DIREITO CONSTITUCIONAL
restrição do seu efeito (nos termos em que a
→ FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS
1. Condensar valores → princípio é capaz
de conciliar os valores da sociedade
2. Dar unidade ao sistema
3. Condicionar a atividade do intérprete
→ EFICÁCIA E APLICABILIDADE DA NORMA
CONSTITUCIONAL
● Estudo da força normativa/jurídica da
norma constitucional
● Eficácia jurídica = designa a qualidade
de produzir, em maior ou menor grau,
efeitos jurídicos → normas jurídicas
têm diferentes graus de produzir
efeitos → ainda assim, todas têm
algum grau de aplicação
● Eficácia social = efetividade =
realização, no mundo real, daquilo que
a norma propõe
● Eficácia jurídica = não é tudo que a
norma “prometeu”, mas aquilo que
podemos receber em juízo
● Normas constitucionais podem ser de
eficácia (jurídica):
1. Plena/auto aplicável/bastante em si (no
momento que entra em vigor já está
apta a produzir todos os seus efeitos
- não depende de regulamentação, já
possui todos os elementos necessários
à sua aplicação, é autossuficiente) →
aplicabilidade direta, imediata e integral
→ Ex: art. 5º, II - Princípio da
liberdade ao cidadão
2. Contida/prospectiva → aplicabilidade
direta e imediata, mas possivelmente
não integral → permite restrição dos
efeitos que ela oferece → Ex: art. 5º,
XIII → é autossuficiente, mas permite
a restrição dos seus efeitos
* A constituição sempre prevalece → a norma
contida é uma exceção, pois permite a
Const. autoriza) por uma lei
3. Limitada (de imediato não tem o
condão de produzir todos os seus
efeitos, precisando de norma
regulamentadora infraconstitucional a
ser editada pelo Poder, órgão ou
autoridade competente, ou até mesmo
de integração por meio de emenda
constitucional) → precisa de uma
regulamentação/norma
regulamentadora para produzir todos
seus efeitos desejados.
Podem ser divididas em dois grupos:
➔ Definidora de princípio institutivo (ou
organizativo) → contêm esquemas
gerais (iniciais) de estruturação de
instituições, órgãos ou entidades.
➔ Definidora de princípio programático
→ veiculam programas a serem
implementados pelo Estado, visando à
realização de fins sociais. Ex: arts. 5º,
XXXII – direito do consumidor; 6º —
direito à alimentação; 196 — direito à
saúde; 205 — direito à educação; 230
– idosos.
* A implementação das normas programáticas é
difícil.
→ HERMENÊUTICA JURÍDICA
CONSTITUCIONAL
● Norma positivada passou a ser
debatida a partir do Código Civil de
Napoleão → início da Hermenêutica
● Kelsen → juiz deve aplicar a solução já
contida na lei (não podem interpretar
como querem)
● Para fugir do positivismo jurídico tão
“estreito” → depois da 2ª Guerra
passou a ter um debate + intenso da
teoria hermenêutica
 ● Celso Bastos enumera quatro
singularidades das normas
constitucionais vistas sob o ângulo da
sua interpretação (problemas de
interpretação da Constituição):
1. Inicialidade pertinente a formação
originária do ordenamento jurídico em
grau de superioridade hierárquica →
nada acima da Constituição, ela dá
início ao ordenamento jurídico
2. Conteúdo marcadamente político, visto
ser a constituição o "estatuto jurídico
do fenômeno político” na síntese
conceitual de Canotilho
3. Estrutura da linguagem caracterizada
pela síntese (palavra carregada de
significados) e coloquialidade
4. Predominância das chamadas “normas
de estrutura”, tendo por destinatário
habitual o próprio legislador ordinário
→ CONSTITUCIONALIZAÇÃO DE DIREITOS
● Substituição do CC pela Const como
referência de interpretação de toda
ordem jurídica
● Dworkin → justiça material = aquela
que a comunidade entende como
adequada
● Robert Alexy → direitos fundamentais
possuem caráter de princípios
● Prática brasileira → competências do poder regional
constitucionalização de direitos → dão
um espaço de subjetividade muito
grande para o juiz decidir
● Interpretação da lei passou a ser mais
“aberta” → a partir de princípios +
abertos
1º Sentido de Constitucionalização de Direitos:
● Constituição é rígida (no BR) → não
pode ser alterada pelo mesmo
procedimento utilizado para alterar a
lei comum → lei posterior não revoga
a Const → Const é formalmente
superior na ordem jurídica
● Mudanças na Const só ocorrem por
meio de um procedimento rigoroso
● Super rígida → cláusulas pétreas
● Controle de constitucionalidade →
para as leis comuns não
desrespeitarem a Const
2º Sentido de Constitucionalização de Direitos:
● Está associada a um efeito expansivo
das normas constitucionais, cujo
conteúdo material e axiológico se
irradia com força normativa por todo o
ordenamento jurídico
● Constituição possui uma superioridade
material (de conteúdo) → retiramos
dela um conteúdo axiológico
● Superioridade material = conteúdo de
justiça da Const deve irradiar para o
mundo real → realização daquilo que a
Const traz
→ ESTADO FEDERAL
● Formas de Estado estudam a relação
entre o poder do Estado e o território
do Estado (como o poder é distribuído
no território) → Estado Unitário ou
Federal
● Estado Federal → distribuição do
exercício do poder pelo território →
cada região é um centro de poder, que
não interfere nas outras
● Essencial que as competências do
poder central não se choquem com as
● Poder da União = aquilo que é do
interesse nacional (de todos)
● Const 1988 - município também é
membro da federação
● Nos EUA:
1. Confederação = reúne Estados
independentes sem que estes abram
mão de sua soberania → acordo de
colaboração (defesa externa e paz
interna)
2. Tratado internacional intitulado Artigos
de Confederação → formaram a
Confederação dos Estados Americanos,
a fim de se protegerem das ameaças
 da antiga metrópole inglesa (havia
direito de secessão)
3. Reunião Filadélfia → acabar com a
confederação e criar um país único
(Federação) → sem direito de
secessão → cada Estado cedia parcela
de sua soberania para um órgão
central, responsável pela centralização
e unificação → autônomos entre si
4. Federalismo por agregação
5. Formação do Estado Federal →
Estados Unidos, em 1787
6. Criaram o poder central apenas com a
competência de “fazer guerras” e
“proteger o território” (defesa e
progresso), o resto continuaria sendo
competência de cada região → poder
central com mínimas atribuições
● Características do Estado Federal:
1. base jurídica é uma Constituição (não
um Tratado Internacional) → garantir a
distribuição de competências entre os
entes autônomos, surgindo, então, uma
estabilidade institucional
2. nascimento de um novo Estado
3. não existe direito de secessão
(separação) → forma federativa de
Estado é cláusula pétrea (art. 60, § 4.º,
I)
4. soberania do todo → a soberania é
característica do todo, do “país”, do
Estado federal
5. cada membro da federação detém
autonomia → as decisões do poder
autônomo devem ser tomadas dentro
dos limites fixados pela Const e ficam
sujeitas a controle de
constitucionalidade por um órgão da
União → um não pode invadir a esfera
do outro
6. repartição de competências entre os
membros da federação → repartição
de tarefas
7. renda própria → autonomia financeira
da União e dos Estados →
distribuição das fontes de recursos
financeiros
● Entes componentes da Federação:
União, Estados, Distrito Federal e
Municípios
→ SOBERANIA E AUTONOMIA
● quem é soberano é quem manda
definitivamente
● plano internacional = igualdade entre
os países
● plano interno = vontade que prevalece,
superior a todas as vontades; poder
que não pode ser superado por
nenhum outro
● características da soberania → una,
indivisível, inalienável e imprescritível
● Soberania é uma qualidade do poder =
ser superior a todas as vontades
● O Estado como um todo (não União,
estados ou municípios) é o soberano
● Soberania é ilimitada
● autonomia é sempre limitada pela lei →
age nos limites que a Const impõe
● A autonomia federativa assenta-se em
dois elementos básicos: a) na existência
de órgãos governamentais próprios
(conduzidos por autoridades próprias);
b) na posse de competências (tarefas)
específicas/exclusivas, um mínimo, ao
menos, que não seja ridiculamente
reduzido
● Cada membro da federação precisa ter
(características/capacidades)/mínimo
de autonomia:
1. Autonomia financeira
2. Auto organização → capacidade de
decidir sobre a própria estrutura de
poder
3. Autonomia legislativa (+ importante)
4. Autogoverno/governo próprio →
governo é o conjunto das três tarefas
do Estado (Legislativo, Executivo,
Judiciário); atividades realizadas pelo
Estado; capacidade de fixar objetivos e
tomar decisões
 5. Autonomia administrativa (administrar
= aplicar a lei de ofício; quem realiza
aquilo que está na lei; materializar
aquilo que está na lei) → autoridade
para realizar aquilo que foi decidido
→ MEMBROS DA FEDERAÇÃO
● Art. 1º, CF
● Pacto Federativo = acordo que dá
origem à Federação → envolve tudo o
que é necessário para sua existência
● União → sujeito responsável por
coordenar os interesses de todos;
personalidade jurídica = pessoa jurídica
de direito público interno, tem
autonomia
● Órgãos da União = Executivo
(Presidente da República e ministros),
Legislativo (Congresso Nacional =
Senado + Câmara dos Deputados),
Judiciário); autoridades = ministros,
desembargadores, juízes do trabalho…
● estados → pessoa jurídica de direito
público
● Órgãos dos estados = Executivo
(governador e secretários de estado),
Legislativo (assembleia legislativa),
Judiciário (tribunal de justiça do estado
e juízes estaduais)
● municípios → pessoa jurídica de direito
público
● Órgãos e autoridades dos municípios =
Executivo (prefeitos e secretários
municipais), Legislativo (Câmara de
Vereadores)
● municípios não têm judiciário próprio
● Cada um atua em uma esfera, que não
pode ser invadida pelo outro → existe
uma camada de leis que precisa ser
respeitada (leis municipais, estaduais e
federais)
● Distrito Federal → como uma “ilha”;
não há divisão em municípios; poder
regional é exercido e não há divisão
em poderes locais; pessoa jurídica de
direito público interno; tem autonomia;
auto organização vem pela Lei
Orgânica do DF; art. 32, CF; tem
capacidade administrativa (governador,
Câmara Distrital) → local com uma
estrutura que agrupa diversos
interesses, por isso sua estrutura
física e segurança precisam ser
melhores (sede da União)
● Art. 21, XIII e XIV
● Art. 32.
→ TERRITÓRIO
● Art. 33.
● Atualmente o Brasil não tem territórios
● Motivos para criar um território →
estado-membro pode não conseguir
atender às necessidades do seu
território estadual, então será
substituído por uma estrutura federal
● Território é uma descentralização
administrativa da União
● o território é uma pessoa jurídica de
direito público interno de capacidade
administrativa ligada à União, tendo
nesta a fonte de seu regime jurídico
infraconstitucional
→ REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS NO
ESTADO FEDERAL
● necessária para existência do Estado
Federal
● divisão/distribuição de tarefas
● essas tarefas podem ser: atividades de
produção de lei ou de execução de
tarefas (administrativa)
● Existe um critério lógico, uma
explicação objetiva de como isso deve
funcionar
Decisão Única Cooperação
Exclusiva Concorrente
Privativa Suplementar
Reservada Comum
 ● Competência
exclusiva/expressa/enumerada → resolver problemas específicos
(todos têm em matéria de impostos); a
CF permite a atuação de um único
membro da federação sobre
determinado assunto para produzir ou
executar leis dentro de um conteúdo
previamente determinado, excluindo a
participação dos demais membros
sobre aquela matéria. Ex: art. 21 -
União; art. 30, I - municípios; art. 25,
§3º - estado-membro
● Competência privativa → Art. 22, §ú -
União. Mesmo perfil da comp. exclusiva.
No entanto, permite delegação
(transferir competência). É legislativa,
não envolve administração →
delegação se dá por lei complementar
e apenas em questões específicas →
quem recebe a delegação é o
estado-membro
● Competência
reservada/remanescente/residual →
art. 25, §1º. → consiste em sobra de
atribuições deixadas a um ente membro
da federação; aquilo que não for
atribuído a alguém sobra para um
terceiro → pode tanto ser matéria
administrativa quanto legislativa (União
tem em matéria de impostos) -
município não tem competência residual
● Competência concorrente → art. 24.
Pressupõe cooperação entre os
membros da federação → um único
membro teria dificuldade para cuidar
sozinho.
* é uma competência legislativa
● Competência suplementar → é
competência para realizar
desdobramentos de norma geral,
suprindo deficiências de norma
produzida por outro membro da
federação ou complementando essa
norma geral conforme peculiaridades
locais ou regionais. Pode ser feita pelo
município e pelo estado-membro. Para
* Para o estado-membro → art. 24, §2º
* Para o município → art. 30, II
● Competência comum → art. 23
* Competência de conteúdo administrativo
(competência material), não é competência para
elaborar leis (legislativa)
* A competência comum pressupõe uma lei
prévia que indique quem fará cada atividade
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA
DE IMPOSTOS
➔ art. 145 e ss.
➔ art. 153 → União (exclusiva)
➔ art. 155 → estados/DF (exclusiva)
➔ art. 156 → municípios (exclusiva)
➔ art. 154, I → competência residual em
matéria de impostos para União
➔ art. 154, II → “impostos
extraordinários” → competência
exclusiva
→ INTERVENÇÃO FEDERAL
● modo de invasão da autonomia
● regra é a não intervenção
● aquele que intervém pode afastar
autoridades e assumir competências
● arts. 34, 35 e 36
● interpretação sempre a favor da
autonomia
● pode ser da União sobre o
estado-membro ou do estado-membro
sobre o município localizado em seu
território
● necessário respeitar alguns
pressupostos materiais e formais
● Pressupostos materiais → previsão de
circunstâncias que, se ocorrerem no
mundo real, permitem intervenção →
se não ocorrerem, não pode haver
intervenção → art. 34 (pressupostos
materiais para intervenção dos
Estados); art. 35 (pressupostos
materiais para intervenção dos
municípios)