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8) INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO

DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA

PROJETOS AGROPECUÁRIOS IRRIGADOS

DIRETRIZES GERAIS

Este modelo visa orientar a elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA) a ser
apresentado pelo empreendedor ao Instituto Estadual de Florestas – IEF/COPAM, como
um dos documentos necessários ao processo de licenciamento ambiental.

O PCA deverá ser elaborado por equipe técnica habilitada, acompanhado de Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART), de profissional devidamente habilitado com
competência específica, e conter as propostas com vistas a prevenir, minorar ou corrigir
as não conformidades legais relativas à poluição, decorrente da instalação e operação
de fontes poluidoras (empreendimento), assim como o(s) projeto(s) para a execução das
ações mitigadoras e/ou compensatórias dos impactos ambientais identificados no
Relatório de Controle Ambiental (RCA), bem como daquelas estabelecidas pelo
IEF/COPAM, quando do licenciamento prévio.

O PCA e o RCA são documentos distintos e como tal deverão ser apresentados ao
IEF/COPAM.

CONTEÚDO BÁSICO DO PCA

Os projetos básicos que integram o PCA para a atividade agropecuária irrigada deverão
informar sobre práticas visando a proteção dos recursos naturais (água, ar, solo, flora e
fauna) da propriedade, que garantirão a continuidade e a sustentabilidade do processo
produtivo. Tais práticas deverão ser adotadas em todas as áreas onde forem
necessárias (área com ou sem atividade agrícola). O escopo mínimo dos projetos é
apresentado a seguir.

1 – CONSERVAÇÃO DO SOLO

Apresentar planejamento das medidas que deverão ser implantadas para prevenir a
erosão e evitar a perda da fertilidade do solo, descrevendo as práticas conservacionistas
adotadas para sua proteção e conservação.

2 – CONSERVAÇÃO DA ÁGUA

Apresentar planejamento das práticas que deverão ser adotadas, que contribuam para a
manutenção das fontes de água da propriedade, como manutenção das matas ciliares,
da vegetação nativa remanescente, da vegetação em topos de morros e encostas, de
acordo com o Código Florestal Vigente.

Enfatizar o uso racional da água na propriedade, regulando sua aplicação na irrigação,


evitando o excesso e buscando a utilização de técnicas de controle da quantidade de
água.
Incentivar a captação e armazenamento das águas pluviais para utilização na
propriedade.
3 – USO RACIONAL DE FERTILIZANTES, CORRETIVOS E DEFENSIVOS QUÍMICOS

Apresentar planejamento para controle e racionalização do uso de corretivos, fertilizantes


e principalmente de agrotóxicos, buscando a utilização de defensivos registrados para as
culturas e adoção de um programa de redução do uso com medidas alternativas de
controle de pragas e doenças (controle integrado e/ou biológico) e plantas invasoras.

4 – RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS / RECOMPOSIÇÃO DA RESERVA


LEGAL

Incluir Plano de Recuperação das Áreas Degradadas da propriedade, quando houver


estas áreas, incluindo as áreas de empréstimo e de “bota-fora” nos casos de canais e
pequenas barragens de irrigação; manutenção da vegetação nativa remanescente;
recomposição da reserva legal e de áreas de preservação permanente (se for o caso);
conservação da fauna e flora.

5 - ÁGUAS PLUVIAIS

Apresentar planejamento da destinação das águas pluviais adotado no empreendimento.

6 – DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

Apresentar planejamento da destinação adequada dos diferentes resíduos gerados na


propriedade, relatados no RCA, entre eles lixo doméstico, restos de culturas,
embalagens diversas descartadas, óleos e graxas lubrificantes, emissões, etc.

O sistema de tratamento e disposição final de efluentes sanitários para os efluentes


gerados em todas as instalações da propriedade (sede, casas de colonos, escritório,
refeitório, vestuário/banheiros, etc.) adotado, deverá seguir as orientações técnica da
norma ABNT/NBR n0 7229/93, e incluir todas as pessoas que compareçam
habitualmente nos diversos setores do empreendimento, independente de terem vínculo
empregatício com a empresa requerente da licença ambiental ou pertencerem a
empresas executoras de serviços terceirizados.

NOTA:
 O destino final dos resíduos, bem como o armazenamento destes deverão ser
planejados de tal modo a evitarem a contaminação e a saturação do solo e das águas
superficiais e sub-superficiais.
 Ressalta-se que o gerador do resíduo é responsável pelo mesmo enquanto este estiver
em suas instalações e é co-responsável por qualquer dano ou uso indevido do mesmo,
enquanto nas mãos de terceiros, nas operações de manuseio, de transporte, de
depósitos transitórios ou definitivos, de incineração, de reciclagem, etc.

7 – EMPREENDIMENTOS CLASSE III

Para os empreendimentos com projeto(s) de irrigação que abrangendo área útil mínima
de 500 (quinhentos) hectares ou reservatório de água com no mínimo 100 (cem)
hectares de área inundada, deverão apresentar, conforme Resolução CONAMA 284, de
30/08/2001:

7.1 - Programa de educação e mobilização ambiental na propriedade;


7.2 – Programa de controle e uso de explosivos na obra;
7.3 – Medidas de proteção da fauna.

8 – MONITORAMENTO AMBIENTAL

O empreendedor deverá apresentar um projeto de monitoramento do ambiente, para


verificar a qualidade dos recursos disponíveis, seguindo as informações:

-Monitorar as características do solo, através de análises físico-químicas do mesmo,


para verificação de alteração nas caracterísiticas físicas e químicas, como compactação,
salinização, alteração na fertilidade e estrutura, contaminação com defensivos químicos,
em diferentes profundidades no perfil do solo; além de monitoramento das práticas
conservacionistas descritas;
-Monitorar a água utilizada na irrigação por meio de análises químicas verificando a
qualidade, assim como águas subterrâneas e superficiais a jusante do projeto de
irrigação, visando verificar possíveis contaminações com agroquímicos; além de
monitorar os programas de conservação da água descrito;
-Monitorar a saúde dos trabalhadores através de exame médico periódico nos
funcionários que lidam diretamente com a aplicação de defensivos químicos;
-Vistoria e manutenção periódica nos equipamentos e implementos agrícolas utilizados
no empreendimento, com vistas a anular possíveis irregularidades em seu
funcionamento
-Vistoriar a infra-estrutura construída, principalmente no tocante à barragens,
reservatórios e estradas, visando conservar sua estrutura, evitar erosão e recompor a
paisagem.

9 – PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

Apresentar planejamento, considerando as possibilidades de acidentes nas áreas de


produção, armazenamento de produtos e insumos diversos, descrevendo os
procedimentos de emergência para as hipóteses previstas, citando as medidas
mitigadoras dos possíveis impactos ambientais que possam estar associados aos
eventos considerados.

10 – SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Descrever plano de prevenção e combate a incêndios adotado na propriedade

11 – MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

O empreendedor deverá apresentar neste item, uma plano com a descrição das medidas
e ações adotadas ou a serem adotadas pelo empreendimento visando a melhoria
ambiental da propriedade. Como exemplo de medidas compensatórias dos impactos
ambientais causados pelo empreendimento podem ser citadas: manutenção de reservas
florestais nativas; recuperação de áreas degradadas da propriedade; recomposição de
reserva legal e de áreas de preservação permanente (APP).

12 – INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Apresentar planejamento das medidas de controle de proliferação de roedores, se for o


caso, descrevendo, no caso da utilização de produtos químicos para controle, toxicidade,
princípio ativo, dose, concentração, frequência, forma de aplicação, e destino final de
embalagens.
Informar sobre atividades terceirizadas na propriedade.

13 – ALTERAÇÕES NO PROCESSO PRODUTIVO

No PCA deverá constar, explicitamente, o comprometimento do empreendedor de que o


IEF/COPAM será previamente comunicado a respeito de qualquer modificação no
sistema de produção do empreendimento, como por exemplo mudança na espécie
manejada, substituição ou alteração na quantidade utilizada de insumos e produtos
químicos, substituição de alguma tecnologia adotada no processo produtivo, entre
outras.

14 – DESATIVAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Deverá constar explicitamente no PCA o comprometimento do empreendedor de que na


hipótese de desativação da unidade licenciada, o COPAM será previamente
comunicado, por escrito. Esta declaração é necessária para que, mediante inspeção
prévia, possa ser avaliada a necessidade ou não de procedimentos e para que o fato
seja registrado no processo da empresa junto ao IEF/COPAM.

15 – CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O empreendedor deverá apresentar um cronograma de execução da implantação e


manutenção contemplando cada medida mitigadora adotada para a minimização dos
impactos ambientais causados pelo empreendimento, bem como cada medida
compensatória adotada.

DISPOSIÇÕES GERAIS

O IEF/COPAM poderá solicitar a apresentação de outras informações que julgar


necessárias para a análise do processo de licenciamento.

A não abordagem de qualquer exigência contida em item, subitem, observação ou nota


desta instrução técnica, sem as justificativas plausíveis por parte do empreendedor,
retardará a tramitação do requerimento de licença, podendo até mesmo implicar seu
indeferimento da Licença requerida por parte do COPAM.

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