
então, obtendo uma visão ilusória para amenizar tantos problemas que emanam diariamente
nos tribunais nacionais
Com as analises e estudos realizados, percebe-se que o transconstitucionalismo de
Marcelo Neves, vem para fazer o elo que faltava para que a engrenagem quase perfeita da
Constituição e as demais leis do ordenamento jurídico possam trabalhar de forma harmônica
diminuindo os problemas de divergências nas leis, pela não observância do artigo 5º da C.F,
nos artigos que constam na lei nº 8069/90.
A doutrina assegura tanto o direito o direito a cultura, conforme o artigo 215º da C.F,
mas conforme cláusula petria, assegura o Direito à vida e a liberdade.
Problema como estes que envolvam direitos fundamentais, sempre foram uma grande
“dor de cabeça” à magistratura brasileira, por isso o ordenamento jurídico, deve sim fazer
uma tranversalização em suas leis, não só com o ordenamento nacional, mas também com
todo ordenamento internacionais, quando se refere aos direitos fundamentais ou inerentes à
pessoa humana.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______ (2006). "Teoria e critica do Estado de direito". In: P. Costa e D. Zolo (orgs.). O
Estado de direito: história teoria crítica. Trad . bras. C. A. Dastoli. São Paulo: Martins Fontes.
NEVES, Marcelo. O transconstitucionalismo. São Paulo: editora Wmf Martins Fontes, 2011.
TONET, Fernando. Reconfigurações do Constitucionalismo: evolução e modelos
constitucionais sistêmicos na pós- modernidade. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, 2013.