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SUMÁRIO
COMPETÊNCIA CRIMINAL ....................................................................................... 2

Conceito .......................................................................................................................... 2
Critérios de Fixação de Competência ........................................................................ 2
Previsão Legal .............................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

jonas.dias15@hotmail.com
1
COMPETÊNCIA CRIMINAL
CONCEITO
Segundo Norberto Avena1, a competência é o conjunto de regras que vai definir qual
é o juiz que poderá examinar determinado litígio.
A jurisdição é o poder conferido, constitucionalmente, ao juiz de dizer o direito. Assim,

afirma-se que “a competência é a limitação ao exercício da jurisdição”.
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA

JONAS DIAS DA SILVA
PREVISÃO LEGAL
O art. 69 do CPP apresenta os critérios de fixação de competência nos seguintes
termos:
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função.
1 Avena, Norberto. Processo Penal – 13ª. Ed. – Método, 2021, Pág. 671
2
SUMÁRIO
Competência pelo Lugar da Infração ........................................................................ 2
Crime Consumado e Tentado ................................................................................... 2
Crimes à Distância ....................................................................................................... 3
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

CRIME CONSUMADO E TENTADO
Em regra, a competência será determinada pelo lugar da consumação da infração,
conforme dispõe o art. 70, caput do CPP:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar

em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo
lugar em que for praticado o último ato de execução.
De forma esquematizada:
JONAS DIAS DA SILVA
Por outro lado, no caso de tentativa, a competência é fixada pelo lugar em que foi
praticado o último ato de execução.
Por fim, vale destacar o teor do Enunciado 06 da Jurisprudência em Teses (nº 72):
2
CRIMES À DISTÂNCIA
Em relação aos crimes à distância, a competência é disciplinada nos §§ 1º e 2º do
art. 70, nos seguintes termos:
Art. 70, § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a

infração se consumar fora dele, a competência será
JONAS DIAS DA SILVA
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução.
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do

território nacional, será competente o juiz do lugar em que o
crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir
seu resultado.
Por exemplo, “A” atira em “B” na cidade de Foz do Iguaçu, e este, socorrido até um
hospital no Paraguai, morre no país vizinho. Nesse caso, a competência será do juízo de
Foz do Iguaçu.
3
Por outro lado, “A”, argentino, envia uma carta-bomba para “B”, residente em
Brasília, que, ao abrir a correspondência, morre na explosão. Nessa circunstância, a
competência será do juízo de Brasília.
Assim:
Art. 83, CPP. Verificar-se-á a competência por prevenção toda

vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou
de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento
da denúnciaJONAS DIAS(arts.
ou da queixa DA70,
SILVA
§ 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
O critério da prevenção será utilizado quando incerto o limite territorial ou em infração
continuada ou permanente praticada em território de duas ou mais jurisdições.
Art. 70, § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais

jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração
consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições,
a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente,

praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
4
Por exemplo, um crime foi cometido nos limites territoriais dos Municípios de Vitória/ES
e Serra/ES, sem que fosse possível evidenciar o local de modo preciso. Nesse caso, o juiz
que primeiro atuar vai se tornar prevento.
Da mesma forma, se a vítima de extorsão mediante sequestro (crime permanente)

for realocada em cativeiro localizado em Comarca distinta do local original, a
competência será resolvida pela prevenção.
JONAS DIAS DA SILVA

5
SUMÁRIO
Estelionato Praticado Mediante Depósito, Emissão de Cheques sem Fundos ou
Pagamento Frustrado ................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1
ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE DEPÓSITO, EMISSÃO DE

CHEQUES SEM FUNDOS OU PAGAMENTO FRUSTRADO
A Lei nº 14.155/21 alterou a regra de competência para certas hipóteses de
estelionato, com nova redação dada ao art. 70, §4º do CPP:
Art. 70, § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques
sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com
o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e,
em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á
pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
Portanto, nas hipóteses apresentadas no referido dispositivo legal, a competência

será fixada pelo local do domicílio da vítima.
Para melhor compreensão, cita-se o exemplo apresentado por Márcio Cavalcante1

de hipótese de estelionato mediante emissão de cheque sem fundo:
JONAS DIAS DA SILVA
Dessa forma, é possível afirmar que a Súmula nº 521 do STF e Súmula nº 244 do STJ
estão superadas.
1 https://www.dizerodireito.com.br/2021/05/lei-141552021-promove-alteracoes-nos.html
2
Em relação ao estelionato mediante depósito ou transferência de valores, a
JONAS DIAS DA SILVA
competência também será do local do domicílio da vítima, diante de expressa previsão
do art. 70, §4º. jonas.dias15@hotmail.com
Outro exemplo apresentado por Márcio Cavalcante2:
3
Nesse caso, a competência será do local da obtenção da vantagem ilícita, pois não
se aplica o art. 70, §4º do CPP.
Cabe, portanto, a incidência da Súmula nº 48 do STJ:
JONAS DIAS DA SILVA

Para melhor compreensão, cita-se o exemplo apresentado por Márcio Cavalcante3:
4
JONAS DIAS DA SILVA
5
SUMÁRIO
Competência pelo Domicílio ou Residência do Réu ................................................ 2
Critério Subsidiário ....................................................................................................... 2
Crimes De Ação Penal Privada ................................................................................. 3
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

CRITÉRIO SUBSIDIÁRIO
Como visto anteriormente, em regra, a competência é do lugar da consumação da
infração, mas quando desconhecido tal local, será determinada pelo domicílio ou
residência do réu.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a

competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
Por exemplo, “A” furta animais de uma fazenda que se estende nos limites territoriais
de mais de um Município. JONAS DIAS DA SILVA
Nesse caso, a competência criminal será determinada pelo domicílio de “A”, já que
não é possível informar com precisão o local exato da consumação do crime.
Havendo mais de uma residência do réu, será adotada a prevenção, conforme art.
72, §1º:
Art. 72, § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a

competência firmar-se-á pela prevenção.
Por exemplo, “A”, com residência em São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, comete um
crime em lugar não determinado. A competência será do juízo de qualquer de suas
residências que primeiro praticar ato do processo.
2
Nesse caso, bem como quando for ignorado seu paradeiro, será competente o juiz
que primeiro tomar conhecimento do fato, conforme art. 72, §2º:
Art. 72, § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o

seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.
CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA

Nos crimes de ação penal privada, ainda que seja conhecido o lugar da infração, o
querelante pode optar entre esse e o domicílio do réu, conforme art. 73:
JONAS DIAS DA SILVA
Art. 73. jonas.dias15@hotmail.com
Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante
poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,
ainda quando conhecido o lugar da infração.
3
SUMÁRIO
Competência Pela Natureza da Infração Penal ....................................................... 2
Previsão Legal .............................................................................................................. 2
Tribunal do Júri ............................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL

PREVISÃO LEGAL
O art. 74, caput do CPP, dispõe sobre a competência pela natureza da infração, que
será fixada pelas leis de organização judiciária, ressalvada a competência do Tribunal do
Júri.
Art. 74. A competência pela natureza da infração será

regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
competência privativa do Tribunal do Júri.
TRIBUNAL DO JÚRI
A competência do Tribunal do Júri para julgar os crimes dolosos contra a vida tem
previsão constitucional, conforme seu art. 5º, XXXVIII:
Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a

organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
JONAS DIAS DA SILVA
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida;
2
No mesmo sentido, é o art. 74, §1º do CPP:
Art. 74, § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes

previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124,
125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
A resposta é NÃO.
A competência do Tribunal do Júri, apesar da previsão constitucional, cede espaço

à prerrogativa de foro também prevista na CF/88.
JONAS DIAS DA SILVA
Pela didática, apresenta-se o exemplo de Márcio André Lopes Cavalcante1:
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 45-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91378b331327b40e564390c43cd6b2be>. Acesso em:

30/01/2023
3
Nesse caso, deve prevalecer a competência do Tribunal do Júri, conforme Súmula
Vinculante nº 45:
JONAS DIAS DA SILVA

Apresenta-se outro exemplo trazido por Márcio André Lopes Cavalcante2:

30/01/2023
4
JONAS DIAS DA SILVA
5
SUMÁRIO
Justiça Federal ............................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1

JUSTIÇA FEDERAL
A competência da Justiça Federal está prevista no art. 109, IV da CF/88, em rol
taxativo, nos seguintes termos:
Art. 109, IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas

em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e
da Justiça Eleitoral;
É interessante destacar que a ofensa indireta, genérica ou reflexa contra bens,

serviços ou interesse da União não atrai a competência da Justiça Federal, conforme o
Enunciado nº 19 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72):
JONAS DIAS DA SILVA

Por exemplo, fraude na realização de empréstimo consignado contra aposentado,

ainda que relativo ao benefício previdenciário, é de competência da Justiça Estadual.
Assim:
2
JONAS DIAS DA SILVA

Compete à Justiça Estadual, também, processar e julgar os crimes contra a

economia popular:
3
É o teor do Enunciado nº JONAS
13 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72):
DIAS DA SILVA
A resposta é NÃO.
4
Nesse sentido, é o teor do Enunciado nº 03 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72):
JONAS DIAS DA SILVA

A resposta é NÃO.
A mera previsão do crime em tratado internacional não atrai a competência da

Justiça Federal, sendo necessária a demonstração da transnacionalidade.
Assim, é o teor do Enunciado nº 02 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72):
5
A jurisprudência dos Tribunais é rica em súmulas e julgados relacionados à
competência da Justiça Federal.
Assim:
JONAS DIAS DA SILVA

6
SUMÁRIO
Justiça Federal ............................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1

JUSTIÇA FEDERAL
JONAS DIAS DA SILVA

Nesse sentido:
2
JONAS DIAS DA SILVA
A competência será da Justiça Estadual.
Nesse sentido:
3
Contudo, excepcionalmente, segundo Márcio André Lopes Cavalcante1:
O Enunciado nº 14 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72) segue a mesma linha:
JONAS DIAS DA SILVA

Nesse sentido:

30/01/2023
4
Por exemplo, “A” apresenta uma cédula de identidade falsa para um policial
rodoviário federal, apesar de o documento ser expedido pela Secretaria de Segurança
Pública estadual. Nesse caso, a competência será da Justiça Federal.
Por outro lado, destacam-se algumas súmulas interessantes relacionadas à falsidade

documental:
JONAS DIAS DA SILVA

No tocante à Súmula nº 62 do STJ, há julgados do próprio Tribunal que apontam

superação do seu entendimento.
Nesse sentido2:
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 62-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/747d3443e319a22747fbb873e8b2f9f2>. Acesso em:

31/01/2023
5
JONAS DIAS DA SILVA
6
SUMÁRIO
COMPETÊNCIA CRIMINAL ......................................................................................... 2
Competência Pela Distribuição ...................................................................................... 2
Previsão Legal ................................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELA DISTRIBUIÇÃO

PREVISÃO LEGAL
O art. 75, caput do CPP, dispõe sobre a competência pela distribuição, nos seguintes
termos:
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência

quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um
juiz igualmente competente.
Segundo Renato Brasileiro1, a distribuição é “um critério de fixação de competência

entre juízes igualmente competentes pertencentes a uma mesma comarca ou
circunscrição judiciária”.
JONAS DIAS DA SILVA

É importante ressaltar que a adoção de qualquer diligência anterior à denúncia ou

queixa torna preventa a ação, conforme art. 75, parágrafo único:
Art. 75, Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito

da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva
ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa
prevenirá a da ação penal.
1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 633
2
SUMÁRIO
COMPETÊNCIA CRIMINAL ......................................................................................... 2
Competência pela Conexão ......................................................................................... 2
Conceito ......................................................................................................................... 2
Previsão Legal ................................................................................................................. 2
Conexão Intersubjetiva ................................................................................................. 3
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELA CONEXÃO

CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, a conexão é um “nexo, uma dependência recíproca que
dois ou mais fatos delituosos guardam entre si, recomendando a reunião de todos eles em
um mesmo processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional, a fim de que este tenha
uma perfeita visão do quadro probatório”.
PREVISÃO LEGAL JONAS DIAS DA SILVA

A competência pela conexão está prevista no art. 76 do Código de Processo Penal,
nos seguintes termos:
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para
facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou
vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
2
CONEXÃO INTERSUBJETIVA
A conexão intersubjetiva está prevista no art. 76, I do Código de Processo Penal, nos
seguintes termos:
Art. 76, I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido

praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
É aquela que envolve, necessariamente, várias pessoas e vários crimes, pouco

importando se agem em coautoria ou em reciprocidade.
JONAS DIAS DA SILVA

A doutrina2 classifica a conexão intersubjetiva em 03 espécies:
3
JONAS DIAS DA SILVA

4
SUMÁRIO
Conexão Objetiva (Lógica ou Teleológica) ............................................................ 2
Conexão Instrumental (Probatória) .......................................................................... 2
JONAS DIAS DA SILVA

1
CONEXÃO OBJETIVA (LÓGICA OU TELEOLÓGICA)

A conexão objetiva está prevista no art. 76, II do Código de Processo Penal, nos
seguintes termos:
Art. 76, II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas

para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade
ou vantagem em relação a qualquer delas;
Como exemplo, um sujeito pratica um estupro e, dias depois, mata a única

testemunha que presenciou o crime anterior.
JONAS DIAS DA SILVA

CONEXÃO INSTRUMENTAL (PROBATÓRIA)

A conexão probatória está prevista no art. 76, III do Código de Processo Penal, nos
seguintes termos:
Art. 76, III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de

suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração.
Como exemplo, a prova de um crime de furto pode auxiliar na prova do crime de

receptação, atraindo, portanto, a conexão probatória.
2
SUMÁRIO
Competência pela Continência .................................................................................. 2
Conceito ....................................................................................................................... 2
Previsão Legal .............................................................................................................. 2
Continência Subjetiva................................................................................................. 2
Continência Objetiva ................................................................................................. 3
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELA CONTINÊNCIA

CONCEITO
A continência ocorre quando uma demanda estiver contida em outra. Tal fenômeno
ocorre quando duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração ou quando uma
única conduta provoca mais de uma infração.
JONAS DIAS DA SILVA

PREVISÃO LEGAL
A competência pela continência está prevista no art. 77 do Código de Processo
Penal, nos seguintes termos:
Art. 77. A competência será determinada pela continência

quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas
nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
CONTINÊNCIA SUBJETIVA
A conexão subjetiva (ou por cumulação subjetiva) está prevista no art. 77, I do
Código de Processo Penal, nos seguintes termos:
Art. 77, I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma

infração;
Como dito anteriormente, ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela
mesma infração, ou seja, nas hipóteses de concurso de pessoas. Por exemplo: um roubo
cometido por duas pessoas.
2
Na conexão intersubjetiva, há pluralidade de agentes e, também, pluralidade de
infrações. Por outro lado, na continência subjetiva, há pluralidade de agentes e crime
único.
JONAS DIAS DA SILVA

CONTINÊNCIA OBJETIVA
A conexão objetiva (ou por cumulação objetiva) está prevista no art. 77, II do Código
de Processo Penal, nos seguintes termos:
Art. 77, II - no caso de infração cometida nas condições previstas

nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Ocorre quando, por meio de uma única conduta, advém mais de uma infração
penal.
Assim, o próprio dispositivo legal cita como exemplos: concurso formal de crimes,
aberratio ictus (erro na execução) e aberratio delicti, nessas duas últimas hipóteses,
quando além da pessoa pretendida, atinge pessoa diversa.
3
SUMÁRIO
Efeitos da Conexão e da Continência ........................................................................ 2
Processo e Julgamento Único ................................................................................... 2
Foro Prevalente ............................................................................................................... 2
Tribunal do Júri ............................................................................................................. 2
Jurisdições Distintas ..................................................................................................... 4
Jurisdições de mesma Categoria.............................................................................. 5
JONAS DIAS DA SILVA

1
EFEITOS DA CONEXÃO E DA CONTINÊNCIA

PROCESSO E JULGAMENTO ÚNICO
Em regra, a conexão e a continência têm como consequência a unidade de
processo e julgamento, conforme art. 79, caput do CPP:
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de

processo e julgamento, salvo:
Segundo Renato Brasileiro 1 , a conexão e a continência “têm como finalidade

garantir a união dos processos de forma a propiciar ao julgador uma melhor visão do
quadro probatório, permitindo-lhe entregar a melhor prestação jurisdicional e evitando-se,
com isso, a existência de decisões conflituosas”.
JONAS DIAS DA SILVA

FORO PREVALENTE
TRIBUNAL DO JÚRI
O art. 78, I do CPP, dispõe que o Tribunal do Júri prevalece sobre órgão de jurisdição
comum:
Art. 78, I - no concurso entre a competência do júri e a de outro

órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do
júri;
2
A resposta é NÃO.
A competência do Tribunal do Júri, apesar da previsão constitucional, cede espaço

à prerrogativa de foro também prevista na CF/88.
Pela didática, apresenta-se o exemplo de Márcio André Lopes Cavalcante2:
JONAS DIAS DA SILVA


30/01/2023
3
Nesse caso, deve prevalecer a competência do Tribunal do Júri, conforme Súmula
Vinculante nº 45:
Apresenta-se outro exemplo trazido por Márcio André Lopes Cavalcante3:
JONAS DIAS DA SILVA

JURISDIÇÕES DISTINTAS
O art. 78, III do CPP, dispõe que, no concurso de jurisdições de diversas categorias,
prevalecerá o de maior graduação:
Art. 78, III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,

predominará a de maior graduação;
Por exemplo, um crime de roubo praticado em concurso de pessoas com Prefeito e

indivíduo sem prerrogativa, atrairá a competência do Tribunal de Justiça.

30/01/2023
4
Por outro lado, entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a última,
conforme art. 78, IV do CPP:
Art. 78, V - no concurso entre a jurisdição comum e a especial,

prevalecerá esta.
Por exemplo, um “crime eleitoral seja conexo com um crime comum de competência
da Justiça Estadual, prevalece a competência da Justiça Eleitoral para julgar ambos os
delitos”4.
JURISDIÇÕES DE MESMA CATEGORIA

O art. 78, II do CPP, dispõe sobre o concurso de jurisdições de mesma categoria, nos
seguintes termos:
Art. 78, Il - no concurso de jurisdições da mesma

categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a
pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual
gravidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
JONAS DIAS DA SILVA
Nesse sentido, é o teor do Súmula nº 122 do STJ:
5
Dessa forma, ainda que o crime federal seja menos grave, será de competência da
Justiça Federal processar e julgar o crime conexo com aquele de competência estadual.
JONAS DIAS DA SILVA

6
SUMÁRIO
Separação dos Processos .............................................................................................. 2
Introdução .................................................................................................................... 2
Separação Obrigatória .............................................................................................. 2
Separação Facultativa ............................................................................................... 3
JONAS DIAS DA SILVA

1
SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS

INTRODUÇÃO
Ainda que a regra seja a unidade de processo e julgamento, há hipóteses em que a
separação dos processos deverá ocorrer, seja de forma obrigatória, seja facultativa.
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA
O art. 79 do CPP apresenta 02 hipóteses de separação obrigatória, quando houver
crime militar ou de competência do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente):
Art. 79, I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de
menores.
JONAS DIAS DA SILVA

Nesse sentido:
Vale registrar que, sobrevindo doença mental em relação a algum corréu, a unidade
de processo cessará, conforme art. 79, §1º do CPP:
Art. 79, § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do

processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso
previsto no art. 152.
2
Por exemplo, “A” e “B” praticaram, em concurso, o crime de roubo, sendo
processados numa mesma ação penal (continência), porém “A” foi acometido por uma
doença mental. Nesse caso, a ação será desmembrada e prosseguirá separadamente.
Por outro lado, cessa a unidade de julgamento, conforme as hipóteses do art. 79, §2º
do CPP:
Art. 79, § 2o A unidade do processo não importará a do

julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado
à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
JONAS DIAS DA SILVA
SEPARAÇÃO FACULTATIVA
O art. 80 do CPP dispõe sobre as hipóteses de separação facultativa dos processos,
nos seguintes termos:
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as

infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
3
JONAS DIAS DA SILVA

4
SUMÁRIO
COmpetência pela Prevenção .................................................................................... 2
Previsão Legal .............................................................................................................. 2
Competência pela Prerrogativa de Função .............................................................. 2
Previsão Legal .............................................................................................................. 2
Jurisprudência .............................................................................................................. 2
JONAS DIAS DA SILVA

1
COMPETÊNCIA PELA PREVENÇÃO

PREVISÃO LEGAL
A competência por prevenção está prevista no art. 83 do CPP, nos seguintes termos:
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez

que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes
ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos
outros na prática de algum ato do processo ou de medida a
este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia
ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
A prevenção ocorre quando dois ou mais juízes são igualmente competentes. Desse
modo, a fixação da competência será determinada por aquele que primeiro praticar um
ato do processo ou de medida a este relativa.
COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

PREVISÃO LEGAL
JONAS DIAS DA SILVA
A competência por prerrogativa de função está prevista no art. 84 do CPP, nos
seguintes termos:
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do

Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos
Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e
do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam
responder perante eles por crimes comuns e de
responsabilidade.
JURISPRUDÊNCIA
Diante da importância do tema, citam-se as seguintes Súmulas do STF:
2
Vale registrar que a prerrogativa de foro, segundo o atual entendimento dos Tribunais
Superiores, exige que o crime tenha sido praticado em razão e durante o cargo.
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SUMÁRIO

COMPETÊNCIA CRIMINAL ....................................................................................... 2

JONAS DIAS DA SILVA

A jurisdição é o poder conferido, constitucionalmente, ao juiz de dizer o direito. Assim,

CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

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COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar

Art. 70, § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a

§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do

Art. 83, CPP. Verificar-se-á a competência por prevenção toda

Art. 70, § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente,

Da mesma forma, se a vítima de extorsão mediante sequestro (crime permanente)

JONAS DIAS DA SILVA

JONAS DIAS DA SILVA

ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE DEPÓSITO, EMISSÃO DE

Art. 70, § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº

Portanto, nas hipóteses apresentadas no referido dispositivo legal, a competência

Para melhor compreensão, cita-se o exemplo apresentado por Márcio Cavalcante1

Outro exemplo apresentado por Márcio Cavalcante2:

Cabe, portanto, a incidência da Súmula nº 48 do STJ:

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Para melhor compreensão, cita-se o exemplo apresentado por Márcio Cavalcante3:

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COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a

Art. 72, § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a

Art. 72, § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o

CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA

JONAS DIAS DA SILVA

COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL

Art. 74. A competência pela natureza da infração será

Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a

Art. 74, § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes

A competência do Tribunal do Júri, apesar da previsão constitucional, cede espaço

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91378b331327b40e564390c43cd6b2be>. Acesso em:

JONAS DIAS DA SILVA

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91378b331327b40e564390c43cd6b2be>. Acesso em:

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COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL

Art. 109, IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas

É interessante destacar que a ofensa indireta, genérica ou reflexa contra bens,

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Por exemplo, fraude na realização de empréstimo consignado contra aposentado,

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Compete à Justiça Estadual, também, processar e julgar os crimes contra a

JONAS DIAS DA SILVA

A mera previsão do crime em tratado internacional não atrai a competência da

Assim, é o teor do Enunciado nº 02 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72):

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COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL

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A competência será da Justiça Estadual.

O Enunciado nº 14 da Jurisprudência em Teses (Ed. 72) segue a mesma linha:

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<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/91378b331327b40e564390c43cd6b2be>. Acesso em:

Por outro lado, destacam-se algumas súmulas interessantes relacionadas à falsidade

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No tocante à Súmula nº 62 do STJ, há julgados do próprio Tribunal que apontam

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/747d3443e319a22747fbb873e8b2f9f2>. Acesso em:

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