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DIREITO E SOCIEDADE

# O direito só existe em razão da sociedade --> Para organizar a complexidade social;

# Comunidade = Agrupamento de indivíduos em razão de uma identificação forte entre o grupo -->
Senso de coesão social;

# Sociedade = Agrupamento de indivíduos com complexidade e diferenças sociais que escolhem se


agrupar e se organizar;

1- Origem
- Junto com a origem da organização (regras) da sociedade;
- É fenômeno cultural --> Faz parte da cultura --> Produto humano feito;
- Resultado/produto da cultura e do tempo;

2- Essência
- Socialidade --> Relação que se tem com a sociedade (surge e olha para a complexidade
social)
- O direito não pode estar alheio a realidade social;
- Produto da história e da cultura;

3- Finalidade
- Adaptar a convivência humana --> Auxílio para que o indivíduo possa alcançar seu objetivo
(Perspectiva liberal);
- Organizar a complexidade da sociedade;
- Garantia da vida --> Sem vida não se exerce nenhum outro direito - Robes;
- Proteção da liberdade --> Rousseau;
- Garantia da propriedade privada --> John Locke;
- Justiça --> Quando todas as garantias/direitos fundamentais forem concretas;
- Garantia da igualdade;

# Miguel Reale: “O direito é, por conseguinte, um fato ou fenômeno social. Não existe se não na
sociedade e não pode ser concebido fora dela. Uma das características da realidade jurídica é, como
se vê, a sua socialidade, a sua qualidade de ser social.”

Teoria Tridimensional do Direito = Fato <--> Valor <--> Norma

INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL

1- Religião

# Separação entre Direito e Religião --> Séc. XVII --> Nascimento do estado moderno/tripartição dos
poderes/revolução;
# CF 1889 --> Rompe com a religião, Brasil deixa de ser oficialmente católico --> Constituição
Republicana --> Proclamação da República;

a) Conceito Jurídico = Sistema de princípios e preceitos que visa a realização de um valor supra
terreno: A divindade;
b) Finalidade
c) Característica
- Ideia de não alteridade (não precisa do outro --> relação do indivíduo com o divino);
- Incoercível (não se faz o uso da força);

2- Moral
a) Conceito = Constitui um conjunto predominante de princípios e de critérios que em cada
sociedade e em cada época orienta a conduta dos indivíduos (Conteúdos valorativos
aplicados a vida concreta) --> Juízo de valor;
b) Finalidade = Bem comum;
c) Características
- Interioridade = O que importa é a perspectiva interior (o que o indivíduo pensa);
- Bilateralidade = Relação entre duas ou mais pessoas (âmbito coletivo);
- Autonomia = Uso da vontade (não estou sujeito/não sou obrigado a fazer);
- Incoercível = Não tem mecanismos para se fazer valer/se impor;

3- Regras de Trato Social


a) Conceito = Regras que estão ligadas a etiquetas/modos/comportamento --> Costumes e
tradições;
b) Finalidade
c) Características
- Exterioridade
- Bilateralidade
- Autonomia
- Incoercibilidade

4- Direito
a) Conceito
b) Finalidade
c) Características
- Exterioridade = O que o indivíduo exterioriza/realiza/conduta;
- Bilateralidade Atributiva = Relação entre duas ou mais pessoas (âmbito coletivo) --> Confere
direitos e deveres/obrigações na mesma medida --> “O meu direito acaba quando o do
outro começa”;
- Heteronomia = Imposto (sujeição a um querer alheio a sua vontade);
- Coercível = Tem mecanismos para se fazer valer/impor/induzir --> Uso legítimo da força;
FONTES DO DIREITO BRASILEIRO

Fontes do Direito – Onde nasce o direito;

- Se fazem valer dentro de uma estrutura de poder;

A) Costume
- Critério Objetivo: Prática reiterada na vida social;
- Critério Subjetivo: Consciência de que aquilo é jurídico/Senso de obrigatoriedade;
- Decorre de um poder social, coesão social;

B) Lei
- Praticado pelo Poder Legislativo (a lei é produto do pod. legislativo)
- Lei = Documento (Art. 59 CF ---> Lei ordinária e complementar, medida provisória, decreto
legislativo, lei delegada)
- Norma = Conteúdo da Lei/Legislativo
• A norma inova o mundo jurídico (traz algo novo -> direito, reponsabilidade, etc.);
• A norma é geral (para todos) e abstrata;
- Texto de Lei = O que vem escrito em determinado artigo/Grafia;

# Supremacia da lei / Codicismo --> Poder Judiciário;

- Ato Normativo = Não pode inovar no mundo jurídico;

C) Jurisprudência
- Coletivo de decisões (colegiado de pessoas);
- Decisões harmônicas entre si (várias decisões que dizem algo no mesmo sentido) dos
tribunais;
- Tribunais = Órgãos colegiados (tribunais de segunda instancia e tribunais superiores)
- Decorre do Poder Judiciário;

D) Ato Negocial
- Autonomia da vontade (Poder da vontade do indivíduo);
- Cria direitos e obrigações entre as partes;
- Não é absoluto --> Tem condições de validade --> Limitações legais/decorrem da lei (objeto
lícito, possível, determinável, partes competentes);
- Ex: Testamento, contrato, etc.

E) Doutrina
- Aquilo que é escrito, literaturas, obras jurídicas, pensamentos, ponto de vista teórico etc.
- Não é fonte do direito, mas é igualmente importante e influente;
- Não tem uma estrutura de poder que possa se valer;

LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO

Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB)

- Lei 4.657 / 1942

1- Vacatio Legis (art. 1º)


- Tempo de vacância da lei;
- Período/Prazo de vacatio legis = Tempo entre a publicação da lei e sua entrada em vigor;
- Projeto de Lei --> Votado e Discutido (Câmara dos Deputados) --> Aprovação --> Sanção -->
Promulgação --> Publicação --> Vacatio Legis --> Vigora a Lei;
- A lei pode trazer qualquer prazo de vacatio legis, normalmente a lei entra em vigor a partir
do dia de sua publicação;
- Se não houver disposição do prazo de entrada em vigor, esta entrará em vigor no prazo de
45 dias;

2- Revogação (art. 2º)


- Só se rompe uma lei com uma nova lei ou em caso de lei temporária (prazo final
estabelecido)
- Uma lei é válida até que outra a revogue;
- Revogação Total = Revoga a totalidade da lei (Ex: Código civil inteiro)
- Revogação Parcial = Revoga partes da lei (artigos específicos)
- Revogação Expressa = Vem escrito na lei o que ela está revogando;
- Revogação Tácita = Revoga sem estar expressamente escrito na lei que está revogando
(expressamente incompatível ou regula lei anterior);
- Conflito entre Legislações:
• 1º Critério Hierárquico (CF acima de leis e normas);
• 2º Critério Cronológico (A lei mais nova/atual deve prevalecer) --> Anterior é revogada
tacitamente, pois o conteúdo da nova é contrário;
• 3º Critério da Especialidade (norma especifica prevalece no caso concreto em relação as
normas gerais);

3- Repristinação (art. 2º § 3º) --> Não acontece no direito brasileiro;


- Lei revogada volta a ter vigência pelo fato de a lei revogadora ter sido revogada;
- Lei B revoga a lei A, contudo lei C revoga a lei B, dessa forma, a lei A volta a vigorar;
- No direito brasileiro a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência;

4- Irretroatividade da Lei (art. 6º e 5º, XL, CF)


- Segurança jurídica (indivíduos não podem ser surpreendidos) --> Respeito ao direito
adquirido;
- Quando lei publicada ela rege fatos dali em diante --> Ex Nunc;
- Exceto:
• Direito penal --> Lei retroage se para beneficiar o réu;
• Direito tributário --> Lei retroage para benefício do contribuinte (atinge apenas
penalidades);

# Aplicação da lei vigente a época dos fatos;

- Declaração de Inconstitucionalidade:
• Teoria da nulidade (como se nunca tivesse existido) --> Todos os efeitos devem ser
invalidados (Ex Tunc --> retroage, pois os efeitos dela valem para o passado)

5- Proibição de não Conhecimento da Lei (art. 3º)


- Impossibilidade de cometer um ato e utilizar do argumento do não conhecimento do
conteúdo da norma para justificar o ato;
- Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
-

TEORIAS DO DIREITO

Teoria Tridimensional do Direito

- Direito do ponto de vista ontológico (dizer qual objeto de estudo de direito/o ser);
- Lassale = Teoria sociológica;
- C. Schmidt = Concepção Política (A constituição expressa uma vontade política);
- Kelsen = Concepção Normativa (A constituição é uma norma);
- Smend e Hellen = Concepção Dialética (Todas as teorias anteriores são complementares
entre si, e não unilaterais);

1) Fato
- Circunstâncias que ocorrem no âmbito social;
2) Valor
- Axiológico;
- Juízo de valor diante alguns fatos (justo ou injusto, certo ou errado, perspectiva moral);
3) Norma
- Surgem do juízo de valor frente a circunstâncias do cotidiano;
- Prescrição normativa;

# As partes se relacionam e se complementam --> Implicação-polaridade (todos os polos se


implicam e estão relacionados -> não se pressupõe separados)

Validade da Norma Jurídica

1) Vigência (Perspectiva Formal)


- Elemento da validade da norma jurídica;
- Para ser vigente a norma deve ser feita por um órgão competente (competência =
autorização);
- O órgão deve versar sobre matéria de sua competência;
- Respeitado o processo legislativo;

2) Eficácia
- Se a norma produz efeitos no âmbito social (produz efeitos onde a norma quer operar);

3) Fundamento
- Axiológica --> Ter fundamento;
- A norma precisa ter valor/legitimação;
- Valores constitucionais (constitucionalidade ou inconstitucionalidade);

HERMENÊUTICA

- Interpretar, traduzir e dizer;


- Surge com o objetivo de traduzir e interpretar os textos bíblicos;
- Usada no direito para interpretar as leis;

1) Hermenêutica Jurídica -> Área de conhecimento;


- “A hermenêutica jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do direito” Carlos
Maximiliano
- Estudo, sistematização, processo;

2) Interpretação -> Ato de interpretar;


- Processo de concretização (momento da aplicação);
- Princípio “In Claris Cessat” --> Norma suficientemente clara não precisa ser interpretada;
- Vontade do Legislador --> “O que o legislador quis dizer”;
- “Mens Legis” --> Significado/sentido da norma --> Qual a intenção/vontade da norma;

• Interpretação Quanto ao Resultado


- Declarativa = A interpretação conduz a um resultado declarativo (texto da lei e norma
coincidem);
- Extensiva = A interpretação conduz a um resultado de ampliação do alcance interpretativo;
- Restritiva = A interpretação conduz a um resultado restringe a interpretação da norma;

• Interpretação Quanto à Fonte


- Autêntica = Interpretação feita por quem a fez / órgão que a criou (poder legislativo);
- Doutrinária = Interpretação feita pela doutrina, livros e autores;
- Judicial = Interpretação feita pelo poder judiciário / concretização da norma;

3) Escolas Hermenêuticas
a. Escola da Exegese
- Escola Francesa
- Supremacia do parlamento e supremacia da lei;
- Codicismo (o código tem respostas para tudo) --> Ideia de que o direito poderia prever todas
as condutas humanas;
- Baixa do poder judiciário (poder neutro/mais fraco) --> Papel de apenas proclamar a lei;
- Interpretação literal;

b. Escola Histórica
- Atrelado a história e a vida social;
- Juiz tem o papel de atualizar a norma;
- Qual a interpretação possível do legislador atualmente.

c. Escola da Livre Pesquisa


- Juiz age nas lacunas da lei;
- Costumes e analogia (utilizar lei que disciplina situação parecida para criar nova lei -> não se
admite analogia no direito penal e tributário)
- “Interpretação para além do código civil, mas através/se utilizando dele” Geni

d. Escola de Direito Livre


- Reconhece as lacunas do direito;
- Discricionariedade do juiz (aumento do poder do juiz);
- Juiz decide apesar da lei;

4) Métodos Interpretativos
a. Método Gramatical
- Análise literal da lei;
- Sem abertura para interpretações;

b. Método Histórico
- Situado dentro da escola histórica;
- Conseguir entender o momento histórico em que a norma foi feite e o momento histórico
em que a norma será aplicada;
- Analisar os dois marcos históricos da norma e entender se ela precisa ou não ser atualizada
no tempo presente;

c. Método Sistemático
- Pressupõe-se que se tem um sistema jurídico (ambiente de harmonia, coerência e unidade);
- Não se pode interpretar um artigo ou lei de modo isolado (é preciso entender o todo);
- Harmonizar todo o ambiente jurídico e pensá-lo como uma unidade;

d. Método Teleológico
- Busca investigar a finalidade/vantagem da norma;
- O que a norma quer (qual a vontade da norma e não a do legislador) -> O que a norma diz e
em qual objetivo ela quer chegar;

# Os métodos podem se completar, serem utilizados juntos;

SITEMA JURÍDICO ABERTO DE REGRAS E PRINCÍPIOS

# Regras e Princípios = Normas

# Sistema Aberto = Aberto em um sentido cognitivo para se aprimorar;

# Sistema Jurídico = Harmonia, coerência e unicidade;

1) Regras e Princípios
• Características
a. Grau de Abstração
b. Grau de Determinação
c. Grau de Funcionalidade
d. Proximidade a Ideia de Direito
e. Característica Normogenética

2) Conflito de Regras
- Método/ critério do “Tudo ou Nada” --> Apenas uma regra permanece, a outra será excluída
do mundo jurídico;
- Critério hierárquico --> Escalonamento de normas --> Constituição no topo as outras leis
abaixo.
- Critério cronológico --> Regras em um mesmo grau hierárquico --> Lei mais nova revoga lei
anterior;
- Critério de especificidade --> Aplica-se a lei mais específica para o assunto específico ao qual
ela está regendo;

3) Colisão de Princípios (Ex: Privacidade X Publicidade)


- Critério de ponderação/sopesamento --> A partir da razoabilidade e da proporcionalidade
aplicadas ao caso concreto;
- Critério de composição de valores, análise do caso concreto e aplicação a prática;
RELAÇÃO JURÍDICA

# “As relações jurídicas são relações sociais postas por si mesmas (independem da vontade), apenas
reconhecidas pelo Estado com a finalidade de protegê-las.”

1) Requisitos
- Hipótese Normativa --> O direito trata sobre determinado assunto para proteger as relações;
- Ter duas partes (pelo menos dois polos) --> Para que se relacione é necessário ter duas
partes;

2) Elementos
a) Sujeito Ativo – Se beneficia;
b) Sujeito Passivo – Confere algo, arca com o ônus, pode ter prejuízo;
c) Vínculo de Atributividade – Vínculo que liga as partes, que confere as partes o direito de
exigir algo uma da outra (lei/contrato/etc.);
d) Objeto – Pessoa ou coisa, do qual incide o vínculo de atributividade
(propriedade/serviço/etc.)

TEORIA DO ESTADO

1) Conceito
- Ente jurídico de personalidade pública internacional, formado por uma união de indivíduos,
dentro de um território determinado, em que ali exerça a soberania e autoridade sobre o
território com uma finalidade específica;

2) Elementos
- Formado por uma união de indivíduos (povo);
- Dentro de um território determinado;
- Exercício da sua soberania e autoridade (Interna: exerce poder e domínio dentro de seu
território / Externa: Relacionamento de modo igual e independente com outros estados);
- Tem uma finalidade específica;

3) Reconhecimento de Estado e de Governo


- Se reconhece o Estado desde sua constituição;
- O reconhecimento de governo é um ato político (reconhecimento de unidade política);

4) Classificação
a) Estados Simples/Unitários
b) Estados Compostos
• Por Coordenação
- União Pessoal
- União Penal
- Confederação de Estados
• Estado Federal
• Por Subordinação

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