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INTRODUÇÃO
Matrícula nº 7.270 do CRI de Matinhos, com área de 726 m 2, em nome de Willian Andrey do
Rosário;
Matrícula nº 5.282 do CRI de Matinhos, com área de 726 m2, em nome de Manoel Alves da
Silva;
Foi apresentada procuração pública pelo proprietário do imóvel em favor da requerente;
Foi apresentada Autorização do representante da Empresa Marina Tropical Ltda – ME,
Manoel Alves da Silva em favor da empresa Cleide Aparecida de melo – Transportes – ME;
Foi apresentada procuração particular pela proprietária Cleide Aparecida de melo em favor de
Simone de Fátima Campos e Noele Costa Saborido;
Foi apresentado Ofício nº 587/14, emitido pela Marinha do Brasil informando que não
restrições para funcionamento do empreendimento;
Área de cessão AP – 430 m2, ainda não regularizado junto ao SPU. (Mapa 1.156 m2)
As pequenas divergência em relação a dominialidade deverão ser sanadas quando da futura
renovação da LO e deverão ser objeto de condicionante nesta LOR.
As estruturas náuticas existentes são compostas de: 02 Garagens náuticas com 726 m²
totais, que comportam aproximadamente 30 embarcações; 01 Pista de lavagem de barcos com
75 m2; 02 banheiros com área de 38 m²; Áreas de lazer com 119,66 m². O empreendimento
conta ainda com um espaço denominada antiga Av. Ilha do mel, com área de 430 m². Uma
rampa, com área de 75 m² (5,0 x 15m) e uma escada medindo 9,5 metrso de comprimento x 1,0
metros de largura, possui ainda um flutuante medindo 14,9 metros x 2,00 metros. O
empreendimento não possui Posto de Combustível e nem oficina mecânica. Área de darsena
com 4.000 m². No local há uma estrutura denominada clube de velas com 100 vagas para
embarcações entre 8 e 17 pés, com uma rampa de 3 m de largura, além de uma prainha.
Conforme projeto apresentado, o local conta com caixas separadoras de água e óleo, todas
providas por caneletas que fazem o direcionamento das águas residuárias. Os resíduos sólidos
GOVERNO DO PARANÁ
gerados são acondicionados e destinados a empresas licenciadas, conforme descrito no PCA
apresentado.
PARECER
Ao longo de nossa história de colonização, a faixa litorânea foi o primeiro espaço a ser
ocupado e transformado, destacando algumas povoações mais antigas no litoral paranaense, a citar:
Guaraqueçaba, Antonina, Paranaguá e Morretes, que remontam certamente mais de 300 anos.
Em nível de Brasil, podemos afirmar que a pressão sobre a faixa litorânea é muito acentuada,
destacando segundo dados do MMA, 2013 que cerca de 70 % da população brasileira habita a Mata
Atlântica, sendo esta região responsável por mais de 80% do PIB – Produto Interno Bruto do Brasil,
daí podemos ver sua importância e ao mesmo tempo a pressão que é exercida sobre esta região.
Sabemos que o processo de ocupação da faixa litorânea é assunto polemico, pois envolve
ocupação de área de preservação permanente ao longo de toda a faixa litorânea. Nesta região temos
uma vasta legislação que visa regrar a ocupação deste frágil ambiente, assim temos que tomar
cuidados especiais, privilegiar o acesso coletivo e restringir a individualidade.
No Art. 3º temos a definição de terrenos acrescidos de marinha “Art. 3º São terrenos crescidos
de marinha os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em
seguimento aos terrenos de marinha”.
Segundo o Art. 9º do mesmo Decreto a competência para determinação das posições das
linhas de preamar médio do ano de 1.831 é do SPU – Serviço do Patrimônio da União, assim o
imóvel objeto do licenciamento deve estar regular junto ao SPU.
Ainda podemos incluir o terreno alodial na composição dos terrenos onde são implantados
as Marinas, que tem sua definição segundo o dicionário “adj. Diz-se da propriedade imóvel livre de foros,
vínculos, ônus: bens alodiais”. Estes terrenos estão localizados após os terrenos de marinha, sentido
área urbanizada.
Assim podemos concluir que grande parte das ocupações urbanas, inclusive as Marinas
estão em Área de Preservação Permanente, ora ocupando áreas que já foram restingas (maioria), ou
até mesmo dunas.
As áreas de restingas fazem parte do Bioma da Mata Atlântica, ver Art. 2º da lei Federal
11.428/2006, assim estão sujeitas as regras e imposições previstas nesta norma.
Segundo a Lei que Dispõe da Proteção a Vegetação Nativa (Lei Federal nº 12.651/2012), em
seu Art. 4º “Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos
desta Lei: [...] VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; e VII - os
manguezais, em toda a sua extensão;”
Assim podemos concluir que uma faixa de 300 m além da Linha preamar, com vegetação de
restinga, nas dunas e em toda a extensão dos mangues.
Ainda existe parte dos empreendimentos náuticos incidindo sobre as águas públicas, que
segundo o Código de Águas, Decreto Federal 24.643/1934, art. 1º e 2º:
É fato que todo o empreendimento náutico acaba por impactar de forma direta e indireta a
paisagem local, bem como o meio físico e biótico, pois o simples fato de se instalar em faixa litorânea
no interior de uma baía já promove uma alteração no ambiente. Entendemos que a operação de
empreendimentos desta natureza é essencial para melhor organizar o fluxo de embarcações e
trafego marinho na região, com local adequado e compatível para sua guarda e manutenção, ou
seja, dentro de um ambiente organizado, controlado e monitorado (Licenciado).