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PRIVADO
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Olá!
Você está na unidade Territórios, Fronteiras, Domínios e População. Conheça aqui as definições de território
Entenda como as normas internacionais agem sobre as organizações e como acontecem as cooperações.
Compreenda de uma forma mais aprofundada sobre a Organização das Nações Unidas - ONU, sua origem,
estrutura e objetivos.
Bons estudos!
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1 O território e suas formas de aquisição
Sabemos que os Estados são formados por seu povo, governo, soberania, finalidade e território. O território de
um Estado é seu espaço físico, o local onde está baseado, onde estão localizados todos os demais elementos
O território é o limite de terra, ar e água (mares e rios) onde se assenta a soberania do Estado, e
Não é importante o tamanho do território para o Direito Internacional, mas ele deve existir, já que a perda do
território extingue o Estado. Seus limites partem de acordos ou de elementos históricos e não há regra para
delimitação. O domínio de cada Estado é dado por linhas imaginárias e seus limites podem ser naturais ou
artificiais.
Quando nos referimos à aquisição de território, podemos dizer que um Estado pode adquirir de quatro formas:
P O R É a apropriação de um espaço que não seja de domínio de nenhum outro. Ocupa e exerce
P O R Acontece um acréscimo ao território existente por um fato natural, como uma formação de
Acontece uma transferência de território de um Estado para outro por meio de acordo,
POR CESSÃO
pode ser total ou parcial, voluntária ou involuntária.
Pode ser equiparada à usucapião, pois essa aquisição se dá com o domínio pacífico e
P O R
ininterrupto por longo tempo. Dessa forma, presume-se a aquisição e a renúncia do
PRESCRIÇÃO
soberano anterior.
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2 Fronteiras e limites
Muitas vezes encontramos a definição para limites e fronteiras como sinônimas, porém não são. Vamos conhecê-
las:
• LIMITE
• FRONTEIRA
É mais abrangente e deve dar ideia de região ou faixa de terra, dessa forma são diferentes e distintos.
Fronteiras são faixas de terra localizadas entre países e são estabelecidas de diversas formas, seja por ocupação,
por acordo, por conquista, e, historicamente, são formadas por fatores relacionados à língua (idioma), cultura e
Houve também em momentos mais recentes o estabelecimento de fronteiras de forma artificial. Por exemplo, na
colonização do Oriente Médio, países europeus que determinaram essas fronteiras não deram nenhuma
importância aos fatores étnicos, linguísticos e religiosos dos povos, tanto que temos conflitos persistentes por
conta dessas fronteiras. Um exemplo que perdura por longos anos é a guerra entre palestinos e israelenses para
Os limites são estabelecidos por acordos ou tratados entre dois ou mais Estados em que determinam o fim de um
território e o início do outro. Podem ser naturais, como rios, mares, montanhas ou artificiais, que são os muros
ou linhas imaginárias, instituídos com o intuito de determinar o que pertence a cada Estado. Um exemplo de
limite natural é o Rio Iguaçu, que delimita os territórios do Brasil, Paraguai e Argentina; as Cataratas do Iguaçu
dividem numa linha imaginária o Brasil e a Argentina e determina qual o lado lhes pertence.
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2.1 Domínio terrestre e domínio fluvial
O domínio terrestre se confunde com o próprio território de um Estado, portanto podemos definir que o
domínio terrestre é a área geográfica constituída pelo solo e o subsolo de uma base contínua ou não e até mesmo
de ilhas. o domínio fluvial é entendido pelos rios e cursos d’água que passam pelo território, podendo ser
nacional ou internacional. Nacional quando está integralmente em território nacional, ou seja, seu início e fim se
Internacional quando passam por mais de um Estado (sucessivo) ou quando separam dois ou mais Estados
(contíguo).
No que tange à navegação por rios e cursos d’água, devemos separar os nacionais dos internacionais, uma vez
que no primeiro o Estado ao qual pertence exerce sua soberania e, portanto, regula a navegação da forma que lhe
for conveniente. No segundo, é preciso considerar a existência e a vigência de acordos entre os Estados em que
passam os rios, já que envolve não somente a navegação em si, mas a circulação de bens e riquezas, o
aproveitamento da via fluvial para fins inúmeros, como contratação de empregados, incidência de impostos,
entre outros.
No caso de pesca, o produto pertence ao Estado que exerce o domínio, mesmo que seja sucessivo ou contíguo,
mas é preciso que esteja em conformidade com os acordos e tratados firmados entre os Estados.
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2.2 Domínio marítimo
O domínio marítimo do Estado é compreendido em águas interiores, mar territorial, zona econômica exclusiva,
plataforma continental, solo marítimo, estreitos e canais. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
(CNUDM) – ratificada pelo Brasil em 22 de dezembro de 1988 - regula todos esses conceitos e determina quais
são suas extensões e o domínio dos Estados. A Lei n. 8.617/93 determina os limites marítimos brasileiros de
acordo com a CNUDM e a determina a extensão do mar territorial brasileiro em 12 milhas marítimas.
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Figura 1 - Ilustração do domínio marítimo
Fonte: Wikimedia Commons.
#PraCegoVer:A área da Amazônia Azul foi definida em uma convenção internacional e o Brasil ainda pleiteia
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As águas interiores não podem ser confundidas com lagos, cachoeiras, riachos, entre outros. Nada mais são do
que porções de água do mar que avançam para além da linha de base, como se formassem uma bolsa (baía). A
linha de base é traçada na maré baixa e contorna a costa, deltas e portos. A soberania do Estado nas águas
O mar territorial consiste na faixa de mar em volta da costa e compreende as águas internas. Sua medida
é contada em 12 milhas marítimas ou 22 quilômetros a partir da linha base. O Estado possui direitos
soberanos sobre o território, exerce sua jurisdição e aplica suas leis para uso e exploração como lhe for
conveniente. Possui direitos como a pesca, a exploração e extração do leito e subsolo, o transporte de pessoas e
mercadorias de um porto a outro, porém existe uma limitação com relação às embarcações estrangeiras civis ou
militares, de modo que a passagem destas não seja uma ameaça e nem viole lei do Estado, que deve conceder o
chamado “direito de passagem inocente”, isentar navios de guerra de jurisdição local, mas poderá cumprir sua
jurisdição penal para efetuar prisão, dar instruções a bordo de navios estrangeiros em passagem.
ZONA
Localizada além da zona contígua, não pode passar das 200 milhas marítimas partindo da
ECONÔMICA
linha base. Nessa área, todos os Estados possuem liberdade para navegar, sobrevoar,
EXCLUSIVA
instalar cabos, dutos e exercer outras atividades lícitas.
(ZEE)
Exerce sua soberania para fins de exploração, aproveitamento, conservação e gestão dos
recursos naturais no leito e no subsolo. Pode também utilizar para fins econômicos como a
ESTADO
produção de energia pelo uso da água, das correntes e do vento. Tem o direito exclusivo de
COSTEIRO
instalar ilhas artificiais e outras estruturas, realizar estudos técnicos, proteger e conservar
o meio marinho.
Quanto aos demais Estados, embora tenham o direito de navegação, sobrevoo e outras atividades, são sujeitos à
jurisdição do Estado costeiro e devem seguir as normas internacionais da CNUDM para essa área.
O Estado costeiro também determina e regulamenta a pesca na zona econômica exclusiva, sendo responsável por
determinar as épocas de pesca, zona de pesca, quais espécies podem ser pescadas e quantidade permitida,
tamanho mínimo de peixes, tipo de embarcação a ser utilizada e modalidade de pesca. Os outros Estados
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poderão exercer a atividade de pesca, desde que autorizados e respeitando as regras impostas pelo Estado
costeiro.
Assista aí
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Fique de olho
A zona econômica exclusiva do Brasil possui 3,6 milhões de quilômetros quadrados além de
muitas riquezas naturais e minerais, como o petróleo. A exploração da Bacia de Campos e do
Pré-Sal correspondem a pelo menos 80% da produção brasileira. Por conta disso, o Brasil
reivindica o aumento de sua ZEE em 150 milhas marítimas. Nas referências desta unidade
disponibilizamos um link para que você possa se aprofundar mais no assunto.
É definida pela faixa de terra submersa de todo o litoral de um continente que dá origem
PLATAFORMA ao talude continental (uma pequena elevação). Pode ter entre 70 a 90 km de extensão e,
CONTINENTAL aproximadamente, 200 metros de profundidade. Essa área engloba os golfos e mares não
profundos.
O artigo 76 da Convenção da ONU sobre o direito do mar define a plataforma continental como:
submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento
natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma
distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar
territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância.
No Brasil, a plataforma continental se confunde com a Zona Econômica Exclusiva. Na verdade, a ZEE engloba a
plataforma continental, uma vez que a primeira possui 200 milhas marítimas e a segunda deve se restringir a
essa medida. Portanto, nesse caso, ambas estão localizadas na mesma área de domínio do Estado costeiro. A vida
marítima dessa área é bem farta, por isso grande parte da pesca em todo mundo é feita nessa zona, além da
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existência de petróleo e gases provenientes de rochas submersas. O Estado costeiro tem o direito de soberania
exclusivo de exploração e aproveitamento, o que nos faz entender que se não o exerce, nenhum outro Estado
É também conhecido por plataforma submarina. Nada mais é do que uma planície
submersa, que começa na linha de base e se estende pelo mar para poder visualizar.
Imagine um suave declive partindo da praia para dentro do mar. A Convenção Sobre os
SOLO
Direitos do Mar diz que a plataforma submarina está a partir de 200 metros de
MARÍTIMO
profundidade e que abrange todas as partes do mar. No Brasil, os decretos n. 28.840/50 e
São porções de água doce circulados por terra e recebem o mesmo tratamento dado ao
LAGOS
domínio fluvial.
São vias de comunicação entre mares sobre os quais o Estado exerce soberania. Se
estiverem em locais onde cada lado é de um Estado, estes dividem a soberania. De toda
ESTREITOS
forma, o trânsito de navios será por direito de passagem inocente. A diferença entre
E CANAIS
estreito e canal é pura e simplesmente o fato de um ser formado por meios naturais e o
Não pertence a nenhum Estado em que o princípio da liberdade é vigente. O que significa
que qualquer Estado tem a liberdade de navegar, sobrevoar, instalar cabos e dutos,
ALTO-MAR
construir ilhas artificiais, pescar, fazer pesquisas cientificas, ou seja, tudo, desde que seja
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2.3 Domínio aéreo e espaço exterior
Antigamente, o Direito Internacional só tratava do domínio terrestre e marítimo, mas com a invenção de Santos
Dumont, passou a considerar o domínio aéreo. Apesar de não ser demarcado, o Estado possui domínio do espaço
aéreo entendido pela atmosfera que estiver acima de seu território e mar territorial, o que estiver fora é livre. O
direito de passagem e circulação de aeronaves é livre com algumas ressalvas no que tange às regras de polícia de
A Convenção de Chicago (1944) estabelece o regime internacional para o transporte aéreo civil e
• DIREITO DE SOBREVOO
• DIREITO DE EMBARCAR
Em Estado diverso de sua origem, mercadorias, passageiros e correspondências com destino ao seu
Estado de origem.
• DIREITO DE DESEMBARCAR
Essas três últimas liberdades são fundamentais para o comércio internacional. Se a aeronave estiver em solo
estrangeiro, estará sujeita às leis do Estado em que está “hospedada”. Se em voo ou se for uma aeronave militar,
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2.4 A Antártica e sua especial condição
A Antártica possui uma condição muito particular. Localizada no Polo Sul, formada por ilhas e coberta de gelo,
faz fronteira com muitos países e três oceanos: Pacífico, Atlântico e Índico. O Tratado da Antártica, assinado
pelos Estados Unidos e outros 11 países em 1959, declarou o território um local neutro de utilização somente
Esse tratado foi criado, para encerrar as reivindicações pela soberania da Grã-Bretanha, Noruega, Nova Zelândia,
Austrália, Chile, Argentina e França. Determinou-se então como espaço neutro e nenhum país exerce soberania
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3 A População, nacionais e estrangeiros
Segundo o Dicionário Michaelis, o conceito de população é “a totalidade de indivíduos que habitam uma
localidade, um país, um território, o mundo”. Considerando essa definição, podemos concluir que cada Estado
possui sua população, constituída de indivíduos nacionais e estrangeiros e tem jurisdição sobre todos eles.
Podemos entender que nacionalidade é uma questão de dependência do indivíduo perante o Estado ao qual
pertence, e que o Estado determina a nacionalidade pelo nascimento, concede a naturalização para estrangeiros
Em relação ao Direito Internacional Público, sabendo que também regula as relações entre indivíduos, é de
extrema importância que se conheça sua nacionalidade para estabelecer a diferença entre nacional e estrangeiro,
já que possuem direitos diferentes. Em casos de proteção diplomática, esta vai depender da nacionalidade da
pessoa.
NACIONALIDADE (naturalização). A Declaração Universal dos Direitos Humanos determina que todo
O nacional é o indivíduo submetido à soberania do Estado; possui direitos e deveres e é protegido pelo seu país
Todo indivíduo ao nascer adquire a nacionalidade de seus genitores ou do país em que nasceu. Existem aqueles
que chamamos de polipátridas que possuem a nacionalidade adquirida de seus pais e também pelo local de
nascimento. É o que acontece quando a mãe dá à luz uma criança em um Estado que não é o de sua
nacionalidade. No Brasil, todos os nascidos em território nacional são brasileiros natos, mesmo que seus pais
sejam estrangeiros, assim como filhos de brasileiros nascidos em outros países, desde que requerida a
Fique de olho
Você sabe o que é cidadania? Qual a diferença entre nacionalidade e cidadania? Acesse a
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Você sabe o que é cidadania? Qual a diferença entre nacionalidade e cidadania? Acesse a
matéria de Maria Carolina de Assis Nogueira sobre “Cidadania e nacionalidade têm conceitos
distintos”, disponibilizada nas referências desta unidade e fique por dentro.
O estrangeiro é o indivíduo que possui nacionalidade de um Estado, mas que está em outro território e sob sua
jurisdição de forma permanente ou temporária. No Brasil, é denominado como o indivíduo nascido fora do
território nacional, que não adquiriu nacionalidade brasileira, que pode ser residente ou não residente. O
estrangeiro residente integra a população brasileira, sujeita-se às suas regras jurídicas e possui direitos e
Para receber o visto e entrar ao Brasil, o estrangeiro deve atender às condições do Estatuto. Ao ingressar, estará
sujeito às regras de extradição, expulsão e deportação. O direito de permanência estará vinculado ao tipo de
visto concedido. Ao estrangeiro turista, o prazo máximo é de noventa dias, mas esse prazo pode variar de acordo
com a reciprocidade que o Brasil possui com o país de origem desse estrangeiro.
Já o estrangeiro residente é aquele que por motivo de trabalho, por casamento com nacional entre outros
motivos se fixa em território nacional por determinado período que pode ser prorrogado e até mesmo se
Assista aí
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3.1 Asilo político e extradição
O asilo político é uma condição em que um estrangeiro perseguido por um Estado é acolhido por outro Estado,
sem a necessidade de cumprir requisitos de ingresso, já que em muitas vezes o candidato ao asilo ingressa sem
nenhuma documentação.
É uma situação totalmente ligada ao Direito Internacional Público. Acontece quando um indivíduo sofre
perseguições, normalmente de seu país de origem, por delitos políticos ou ideológicos e pede asilo em outro país
para se proteger. As condições para dar asilo são discutidas no ordenamento interno de cada país, mas baseadas
em Direitos Humanos e na solidariedade internacional. No Brasil, é regulado pelo Estatuto do Estrangeiro, que
providencia documentos para o asilado quando necessário, e este não poderá sair do país sem autorização
É importante saber que o asilo não evita a extradição. As convenções internacionais que discutem o asilo
político colocam algumas condições para os casos em que o asilado tenha cometido crimes em seu país de
origem, e a extradição é uma delas. O país que concede o asilo pode ser obrigado a escolher entre punir o asilado
Existe também o asilo diplomático, conhecido como asilo político provisório. É mais praticado na América
Latina, situação na qual o candidato ao asilo se refugia em embaixada localizada em seu próprio país. Todo
Estado pode conceder asilo, mas não é obrigado, nem deve se justificar caso se negue e não há reciprocidade
entre os Estados. Não é permitido conceder asilo a pessoas que tenham cometido crimes, foram julgadas,
condenadas ou tenham fugido para não cumprir a pena, nem para desertores das forças militares, a não ser que
o pedido de asilo tenha como base caso expresso de caráter político. A extradição é o ato em que o Estado
entrega um indivíduo acusado ou condenado à justiça do Estado reclamante para julgá-lo e puni-lo de acordo
com suas leis, desde que garantidos os direitos humanos do extraditado. O objetivo principal é evitar que o
indivíduo deixe de pagar por seus crimes, por isso normalmente a extradição acontece com base em tratados
entre as partes. Quando não existe, é feita por meio de uma declaração de reciprocidade entre os países que
Na prática, não se extradita indivíduos que sejam acusados de crimes políticos, religiosos ou militares
em seu país de origem, e aqueles condenados à morte deverão ter suas penas transformadas em
privativa de liberdade. A Constituição Federal do Brasil impede que se extradite brasileiro nato e naturalizado,
a não ser que o crime tenha sido cometido antes da naturalização ou em casos de crime de tráfico de drogas.
O pedido formal de extradição é encaminhado pelo Estado requerente ao Ministério das Relações Exteriores, que
passa para o Supremo Tribunal Federal decidir a respeito. Este primeiramente faz a prisão do extraditando, que
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terá direito de defesa garantido, porém, sem análise do mérito, o seu processo será analisado e então se a
extradição for negada, o acusado será solto e o Estado requerente comunicado da decisão, se deferida, o Estado
requerente deverá aceitar algumas condições que garantam os direitos do extraditado. Formado o compromisso,
terá 60 dias para retirá-lo. Caso contrário, o indivíduo será colocado em liberdade sem renovação do processo de
extradição.
A expulsão de um estrangeiro residente se configura por retirá-lo do território nacional por cometimento de
delito ou infração por meio de um processo que visa a defesa e a ordem interna. Não deve ser entendida como
pena, mas uma medida de prevenção, mesmo que o estrangeiro tenha sido condenado. Essa medida não é
arbitrária, ela é aplicada à estrangeiros que provoquem ameaça, perigo ou inconveniência aos interesses do
Estado que o expulsa. Em geral, ofensas à dignidade do Estado, desordem, espionagem, conspiração e ingresso
de forma ilícita.
A expulsão no Brasil é tratada na Constituição Federal. Faz-se por decreto presidencial e é vedada quando o
estrangeiro for casado com nacional ou tiver filho que seja seu dependente econômico. Porém, em caso de
adoção posterior ao fato motivador, divórcio ou abandono do filho, o estrangeiro poderá ser expulso. Uma vez
expulso, não será permitido seu regresso, a não ser que um decreto revogue a expulsão. O brasileiro nato não
pode ser expulso e a constituição não permite que seja banido. A diferença entre a expulsão e a extradição é
simples, a primeira acontece quando o crime é cometido no território nacional. A segunda quando o
crime é cometido em outro país e este solicita o envio do estrangeiro para que seja processado, julgado e
A deportação do estrangeiro que estiver em território nacional de forma irregular se dá de forma compulsória
sem o envolvimento do governo. É feita pelas autoridades locais, no Brasil, pela Polícia Federal, que decide pela
deportação caso não seja um caso que possa ser regularizado. Por exemplo, o estrangeiro que necessita de visto
antes de ingressar e não o fez, ou aquele que permaneceu além do prazo de seu visto e não possua motivo
plausível para renová-lo. Diferente da expulsão, não há cometimento de nenhum crime, basta que esteja
irregular em sua entrada ou permanência no território nacional para que seja deportado e seu retorno é
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4 O Governo Soberano e seu reconhecimento
Para a história não há um meio formal de reconhecimento de um Estado. No Direito Internacional Público ele
se dá de forma livre, em que um ou mais Estados reconhecem a existência de um Estado, seu território e
a sociedade organizada existente. O reconhecimento, feito por atos diplomáticos, constata a existência de um
A partir do momento em que figuram no cenário internacional, também são reconhecidas sua soberania e
independência. No Direito Internacional, o reconhecimento de um Estado passou por três momentos até o que
temos atualmente.
PRIMEIRO
Com a Paz de Vestfália, que reconhece a independência dos Estados e surge então a ideia de soberania, que nada
mais é do que o fato dos Estados não serem subordinados a nenhum órgão superior e serem livres para
reconhecer outros Estados como seus semelhantes. Essa condição fez com que o Direito Internacional não
mundial.
TERCEIRO
Momento, parte do fim da Guerra Fria em 1989 até a atualidade, com o surgimento de novos Estados a partir do
A ONU passa a ser envolvida nas declarações de independência, porém com a ausência de normas que proíbam
um Estado de declarar sua independência, resta a cada Estado da sociedade internacional reconhecer ou não a
A melhor definição para Governo Soberano é que se trata de um elemento de condução do Estado que
possui e exerce o poder emanado de seu povo. Juridicamente falando, é a capacidade única de criar leis e
mantê-las em vigência.
Assista aí
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5 As organizações internacionais como destinatárias das
normas internacionais
Mesmo não existindo um conceito para definir as organizações internacionais, podemos entender que se tratam
de entidades criadas e compostas de forma voluntária por sujeitos de Direito Internacional, por meio de um ato
Fique de olho
A Convenção de Viena, sobre o direito dos Tratados, dá direito às organizações internacionais
de celebrar tratados com outros Estados e outras organizações internacionais.
Quanto aos privilégios e imunidades, as organizações internacionais os possuem para garantir sua atuação. A
carta da ONU determina que as organizações devem ter privilégios e imunidades em todos os territórios de seus
membros, caso se instale em todos eles, assim como seus representantes e funcionários para o exercício de suas
atividades.
A Corte Internacional de Justiça reconhece a capacidade das organizações internacionais de ingressar demandas
contra Estados que tenham lhe causado danos, e tendo personalidade jurídica, também poderão ser sujeitas a
Um aspecto importante é como se financiam para poder existir, já que são organizações sem fins lucrativos.
Dessa forma, a manutenção é feita por contribuições dos Estados membros que pagam as despesas da
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5.1 Institucionalização da cooperação internacional
A cooperação internacional é um auxílio entre sujeitos de Direito Internacional com objetivo comum, que pode
ser político, cultural, humanitário, econômico e até estratégico e que beneficiará todas as partes. Podemos
• BILATERAL
• PLURILATERAL
• JUDICIÁRIA
Acontece para atender demanda judicial, atualmente para repressão de crimes como o tráfico de drogas,
• TÉCNICA
Quando uma ou mais partes compartilha tecnologia, conhecimento ou experiência de que é titular. Pode
• TÉCNICA-CIENTÍFICO
Quando existe interesse conjunto e uma pesquisa específica, as partes cooperam para pesquisar,
• FINANCEIRA
Quando uma parte recebe valores para desenvolver uma atividade de objetivo comum.
• HUMANITÁRIA
A cooperação tem finalidade de ajudar países que estejam em dificuldades de quaisquer naturezas,
• CULTURAL
• ECONÔMICA
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Ajuda material para países que estejam passando por dificuldades de ordem material causadas por
qualquer razão.
Falamos até agora das organizações internacionais. Dentre elas, existem as organizações de integração, também
chamadas de organizações de integração regional, que podemos entender como uma organização constituída
por Estados de uma determinada região. Grandes exemplos dessas organizações são a OEA – Organização dos
Essas organizações são formadas com a finalidade de se integrarem em um bloco e cooperarem entre si para
alcançar objetivos comuns econômicos principalmente. De acordo com Petri e Weber (2006, p. 14):
Depois da formação do Mercado Comum Europeu, ou União Europeia, em 1993, outros blocos se
próximos entre si. [...] Buscando uma integração maior ou menor entre seus membros, notadamente
econômica, o bloco seria a maneira dos países se fortalecerem em conjunto, evitando enfrentar
Já as organizações de cooperação também podem ser de constituição regional ou até mesmo internacional. Sua
forma de cooperação é voltada para determinado assunto, por exemplo educação, cultura, ciência e economia. A
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma organização para cooperação e
desenvolvimento econômico, seus membros cooperam entre si para estimular investimentos e conseguir
A OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica é composta de oito países latinos com o
tem por princípio a pesquisa científica e o compartilhamento de informações de modo amplo e internacional. Seu
objetivo é fortalecer as capacidades tecnológicas e científicas para pesquisa da Floresta Amazônica e a criação de
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6 ONU: origem, transformação, estrutura orgânica,
princípios e objetivos
A Organização das Nações Unidas se originou logo após o fim da Segunda Guerra Mundial por meio da Carta da
ONU assinada em junho de 1945 com o principal propósito de manter a paz e a segurança entre as nações,
fomentar relações amistosas com base no respeito e na igualdade de direitos, cooperar para a solução de
Hoje possui 193 países-membros, sendo 51 deles chamados originários, que são aqueles que
participaram da assinatura da Carta da ONU. O Brasil é um deles, e os demais países são chamados
membros admitidos ou eleitos, que são aqueles que passaram a integrar a organização após sua
constituição.
#PraCegoVer: A imagem apresenta a bandeira (emblema oficial) das Nações Unidas em branco num fundo azul.
O emblema consiste na projeção azimutal equidistante do mapa mundo (exceto a Antártica) centrada no Polo
Norte e rodeada de ramos de oliveira. Esses ramos simbolizam a paz, e o mapa mundo representa toda a
humanidade.
Sua estrutura é organizada em 5 órgãos independentes, que são definidos no artigo 7º da Carta.
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PRIMEIRO É Assembleia Geral da ONU, composta dos estados-membros. É o foro de discussões mais
ÓRGÃO importante do mundo e pode ser considerado como o “órgão legislativo”, pois o que é
Assembleia Geral que são eleitos os membros dos Conselhos de Segurança e Econômico e
É o Conselho de Segurança, formado por cinco países permanentes que possuem direito a
veto (Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, Rússia e França) e dez países eleitos pela
Assembleia Geral por um período de dois anos sem chance de reeleição. É o único órgão
SEGUNDO que possui poder de decisão em que todos os demais Estados deverão seguir à risca, suas
ÓRGÃO demandas precisam ser aprovadas com nove votos favoráveis em que os cinco Estados
permanentes devem ser unânimes. Sua principal atribuição é pedir que os Estados
humanidade. Com sede em Haia, é formado por quinze juízes de diversas nacionalidades,
TERCEIRO
eleitos pela Assembleia com mandato de nove anos. Sua competência se refere a todos os
ÓRGÃO
tipos de litígio que os sujeitos de Direito Internacional lhe submeterem, além de emitir
QUARTO que atende os demais órgãos em suas demandas administrativas. É conduzido por um
ÓRGÃO secretário-geral com mandato de cinco anos e eleito pela Assembleia geral. Sua função
QUINTO Assembleia Geral por um período de três anos, divididos em comissões para cada
ÓRGÃO continente. Tem o objetivo de criar políticas e condições de estabilidade econômica e bem-
Além desses órgãos, a ONU também possui organismos especializados criados por meio de acordos com Estados
para tratar dos mais diversos temas, como trabalho, economia, cultura, bem-estar, direitos humanos, saúde,
educação, ciência, alimentação, entre outras. Com o principal objetivo de promover e assegurar a paz mundial,
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atualmente a ONU possui muitos outros objetivos, como erradicar a fome e a pobreza em todas as suas formas,
alcançar segurança alimentar e promover agricultura sustentável, assegurar uma vida saudável para todos,
alcançar igualdade de gênero e empoderar mulheres, assegurar saneamento básico para todos, promover
crescimento econômico inclusivo e produtivo, reduzir a desigualdade, combater mudanças climáticas, conservar
oceanos e mares, entre outros voltados para questões ambientais, de conservação de recursos naturais e
sustentabilidade.
Para alcançar esses objetivos, são pautados os princípios como o da igualdade soberana de seus
Os Estados-membros devem resolver suas discussões por meios pacíficos, que não ameacem a paz, a segurança e
a justiça internacionais. Todos os Estados devem evitar uso de força uns contra os outros e todos devem oferecer
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprofundar seu conhecimento sobre o Direito Internacional Público;
• aprender a distinção de território, fronteiras e limites;
• conhecer sobre os diversos tipos de domínio de um Estado Soberano;
• estudar sobre nacionalidade, população e estrangeiros;
• conhecer mais sobre as organizações internacionais e as formas de cooperação.
Referências
ABAD, R. R. El Estado em el desarrollo de la comunidad. Buenos Aires: Club de Lectores, 1968. (Tradução da
autora).
BRASIL. Presidência da República, Decreto Nº 65.164 de 26 de agosto de 1968 – Dispõe sobre exploração e
BRASIL. Presidência da República, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: 1988.
BRASIL. Presidência da República, Lei Nº 8.617 de 04 de janeiro de 1993 – Dispõe sobre o mar territorial, a
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BRASIL. Presidência da República, Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 – Dispõe sobre o novo código de
BRASIL. Presidência da República, Lei nº 13.445 de 24 de maio de 2017 – Estatuto do Estrangeiro. Brasília: D.
O.U. 2017.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Disponível em: https://www2.camara.
leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-
PETRI, F. C.; WEBER, B. T. Os efeitos da globalização nos processos de integração dos blocos econômicos.
Revista dos Alunos do Programa de Pós-Graduação em Integração Latino-Americana – UFSM, Volume 2, Número
2, 2006.
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