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Lito Saide Dinesse Iassine

O Mar Territorial

Universidade Rovuma

Unirovuma

2023
Lito Saide Dinesse Iassine

O Mar Territorial

Trabalho de caracter avaliativo da cadeira


de Direito do Mar, com Tema: Mar
Territorial, orientado pelo Dr: Dilson
Lourenço.

Universidade Rovuma

Unirovuma

2023
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Índice

1. Introdução ........................................................................................................................................2
2. Objectivos: .......................................................................................................................................2
2.1. Objectivos gerais: .....................................................................................................................2
2.2. Objectivos específicos:.............................................................................................................2
1. Mar territorial ...................................................................................................................................3
1.1. Limitação a jurisdição do estado sobre o mar territorial ..........................................................3
1.1.1. Composição do espaço marítimo .....................................................................................4
1.2. O direito de passagem e passagem inocente ............................................................................5
1.3. A convenção também define o que seria passagem avançada: ..............................................6
2. Imunidade de jurisdição civil ...........................................................................................................7
3. Imunidades de navios de estados estrangeiros .................................................................................7
4. A prática internacional. As convenções internacionais relativas ao mar .........................................8
5. Conclusão .........................................................................................................................................9
6. Bibliografia ....................................................................................................................................10
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1. Introdução

O presente trabalho faz parte da cadeira de Direito do Mar, e tem como tema: O Mar
Territorial. Portanto, ao decorrer deste, irei abordar aspectos pertinentes ao tema em alusão
tal como Limitação a jurisdição do estado sobre o mar territorial, o direito de passagem e
passagem inocente e a prática internacional bem como as convenções internacionais relativas
ao mar, entre outros pontos.

2. Objectivos:
2.1.Objectivos gerais:
 Descrever os limites adjacentes ao mar territorial

2.2.Objectivos específicos:
 Dar conceitualização;
 Apresentar os limites da jurisdição do estado sobre o mar territorial;
 Trazer a responsabilidade jurídica do Estado perante o direito do Mar.
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1. Mar territorial

O Mar territorial, é uma faixa de águas costeiras que alcança 12 milhas


náuticas (22 quilómetros) a partir do litoral de um Estado/País. Esta faixa é considerada parte
do território soberano daquele Estado (exceptuados os acordos com Estados vizinhos cujas
costas distem menos de 24 milhas náuticas (44 quilómetros). A largura do mar territorial é
contada a partir da linha de base, isto é, a linha de baixa-mar ao longo da costa, tal como
indicada nas cartas marítimas de grande escala reconhecidas oficialmente pelo Estado
costeiro.

A definição do mar territorial foi importante para estabelecer os limites jurídicos de exercício
dos plenos poderes de jurisdição do Estado e de seu domínio, nos quais eles obviamente você
poderia exercer seu papel de polícia, guarda e segurança, aplicar suas leis de forma plena e
executar medidas adjudicatórias; também, para definir os limites exploratórios dos recursos
marinhos, sem qualquer intervenção de outro Estado ou da comunidade internacional.

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar definindo Mar Territorial
estabelece que ele se estenda a partir da linha de base, ou seja, da linha de baixa-mar ao longo
da costa, conforme definido por cartas marítimas de grande escala, até um limite que não
ultrapasse doze milhas marítimas. Essa extensão é definida por uma linha em que cada um
dos pontos fica a uma distância do ponto mais próximo da linha de basse igual à largura do
mar territorial.

Não obstante a isso, pode – se observar que o princípio da liberdade dos mares, consagrado no
artigo 87° da CNUDM, estabelece o regime jurídico geral do Alto Mar. Este é decorrente de
uma prática usual inclusive na teoria jurídica, depois de superados os embates entre as teorias
da maré clausum e do mare liberum. Vencida a referida querela, se consagrou o regime da
liberdade dos mares, pois o mar, além de fonte natural de recursos, é, sobretudo, um meio de
comunicação entre os povos. Assim, “o alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros
quer sem litoral".

1.1.Limitação a jurisdição do estado sobre o mar territorial

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar autoriza a jurisdição absoluta do
Estado sobre o mar territorial, mas em razão de ser um espaço dinâmico de inter-relações,
cuidado de resguardar certas garantias e imunidades que são aplicadas para embarcações ,
peso as e outros Esta dos, nos casos de:
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a) Passagem inocente;

b)De imunidade de decisão penal e Civil eles embarcações ,de navios de Estado estrangeiram.
É circunstancialmente a aplicação da jurisdição do Estado, nos casos de passagem inocente,
de imunidade de jurisdição penal e civil em embarcações, de navios de Estado estrangeiro.

Segundo as palavras de Rezek (1998, p. 268), em linhas simples, a ideia de responsabilidade


internacional é a de que o Estado responsável pela prática de um ato ilícito segundo o direito
internacional deve ao Estado a que tal acto tenha causado danos uma reparação adequada. A
responsabilidade de um sujeito de direito internacional público, seja um Estado ou uma
organização, resulta necessariamente de uma conduta ilícita, tomando-se aquele direito (e não
o direito interno) como ponto de referência. Para a caracterização do ilícito internacional, é
preciso que exista a afronta a uma norma de direito das gentes: um princípio geral, uma regra
costumeira, um dispositivo de tratado em vigor, dentre outras.

1.1.1. Composição do espaço marítimo

De acordo com Lei n.º 20/2019, no seu Artigo 10, refere que o espaço marítimo sob soberania
e jurisdição do Estado moçambicano compreende as seguintes zonas marítimas:

 Zona costeira;
 Águas interiores marítimas;
 Mar territorial;
 Zona contígua;
 Zona económica exclusiva e
 Plataforma continental.

De acordo BAPTISTA (2010) A Zona Contigua, é o espaço marítimo que compreende ate 24
milhas contadas a partir da linha de bases. Na zona contígua ao seu mar territorial o Estado
pode tomar medidas de fiscalização com vista evitar as infracções as leis aduaneiras, fiscais
de imigração ou sanitários no seu território ou no seu mar territorial. Zona Económica
Exclusiva (ZEE) é uma zona situada além do mar territorial e a este adjacentes, sujeita ao
regime jurídico especifico estabelecido nos art. 55 da convenção das Nações Unidas sobre
direito do Mar, Segundo o qual os direitos e a jurisdição do estado costeiro e os Direitos e
liberdades dos demais Estados são regidos pelas disposições da convicção.
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Nessa are o Estado costeiro tem direito de: navegação, sobrevoa o, liberdade de entalação de
cabos e dutos submarinos.

Neste contexto, nos art. 55 da convenção das Nações Unidas sobre direito do Mar Nela o
Estado costeiro tem o direito de exercer sua soberania para fins de exploração e
aproveitamento dos recursos biológicos e minerais, existentes no leito e subsolo do mar e nas
aguas sobrejacentes, devendo a pesca ser pratica dentro dos limites de captura exigido para a
preservação das espécies, cuja reprodução esteja gravemente ameaçada, cabendo-lhe a
autorização mediante licencie, para que outros países completem, estabelecendo as quotas, o
período de tempo em que a pesca correra e as espécies que moderam ser capturadas. Caberá
ainda o direito dos mineiros encontrados no solo e no absoluta marinho. A zona económica
exclusive não se estende alem da 200 milhas da linha de base a partir das quais se mede a
largura do mar territorial. Outros direitos e deveres encontram-se plasmados na convenção.
(recomendamos a leitura dos artigos indicados).

1.2.O direito de passagem e passagem inocente

Os navios e embarcações dos Estados, sejam comerciais ou particulares, muitas


vezes podem usar certas co ordenadas para tingir seu destino, adentrando, por isso, em
mar territorial de outro Estado. A Convenção prevê o direito de passagem como uma
garantia fundamental, estabelecendo apenas que o Estado costeiro pode adoptar leis e
regulamentos disciplina ando a passar idade , mas sem importações , dificuldades de
ordem administrativo, proibindo, pois, qualquer discriminação de direito ou de fato para seu
exercício. Estabelece, também, diferença entre:

a) Passagem, o que deve ser rápida e contínua ,como navegação pelo mãe territorial, com o
fim de atravessar esse mar sem penetrar nas águas interiores o fazer escala num
ancoradouro;

b)Passagem inocente, aquela que reúne os requisitos da passagem e, além deles, que não é
prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado Costeiro.
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Segundo a Convenção, os navios estrangeiros estão sujeitos à jurisdição do Estado em cujas


águas se encontrem; exceptuam-se os navios militares e os de Estado, que gozam de
imunidade de jurisdição. Os navios estrangeiros encontrados no mar territorial e na ZEE
gozam do chamado "direito de passagem inocente", definida como contínua, rápida e ordeira.

No entanto, o Estado costeiro tem o direito de regulamentar este tipo de passagem, de modo a
prover a segurança da navegação, protecção de equipamentos diversos e a protecção do meio
ambiente. Os estados arquipelágicos têm direito a definir a sua ZEE, mas exceptuam-se
as ilhas artificiais ou plataformas, assim como os rochedos sem condições de habitabilidade.

A Convenção estabelece ainda que o limite da ZEE de estados com costas fronteiras, cuja
distância, em alguma porção, seja inferior a 400 milhas, deve ser a linha média entre as suas
costas, o que deve ser estabelecido por acordo entre os Estados.

1.3. A convenção também define o que seria passagem avançada:

 Qualquer que seja ou nós o da força contra a soberania, a


integridade e territorial ou a independência política do Estado costeiro ou qualquer
outra acção em violação dos princípios de Direito Internacional enunciados na
Carta das Nações Unidas;
 Qualquer exercício ou manobra com armas de qualquer tipo;
 Qual quer ser o destino ou obter informações e prejuízo da defesa ou da segurança
do Estado costeiro;
 Qualquer ato de propaganda destinado a atentar contra a defesa ou a segurança do
Estado costeiro;
 O lançamento, o pouso ou o recebimento a bordo de qualquer a aeronave;
 Lançamento, o pouso ou o recebimento a bordo de qual quer dispositivo militar ;
 O embarque _ou ode sem bar que de qualquer produto , moeda ou pessoa com
cumprimento das leis e regulamentações aduaneiras, fiscais, de imigração ou
sanitárias do Estado costeiro;
 Qual quer acto intenciona l e grave de poluição contrário à Convenção ;
 Qual quer que seja actividade de pesca ;
 A realização de actividades de investigação ou de levantamentos hidrográficos;
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 Qualquer acto destino ao perturbar quais quer sistema como _de comunicação ou
quaisquer outros serviços ou instalações do Estado costeiro;
 O que quer que seja outra uma actividade que não isso é você directamente relaciona
anuncio a com a passagem.

Portanto, caso seja praticado algum ato de passagem ofensiva, o Estado costeiro poderá
adoptar medidas possíveis, como: proibir a passagem ofensiva e adoptar medidas para impedir
a violação do Direito do Mar, disposições para passagem inocente, inclusive podendo
suspender temporariamente a passagem eles determinado áreas fazer seu marco, proceder o
exercício com armas , desde que a decisão já tenha sido tornada pública.

2. Imunidade de jurisdição civil

A imunidade de controlo é aplicada também às relações civis, embora as bases e pressupostos


fazer exercício pai decisão Civil nem sempre Sigmó princípio pai Território do Direito
Penal. Os negócios civis podem envolver várias dimensões, desde relações personalíssimas ,
direito de família, obrigações e contractos, até sucessão e relação de posse e propriedade
sobre bens móveis e imóveis. Esta do custo Iro exercitar comissões executória ,tampa rouco
tomar contador esse navios medidas executórias ou cautelares em matéria civil, a não ser que
essas medidas sejam tomadas por força de obrigações assumidas pelo próprio navio, de
responsabilidades em que ele haja incorrido durante a navegação ou quando de sua passagem
pelas águas do Estado costeiro.

3. Imunidades de navios de estados estrangeiros

Os navios de Estado estrangeiro e navios de guerra têm o direito de passagem inocente em


mar territorial de outro Estado, bem como reputação de sua imunidade mesmo que usados
para fins não comerciais.

Embora tenham imunidade de jurisdição reconhecida o direito de passagem, os navios de


Estado estrangeiro deve observar certas obrigações previstas pela Convenção, como o respeito
às leis e regulamentações do Estado costeiro para navios de guerra. Em caso de desrespeito
dessas regras, não acatando pedido feito para seu cumprimento, poderá ser usado para retirada
no dia do mar territorial do estado costeiro.
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4. A prática internacional. As convenções internacionais relativas ao mar

Na regulação jurídica da utilização dos espaços marítimos, sobretudo do alto mar, temos duas
situações aparentemente antagónicas que se alvitram no direito do mar. De um lado, o
princípio da lei de pavilhão, pelo qual, regra geral, aplica-se sobre qualquer embarcação em
alto mar apenas a legislação do seu Estado de bandeira. Nenhum terceiro pode intervir na
actuação de um navio estrangeiro em alto mar para lhe impor sua jurisdição42. Por outro lado,
temos que o espaço marítimo, sobretudo o alto mar, necessita de maior protecção, que
ultrapasse o velho princípio para efectivamente gerar os efeitos esperados43. Em termos
práticos, independe da posição do terceiro Estado, a conclusão de tratados multilaterais que
estabelecem normas de direito internacional podem necessitar de resposta colectiva. Assim,
alguns autores afirmam que o princípio da pacta tertiis pode não ser tão rigoroso como se
acreditava.

Desse modo, quando se trata de direito do mar, em especial no que concerne a protecção do
meio marítimo, pode-se argumentar, num primeiro momento, que existe a necessidade de
excepcionar o pacta tertiis por meio de mecanismos jurídico- -internacionais que gerem
efeitos sobre terceiros. Todavia, estaríamos diante de uma produção de direito internacional
criada por alguns Estados com o fim de estabelecer normas a terceiros, independentemente do
seu consentimento. Assim, não se pode afirmar que existe real excepcionalização da pacta
tertiis, mas tão-somente efeitos convencionais reflexos em relação a terceiros.

Os Estados não estão realmente obrigados a cumprir disposições de tratados que não são
signatários. Isto é, o que se pretende é influenciar esses terceiros a seguir as normas e regras
de direito do mar, mas não obrigá-los a cumprir tais disposições. Não se vislumbra nos
tratados internacionais nem na jurisprudência evolução tão significativa do direito
internacional a ponto de superar a autonomia da vontade e a liberdade soberana de cada
Estado, para vinculá-lo sem seu consentimento. Mesmo nos casos de protecção ambiental
marinha não se pode admitir que um tratado possa gerar efeitos para criar obrigações ou
direitos a terceiros sem a sua aceitação. Tal possibilidade geraria poder a um grupo de
Estados, mais ou menos organizados, de criar normas aplicáveis a outros Estados que não as
aceitem. Isto é, traria enorme insegurança jurídica, no modelo actual de desenvolvimento do
direito internacional a possibilidade de alguns países vincularem, por meio de tratados
internacionais, terceiros Estados que não assentirem. Seria uma superação inaceitável, pelo
menos nesse momento e actual de desenvolvimento internacional, do princípio da autonomia
da vontade dos Estados e uma afronta insuperável de sua soberania.
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5. Conclusão

Chegando a este ponto, importa referir que Moçambique, como subscritor da CNUDM, no
seu mar territorial tem o poder de criar normas preocupantes à segurança da navegação e
regulamentação do tráfego marítimo; protecção das instalações e dos sistemas de ajuda à
navegação e outros serviços, protecção de cabos ou ductos submarinos; conservação dos
recursos vivos do mar; pesca; prevenção do meio marinho e ao controle
da poluição;investigaçã ocientíficoeaolevantamentoshidrográficos;eamateriaisaduaneira,
fiscais, de imigração e de segurança.

Portanto, existem duas visões diferentes acerca da obrigatoriedade da existência do dano e


nexo causal entre a conduta e o dano como os elementos essências de um ato ilícito. Portanto,
a violação de uma obrigação internacional comporta dois tipos de consequências. Em
primeiro lugar, o Estado responsável é obrigado cessar e não repetir o comportamento ilícito,
e também deve reparar integralmente os danos que causaram a outra parte. Em segundo lugar,
o Estado que sofreu prejuízos adquire o direito de invocar a responsabilidade do outro Estado.

Também foi possível se verificar que se a pessoa de Direito Internacional praticar o acto, mas
estiver acobertada pelo consentimento válido de outro Estado, pela legítima defesa, pela
prática de uma contramedida, pela força maior, pelo perigo extremo ou pelo estado de
necessidade, que atuam como causas excludentes da ilicitude, não será possível se falar na
responsabilidade internacional e no consequente dever de reparação, salvo quando o ato
praticado importar em violação a uma norma jus cogens.
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6. Bibliografia

M E N E Z E S ,W. _Óeu quero isso _ _ _ _faça _mar . _ _Br asíl ia : _FU NA G,20 15 .Di sp
onív el _em :http://funag.gov.br/biblioteca/download/1119 O_Direito_do_Ma r.pdf . Acesso
em 03/09/2023.

MELLO, Celso D. de Albuquerque. (2002), Curso de direito internacional público. 14


ed. Riode Janeiro: Renovar.

SOUZA, J. M. de (1999). "Mar territorial, zona econômica exclusiva ou plataforma


continental?". Revista Brasileira de Geofísica. 1999, vol. 17, n. 1, p. 79-82.

ZANELLA, Tiago Vinicius. (2013), Jurisdição Penal em Mar Territorial brasileiro: contributo
para a análise da aplicação da lei penal e poder jurisdicional sobre o Mar Territorial do Brasil.

ZANELLA, Tiago Vinicius. (2013). Curso de Direito do Mar.

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