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INFORMAÇÃO IAT/ATJ nº1.

075/2020
INSTITUTO ÁGUA E TERRA / ASSESSORIA TÉCNICA-JURÍDICA

PROTOCOLO N° 16.765.213-1
INTERESSADO: INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANA
ASSUNTO: LICENCIAMENTO PARA ATIVIDADE DE IRRIGAÇÃO DE ARROZ EM
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

O presente protocolo refere-se ä exigência de EIA/RIMA nos licenciamentos


ambientais de irrigação de arroz, quando incidir em Unidades de Conservação, em
especial a APA Federal da Ilha e Várzeas do Rio Paraná.
Sobre a demanda esta Assessoria Jurídica já se manifestou através do
Parecer Jurídico n. 1.001/2019 e Informação n. 027/2020.
De acordo com a vigente Resolução CEMA n. 105/2019, deverá ser exigido o
EIA/RIMA para os novos projetos agropecuários, com área superior a 1.000 ha ou
menores quando se tratar de áreas com percentual significativo ou prioritários para a
conservação, incluindo as áreas de proteção ambiental.

Art. 56. Considerando o tipo, o porte e a localização, dependerá de


elaboração de EIA/RIMA, a ser submetido à aprovação do órgão
ambiental competente, excetuados os casos de competência federal, o
licenciamento ambiental de empreendimentos, atividades ou obras
consideradas de significativo impacto ambiental, tais como:
(...)
XXVI - projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1000 ha,
ou menores, quando se tratar de áreas significativas em termos
percentuais ou de áreas prioritárias para a conservação legalmente
instituídas, inclusive nas áreas de proteção ambiental;

O inciso XXVI do art. 56, ao referir-se aos projetos agropecuários,


fez referência aquela áreas a serem abertas ou incultas, locais em que não há
o cultivo do arroz, podendo incidir inclusive no interior da APA.

Rua Engenheiro Rebouças, 1206 | Rebouças | Curitiba/PR | CEP 80215.100


Em áreas consolidadas com a prática da cultura do arroz, em decorrência das
características topográficas e hidrografia, a hipótese do Estudo de Impacto Ambiental
perde sua relevância, uma vez que este é um relevante estudo locacional.
Ademais o nordeste do Estado do Paraná é tradicional região no cultivo do
arroz irrigado, em áreas já impactadas pelos anos do plantio da referida herbácea,
responsável pela produção de 2/3 das lavouras do arroz, sendo que o Município de
Querëncia do Norte representa aproximadamente 25% da produção do Estado
Neste cenário, a Resolução CONAMA n, 237/1997, bem como a Resolução
CEMA n. 105/2019 esclareceram que os Estudos Ambientais referem-se aos aspectos
que envolvem a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento. Em breve síntese, corresponde ao relatório técnico, no qual se avalia
as conseqüências para o ambiente decorrentes de um determinado projeto, bem como
as propostas de medidas mitigatórias, como subsídio para a análise da licença
requerida

CONCLUSÃO

Diante do exposto esta Assessoria Técnica/Jurídica entende que o caput do


art. 56 cominado com o seu inciso XXVI, da Resolução CEMA n. 105/2019 aplicam-se
aos novos projetos agropecuários, pertinente as áreas a serem abertas ou
denominadas de incultas. Portanto, recomenda-se que os referidos dispositivos não
sejam aplicados em áreas já plantadas, em que o cultivo do arroz é prática tradicional.
Assim, considerando que o Parecer Jurídico n. 1.001/2019 foi norteado pela
revogada Resolução CEMA n. 065/2008, a conclusão da presente Informação Jurídica
deverá prevalecer sobre o citado ato administrativo.

Curitiba, 05 de agosto de 2020.

Ana Paula Liberato Reinaldo Kaminski Jr


Assessora Técnica/Jurídica Assessoria Técnica/Jurídica
Instituto Água e Terra Instituto Água e Terra
Portaria n° 61/2020 IAT

Rua Engenheiro Rebouças, 1206 | Rebouças | Curitiba/PR | CEP 80215.100

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