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PROGRAMA

1.Os espaços terreste, aéreos e marítimos


1.1. O território e a fronteira
a) O território 1

O território é caracterizado como o marco físico em que opera o ordenamento


jurídico de um Estado, constituindo o objecto da plenitude e da exclusividade da
soberania 2. É o lugar por excelência do exercício da actividade política – estadual 3.
“ A defined territory is one of the constitutive elements of a state, that is, it is one of the essential
criteria of statehood. Naturally, state place a great weight on territorial issues; most importantly,
because territory constitutes the spatial reference for the exercise of sovereign powers, and conveys the
notion of consistance. Territorial and boundary disputes are consequently a major concern to states.
Taking into consideration that international law is based on the concept of state, it becomes easy to
conclude that territory has acquired, as a concept, a fundamental status in international law” 4.
“Quanto à sua estrutura, o direito do Estado sobre o seu território, o direito de
senhorio costuma ser apresentado como um direito ou poder indivisível, inalienável e
exclusivo” 5.
Estes princípios gerais do Direito Internacional, encontram acolhimento na
Constituição da República de Angola, maxime nos termos do n.º 6 do 5.º, nestes termos
consagra o preceito constitucional “o território angolano é indivisível e inalienável,
sendo energicamente combatida qualquer acção de desmembramento ou de separação
de suas parcelas, não podendo ser alienada parte alguma do território nacional ou dos
direitos de soberania que sobre ele o Estado exerce”.

-Elementos constitutivos do território

Podemos considerar na esteira da doutrina maioritária que o território dos


Estados compreende as seguintes realidades 6:
a)- Domínio terreste;
b)- Domínio fluvial;
c)- Domínio marítimo;
d)- Domínio aéreo.

1
“In contemporary international law, territorial changes can only take place, «prima facie», if
carried out in accordance with the principle of consent”... Nuno Marques Antunes, Estudos em Direito
Internacional Público, Almedina, 2004, págs.120ss; também,
http//www.dundee.ac.uk/cepmlp/jornal/html/Vol13-13.html.
2
Jónatas E. M. Machado, Direito Internacional, do Paradigma clássico ao Pós-11 de Setembro,
op. cit. pág. 165.
3
Jorge Bacelar Gouveia, Manual de Direito Internacional, op. cit. págs. 671 ss.
4
“furthermore, a stable international territorial order has undeniably become one of the
cardinal aims of international law”. Nuno Marques Antunes, Estudos em Direito Internacional Público,
op. cit. págs. 120 ss.
5
Jorge Miranda, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 223 ss; também, Joaquim
da Silva Cunha / Maria da Assunção do Vale Pereira, Manual de Direito Internacional Público, op. cit.
pág. 387. Entre parece-nos pertinente ter em os seguintes preceitos: 5.º, 15.º, 16.º, 94.º, 95.º, 96.º97.º e 98.
Todos da CRA.
6
Joaquim da Silva Cunha / Maria da Assunção do Vale Pereira, Manual de Direito
Internacional Público, op. cit. págs. 374-375; Paulino Lukamba, Direito Internacional Público, op. cit.
pág. 161; Albino Azevedo Soares, Lições de Direito Internacional Público, op. cit. pág. 219.

1
a)- Domínio terreste

“Domínio terreste é a parte do território de que faz parte o solo e o subsolo


situados dentro das fronteiras do Estado” 7. Abrange todo espaço delimitado pelas
fronteiras que podem ser definidas por recursos a elementos naturais 8.
O território nesta perspectiva pode ser contínuo ou descontínuo 9.

b)- Domínio fluvial

O domínio fluvial é constituído por todos os cursos de água ou pela parte dos
mesmos que correm no território de um Estado e pela parte dos Estados e sobre a qual
exercem soberania 10. Trata-se do espaço aquático dotado de corrente circulatória, no
conjunto dos seus rios e respectivos afluentes, desde que limitados ao território estadual
11
.
Questiona-se (com alguma frequência), se estes espaços são relevantes para
aplicação do Direito interno ou do Direito Internacional?
Parece haver unanimidade ao responder-se o mencionado problema, nos
seguintes termos: “salvo raríssimas excepções, estão em causa espaços relevantes para
aplicação do Direito interno”12.
Nesta matéria está subjacente a figura dos rios em sede dos quais é necessário
distinguir os rios nacionais dos chamados rios internacionais.
Assim, “são rios nacionais aqueles cujo curso de água doce, desde a nascente até
à foz, se contém no domínio terreste de um só Estado” 13.
Os rios internacionais são os cursos de água doce que dividem (rios contíguos)
ou atravessam (rios sucessivos) o domínio terreste de dois ou mais Estados 14.

c)- Domínio marítimo (território marítimo)

A conferência de 1958 (das nações unidas sobre o Direito do mar),


proporcionou a assinatura dos seguintes documentos 15:
- Convenção de Genebra sobre o alto mar 16;

7
“O subsolo seja qual for a sua profundidade, é considerado pertencente ao Estado que exerce
soberania sobre o solo correspondente”. Idem, pág. 219; Paulino Lukamba, prefere a expressão território
terreste, in Direito Internacional Público, op. cit. pág. 161.
8
Idem, págs. 161-162.
9
Tais parcelas constituem então meras divisões administrativas ou autarquias locais” assim,
Idem, pág. 588.
10
Albino Azevedo Soares, Lições de Direito Internacional Público, op. cit.págs. 219-220.
11
Jorge Bacelar Gouveia, fala ainda da figura do domínio lacustre “ espaço aquático desprovido
de corrente circulatória, que forma os lagos e as lagoas, identicamente englobados pelo território terreste”.
In Manual de Direito Internacional, op. cit. pág. 674.
12
Idem, pág. 674.
13
Joaquim da Silva Cunha / Maria da Assunção do Vale Pereira, Manual de Direito Internacional Público,
op. cit. págs. 590 ss.
14
Idem, págs. 590 ss.
15
A segunda conferência foi realizada em 1960, a terceira teve inicio em 1973 e terminou em
1982, nesta, chegou-se a acordo sobre as 12 milhas marítimas. Paulino Lukamba, Direito Internacional
Público, op. cit. pág. 172.
16
“ Entende-se por «alto mar» todas as partes do mar que não pertençam ao mar territorial ou às
águas interiores de um Estado”. Joaquim dias Marques de Oliveira, Direito do Mar, Almedina,

2
- Convenção de Genebra sobre o mar territorial e zona contígua17;
- Convenção sobre a plataforma continental 18;
- Convenção sobre a pesca e a conservação de recursos biológicos do alto mar 19;
- Protocolo de assinatura facultativa relativa a regulamentação obrigatória de
divergências 20.

C.1) Direito do mar

O Direito do mar “law of the sea” traduz-se no sistema de normas jurídicas que
visam regular o mar. trata-se do “ ramo do direito aplicável ao mar” 21. Porém, o direito
do mar não é somente um Direito Internacional Público do mar, é também Direito
Constitucional, Administrativo e Penal interno do mar 22.
A década de cinquenta, foi a época em que as reivindicações dos Estados
costeiros concernentes à extensão da jurisdição sobre os espaços marinhos, não
paravam de aumentar. Pois, o uso dos mares, nesta época fazia despontar uma intuição
de destruição do meio marinho e do empobrecer dos seus recursos 23.
De acordo com Joaquim de Oliveira, a concepção do Direito do Mar evoluiu do
conceito clássico para o conceito contemporâneo. Pois, o conceito clássico vigorou até a
III.ª Conferência das Nações Unidas do Direito do Mar (1973-1982) no essencial centra-
se aos direitos que os Estados têm sobre os espaços marítimos a contar das suas costas
24
. “É isso o direito clássico: o estudo dos direitos dos Estados, sobretudo dos Estados
costeiros, nos variados espaços marinhos e do seu regime de direito internacional” 25.
Já o conceito contemporâneo “afere-se da convenção de Montego Bay, e tem um
escopo diferente. O acento tónico passa do Estado costeiro para a comunidade
internacional”26.

CEFOLEX, págs. 189 ss; releva referir, que o alto mar está aberta a todas as nações, por essa razão,
nenhum Estado pode submeter qualquer parte da sua soberania. Artigo 2.º da CGAM.
17
Ibidem, págs. 189 176 ss.
18
Plataforma continental é utilizada para designar: a)- O leito do mar e subsolo das regiões
submarinas adjacentes as costas mas situadas fora do mar territorial até uma profundidade de 200 metros
ou para alem deste limite até ao ponto onde a profundidade nas águas subjacentes permita a eploração dos
recursos naturais das ditas regiões; b)- o leito do mar e subsolo das regiões submarinas análogas que são
adjacentes as costas das ilhas. Ibidem, págs. 213 ss.
19
Ibidem, págs. 203 ss.
20
As divergências relativas à interpretação ou à aplicação de todas as convenções sobre o direito
do mar são da competência obrigatória do Tribunal Internacional de Justiça. Ibidem, págs. 218 ss.
21
“Relegando a doutrina, o termo direito marítimo, para a regulação do direito comercial do mar
ou seja, o direito aplicável ao transporte marítimo de pessoas e de mercadorias”. Ibidem, págs. 8 ss.
22
José Luís Moreira da Silva, Direito Internacional e Direito do Mar, Pare II, Associação
Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, 2003, pág. 7.
23
Dentre os elementos que caraterizam o uso do mar apontam os seguintes:
- “a rivalidade militar das superpotências e a corrida aos arsenais nucleares, onde o mar surgia
como esconderijo do potencial nuclear através dos submarinos nucleares balísticos;
- o desenvolvimento das técnicas e meios de detenção e captura de peixe,… págs.19 s Joaquim
dias Marques de Oliveira, Direito do Mar, op. cit. págs. 189 ss.
24
Ibidem, pág. 9.
25
José Luís Moreira da Silva, Direito Internacional e Direito do Mar, Pare II, op. cit. pág. 7
26
“A convenção de Montego Bay, foi elaborada ao longo de nove anos, desde 1973, com a 1.ª
sessão da III.ª Conferência de Direito do Mar, até ao dia 10 de Dezembro de 1982, em que foi
formalmente assinada”. Releva sublinhar que entrou em vigor apenas em 1994. Joaquim dias Marques de
Oliveira, Direito do Mar, op. cit. págs. 10; também, Nuno Marques Antunes, Estudos em Direito
Internacional Público, op. cit. pág. 17 ss.

3
A vigência da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, chegou a
ser vista por muitos como uma pura ilusão 27. Pois, em 1992, os Estados politica e
economicamente mais influentes, liderados pelos Estados Unidos, continuavam a negar-
lhe o seu voto de confiança. No entanto os Estados menos desenvolvidos,
maioritariamente da África, da Asia e da América Latina e Caraíbas, conseguiram, em
1993, reunir entre si o número de ratificações necessárias para garantir a entrada em
vigor da Convenção 28.
No escopo de apreender as razões que subjazem a todo processo que retardou a
entrada em vigor da Convenção, e que ainda hoje leva os Estados Unidos a recusar a sua
vinculação, a doutrina costuma reportar à caracterização das grandes áreas do regime
jurídico do mar consagradas pela Convenção. Assim, tem enumerado as seguintes 29:
- Mar Territorial e Zona Contígua – Parte II 30;
- Águas arquipelágicas – Parte IV 31;
- Estreitos utilizados para a navegação internacional – Parte III 32;
- Zona Económica Exclusiva – Parte V 33;
- Plataforma Continental – Parte VI 34;
O termo plataforma continental tem pelo menos dois sentidos distintos, ainda
que interligados: um sentido geo-científico; e um sentido jurídico 35.
- Alto Mar - Parte VII;
- O Regime das Ilhas – Parte VIII 36;
- Mares Fechados ou semifechados - Parte IX;
- Estados sem litoral – Parte X;
- Área – Parte XI;
- Proteção do meio marinho – Parte XII;
- Investigação Cientifica marinha – Parte XIII;
- Transferência de tecnologia marinha – Parte XIV;
- Solução de pacifica de controvérsias – Parte XV;

“Não susbsistem dúvidas de que a CNUDM “is the product of a total international social
process extending back, philosophically and historically, to the sixteenth and far beyond”. Ibidem, pág.
18.
27
Ibidem, pág. 22.
28
Até 1 de Abril de 1998, ratificaram ou acederam à Convenção 125 Estados. Portugal procedeu
à entrega do instrumento de ratificação em 3 de Novembro de 1997, juntando-se assim a outros 11
Estados da Comunidade Europeia que haviam ratificado ou acedido à CNUDM, designadamente: Áustria,
a Alemanha, a Espanha, a Finlândia, a França, a Grécia, a Holanda, a Itália, a Suécia, e o Reino Unido
(acessão em 25 de Julho de 1997); adita-se a Austrália, o Japão, a Nova Zelândia e a Federação Russa (12
de Março de 1997). Ibidem, págs. 17 – 23.
29
Ibidem, pág. 23.
30
“ fixa os limites espaciais do MT, (12 milhas náuticas), da ZC (24 milhas náuticas) e,
indirectamente, das Águas Interiores…”. “ sempre que for feita referência a um valor de distância como
limite de um espaço marítimo, e nada for indicado em contrário, entende-se que esse valor é medido a
contar das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial”. Apesar de o texto
português mencionar milhas marítimas entendemos ser mais correcta a referências a milhas náuticas.
Ibidem; pág. 23 ss; sobre os limites da Zona Contígua, Joaquim Dias Marques de Oliveira, Subsídios para
o Estudo da Delimitação e Jurisdição dos Espaços Marítimos em Angola, Coleção de Teses, Almedina,
2007, pág. 77.
31
32
33
34
35
“ o artigo 76.º n.º1, da CNUDM estatui que um Estado costeiro pode reclamar áreas do leito e
subsolo do mar além do limite das 200 milhas quando o bordo da margem continental se situe para além
daquele limite…” ibidem, págs. 326 ss.
36

4
4. Os espaços marítimos, em particular os de interesse internacional

A conferência de 1958 (das nações unidas sobre o Direito do mar), proporcionou


a assinatura dos seguintes documentos 37:
- Convenção de Genebra sobre o alto mar 38;
- Convenção de Genebra sobre o mar territorial e zona contígua39;
- Convenção sobre a plataforma continental 40;
- Convenção sobre a pesca e a conservação de recursos biológicos do alto mar 41;
- Protocolo de assinatura facultativa relativa a regulamentação obrigatória de
divergências 42.

d)- Domínio aéreo (território Aéreo)

O território aéreo engloba o espaço compreendido pelas verticais traçadas a


partir das fronteiras terrestes, podendo ainda incluir o espaço que recobre o mar
territorial, sempre que este exista 43.

2. Conceito, delimitação e regime jurídico do espaço aéreo


O território aéreo engloba o espaço compreendido pelas verticais traçadas a
partir das fronteiras terrestes, podendo ainda incluir o espaço que recobre o mar
territorial, sempre que este exista 44.

e)as zonas Ártica e Antártida

“A Zona ártica compreende ao redor do polo norte. A sua gestão obedece a


teoria dos sectores segundo a qual os Estados que fazem fronteiras com o oceano glacial
ártico tem Direito ao sector (de terra ou de mar) tendo como área de um triangulo cuja
37
A segunda conferência foi realizada em 1960, a terceira teve inicio em 1973 e terminou em
1982, nesta, chegou-se a acordo sobre as 12 milhas marítimas. Paulino Lukamba, Direito Internacional
Público, op. cit. pág. 172.
38
“ Entende-se por «alto mar» todas as partes do mar que não pertençam ao mar territorial ou às
águas interiores de um Estado”. Joaquim dias Marques de Oliveira, Direito do Mar, Almedina,
CEFOLEX, págs. 189 ss; releva referir, que o alto mar está aberto a todas as nações, por essa razão,
nenhum Estado pode submeter qualquer parte da sua soberania. Artigo 2.º da CGAM.
39
Ibidem, págs. 189 176 ss.
40
Plataforma continental é utilizada para designar: a)- O leito do mar e subsolo das regiões
submarinas adjacentes as costas mas situadas fora do mar territorial até uma profundidade de 200 metros
ou para alem deste limite até ao ponto onde a profundidade nas águas subjacentes permita a exploração
dos recursos naturais das ditas regiões; b)- o leito do mar e subsolo das regiões submarinas análogas que
são adjacentes as costas das ilhas. Ibidem, págs. 213 ss.
41
Ibidem, págs. 203 ss.
42
As divergências relativas à interpretação ou à aplicação de todas as convenções sobre o direito
do mar são da competência obrigatória do Tribunal Internacional de Justiça. Ibidem, págs. 218 ss.
43
Artigo 2.º , n.º 2 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar; artigo 1.º da
Convenção de Chicago de 1944; “os Estados exercem sobre seu espaço aéreo, soberania exclusiva que
cada Estado só vê o seu território sobrevoado por outro avião pertencente ao outro Estado, mediante a
concepção da necessária autorização”. Paulino Lukamba, Direito Internacional Público, 4ª Edição,
Escolar Editora, Lobito, págs. 196 ss.
44
Artigo 2.º , n.º 2 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar; artigo 1.º da
Convenção de Chicago de 1944; “os Estados exercem sobre seu espaço aéreo, soberania exclusiva que
cada Estado só vê o seu território sobrevoado por outro avião pertencente ao outro Estado, mediante a
concepção da necessária autorização”. Paulino Lukamba, Direito Internacional Público, 4ª Edição,
Escolar Editora, Lobito, págs. 196 ss.

5
base deste triângulo, assenta na linha de base do Estado e o vértice do triangulo, no pólo
norte” 45.

3. As fronteiras e os critérios da sua delimitação

“A 6, de Janeiro de 1916, o Instituto Americano de Direito internacional, no


decurso da sua primeira sessão em Washington, adoptou uma declaração de Direitos e
deveres das Nações, com seis artigos, dispondo o artigo 4.º o seguinte: «toda Nação tem
o Direito de possuir um território dentro de limites determinados e de exercer uma
jurisdição exclusiva sobre o território, e ao mesmo tempo sobre todas as pessoas
estrangeiras ali residentes»” 46.

3.1. Classificação dos limites 47

Na esteira da doutrina tradicional, os limites classificam-se em: limites naturais e


limites artificiais.
Os primeiros – limites naturais – definem-se em função de acidentes geográficos
no terreno 48.
Os segundos – limites artificiais – são constituídos por linhas definidas por uma
série de pontos determinados por processos de cálculo matemático 49.

3.1.1. Limites artificiais propriamente dito e limites artificiais derivados 50

3.1.1.1. limites artifificiais derivados

São os que se determinam por séries de pontos calculados por referencia a


acidentes geográficos 51.

3.1.1.1.1. limites orográficos

São os que tomam como referencia uma elevação do terreno 52.

3.1.1.1.1. Limites hidrográficos

“São os que tomam como referência as águas continentais (águas que se


interpõem entre os territórios de dois Estados), compreendendo limites fluviais, quando
se trata de um rio, e limites lacustres quando se trata de um lago ou mar interior” 53.

45
Ibidem, pág. 200.
46
A delimitação passou a ser desde a Sociedade das Nações, obrigatória, constituindo uma
condição indispensável para que um Estado seja admitido nas Nações Unidas. Ibidem, págs. 164 ss.
47
“O limite, linha que separa o território de um Estado dos territórios dos Estados vizinhos, é
fixado no terreno por meio da operação de demarcação propriamente dita, que consiste no assentamento
dos marcos, e na sua numeração” . Ibidem, págs. 165 ss.
48
Limites hidrográficos, limites orográficos, … ibidem, pág. 165.
49
Ibidem, pág. 165.
50
“Outros limites artificiais são os definidos por processos astronómicos, segundo um paralelo
de latitude ou um meridiano de longitude”. Ibidem, pág. 166.
51
Ibidem, pág. 167.
52
Ibidem, pág. 167.

6
3.1.2. Limites marítimos 54

As águas territoriais sejam continentais ou marítimas, englobam, adicionadas à


superfície das suas toalhas líquidas, a camada aérea suprajacente, a coluna híbrida
subjacente, e o leito e subsolo que lhes corresponde 55.
“A faixa de águas territoriais marítimas apresenta sempre dois limites desta
espécie: um, interior e outro exterior. Não se tratando de uma ilha a ainda contar com
uma terceira categoria: a dos limites horizontais laterais” 56.

3.1.3. Limites verticais e limites horizontais

“A classificação de limites até aqui referida prende-se com limites horizontais,


onde é dado observar algumas diferenças quanto aos regimes aplicáveis. Relativamente
aos limites verticais, nenhuma diferença há a assinalar” 57.

Os Conflitos internacionais
1. Noção, tipos e meios de solução

1.1.Noção

A sociedade internacional, nos termos em que está estruturada – principalmente


no plano jurídico – não está alheia e não deixa de sofrer as turbulências normais que a
vida em grupo reclama. Nestes termos, a operacionalidade da sociedade internacional é
susceptível de despoletar conflitos entre os sujeitos de Direito Internacional.
Os conflitos ou disputas internacionais traduzem-se em desacordo sobre certo
ponto de direito ou de facto, cujo os protagonistas são aos sujeitos de Direito
Internacional. Consistem em divergências de interesses, pretensões ou perspectivas de
direito, de facto ou de orientação política, susceptível de ameaçar a cooperação, a paz e
a segurança internacionais 58. São em geral, quaisquer litígios, questões, desacordos
entre sujeitos de Direito internacional 59.

53
“Parte da fronteira com Congo é definida a partir do Rio Zaire”. Ibidem, pág. 167.
54
“The jurisdiction of states over the continental shelf may extend beyond 200 nautical miles
measured from the relevant baselines in cases where the outer limit of the continental margin, as
established in the LOSC,” … Nuno Marques Antunes, Estudos em Direito Internacional Público, op. cit.
págs. 88 ss.
55
Ibidem, pág. 169.
56
“O limite interior corrente (ou linha de base normal) das águas territoriais marítimas é um
limite natural: a linha da base baixa-mar (art. 5.º da C.M.B.)”. Ibidem, págs. 169 ss.
57
“O limite vertical superior é a zona de transição entre o espaço aéreo, ou atmosférico próximo,
que exterior. Essa zona de transição abrange a mesosfera, a termosfera e a exosfera, e principia no limite
da estratosfera (48 quilómetros de altitude), terminando gradualmente para além dos 480 quilómetros”. O
limite vertical inferior é o centro do Globo. O subsolo do Mar Territorial estende-se teoricamente até ele”.
Ibidem, págs. 169 ss.
58
“Isso abrange, nomeadamente, questões de natureza territorial, militar, económica, ambiental,
…”. Jónatas Machado E. M. Machado, Direito Internacional, op. cit. págs. 603 ss; António Cabral de
Moncada, Curso de Direito Internacional Público, I, op. cit. págs. 33 ss; Cristina Queiroz, Direito
Internacional e Relações Internacionais, Coimbra Editora, 2009, págs. 317 ss.
59
Jorge Miranda, Direito Internacional Público, I, apontamentos, Lisboa, 1991, págs. 439 ss.

7
Os conflitos ou controvérsia internacionais significam toda oposição de
interesses ou teses jurídicas entre dois Estados – ou eventualmente grupo de Estados –
ou organizações internacionais 60. Porém, relativamente aos conflitos que envolvem os
Estados e outros sujeitos distintos são menos numerosos, a título de exemplo podemos
avocar o conflito entre a Organização das Nações Unidas e África do Sul acerca do
Sudoeste Africano, hoje Namíbia 61.
Releva referir que existem conflitos que se desenrolam no interior do Estado ou
sob a sua administração e que degeneram em conflitos internacionais, pela sua extensão
e pela sua interferência, directa ou indirecta de outros Estado e de organizações
internacionais 62. Consequentemente, ficam de fora deste âmbito os conflitos ou litígios
em que sejam partes indivíduos – por exemplo, entre Estado e um seu cidadão que
considere violado um seu direito e se dirija a uma instância internacional; ou entre uma
organização internacional e um seu funcionário 63.
Sobre a questão sub judice, entendemos ser necessário ouvir os ensinamentos da
Professora Cristina Queiroz, ao criticar a noção proporcionada pelo Tribunal
Permanente de Justiça Internacional, refere “essa definição em nada esclarece o cerne
do problema. Antes de mais, não dilucida a natureza interna ou internacional do
conflito. A divisão territorial de Estados, as duas Coreias, por exemplo, impõe que se
esclareça previamente se um assume uma natureza interna ou, ao invés, internacional”.
Continua a Senhora Professora, “As implicações internacional da insurgência, e
mais ainda, as pressões exercidas pelos novos Estados, no sentido de considerar os
“movimentos de libertação” em luta pela sua auto- determinação e indepência não como
questões de mera “guerra civil” mas como “guerras de legítima defesa” contra um
agressor ou agressores externos, têm vindo a transformar a linha divisória entre as
disputas internas e as internacionais cada vez mais incerta e fluida”64.
A existência de conflitos e disputas no seio da sociedade internacional decorre
das diferenças e dos interesses humanos, que são dos mais variados possíveis em
quaisquer campos de interesse 65. Tal como reza a historia, as causas que tem estado na
base destes conflitos são diversas – territoriais, ideológicas, estratégicas, estritamente
políticas) 66. Adita-se que muitos conflitos têm na base gravíssimos problemas
económicos, sociais, ecológicos … que subsistem por resolver 67.

60
Veja-se problemas enfrentados pela ONU com o Israel, quando do atentado contra o Conde
Bernadotte em Jerusalém. Assim, Valerio de Oliveira Mazzuoli, Curso de Direito Internacional Público,
9.ª Edição, Revista dos Tribunais, São Paulo, Brasil, 2015, págs. 1132 ss.
61
Gilmiaguene Filipe Tchipalanga, Lições de Direito Internacional Púbico, 1.ª Edição,
Integracons Editora, Huila, 2012, pág. 246.
62
Guerras civis, secessão ou colonias …ibidem, pág. 246.
63
“ Embora formalmente internacionais, estes conflitos não o são materialmente: falta-lhes
dimensão ou relevância na perspectiva da comunidade internacional; apenas conflitos entre entidades
colectivas internacionais são significativos para efeitos jurídicos específicos.” Ibidem, pág. 246; ips
verbis, Jorge Miranda, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 257 ss.
64
“A Declaração das Nações Unidas sobre Relações de Amizade e Cooperação entre Povos,
debruça-se sobre esta questão. O mesmo o faz a “Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa”,
no seu acto Final assinado em Helsínquia, em 1975”. In Direito Internacional e Relações Internacionais,
op. cit. págs. 318 ss; também, Resolução n. 2625 (XXV), de 1970.
65
Valerio de Oliveira Mazzuoli, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 1132 ss.
66
“Menos números têm sido os que envolvem Estados e sujeitos diferentes (a chamada Questão
Romana, que opôs a Santa Sé e a Itália entre 1870 e 1929 …)”. Jorge Miranda, Curso de Direito
Internacional Público, op. cit. págs. 270 ss.
67
Também é verdade que muitos conflitos têm causas de natureza moral e espiritual… Jónatas
Machado E. M. Machado, Direito Internacional, op. cit. págs. 647 ss; Gilmiaguene Filipe Tchipalanga,
Lições de Direito Internacional Púbico, op. cit. pág. 246.

8
Ressalta-se ainda, que os conflitos internacionais surgem – normalmente – em
duas circunstâncias: quando há disputa sobre o significado de norma internacional
existente ou quando a divergência na qualificação dos factos venha a motivar a criação
de uma nova regra 68. “Na primeira hipótese as partes discordam sobre o sentido da
norma, que os litigantes não compartilham. Na segunda, não há regra prévia: a
discrepância em torno da apreciação dos factos exige a elaboração de norma para fazer
cessar as pretensões antagónicas” 69.
Em síntese, esses litígios podem ter como causas de caráter jurídico: a violação
dos tratados; o desconhecimento, por um Estado, dos direitos do outro; a ofensa dos
princípios de Direito Internacional na pessoa de um cidadão estrangeiro. Podem ser
originados, ainda, por motivos políticos, tais como: choques de interesses políticos ou
econômicos; ofensas à honra ou à dignidade de um Estado 70.

1.2.Tipos e meios de solução 71

Na esteira da doutrina maioritária confronta-se a figura litígios internacionais da


expressão conflitos internacionais – que designa um estado geral de hostilidade entre
Estados 72. Porém, é comum perfilhar-se esta última, e pelas mesmas razões a
adoptamos.
Os conflitos manifestam-se algumas vezes como conflitos jurídicos – discute-se
sobre interpretação, a validade, e a aplicação de normas de Direito internacional - outras
vezes como conflitos políticos – relevam-se os interesses políticos 73.
Em sede dos conflitos jurídicos importa estabelecer a distinção entre situações e
controvérsias. Esta última pressupõe uma divergência aberta entre sujeitos
internacionais sobre um aspecto de facto ou de Direito. Ao passo que a primeira –
situação – é apenas um estado de coisas que pode provocar uma controvérsia 74.
Todavia, quer se trate de um conflito jurídico ou de uma controvérsia política, a solução
dos litígios entre os Estados implica necessariamente o acordo ou consentimento das
partes 75.
Relativamente, aos meios de solução dos conflitos internacionais a doutrina tem
proposto basicamente os seguintes 76:

68
Valerio de Oliveira Mazzuoli, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 1148 –
1149.
69
Sublinha-se as datas de 1924 ( no caso Mavrommatis) e 1962 ( no caso Sudoeste Africano)
como os dois momentos em que a TIJ, trouxe para o debate jurídico internacional a figura de controvérsia
internacional. Ibidem, pág. 1148; também, João Baptista da Silva / Milene Pacheco Kinderman, Direito
Internacional Público, Palhoça, UnisulVirtual, Brasil, 2013, pág. 207.
70
Ips verbis, ibidem, pág. 92 – 93.
71
Artigos 1.º e 33.º ss. da Carta das Nações Unidas (1945); no plano doutrinário, Gilmiaguene
Filipe Tchipalanga, Lições de Direito Internacional Púbico, op. cit. pág. 247.
72
“De acordo com esta terminologia, não unanimemente utilizada, um litígio não resolvido pode
transformar-se num conflito”. Jónatas Machado E. M. Machado, Direito Internacional, op. cit. págs. 603
ss.
73
A distinção entre conflitos jurídicos e políticos não é muito clara sobretudo pelo facto de os
conflitos jurídicos terem sempre por base uma componente política … Jorge Miranda, Direito
Internacional Público, I, apontamentos, Lisboa, 1991, págs. 441 ss; também, Eduardo Coreia Baptista,
Direito Internacional Público, II, op. cit. págs. 556 ss.
74
Ibidem, págs. 559 ss.
75
Gilmiaguene Filipe Tchipalanga, Lições de Direito Internacional Púbico, op. cit. pág. 247.
76
Jorge Miranda, Direito Internacional Público, I, apontamentos, op. cit. págs. 442 ss; Albino
de Azevedo Soares, Lições de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 426 ss; Eduardo Correia
Baptista, O Pode Público Bélico em Direito Internacional: O Uso da Força pelas Nações Unidas em
Especial, Colecção de Teses, Almedina, 2003, págs. 67 ss; em sentido divergente, na esteira de Valerio de

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- meios diplomáticos;
- meios políticos; e
- meios jurídicos.
No essencial, os mecanismos em alusão compreendem meios pacíficos de
resolução de conflitos 77. Pois, as Nações Unidas encontram-se instituídas sobre os
princípios da proibição de recurso à força por parte dos Estados e da obrigação de
resolução pacífica dos conflitos 78. Este último, integra o quadro dos princípios
fundamentais do Direito Internacional Público 79.
Por conseguinte, o eventual uso do poder público bélico cabe somente à
Organização das Nações Unidas ou a entidades por ela habilitadas – principalmente por
decisão do Conselho de Segurança 80. O poder público bélico em referência, ramifica-se
em poder público bélico em sentido estrito e uso privado habilitado. A diferença deste
último para o primeiro está em que apenas o poder público bélico em sentido estrito tem
uma condução (ou direção) pública, atualmente levado a efeito apenas pelas Nações
Unidas, enquanto que o segundo (o uso privado habilitado) tem condução privada,
sobretudo estadual ou de responsabilidade de uma organização intergovernamental 81.
Destarte, a concretização do princípio em referência – proibição de recurso à
força – depende da generalização e credibilização dos instrumentos supra enunciados 82.
Impõe-se o seguinte desenvolvimento 83:

. Meios diplomático

A modalidade em alusão elenca basicamente as seguintes figuras: a negociação, os bons


ofícios, o inquérito,

A negociação funda-se no acto pelo qual as partes litigantes entabulam


conversações seja através da troca de notas, seja através de explicações verbais entre os
representantes credenciais pelos governos em questão. “a negociação pode levar as

Oliveira Mazzuoli, as soluções pacíficas de controvérsias internacionais dividem- se em meios


diplomáticos (não judiciais), meios semi judiciais e meios judiciais. In Curso de Direito Internacional
Público, op. cit. pág. 1151; curioso é também a posição de João Baptista da Silva / Milene Pacheco
Kinderman, ao sustentarem que os meios em alusão ramificam-se em meios diplomáticos; meios
jurisdicionais; meios políticos; meios coercitivos. In Direito Internacional Público, op. cit. pág. 95;
podem ainda ser classificados como, meios que não envolvem a tomada de decisão por terceiros:
negociação, mediação, o inquérito e a conciliação; e meios que envolvem a tomada de decisão por
terceiros: a solução arbitral e a solução judicial. Cristina Queiroz, Direito Internacional e Relações
Internacionais, op. cit. págs. 317 ss; também, Gilmiaguene Filipe Tchipalanga, Lições de Direito
Internacional Púbico, op. cit. págs. 251 ss.
77
“Depois que o uso privado da força, com a Carta das Nações Unidas, passou a ser inadmissível
aos Estados, ficou sendo a solução pacífica de controvérsias o único meio juridicamente viável e
disponível para a resolução dos conflitos que entre eles possa vir a existir”. Valerio de Oliveira Mazzuoli,
Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 1149 ss.
78
Ressalta a figura do monopólio da coacção legítima da ONU. Jónatas Machado E. M.
Machado, Direito Internacional, op. cit. págs. 647 ss.
79
Valerio de Oliveira Mazzuoli, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 1132 ss.
80
“No que tange a essas entidades "habilitadas" pelas Nações Unidas, verifica-se tratar da
utilização privada da força, mas com autorização da ONU, ao que se nomina de uso privado habilitado”.
Ibidem, pág. 1149.
81
Ibidem, pág. 1149.
82
Em alguns casos o recurso a força torna-se necessariamente inevitável. Com profundidade,
ibidem, págs. 647 ss; na mesma direcção, Cristina Queiroz, Direito Internacional e Relações
Internacionais, op. cit. págs. 317 ss.
83
Nessa matéria, parece-nos feliz a proposta de Albino Azevedo Soares. In Lições de Direito
Internacional Público, op. cit. págs. 425 ss.

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partes a um acordo em que uma e outra façam concepções mútuas (transacção), à
renuncia à pretensão de uma delas (desistência), ou ao reconhecimento da pretensão da
contraparte (aquiescência)” 84.
Em relação aos bons ofícios releva referir, que há um terceiro Estado que tenta
aproximar os Estado em conflitos levando-os a abrir ou a reatar as negociações ou a
procurar outra forma de composição do conflito 85. Nesta modalidade de solução
pacífica de conflitos o terceiro interveniente não tomará parte em qualquer negociação
posterior. Pois, a sua tarefa tem que ver apenas em induzir as partes a entrarem em
acordo 86.
O inquérito consiste no desenvolvimento de uma actividade por uma ou várias
personalidades qualificadas mediante a qual se apura a verdade material de certos
factos; dá-se a partir da criação de uma comissão que vai indagar dos factos que estão
na base da controvérsia 87. “É esta característica que faz com que se distinga inquérito
da conciliação, em que a comissão encarregada de proceder ao apuramento dos factos,
emite juízos de valor sobre os mesmos e propõe aos litigantes a forma que acha mais
adequada para se pôr termo ao conflito” 88.

.Os Meios políticos

No essencial, estes mecanismos de solução pacífica de conflitos assentam em


duas perspectivas. Por um lado, compreendem as recomendações que são formuladas às
partes litigantes na formulação de processos ou métodos apropriados. Por outro lado,
refere-se que os meios políticos, podem também ser propostos no quadro dos
organismos e acordos regionais existentes 89.

.Meios jurídicos

Esta modalidade incorpora dois instrumentos: os judiciais e os arbitrais 90.


Os primeiros – meios judiciais – são obtidos por órgãos judiciários, cujo estatuto
e processo a seguir é independente da vontade das partes.
O segundo – meio arbitral – consiste numa solução arbitral, que é obtida por
meio de um árbitro ou de um colégio de árbitros (comissão ou tribunal arbitral) 91.

84
Nalgumas vezes pode ser outro sujeito de direito internacional. Ibidem, pág. pág. 219.
85
Jorge Miranda, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 344 ss.
86
A figura dos bons ofícios distingue-se da mediação, na medida em que nesta última, o terceiro
Estado toma parte nas negociações que eventualmente venham a desenrolar-se. Assim, Albino de
Azevedo Soares, Lições de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 426.
87
Ibidem, pág. 426.
88
Ibidem, pág. 426.
89
Ibidem, pág. 427; também, artigos 36.º n.º 1, 38.º, 52.º n.º 1, todos da Carta das Nações
Unidas.
90
“Estes meios jurídicos fazem recurso exclusivo à aplicação do direito internacional”. Albino
de Azevedo Soares, Lições de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 427 - 428.
91
“os tribunais arbitrais distinguem-se dos tribunais permanentes quer porque o juiz é escolhido
pelas partes, quer porque as funções começam com a atribuição de competência e terminam –
extinguindo-se o tribunal – logo que emite o acórdão … ibidem, pág. 428.

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2. As operações de paz das Nações Unidas
3. A intervenção humanitária

Responsabilidade Internacional
1.Considerações gerais
“Sempre que um sujeito de Direito viola uma norma ou dever a que está adstrito
em relação com outro sujeito (ou conjunto de sujeitos) ou sempre que, por qualquer
forma, lhe causa um prejuízo, incorre em responsabilidade; fica constituído num dever
específico para com o lesado. Nisto consiste, muito em resumo, a responsabilidade” 92.
Pois, as normas de Direito Internacional Público, como todas as normas
jurídicas, são susceptíveis de serem violadas pelos seus destinatários 93. Hoc sensu, o
ramo de Direito em referência tal como outros ramos de direito deve estabelecer
mecanismos de responsabilização.
A responsabilidade internacional funda-se concretamente na obrigação que
impende sobre os agentes dos actos violadores (ilícitos internacionais) de praticarem os
actos reparatórios necessários.

2. A responsabilidade internacional do Estado


3. A responsabilidade internacional do indivíduo

PROPOSTA DE INCLUSÃO: CAPÍTULO III – AS FONTES DO DIREITO


INTERNACIONAL

92
Jorge Miranda, Curso de Direito Internacional Público, op. cit. págs. 276 ss.
93
Joaquim da Silva Cunha / Maria da Assunção do Vale Pereira, Manual de Direito
Internacional Público, op. cit. págs. 703 ss.

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