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Marcelo Giaretta1
INTRODUÇÃO
ESTRATÉGIA E SOBERANIA
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Discente: Marcelo Giaretta – disciplina de Direito Internacional – 9º termo do curso de Direito da FIRB –
Faculdades Integradas Rui Barbosa.
Docente: Dr. Angelo Raphael Mattos.
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A faixa de mar contígua ao território dos Estados possuem designações um
tanto complexas e variadas, tais como: mar territorial, águas jurisdicionais, plataforma
continental, plataforma submarina, plataforma continental submarina, zona contígua,
zona de pesca, zona de segurança, zona de conservação, mar patrimonial, além de
outros usados como sinônimos ou designativos de pequenas diferenças.
A adoção das 200 milhas marítimas de mar territorial pelo governo do Brasil
decorreu de um conjunto de fatores ou forças que funcionaram como propulsores do
interesse governamental do país no sentido da adoção de um mar territorial brasileiro
mais extenso e que melhor se coadunasse com os interesses de então, ou seja, 200
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milhas marítimas, tentando afirmar, dessa maneira, a autonomia decisória da política
exterior brasileira, no quadro do "Brasil Grande Potência", almejado pelos militares.
Nos termos da CNUDM (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar),
em seu arts. 2º e 3º, a soberania do Estado costeiro sobre o seu território e suas águas
interiores estende-se a uma faixa de mar adjacente - mar territorial - com dimensão de
até 12 milhas marítimas (1 m.m.= 1.852 metros) a partir das linhas de base 2. Em 4 de
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As linhas de base são utilizadas como origem do mar territorial de 12 m.m., da zona contígua de 24
m.m., da zona econômica exclusiva de 200 milhas e, em alguns casos, da própria plataforma continental
jurídica. As linhas de base podem ser normais ou retas. Quando normais, elas acompanham a linha de
baixa-mar, conforme indicada nas cartas náuticas produzidas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação
(DHN) do Ministério da Marinha. Nos locais onde a linha de costa apresenta recortes profundos ou uma
franja de ilhas na sua proximidade imediata, é permitido o uso das linhas de base retas, mediante a
união de pontos apropriados, que, no caso do litoral brasileiro, constam do Decreto nº 1.290, de 21 de
outubro de 1994. As linhas de base são utilizadas como origem do mar territorial de 12 m.m., da zona
contígua de 24 m.m., da zona econômica exclusiva de 200 milhas e, em alguns casos, da própria
plataforma continental jurídica. As linhas de base podem ser normais ou retas. Quando normais, elas
acompanham a linha de baixa-mar, conforme indicada nas cartas náuticas produzidas pela Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN) do Ministério da Marinha. Nos locais onde a linha de costa apresenta
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janeiro de 1993, o Governo brasileiro sancionou a Lei nº 8.617, que tornou os limites
marítimos brasileiros coerentes com os limites preconizados pela CNUDM.
recortes profundos ou uma franja de ilhas na sua proximidade imediata, é permitido o uso das linhas de
base retas, mediante a união de pontos apropriados, que, no caso do litoral brasileiro, constam do
Decreto nº 1.290, de 21 de outubro de 1994.
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regime político e sua elite social. Tradicionalmente, portanto, segurança tem quase,
exclusivamente, envolvido questões militares e ameaças ao Estado.
Dito isto, a zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar
territorial e a este adjacente" (CNUDM, art. 55) e, não se estenderá além de 200
milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar
territorial (CNUDM, art. 57).
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pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), tem por objetivo
identificar os recursos vivos e estabelecer o potencial de sua captura na ZEE brasileira.
O Estado costeiro, tendo em conta os melhores dados científicos de que disponha,
assegurará, por meio de medidas apropriadas de conservação e gestão, que a
preservação dos recursos vivos de sua zona econômica exclusiva não seja ameaçada
por um excesso de captura. (CNUDM, art. 61, par. 2).
PLATAFORMA CONTINENTAL
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Esta definição de plataforma continental, tem um enfoque jurídico (PCJ) e
pouco tem a ver com o conceito fisiográfico ou geomorfológico de plataforma
continental (PCG). A PCG é uma área plana, com relevo muito suave e gradiente
sempre inferior a 1:1000. Mundialmente, está limitada a profundidades menores que -
460m, com predominância de profundidades inferiores a -185m, razão pela qual
comumente se utiliza a isóbata de 200 m como o limite da PCG. A sua largura varia de
poucas milhas a mais de 200 milhas marítimas 3. Sua borda externa ou "quebra da
plataforma" é marcada quando o gradiente passa, bruscamente, de menos de 1:1000
para maior do que 1:40.
Nos casos em que a PCJ de um Estado costeiro assumir uma extensão de até
200 m.m., o conceito de ZEE é mais abrangente e, implicitamente, engloba o conceito
de PCJ. Da definição de PCJ, deduz-se que a extensão mínima da PCJ brasileira será de
200 m.m., e, neste caso, coincidirá com a ZEE brasileira.
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aquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu
subsolo ou só podem mover-se em constante contato físico com esse leito
ou subsolo." (CNUDM, art. 77, par. 4).
a) uma linha unindo pontos nos quais a espessura das rochas sedimentares
seja pelo menos 1% da distância mais curta entre esse ponto e o pé do talude
continental;
b) uma linha unindo pontos fixos situados a não mais de 60 milhas
marítimas do pé do talude continental.
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Uma vez determinado o bordo exterior da MCJ por qualquer dos critérios
retromencionados, o parágrafo 5º do artigo 76 estabelece que: Os pontos fixos que
constituem a linha dos limites exteriores da plataforma continental no leito do mar,
devem estar situados a uma distância que não exceda 350 milhas marítimas da linha
de base a partir da qual se mede a largura do mar territorial ou a uma distância que
não exceda 100 milhas marítimas da isóbata de 2500 metros, que é uma linha que une
profundidades de 2500 metros.
O limite da PCJ além das 200 m.m. será traçado unindo, mediante linhas retas,
que não excedam 60 milhas marítimas, pontos fixos definidos por coordenadas de
latitude e longitude. (CNUDM, art. 76, § 7º).
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exploração dos recursos não apenas no espaço marítimo, mas também em terra, por
intermédio de diferentes atividades econômicas relacionadas ao mar. Embora não seja
objeto, cabe mencionar a importância do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
(Lei n o 7.661, de 16 de maio de 1988).
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A economia do mar no Brasil contempla atividades econômicas que apresentam
influência direta do mar, incluindo-se as atividades econômicas que não têm o mar
como matéria-prima, mas que são realizadas nas suas adjacências. A abordagem
envolve aspectos das atividades econômicas marítimas (diretamente relacionadas ao
mar), enquanto considera o conjunto das atividades econômicas desenvolvidas
(indiretamente relacionadas ao mar) nas cidades brasileiras. Ao longo dessa definição,
obtém-se uma abordagem geral da economia do mar, acordando as características
geográficas e econômicas, que tem entre os estados litorâneos os maiores
contribuintes em termos de PIB para a economia nacional – grande parte da atividade
industrial desenvolve-se nas cidades à beira-mar.
Esse tamanho, misturado com uma grande Zona Econômica Exclusiva do país
para atividades no mar, representam um potencial significativo para o setor no
Brasil, por mais que ele não necessariamente seja concretizado.
Por isso, o PIB do mar englobando atividades mais indiretas sempre será
maior que as diretas. O Brasil tem uma zona costeira com forte concentração
industrial, no litoral ou perto, e muitas regiões metropolitanas também em zonas
litorâneas, isso faz com que a economia do mar considerando tudo isso seja mais
alta.
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do talude continental, em lâmina d’água maior de 700 metros, abrindo desta forma
uma nova fronteira exploratória e um novo patamar tecnológico de produção de
hidrocarbonetos. A produção destes campos é um processo dispendioso e que requer
uma tecnologia específica e precisa devido aos riscos ambientais envolvidos.
Entretanto, os volumes de óleo encontrados nos campos de água profunda justificam o
desenvolvimento desta nova tecnologia de produção e hoje a Petrobras tem
completado rotineiramente poços em lâminas d’água profundas, com poços
produtores situados em lâminas d’água maiores que 1.870 m e poços exploratórios
situados em profundidades próximas de 2.800 metros.
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sedimentar é obtida através de levantamentos sísmicos. A exploração e a produção de
petróleo são atividades que requerem extremo cuidado em relação à preservação
ambiental. A Petrobras, através de seus diversos órgãos operacionais e de seu centro
de pesquisas, desenvolveu procedimentos e tecnologias para evitar, detectar e
minimizar danos ao meio ambiente causados por acidentes em suas operações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mar territorial é a parte do território do Estado que avança pelo mar. Por tal
motivo, todas as normas relativas ao território têm aplicação ao mar territorial, não
havendo qualquer distinção, do ponto de vista jurídico, entre a parte terrestre e a
parte marítima do território de um Estado. Dessa maneira, quando ocorre a ampliação
do mar territorial de um Estado isso quer dizer que o próprio território desse Estado é
que foi aumentado.
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REFERÊNCIAS
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília: Rio de Janeiro. Ipea, 2022.
Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/11092/1/td_2740.pdf.
Acesso em 17/04/2023.
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