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ELEMENTOS

CONSTITUTIVOS DO
ESTADO
• População:

• Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado


momento, inclusive estrangeiros e apátridas, fazem parte da
população. É por conseguinte a população sob esse aspecto um dado
essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico
de sujeição ao poder estatal. Não se confunde com a noção de povo,
porquanto nesta, fundamental é o vinculo do indivíduo ao Estado,
através da nacionalidade ou cidadania. A população é conceito
puramente demográfico e estatístico. (BONAVIDES, 72)
• Povo:

• Para H. Kelsen povo "é constituído pela unidade da ordem jurídica válida para os indivíduos
cuja conduta é regulamentada pela ordem jurídica nacional, ou seja, é a esfera pessoal de
validade dessa ordem". O autor entende que o povo constitui uma unidade jurídica e não
natural, pois assim como o Estado tem apenas um território cuja unidade é jurídica, tem
apenas um povo. O indivíduo só será considerado pertencente ao povo quando estiver na
esfera pessoal de validade de sua ordem jurídica.
• Paulo Bonavides ensina que a palavra povo comporta um significado político, jurídico e
sociológico. O conceito político de Povo se refere ao "quadro humano sufragante, que se
politizou, ou seja, o corpo eleitoral". Este conceito é resultado de uma concepção recente,
uma vez que o absolutismo não conhecia este aspecto, já que só identificava a comunidade
estatal como um conjunto de súditos.
• Jus sole e jus sanguini
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil
antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira ;
II - Naturalizados:
a)os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há


mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

  
 § 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos
nesta Constituição.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição.       
  § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
• § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
• I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
• - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:         
• a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;         
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
• b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; 
Território
• O conceito de território, como componente do Estado, somente aparece com o Estado Moderno. Entretanto não há que se falar que os Estados

Antigos, Grego, Romano e Mieval, não tivessem território. O que ocorre é que a concepção do termo surge no Estado Moderno. As Cidades-Estados

eram limitadas ao centro urbano, sem conflitos de fronteiras. Na Idade Média, com a estrutura de poder existente (feudos e reino), gerando conflitos

entre ordens e autoridades, foi necessária uma definição de soberania (indicação de poder) e de território (indicação onde o poder atuava). A limitação

da soberania sobre determinado território, estabeleceu uma eficácia de poder e estabilidade da ordem jurídica.

• PEDRO CALMON: “é a base física, o âmbito geográfico da Nação, onde ocorre a validade de sua ordem jurídica”

• CELSO BASTOS: “é o espaço no qual o Estado exerce sobre as pessoas que ali se encontram o seu poder”;

• DARCY AZAMBUJA: “é a base física, a porção do globo por ele ocupada, que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos materiais” ;

• R.A.AMARAL VIEIRA: “é o espaço pelo qual o Estado tem soberania, isto é, exerce jurisdição”;

• SAHID MALUF: “é a base física, o âmbito geográfico da nação, onde ocorre a validade da sua ordem jurídica”.

• KELSEN: “a unidade territorial do Estado é uma unidade jurídica, não geográfica ou natural, porque o território do Estado, na verdade, nada mais é

que a esfera territorial de validade da ordem jurídica chamada Estado”. Anota Kelsen que “o território é o espaço dentro do qual é permitido que os

atos do Estado e, em especial, os seus atos coercitivos, sejam efetuados, é o espaço dentro do qual o Estado, e isso significa, os seus órgãos, estão

autorizados pelo Direito Internacional a executar a ordem jurídica nacional”. Assim para que isso possa ocorrer é necessário exista uma relação entre

o Estado e o Território.
• Realizada a demonstração das concepções, podemos concluir que:
a) Não existe Estado sem território: o estado surge e integra um território, sendo que a perda temporária não
desnatura o estado;
b) O território estabelece a delimitação soberana do estado: dentro dos limites do território a ordem jurídica é
mais eficaz;
c) O território é objeto de direito do Estado:
d) Reconhece-se o princípio da impenetrabilidade: monopólio de ocupação de um mesmo espaço, sendo
impossível duas soberanias ocuparem o mesmo território.
• Limites do Território
• O estudo dos limites do território é importante, principalmente se atentarmos para o conceito de território.
Observado como o espaço de exercício da soberania, limitando este poder, o conhecimento dos limites do
território serve para se reconhecer o próprio limite da soberania do Estado. O território pode ser:
a) Íntegro/compacto: constituído por uma porção compacta da superfície da terra (Paraguai)
b) Desmembrado/ dividido: formado por partes ( Estados Unidos)
c) Encravado: inteiramente cercado pelo território de outro Estado ( Bolívia)
O território, porção do Globo sobre a qual o Estado exerce sua soberania, abrange:
Dentro de um conceito positivo ou real:
1) A superfície do solo;
2) O subsolo;
3) O espaço aéreo (a coluna de ar sobre referida superfície);
4) O mar territorial;
5) As águas interiores (rios, lagos, golfo, baias, portos);
6) Áreas que o Direito Internacional atribui a cada Estado (rios, mares e lagos divisórios).
• Dentro de um conceito metafísico:
1) Os navios mercantes, em alto mar;
2) Os navios militares;
3) As sedes de Embaixadas, situadas em Estados estrangeiros.
 Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e
à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as áreas referidas no art. 26, II;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as
referidas no art. 26, II;     
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da
União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
SOBERANIA

CONCEITO - Soberania relaciona-se a poder, autoridade suprema, independência


(geralmente do Estado). É o direito exclusivo de uma autoridade suprema sobre uma área
geográfica, grupo de pessoas, ou o self de um indivíduo. A soberania sobre uma nação é
geralmente atributo de um governo ou de outra agência de controle política; apesar de
que existem casos em que esta soberania é atribuída a um indivíduo (como na
monarquia, na qual o líder é chamado genericamente de soberano). Entende-se por
soberania a qualidade máxima de poder social através da qual as normas e decisões
elaboradas pelo Estado prevalecem sobre as normas e decisões emanadas de grupos
sociais intermediários, tais com: a família; a escola; a empresa, a igreja, etc. Neste
sentido, no âmbito interno, a soberania estatal traduz a superioridade de suas diretrizes na
organização da vida comunitária. A soberania se manifesta, principalmente, através da
constituição de um sistema de normas jurídicas capaz de estabelecer as pautas
fundamentais do comportamento humano. No âmbito externo, a soberania traduz, por
sua vez, a ideia de igualdade de todos os Estados na comunidade internacional.
SOBERANIA
A exata compreensão do conceito de soberania é necessária para o entendimento do fenômeno
estatal, visto que não há Estado perfeito sem soberania. Daí a simples definição de Estado
como a organização da soberania. A soberania se compreende no exato conceito de Estado.
Estado não soberano ou semi-soberano não é Estado. A soberania é uma autoridade superior
que não pode ser limitada por nenhum outro poder.
A soberania é una, integral e universal. Não pode sofrer restrições de qualquer tipo, salvo,
naturalmente, as que decorrem dos imperativos de convivência pacífica das nações soberanas
no plano do Direito Internacional. Soberania relativa ou condicionada por um poder normativo
dominante não é soberania. Deve ser posta em termos de autonomia. Denominava-se o poder
de soberania, entre os romanos, suprema potestas. Era o poder supremo do Estado na ordem
política e administrativa. Finalmente, no Estado Moderno, a partir da Revolução Francesa,
firmou-se o conceito de poder político e jurídico, emanado da vontade geral da nação. "Por
soberania nacional entendemos a autoridade superior, que sintetiza, politicamente, e segundo
os preceitos de direito, a energia coativa do agregado nacional (Clóvis Beviláqua).”
SOBERANIA
FONTE DO PODER SOBERANO
Para as teorias carismáticas do direito divino (sobrenatural ou providencial) dos reis, o poder vem de Deus
e se concentra na pessoa sagrada do soberano. Para as correntes de fundo democrático, a soberania
provém da vontade do povo (teoria da soberania popular) ou da nação propriamente dita (teoria da
soberania nacional). Para as escolas alemãs e vienense, a soberania provém do Estado, como entidade
jurídica dotada de vontade própria (teoria da soberania estatal). Desdobram-se estes troncos doutrinários
em várias ramificações, formando uma variedade imensa de escolas e doutrinas.
O Governo há de ser um governo de leis, não a expressão da soberania nacional, simplesmente. As leis
definem e limitam o poder. A autoridade do direito é maior do que a autoridade do Estado (Krabbe).
O poder da soberania exercido pelo Estado encontra fronteiras não só nos direitos da pessoa humana
como também nos direitos dos grupos e associações, tanto no domínio interno quanto no internacional.
Notadamente no plano internacional, a soberania é limitada pelos imperativos da coexistência de Estados
soberanos. O limite supremo da soberania de um Estado, é a ameaça a soberania de outro.

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