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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Ciências e Tecnologia


Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas

 Conceitos Introdutórios
 Legislação Aplicada a GIBH / Quadro Legal

Júlio Pacheco
jpachecobuzi@yahoo.com.br
Água um direito humano

Comitê das NU dos direitos económicos, Sociais e Culturais,


comentário geral ao direito de acesso a água (2002)

“todos tem direito a "suficiente, segura, satisfatória,


fisicamente acessível e água disponível para usos pessoal e
doméstico ”

Assembleia Geral das NU a 28 Julho 2010 Adoptou uma resolução


que declara:

“ acesso a água limpa e saneamento é um direito humano


fundamental ”
Ciclo Hidrologico ?

?
Etapas do Ciclo Hidrológico

 Evaporação (Sol vento; agua suspensa na atmosfera)

 Evapotranspiração (devolução atmosfera água dos seres vivos)

 Condensação (nuvens e neblina)

 Precipitação ( gotas de água, chuva, granizo, neve)

 Deslizamento (deslizamento e escoamento superficial/subterraneo)

 Infiltração (formação de aquíferos e lençóis freáticos)


Bacia Hidrografica

?
Bacia Hidrografica

A bacia hidrográfica, por definição, é uma área


fisiográfica, delimitada por divisores topográficos,
na qual toda a água que incide, converge para o
mesmo ponto, chamado de exutório
Paradigmas Evolução da GIRH

1. Desenvolvimento dos RH (1960 - 1970)

 A água é um recurso para ser explorado


 Engenhaeiros e gestores “prever e prover”
 Ênfase na infraestrutura
 Projetos individuais
j
Paradigmas Evolução da GIRH

2. Gestão de recursos hídricos (1980 - 1990 )

 Reconhecimento de que a água pode ser


superexplorada
 Reconhecimento das restrições ecológicas e
sociais
 Planejamento regional e nacional ao invés
da abordagem de um projeto
 Medidas com foco nas demandas
Paradigmas Evolução da GIRH

3. Gestão Integrada de Recursos Hídricos


(1990 - presente)

 Gestão de águas inserida numa política global de


desenvolvimento sócio-econômico, planejamento
físico e proteção ambiental
 Participação pública
 Foco na sustentabilidade
Paradigmas Evolução da GIRH

Tony Allan descreveu a evolução da GRH em cinco paradigmas da gestão de


águas.

1. Pré-moderno

2. Paradigama Industrial com sua "missão hidráulica“.

3. paradigma Verde que reconhecia a necessidade de


respeitar o meio ambiente.

4. O paradigma Econômico que enfatizava o valor


escasso da água e o papel dos instrumentos
econômicos na resolução de alguns dos desafios.

5. Paradigma da GIRH que tenta utilizar uma perspectiva


holística.
Crise de Água no
Planeta
Crise de Água no Planeta

 Muitos rios não mais alcançam os mares ou Oceanos;

 Metade da população do mundo em desenvolvimento está


exposta a fontes de água poluída o que aumenta a incidência
de doenças.

 Na década de 1990, 90% dos desastres naturais foram


relacionados com a água

 Para os próximos 50 anos, o aumento no número de pessoas


de 6 bilhões para 9 bilhões será a principal razão para gestão
dos recursos hídricos.
Crise de Água no Planeta

 20% da população mundial habita regiões semi-


áridas e desertos;

 44% da precipitação são acessíveis por reservatório e


barragens;

 1/3 da precipitação mundial se encontra na América


do Sul e Caribe;

 Países do Norte da África apresentam 100 mm anuais


de precipitação. A menor registrada, apesar de sua
maior taxa de evaporação;
Legislacao Aplicada a GIBH
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Convenções,
Tratados , Acordos
Quadro Jurídico Internacional
(Convenções)

Convenção sobre a instalação de forças hidráulicas de interesse


de vários estados, adotada em Genebra aos 9 de dezembro de
1923.
 Condições de aproveitamento das forças hidráulicas de interesse
para diversos Estados;

 partilha do recurso é satisfatória, interesses dos Estados são


complementares e susceptíveis de serem equilibrados,

Convenção sobre a proteção e o uso dos cursos d’água


transfronteiriços e dos lagos internacionais (Helsinque, 1992).

 Direitos e deveres ambientais relativos ao uso múltiplo das águas,

 Direito dos Usos dos Cursos de Água Internacionais para Fins


Distintos da Navegação;
Quadro Jurídico Internacional
(Convenções)

Convenção de Ramsar - Zonas úmidas

O conceito "zonas úmidas" surgiu com esta convenção para se


referir não apenas aos ambientes úmidos naturais, como também
aos artificiais, indo desde mares e lagos até represas e açudes.

Inicialmente só eram considerados os ambientes úmidos naturais,


pois originalmente o objetivo da Convenção de Ramsar era a
preservação dos ambientes utilizados por aves migratórias.
Atualmente, podemos definir zonas úmidas como ecossistemas de
interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou
costeiros, naturais ou artificiais, que são permanentemente ou
periodicamente inundados por águas rasas ou com solos
encharcados.

As águas das zonas úmidas podem ser doces, salobras ou salgadas,


e possuem comunidades de plantas e animais adaptadas à sua
dinâmica

O dia 2 de fevereiro é considerado o Dia Mundial das Zonas Úmidas;


data que marca a adoção da Convenção de Ramsar, em 1971
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM),

Fonte : Almirante Nuno Matias, 2012


Protocolo/tratados dos cursos de água
partilhados (SADC)

Em 1995, na cidade de Johanesburgo, África do Sul, foi criado o


protocolo dos cursos de água partilhados na SADC - um dos
primeiro protocolo setorial desta comunidade

 Comissão Internacional do Congo-Oubanqui-Sanqha (CICOS)


 Comité Técnico Permanente Tripartido do Nkomati
 Autoridade do Lago Tanganica (LTA)
 Comissão da Bacio do Rio Zambeze (ZAMCOM)
 Comissão Conjunta da Bacia Hidrográfica do Rio Rovuma
 Comissão Permanente da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango
(OKACOM)
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Quadro Jurídico Nacional

 Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas

 Lei nº 4/96 de 4 de Janeiro; Lei do Mar;

 Diploma Ministerial nº 18/2004 – Qualidade dá água para


consumo Humano;

 Decreto nº 72/98 de 23 de 23 de Dezembro aprovado pela


resolução 7/95 – Politica Nacional de águas.

 Decreto nº 495/73 determina medidas de protecção contra a


poluição das águas, praias e margens do ultramar .

 Estratégia Nacional De Gestão De Recursos Hídricos,


Agosto De 2000
Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas

Lei de Águas, 8 capítulos, 76 artigos,

Capitulo I Disposições preliminares;

Capitulo II Politica geral de gestão da águas

Capitulo III Utilização das águas;

Capitulo IV Proteção qualitativa das águas;

Capitulo V Efeitos Nocivos da água;

Capitulo VI Águas subterrâneas;

Capitulo VII Infrações, sanções e penalizações

Capitulo VIII Disposições gerais, finais e transitórias,


Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas
 Lei do Mar, Lei 4/96 de 4 de Janeiro
 Politica de Águas, Decreto 72/98 de 23 de Dezembro
Lei do Mar lei 4/96 de 4 de Janeiro,
8 capítulos, 35 artigos,

Capitulo I Disposições gerais;

Capitulo II Zonas Marítimas

Capitulo III Domínio publico Hídrico

Capitulo IV Embarcações

Capitulo V Industria Marítima

Capitulo VI Regime Laboral Maritimo

Capitulo VII Administração Maritima

Capitulo VIII Disposições Finais


Lei do Mar lei 4/96 de 4 de Janeiro
Politica Nacional de Aguas- Decreto 72/98 de 23 de Dezembro
Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro

Capitulo I Disposições gerais;

Capitulo II Do quadro de Gestão Delegada

Capitulo III Do Regime de Gestão Delegada

Capitulo IV Disposições Finais

Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro

Anexo: Contém apenas 6 artigos - Criação do FIPAG


Politica Nacional de Águas, Decreto 72/98 de 23 de
Dezembro
Politica Nacional de Aguas- Decreto 72/98
Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro
Decreto 495/73
Diploma Ministerial nº 18/2004 –Qualidade da água para
consumo Humano
ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Agosto de 2000
Enquadramento Legal e Institucional

Legal

A Lei de Águas e os respectivos regulamentos, e a Política de Águas


constituem instrumentos legais importantes na gestão dos recursos
hídricos em Moçambique. A lei em conformidade com a consagração
constitucional estipula que a água de domínio público compreende todas
as águas do interior (lagoas e albufeiras), as águas superficiais, os leitos
dos rios e a água subterrânea.

Envolve transversalmente vários sectores, a coordenação intersectorial é


essencial na gestão integrada dos recursos naturais. Deste modo,
harmoniza-se com outras leis relacionadas, nomeadamente: a legislação
agrária, ambiental, mineira, do mar, das pescas, da energia, relacionada
com administração estatal e outras relevantes.
Enquadramento Institucional

Estabelece que o Ministério das Obras Públicas e Habitação através


da Direcção Nacional de Águas, a nível central, é a principal
instituição responsável pela GRH

Reconhecendo que a GIRH requer a coordenação intersectorial, o


quadro legal cria o Conselho Nacional de Águas, Órgão Consultivo do
Conselho de Ministros,

No âmbito da gestão operacional dos RH, (desconcentração e


descentralização) criando as Administrações Regionais de Águas em
conformidade com as regiões de jurisdição de cada uma consoante as
bacias hidrográficas a ela adstritas.

O quadro legal promove a participação pública do sector privado e


das partes interessadas, ao mesmo tempo que, o Governo abandona
a prestação directa de serviços.
Objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos
Hídricos

O principal objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos


Hídricos é a implementação efectiva da Política de Águas( Decreto
72/98 ), cuja meta compreende:

 Satisfação das necessidades básicas de abastecimento de água


para o consumo humano,

 Melhoramento do saneamento,

 Utilização eficiente da água para o desenvolvimento económico,


água para conservação ambiental,

 Redução da vulnerabilidade à cheias e secas,

 Promoção da paz e integração regional, e

 Garantir os recursos hídricos para o desenvolvimento de


Moçambique.
Organização da Estratégia

Especificamente a estratégia é agrupada em oito capítulos:

 Capítulo 2: Gestão dos Recursos Hídricos;


 Capítulo 3: Serviços de Abastecimento de Água e Saneamento;
 Capítulo 4: Água para o Desenvolvimento Sócio – Económico;
 Capítulo 5: Aspectos Económicos e Financeiros;
 Capítulo 6: Participação do Sector Privado;
 Capítulo 7: Questões de Género;
 Capítulo 8 Coordenação Institucional
 Capítulo 9: Capacitação Institucional.
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Legislação (Complementar)

Lei de Terras, Lei 19/97 de 1 de Outubro

CAPÍTULO II
• Artigo 6 : Domínio público
• Artigo 7 : Zonas de protecção total
• Artigo 8 : Zonas de protecção parcial
• Artigo 20: Licenciamento e DUAT

Regulamento da Lei de Terra Decreto 66/98 de 8 de Dezembro


Lei de Minas , Lei 14/2003, de 26 de Julho.
•Artigo 15: licença ambiental e DUAT
•Artigo 37: Classificação ambiental das actividades mineiras.

Lei de Florestas e Fauna Bravia, Lei 10/99, de 07 de Julho


Capítulo II
• Protecção dos Recursos Florestais e Faunísticos

• Artigo 10
a)parques nacionais;
b)reservas nacionais;
c)zonas de uso e de valor histórico cultural.

• Artigo 32 : - Períodos de defeso


Lei de Ordenamento do Território, Lei n° 19/2007 de 18 de Julho;

Lei de Pescas, Lei nº 3/90 de 26 de Setembro;

Lei do Turismo, Lei nº 4/2004 de 17 de Junho;

Entre outras Leis ...


Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Rios que nos separam, águas que nos unem..
Amparo S. Rosado

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