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Faustino César Prof.

Doutor Adriano Macia


João Passos Profa. Doutora Daniela De Abreu
Lourindo Manhique dra. Damboia Cossa
Orquídea Vilanculos
Sílvio César
Maputo, Julho de 2021
Introdução
 Durante muito tempo, o mar foi visto apenas pelo aspecto
pesqueiro, com o tempo e com os avanços tecnológicos
alcançados passou a ser visto também com interesses
económicos de exploração de seus recursos minerais e
energéticos;

 O fim de um processo que deveria dar maior certeza quanto à


validade das reivindicações à jurisdição marítima pelos Estados
foi marcado pela conclusão da CNUDM (1982, 1982) levando a
criação da Zona Económica Exclusiva (ZEE) e na definição de
regras, direitos e deveres ordenados na CNUDM
Introdução
 A ZEE contêm uma vasta variedade de recursos vivos e
não vivos que constituem uma importante fonte de
alimentos para o consumo humano e suscitam não só o
interesse do Estado costeiro, mas também dos outros
Estados.
Objectivos
Geral
 Compreender a Zona Económica Exclusiva (ZEE).

 Especificos

 Indicar a origem/antecedentes históricos da ZEE;

 Descrever a ZEE de Moçambique (Extensão, limites e direitos);

 Falar da disputa, stocks transfronteiriços e seu impacto na definição


da Zona Económica Exclusiva;

 Descrever importância da Zona Económica Exclusiva de


Moçambique.
Metodologia
 Para a realização deste trabalho foi realizada uma revisão
bibliográfica (Leitra de livros, artigos científicos e
pesquisas pela internet).
Antecedentes históricos da ZEE
 Convenção das Nações Unidas Sobre o Direito do Mar
(CNUDM)
 Normalização sobre o direito do mar em quatro documentos;

 Em 1960, tentou-se alcançar um novo acordo na IIª CNUDM e


desenvolveu-se o conceito de Zona de Pesca Exclusiva (ZPE);
 Durante a IIIª CNUDM (10 de dezembro de 1982) os Estados
apresentaram propostas sobre a ZEE que coincidiram
essencialmente em três pontos:
1. A ZEE incluiria a coluna de água, fundo marinho e subsolo
situados além do Mar Territorial o Estado costeiro teria
direitos exclusivos sobre os recursos aí existentes ;
Antecedentes históricos da ZEE
2. A extensão máxima seria de 200 milhas náuticas a contar das
linhas de base a partir das quais se medem o Mar Territorial;
3. Os direitos do Estados costeiro referir-se-iam aos recursos
naturais aí existentes e não ao espaço marítimo em si.

Fig.1: zonas exclusivas do mundo


Conceitos estabelecidos pela CNUDM
 Mar territorial: zona de soberania do Estado com uma
largura limite de 12 milhas náuticas contadas a partir das
linhas de base;
 Zona contigua: A Lei do Mar fixa o limite desta faixa
marítima em 24 milhas náuticas, medidas a partir das linhas
de base;
 Plataforma continental: até a distância de 200 milhas
marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a
largura do mar territorial;
Conceitos estabelecidos pela CNUDM
 Zona Económica Exclusiva: zona situada para além do mar
territorial e a este adjacente, sujeita a um regime jurídico específico
estabelecido, segundo o qual os direitos e jurisdição dos Estados
costeiros e liberdades dos demais Estados são regidos pelas
disposições pertinentes na Convenção;
 ZEE pela Lei do Mar é de 200 milhas náuticas
Zona Económica Exclusiva de
Moçambique
 De acordo com o Artigo da lei n.o20/2020 de 08 de Novembro, a
ZEE da República de Moçambique estende-se até a distância de
200 milhas náuticas, medidas a partir da linha da base.
 A ZEE possui uma area de 578 986 Km².
Direitos e deveres do estado
Moçambicano na ZEE
 Direito de soberania para fins de exploração e aproveitamento,
conservação e gestão dos recursos naturais;

 Jurisdição, no entanto, respeitando os princípios da CNUDM


em relação a: estabelecimento e utilização de ilhas artificiais,
instalação e estruturas; Investigação científica marinha;
Protecção e preservação do meio marinho.

 Outros direitos e deveres previstos na CNUDM.


Disputa e conflitos na ZEE
 Caso Espanha/Canadá ou Guerra do linguado17 (CIJ,
1998)
Em 1995, houve um problema de pesca do linguado por navios
de pesca da Espanha, em alto-mar, além da zona de pesca do
Canadá;
 No mesmo dia, a Embaixada do Reino da Espanha no Canadá
enviou duas notas ao Ministério das Relações Exteriores e
Comércio Internacional, condenando categoricamente a
perseguição dos navios espanhóis pelos barcos da Marinha
canadense;
 em abril de 1995, é assinado um acordo de pesca entre a
Comunidade Europeia e o Canadá que pôs provisoriamente
fim ao conflito.
Disputa e conflitos na ZEE
Conflitos Fronteiriços entre República Democrática do
Congo e Angola

 Este conflito materializa-se na indefinição das fronteiras


marítimas angolanas e a República Democrática do Congo,
face a exploração de recursos de hidrocarbonetos;

 Adoptou-se contratos prévios para permitir a actividade entre


os dois países enquanto, procura-se uma solução definitiva
para a delimitação da zona marítima de exploração de
hidrocarbonetos.
Potências conflitos na ZEE de Moçambique
 As possíveis ameaças de confrontação marítima em
Moçambique podiam advir, hipoteticamente da Tanzânia ou da
África do Sul países que partilham fronteiras marítimas a Norte
e a Sul;
Importância da zona Económica exclusiva de
Moçambique
A Zona Económica Exclusiva de Moçambique assume um lugar
de relevo no contexto político, económico e social, das quais se
destacam:

 Transporte Marítimo e Portos;


 Pesca, Aquacultura e Industria Pesqueira;
 Turismo Marítimo de Praia;

 Exploração de Recursos Energéticos e Minerais.


Conclusão
 A zona económica exclusiva tem origem pela primeira pela
convenção das Nações Unidas Sobre o Direito do Mar (CNUDM)
em 1958 em genebra com a presença de 86 Estados;
 A ZEE estende-se até a distância de 200 milhas náuticas, medidas a
partir da linha da base, da qual se mede o mar territorial e possui
uma área de 578 986 Km²;
 Alguns exemplos de conflitos ao longo da ZEE foram caso
Espanha/Canada ou Guerra do linguado 17(CIJ, 1998) e conflitos
fronteiriços entre República Democrática do Congo e Angola;
 A ZEE assume grande importância no contexto político, económico e
social.
Referências bibliográficos
 Albuquerque, L. e J. Nascimento (2001). Os Princípios da Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. Vocabulário Jurídico.
Rio de Janeiro: Forense.
 Gomes, E. B e Przybyzesk, S. (2010). A normatização da delimitação
marítima internacional na Convenção de Montego Bay de 1982 e a
jurisprudência da Corte Internacional de Justiça. 8. Curitiba. pp 167-190.
 Kaye, S. (2010). Indian Ocean maritime claims. Journal of the Indian
Ocean Region. 6 (1): 113-128.
 Monteiro, T. M. R. (2017). Regime Jurídico da Zona Económica
Exclusiva: Direitos de Soberania Sobre os Recursos Vivos. Universidade
de Lisboa. pp 130.
Referências bibliográficos
 Oliveira, F.M. (2017). A Delimitação das Fronteiras Marítimas e a
Potencialidade da Exploração dos Recursos Hidrocarbonetos como Elemento de
Delimitação de Fronteiras Marítimas: o Caso de Angola. Tese de Mestrado.
77pp. Lisboa, Universidade Católica Portuguesa.
 Simango, S.O.E. (2013). O Exercício do Poder Público em Espaços de Soberania
e Jurisdição Marítima: Um Potencial Estratégico para o Desenvolvimento da
Economia Moçambicana. Tese de Mestrado, 109pp. Lisboa, Universidade
Católica Portuguesa.
 Toledo, A. P. e B. T. O. Naves. (2017). IV Congresso Internacional de Direito
Ambiental: Direito Internacional do Meio Ambiente. Disponível em:
https://www.conpedi.org.br/publicacoes/t5ssa9m9/3bo57c8i/qb1G1GDNjcU8A0c
4.pdf. Acessado aos: 20 de Junho de 2021
Obrigado pela atenção dispensada!!!

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