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05/12/2022

TERRITÓRIO

Conceito: É o componente espacial do Estado.


É a porção da terra sobre a qual o Estado
exerce a sua jurisdição, ou soberania, seu
poder de mando, de império.

TERRITÓRIO
Em uma Concepção política, o território é
estudado, levando-se em consideração
elementos da Geopolítica. Em sendo assim,
território seria uma região que apresenta
determinadas características geográficas
[clima, recursos naturais (território do
petróleo), aspecto populacional (território dos
índios), espécies de animais (território dos
leões), etc.,].

TERRITÓRIO

Em uma Concepção jurídica, o território é


uma porção de terra com área delimitada, seja
por meio de convenção internacional ou por
meio do uso da violência/força, na qual um
Estado exerce o seu poder de mando, a sua
soberania.

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TERRITÓRIO
Existem duas espécies de território:
a) Território em sentido restrito (território
real, território propriamente dito) – é a
porção circunscrita pelas fronteiras nacionais.
Dentro deste, estão contidos os seguintes
elementos: solo, subsolo, mar territorial,
espaço aéreo nacional e plataforma
continental.

DIREITO DO MAR
→ É regido pela convenção das nações
unidas sobre o direito do mar de 1982,
conhecida por Convenção de Montego Bay.
→ Internalizada no Brasil através da Lei
Federal nº 8617/93.
→ A convenção e a Lei regem o mar
territorial, a zona contígua, a zona econômica
exclusiva e a plataforma continental
brasileiros.

TERRITÓRIO
-Mar territorial nacional: Mar Territorial – é uma
faixa adjacente à costa, que mede 12 milhas
marítimas a partir da linha de base. Milha é uma
unidade de medida internacional que corresponde a
1852 metros.
Sobre o mar territorial exercemos a nossa
soberania (relativa), a nossa jurisdição. Entrada
intencional de Estrangeiro = invasão de fronteiras.
(OBS.: Bonavides, pág. 98 diz que são duzentas
milhas, com base em ato presidencial de 1970 -
Decreto-Lei 1098).

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TERRITÓRIO
MAR TERRITORIAL:
• Faixa adjacente
• 12 milhas marítimas
• A partir da Linha de base
• Soberania (relativa)
• Passagem inocente

DIREITO DO MAR
-Zona Contígua: compreende uma faixa que se
estende das doze às vinte e quatro milhas
marítimas”. Ou seja, depois das 12 milhas do mar
territorial, começam as 12 milhas da zona
contígua.
Na zona contígua, o Estado pode exercer o seu
poder de polícia para proteger o seu território.
Pode exercer a fiscalização aduaneira (comércio),
fiscalização sanitária e fiscalização de imigração,
etc.

DIREITO DO MAR

ZONA CONTÍGUA:
• Faixa adjacente
• 12 milhas marítimas
• Medidas de fiscalização

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DIREITO DO MAR

- Zona econômica exclusiva: compreende uma


faixa que se estende das doze às duzentas milhas
marítimas”. Ou seja, após as 12 milhas do mar
territorial, conta-se mais 188 milhas, que é a
zona economicamente explorável. Tem alguns
autores que dizem que essa zona
economicamente explorável são 200 milhas,
porque se contam as 12 do mar territorial, mais
as 188 milhas, que dá 200 milhas.

DIREITO DO MAR
Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem
direito exclusivo para fins de exploração e
aproveitamento dos recursos naturais (pegar
petróleo, minerais, etc.), mas não possui
Jurisdição sobre aquela extensão do mar.

DIREITO DO MAR

ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA:


• 188 milhas marítimas
• Limite exterior do mar territorial
• Exploração, aproveitamento, conservação e
gestão dos recursos naturais
• Estados estrangeiros podem sobrevoar,
navegar, etc.

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DIREITO DO MAR
PLATAFORMA CONTINENTAL: solo e o subsolo
do mar territorial + Zona economicamente
explorável (200 milhas marítimas, a partir da
costa terrestre).
• Leito (solo) e o subsolo das áreas submarinas
• Bordo exterior da margem continental ou até
uma distância de 200 milhas marítimas da linha
de base (o que for menor)
• Exploração e aproveitamento dos recursos
naturais.

DIREITO DO MAR
ALTO-MAR:
• Áreas marítimas a partir do limite externo da
zona econômica exclusiva.
• Princípio da liberdade (para fins pacíficos)
• Os Estados sem litoral também tem direito a
acessar o alto mar.

DIREITO DO MAR
FUNDOS MARINHOS.
• As águas subaquáticas, o leito e o subsolo das
águas internacionais, que não pertencem,
portanto, a nenhum Estado.
• São patrimônio comum da humanidade, e sua
exploração deve ser feita em benefício dos povos
do mundo em geral.

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TERRITÓRIO

-Espaço aéreo nacional: ele não é


definido em Tratado Internacional ou lei,
mas se entende que é até onde as
aeronaves civis ou militares possam
alcançar. Depois disso é o espaço de toda
a humanidade, para fins de pesquisa.

TERRITÓRIO
2) Território ficto (ou por ficção, ou por
extensão – São determinadas situações
jurídicas que a lei equipara a território. A lei dá
o status de território; é uma ficção jurídica.
Quais são esses elementos: art. 5º do CP
(porque lá tem o p. da territorialidade):
- embarcação pública nacional onde quer que
esteja;
- embarcação particular nacional no mar
territorial nacional e no mar internacional;

TERRITÓRIO
- aeronave publica nacional onde quer que
esteja;
- aeronave particular nacional no espaço
aéreo nacional e no espaço aéreo
internacional.

Pergunta: As embaixadas, consulados são


territórios de um determinado país?

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TERRITÓRIO
Jurisdição nacional – É o poder que o Estado
detém para julgar as relações jurídicas, que
ocorram em seu território (abrange o mar
territorial), de acordo com o seu ordenamento
jurídico.
Passagem Inocente: consiste na permissão de
passagem do navio por águas territoriais
internacionais, apenas como passagem necessária
para chegar ao seu destino final, sujeitando-se à
lei da bandeira do navio, se houver algum
incidente neste percurso.

TERRITÓRIO
Imagine que um navio vem da França com
destino ao Uruguai; ele passa por nós
inocentemente. Digamos que um cidadão
comete um crime dentro desse navio; a
jurisdição nacional vai julgar? A passagem
inocente retira a competência da jurisdição
nacional. Não necessariamente este crime
será julgado por nós.

TERRITÓRIO
OBSERVAÇÃO: A passagem inocente não se
refere às aeronaves; só se refere às
embarcações.

Conclusão: Território Nacional: Todo o espaço


terrestre + mar territorial + espaço aéreo,
solo e subsolo correspondentes + extensões
criadas por lei.

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TERRITÓRIO
FAIXA DE FRONTEIRA: O QUE É?

É a faixa de até cento e cinqüenta quilômetros


de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização
serão reguladas em lei (CF/88, Art. 20, § 2º).

TERRITÓRIO
É a faixa interna de 150 Km (cento e cinqüenta
quilômetros) de largura, paralela à linha
divisória terrestre do território nacional,
considerada área indispensável à Segurança
Nacional (Lei 6.634/79, Art. 1º).

Nessa faixa, necessita-se do assentimento


prévio do Conselho de Segurança Nacional, a
prática de certos atos, dentre eles:

TERRITÓRIO
a) Construção de pontes, estradas
internacionais e campos de pouso;
b) Estabelecimento ou exploração de
indústrias que interessem à Segurança
Nacional, assim relacionadas em decreto do
Poder Executivo;
c) Transações com imóvel rural, que
impliquem a obtenção, por estrangeiro, do
domínio, da posse ou de qualquer direito real
sobre o imóvel;

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SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Noção de Soberania:

A soberania é o grau supremo a que pode


atingir o poder do Estado – Poder Político.
Supremo no sentido de não reconhecer outro
poder juridicamente superior a ele, nem igual
a ele dentro do mesmo Estado.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Quando se diz que o Estado é soberano,
deve-se entender que, na esfera da sua
autoridade, na competência que é
chamado a exercer para realizar a sua
finalidade, que é o bem público, ele
representa um poder que não depende
de nenhum outro poder, nem é igualado
por nenhum outro dentro do seu
território.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Assim, quando o Estado traça normas para
regular as relações dos indivíduos que lhe
estão sujeitos, sobre a organização da família,
a punição dos crimes, sobre o comércio, a
indústria etc., exerce o poder de modo
soberano. As regras que edita são
coativamente impostas, sem que nenhum
outro Poder ou autoridade interfira ou se
oponha.

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SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


ASPÉCTOS DA SOBERANIA: INTERNO E EXTERNO

a) Soberania interna – quer dizer que a


autoridade do Estado, nas leis e ordens que edita
para todos os indivíduos que habitam seu
território e as sociedades formadas por esses
indivíduos, predomina sem contraste, não
podendo ser limitada por nenhum outro poder. O
termo “soberania” significa, portanto, que o
poder do Estado é o mais alto existente dentro
do Estado.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


b) Soberania externa – significa que, nas
relações recíprocas entre os Estados
Nacionais, não há subordinação nem
dependência, e sim igualdade.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Origem e evolução histórica do conceito de
Soberania

A doutrina nos dá conta que a origem do conceito


de soberania começa historicamente no final da
idade média (Século XV), quando a Cúria Romana,
organismo central administrativo da Igreja
Católica, resolve disputar com o Imperador
Romano a supremacia do Poder Político. Resolvem
demonstrar a força que cada um possui perante a
Sociedade estatal.

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SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


No entanto, a teorização do conceito de
"soberania" veio com o escritor francês Jean
Bodin no século XVI, no seu livro
intitulado “Os Seis Livros da República”, no
qual sustentava a seguinte tese: a Monarquia
francesa é de origem hereditária; o Rei não
está sujeito a condições postas pelo povo;
todo o poder do Estado pertence ao Rei e não
pode ser partilhado com mais ninguém (clero,
nobreza ou povo).

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


No século XIX foi elaborado um conceito
jurídico de soberania, segundo o qual esta
não pertence a nenhuma autoridade
particular, mas ao Estado
enquanto pessoa jurídica. Passou-se,
então, a distinguir o Poder do Estado do
Poder da Igreja e do Poder do Imperador.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Limitações da Soberania (argumentos
dos doutrinadores que defendem):

a) É limitado pelos direitos naturais da


pessoa humana;

b) É limitado pela família, que é uma


sociedade natural, que preexistiu ao
Estado;

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SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


c) É limitado pelo sentimento religioso, que é
inato no homem;

d) É limitado pela Sociedade internacional.


Isto porque existe a necessidade cada vez mais
dos Estados manterem relações com outros
Estados Nacionais, provocando uma certa
limitação a sua própria Soberania.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


A titularidade da Soberania. Duas doutrinas explicam
a titularidade da Soberania: as doutrinas teocráticas
e as doutrinas democráticas

Doutrinas teocráticas: A soberania possui como base


o Poder Divino. Deus é o titular da Soberania. Para os
que consideravam os governantes deuses vivos,
reconhecem que os governantes são os titulares da
Soberania. Ex.: os faraós do Egito, os imperadores
romanos, o Imperador do Japão no período da
Segunda Guerra Mundial, etc.

SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


Doutrinas democráticas: Para as
doutrinas democráticas, sendo a
soberania um elemento essencial do
Estado e sendo o Estado a Entidade
política que representa o povo, conclui-se
que a vontade do Estado é, em última
análise, a vontade do povo. Desse modo,
o titular da soberania é o povo.

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SOBERANIA (GOVERNO SOBERANO)


OBS.: Soberania vs Direitos humanos;

DIREITOS HUMANOS

a) Liberdades fundamentais;
b) Promoção da igualdade formal e
material;
c) Direitos transidividuais.

POVO
Povo é o componente pessoal do Estado.

Conceito político – em uma concepção


política, povo é todo o indivíduo que
possa participar da vida política do
Estado. É todo aquele que possua o
direito de sufrágio, ou seja, o direito de
votar, pelo menos.

POVO
OBS.: O Decreto 21.076, de 24/02/1932
instituiu no Brasil o Direito de Voto para a
mulher brasileira.

Uma criança de 10 anos não faria parte do


povo, pois não possui o direito de sufrágio, ou
seja, não poderia votar nem ser votada.
OBSERVAÇÃO: O conceito político de povo,
confunde-se com o conceito de cidadão em
sentido restrito.

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POVO
Conceito Sociológico – Povo significa conjunto
de pessoas ligadas pela mesma origem, pela
mesma história, religião, idioma, sentimento
de união etc. OBS.: independe da existência
ou não de Estado. Ex.: Os palestinos são
considerados uma nação, pois, estão ligados
pela mesma origem, pela mesma história,
religião, idioma. Porém, apesar de ocuparem
uma área do Oriente Médio, não possuem um
Estado reconhecido mundialmente.

POVO
OBSERVAÇÃO: O conceito Sociológico de
povo é um conceito próprio de Nação.

POVO

Conceito Jurídico – em uma


concepção jurídica, povo é todo
aquele indivíduo considerado como
sendo um nacional. A exemplo do
Brasil, considera-se nacional todos os
brasileiros, sejam eles natos ou
naturalizados.

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POVO
Art. 12. São brasileiros:

I – natos – Nacionalidade Brasileira Originária:

a) os nascidos na República Federativa do


Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
(embaixador, representar seu país para
resolver assuntos sobre comercio
internacional).

POVO

b) os nascidos no estrangeiro, de pai


brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
(embaixador, representar seu país para
resolver assuntos sobre comercio
internacional);

POVO
c) os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira
competente (consulado) ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira;

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POVO
São brasileiros naturalizados
(Nacionalidade Brasileira Derivada) os que, na
forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira:

a) aos originários de países de língua portuguesa


exige-se apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) aos originários de países que não sejam de
língua portuguesa, exige-se residência no Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos; e inexistência
de condenação penal.

POVO
Em regra, a lei não poderá estabelecer
distinção entre brasileiros natos e
naturalizados (CF, Art. 12, § 2º). Por isso, tanto
os brasileiros natos quanto os naturalizados
são considerados POVO, numa acepção
jurídica.

OBSERVAÇÃO: O conceito jurídico de povo,


confunde-se com o conceito de Cidadão em
sentido amplo.

POVO
ESTRANGEIROS: TODOS AQUELES QUE NÃO
SÃO BRASIEIROS NATOS OU NATURALIZADOS
SÃO ESTRANGEIROS.

População e habitante não são conceitos


jurídicos, são conceitos geográficos,
demográficas, matemáticos.

População é a soma dos nacionais (natos e


naturalizados) com os Estrangeiros.

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POVO
A doutrina não apresenta uma distinção nítida
sobre população e habitante. Os
doutrinadores mais renomados informam que
a população é composta pelos habitantes;
todos que habitam o território nacional –
Território da República Federativa do Brasil.

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