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Geografia

Professor João Felipe


Módulo Esparta – Aula 02
A CNUDM (Montego Bay) e a
Amazônia Azul
As crescentes discussões acerca das formas de
apropriação e utilização dos recursos marinhos
fizeram com que a Assembléia Geral das Nações
Unidas organizasse a 3ª Conferência sobre Direito do
Mar. Iniciada em 1973, e concluída em 1982, em
Montego-Bay na Jamaica, a Conferência resultou na
assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito o Mar (CNUDM).
A CNUDM representou uma verdadeira codificação do
direito do mar passando as normas escritas a
substituírem as práticas costumeiras dos Estados, que
agora encontravam neste Tratado a regulação quanto
as suas relações com o oceano.
Consolidando a prática da divisão dos oceanos em
diversos espaços, a CNUDM trouxe a normatização
dos espaços já anteriormente existentes, como o Mar
Territorial e a Plataforma Continental, além de criar
regiões marítimas até então inexistentes, como a
Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e os Fundos
Marinhos.
Mar Territorial é um espaço marítimo que se estende da
linha de base (da costa) até 12 milhas dentro do qual o
Estado costeiro dispõe de direitos soberanos idênticos aos
de que goza em seu território.
Zona Contígua é um espaço marítimo que se estende de
12 a 24 milhas, dentro do qual o Estado mantém controle,
com o propósito de evitar ou reprimir as infrações às suas
leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração,
sanitários ou de outra natureza no seu território ou mar
territorial.
Zona Econômica Exclusiva (ZEE): é uma faixa de mar
adjacente ao mar territorial. Ela estende-se a partir das
linhas de base do mar territorial e não deve exceder o
limite máximo de 200 milhas. Na ZEE os Estados
costeiros exercem soberania sobre os recursos naturais,
vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do
mar, do solo e do subsolo marinhos. Cabe aos Estados
costeiros tomar as medidas necessárias (incluindo
visitas, inspeções, apresamentos e medidas judiciais)
para garantir o cumprimento das leis que regem o
aproveitamento, a exploração, a conservação e a gestão
dos recursos vivos na ZEE.
Plataforma Continental: é o prolongamento natural do
continente terrestre sob o oceano. Compreende o solo e o
subsolo das áreas submarinas além do mar territorial.
Pode prolongar-se além das 200 milhas marítimas, até um
limite máximo de 350 milhas marítimas, desde que a
distância não exceda a isóbada (linha de pontos com
mesma profundidade) de 2.500 metros. Os Estados
costeiros exercem o direito de exploração e
aproveitamento dos recursos naturais (vivos ou não).
Porém, deverá efetuar pagamentos ou contribuições
relativos ao aproveitamento dos recursos não-vivos da
plataforma continental por intermédio da Autoridade
Internacional dos Fundos Marinhos.
A marca “Amazônia Azul”
consta no banco de dados
do Instituto Nacional de
Propriedade Industrial
(INPI) como evento
cultural e político oficial da
Marinha do Brasil (MB),
desde 14 de agosto de
2008, registrada pela
Diretoria de Marcas
(DIRMA) de acordo com a
Nota Técnica nº 032/2008
– INPI/DIRMA.
LEPLAC
O Plano de Levantamento da Plataforma Continental
Brasileira (LEPLAC) é o programa do Governo Brasileiro,
instituído pelo Decreto n° 98.145/1989, cujo objetivo é
estabelecer, no seu enfoque jurídico, o limite da Plataforma
Continental além das 200 milhas da Zona Econômica
Exclusiva (ZEE), em conformidade com os critérios
estabelecidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar (CNUDM), que foi assinada e ratificada pelo
Brasil.
A CNUDM entrou em vigor em 16 de novembro de 1994 e
o Brasil, a partir daí, teria um prazo de dez anos para
concluir as atividades do LEPLAC e submeter, à Comissão
de Limites da Plataforma Continental (CLPC) das Nações
Unidas, o limite exterior da Plataforma Continental Jurídica
(PCJ).
Estação científica e farol da Ilha de Belmonte, arquipélago de São Pedro e
São Paulo
Em abril de 2007, após concluir a análise da nossa
proposta, a CLPC encaminhou suas recomendações ao
Governo brasileiro. Essas recomendações, ora sob
análise dos aspectos técnico-científicos, não atendem ao
pleito brasileiro na totalidade, o que indica que o Brasil
não deva aceitá-las. Assim, de um total aproximado de
960 mil km2 de área reivindicada, além das duzentas
milhas náuticas, a CLPC não concordou com cerca de
190 mil km2, distribuídos nas seguintes áreas da
plataforma continental brasileira: Cone do Amazonas,
Cadeias Norte-Brasileira e Vitória-Trindade e Margem
Continental Sul. A área não aceita pela CLPC
corresponde, aproximadamente, a 4,2% da área de
nossa Amazônia Azul e a 19% da área da nossa
plataforma continental estendida.
Brasil apresenta proposta para exploração mineral no
Atlântico Sul
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentou à
Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA),
plano de trabalho para exploração mineral de uma área de
3 mil km² localizada em águas internacionais do Atlântico
Sul, numa região conhecida como Elevado do Rio
Grande, situada a mais de 1.500 km da costa brasileira. A
proposta brasileira que foi encaminhada à ISBA no dia 31
de dezembro, foi elaborada com base nos dados
coletados pelo Programa de Prospecção e Exploração de
Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e
Equatorial (PROAREA), que está sendo desenvolvido pela
CPRM, com a finalidade de ampliar a presença do Brasil
em águas internacionais do Atlântico Sul.
De acordo com Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos
Minerais da CPRM, estudos preliminares revelaram o potencial
mineral da região, onde foram encontradas crostas
ferromanganesíferas com indícios de ferro, manganês e cobalto.
“Além do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em
seu bojo a formação de recursos humanos e o desenvolvimento
tecnológico”, avalia Ventura.
O diretor explica que a proposta apresentada à ISBA foi
aprovada pela Comissão Interministerial para os Recursos do
Mar (CIRM), tendo em vista, que os estudos feitos durante uma
série de expedições realizadas pela CPRM na região nos
últimos anos, indicarem o potencial mineral da área requerida. A
expectativa é de que, a proposta brasileira seja aprovada ainda
este ano.(...)
http://www.cprm.gov.br/publique/Noticias/Brasil-apresenta-
proposta-para-exploracao-mineral-no-Atlantico-Sul-2973.html
15-04-2014
ZOPACAS
(1ª FASE DE 2016) País de território misto, marcado a um
só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Brasil
tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica
relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria do
poder terrestre (Mackinder), importantes questões para a
discussão de uma visão estratégica contemporânea, em
um contexto em que há um importante aumento da
estrutura política e econômica do país no cenário mundial.
Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e
geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder
e a “grande estratégia” do Brasil para o Século XXI. São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com
adaptações).
Tendo como referência inicial o trecho do texto de
Ronaldo G. Carmona, julgue (C ou E) os itens
seguintes, acerca de continentalidade, maritimidade e
geopolítica brasileira no século XXI.
1. A vasta extensão territorial do Brasil, que
corresponde a 47% do território sul-americano, indica
a necessidade de segurança das fronteiras com seus
países vizinhos, de responsabilidade dos órgãos de
segurança pública, da Secretaria da Receita Federal e
das forças armadas.
2. Em relação à segurança nacional, as bacias
hidrográficas amazônica e do Paraguai são
consideradas não prioritárias, em razão de seu
isolamento e distanciamento em relação aos grandes
centros urbanos do centro-sul do país e também da
ocupação rarefeita da população nas regiões onde se
situam.
3. A Política de Defesa Nacional destaca a
importância do controle e defesa dos chamados ativos
estratégicos do Brasil: fontes de água doce e de
energia, biodiversidade, imensas reservas de recursos
naturais e extensas áreas a serem incorporadas ao
sistema produtivo nacional.
4. O fato de o Brasil possuir um vasto litoral com
importantes reservas de recursos naturais é, por si só,
indicativo de que o país deve investir na força naval
de defesa de seu território oceânico.

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