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empresas premiadas
O Boticário, Natura, Itaú, Ambev estão entre as empresas premiadas
Por Rodrigo Caetano
18 Maio 2021, 15h01 - Publicado em 13 Maio 2021, 05h02
Daqui a três meses, mais precisamente no dia 19 de agosto, terão se passado
dois anos desde que o propósito das empresas mudou em boa parte da elite
do capitalismo mundial. Na mesma data, em 2019, o Business Roundtable,
grupo empresarial que reúne os presidentes das
maiores companhias americanas, divulgou uma carta rompendo com a ideia
de que os negócios existem para dar retorno aos acionistas. Na realidade,
afirma o grupo, as empresas são agentes de transformação social,
estabelecidas com o propósito de gerar valor para todas as partes
interessadas, os chamados stakeholders. No futuro, é muito provável que o dia
19 de agosto marque o início de um novo sistema econômico mundial:
o “capitalismo de stakeholder”.
Há quem tenha sido pego de surpresa pela mudança, mas essa transformação não
aconteceu de uma hora para a outra. Há décadas, o conceito de sustentabilidade
empresarial vem ganhando espaço na agenda corporativa.
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do Guia EXAME de Sustentabilidade. A metodologia renovada tem como base
os princípios ESG. Segundo Aron Belinky, fundador da ABC Associados,
consultoria cuja equipe está envolvida na construção do guia desde seu
lançamento, a intenção foi alinhar a publicação às demandas atuais e futuras
dos investidores.
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Como última fase do processo, as empresas passaram por um escrutínio
realizado pelos jornalistas da EXAME. O envolvimento em casos de corrupção,
acidentes ambientais graves, termos de ajustamento de conduta no Ministério
Público e outras infrações consideradas relevantes foram passíveis de
eliminação.
Metodologia
A metodologia do Melhores do ESG foi inspirada na interpretação livre de
abordagens que enfatizam uma visão de mundo sistêmica em relação aos
princípios ESG. Entre elas destacam-se os padrões da Global Reporting
Initiative (GRI), do Guia de Sustentabilidade para Empresas do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e de iniciativas como Planetary
Boundaries Framework, Ecological Footprint, Doughnut Economics, entre
outras.
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inclusive, a forma como remuneram seus funcionários e executivos. As notas
foram dadas de acordo com um gabarito preparado pela ABC Associados e
variavam de 0 a 5.
Impacto na Pandemia
Itaú
Nesse dia, a cúpula do banco Itaú anunciou ao mercado o Todos pela Saúde,
um fundo para a doação de 1 bilhão de reais para ajudar o Sistema Único de
Saúde, o SUS, no combate à crise sanitária instalada no país.
O anúncio foi inédito por uma série de fatores. A começar pelo volume de
recursos envolvidos. Até então, nenhuma empresa havia doado uma quantia
tão grande para alguma causa social num país que ainda tem muito a evoluir
na filantropia.
A doação do Itaú inovou também pelo formato. Ela se deu por intermédio de
um endowment, um fundo administrado por terceiros — no caso, um grupo de
especialistas em saúde liderado pelo diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês,
Paulo Chapchap —, e pôde ser complementada por outras empresas.
Semanas depois do pontapé inicial dado pelo Itaú, empresas como Braskem,
de plástico, Suzano, de papel e celulose, Coteminas e Malwee, de têxtil,
entraram na campanha. Até mesmo os funcionários do Itaú doaram como
pessoa física ao Todos pela Saúde. Mais de um ano depois, o projeto
arrecadou mais 500 milhões de reais de outras fontes de financiamento.
Mais de um ano depois, os responsáveis pelo Todos pela Saúde têm alguns
resultados importantes a mostrar. Perto de 100 milhões de reais foram doados
para fábricas de vacinas. Metade disso ao Instituto Butantan, em São Paulo, a
outra para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde a quantia também ajudou a
erguer um centro de processamento de testes do tipo PCR, o padrão de
mercado contra a covid-19.
“Queremos deixar como legado uma iniciativa que ajude o Brasil a estar
preparado para futuras crises sanitárias”, diz Leila Melo, que faz parte do
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comitê executivo do Itaú para assuntos como sustentabilidade e governança, e
é líder do Todos pela Saúde.
Bebida e Comida
Ambev
- (Arte/Exame)
A pandemia deu gás para a faceta social da empresa, uma das pioneiras da
onda de solidariedade corporativa brasileira contra o novo coronavírus. Em
março do ano passado, no início da crise, a Ambev adaptou uma fábrica no Rio
de Janeiro para produzir álcool em gel.
Um ano depois, com a segunda onda pressionando hospitais Brasil afora, uma
fábrica no interior paulista virou uma usina de oxigênio para hospitais. Além
disso, a empresa doou equipamentos de proteção, como máscaras, para
profissionais na linha de frente do combate ao vírus, num total de 150 milhões
de reais investidos em ações sociais.
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O choque motivado pela pandemia forçou um olhar mais apurado para a
estratégia ESG dentro da cervejaria. A Ambev foi uma das primeiras grandes
empresas brasileiras a criar uma diretoria de saúde mental. A missão:
minimizar o risco de os funcionários surtarem em meio ao isolamento social
prolongado e às incertezas trazidas com o vírus. A pandemia acelerou ainda
uma agenda ESG que já vinha sendo tocada há alguns anos e que deve surtir
efeitos no longo prazo. Uma dessas frentes é a diversidade. A empresa abriu
no ano passado um programa de estágio só para negros.
“Começamos essa jornada de ESG há muitos anos e sabemos que ela nunca
acabará”, diz Jereissati. “Mas percebo que a pandemia, além de acelerar a
agenda, criou raízes que demonstram a importância de trabalhar com impacto
positivo e puxar toda a cadeia.” | Marina Filippe
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Bem estar
Boticário
Perfume ecológico
O mesmo pioneirismo da empresa na emissão verde pode ser visto em outras
ações, como o fim dos testes cosméticos em animais, prática que recebeu um
ponto-final para o grupo há mais de duas décadas. Evitar que o resíduo seja
criado é um ponto de partida.
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- (Arte/Exame)
Fora do eixo sustentável, o Boticário também tem metas ambiciosas para o
aspecto S do ESG. No radar está fornecer renda para 1 milhão de brasileiros
hoje dependentes de negócios ligados à reciclagem até 2030. As iniciativas
sociais devem ajudar nessa última tarefa.
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- (Arte/Exame)
Commodities
Suzano
O segundo, que causou bem menos alarde, foi uma mudança estrutural nos
padrões operacionais da empresa, com o objetivo de torná-los mais alinhados
aos preceitos de responsabilidade ambiental, social e de governança.
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A fusão deu à empresa um tamanho fundamental para competir globalmente,
aproveitando sinergias em todos os elos da cadeia, das florestas plantadas de
pinus e eucaliptos às fábricas de celulose (são 11 no total).
Mas é a aposta na sustentabilidade e no ESG que vai garantir que essa ampla
estrutura esteja alinhada às demandas da sociedade pós-covid e, por que não,
pós-petróleo. “Não dá para pensar um negócio sem considerar suas
implicações sociais e ambientais”, afirma Walter Schalka, presidente da
Suzano. “A sociedade vai demandar, cada vez mais, soluções sustentáveis.”
- (Arte/Exame)
Para avançar, Schalka defende uma postura mais ativa para acabar com um
problema mais do que conhecido. Hoje, a derrubada da floresta é quase
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inteiramente ilegal. “Nós conhecemos o processo, sabemos onde acontece,
então, qual é a dificuldade de zerar o desmatamento?”, questionou Schalka em
um debate online, no ano passado, com Guilherme Leal, um dos fundadores da
Natura. “Se a questão fosse o crescimento do país versus a proteção ao meio
ambiente, seria um debate ideológico. Mas não é o caso. Estamos falando do
interesse de poucos em detrimento da coletividade.” Na Suzano, não existe
esse dilema. | Rodrigo Caetano
E-commerce
Mercado Livre
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Para Stelleo Tolda, CEO do Mercado Livre, maior plataforma de comércio
eletrônico da América Latina, o varejo tradicional apresenta uma espécie de
falha de projeto. A lógica dos grandes comerciantes sempre esteve atrelada à
busca pelo menor preço. Por isso, quanto maior for o varejista, mais vantagens
ele terá ao negociar com os fornecedores, o que cria uma vantagem diante dos
competidores. Foi assim que grandes redes globais, como o Walmart, se
formaram. O problema está, justamente, nessa lógica.
E seu ponto-final se deu com o surgimento das transações por internet. “Desde
sua fundação, a atuação do Mercado Livre esteve atrelada à ideia de
democratização do varejo”, diz Tolda. “Hoje, quem não pensar dessa maneira
estará fora do mercado.”
Além desse serviço, que permite a qualquer quiosque de shopping atuar com a
mesma eficiência da Amazon, a plataforma oferece soluções financeiras, de
pagamentos e de publicidade. No ano passado, a companhia intermediou a
venda de 700 milhões de produtos e faturou 4 bilhões de dólares.
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fornecedores e consumidores, em cada negociação.
- (Arte/Exame)
Em 2021, o Mercado Livre não vai poupar esforços para atingir seus objetivos:
a empresa anunciou um plano de investimentos de 10 bilhões de reais no
Brasil, o equivalente ao investimento somado dos últimos quatro anos. Não por
acaso, a América Latina é a região em que o comércio eletrônico mais cresce,
segundo a consultoria e-Marketer.
Economia circular
Ambipar
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A função da “desfábrica” é desmontar quinquilharias como aparelhos celulares
antigos ou computadores fora de linha e revender as peças para indústrias
dispostas a usá-las na linha de produção. “Esse assunto para nós não é de
agora”, diz a presidente Cristina Andriotti. “É o compromisso da empresa.”
“Quando uma empresa passa por uma crise, como no caso de um acidente, há
risco de contaminação, de impacto às sociedades do entorno”, diz Onara
Oliveira de Lima, diretora de sustentabilidade e integrante do conselho da
empresa. “Isso também é ESG.”
- (Arte/Exame)
Patentes e diversidade
O que chama a atenção na trajetória ESG da Ambipar é a inovação ligada ao
lixo — uma obsessão presente até no discurso dos líderes do negócio. “Não
somos uma empresa de gerenciamento de resíduos, somos uma empresa de
tecnologia, de solução e valorização”, diz Lima.
Em dez anos foram 15 patentes. Outras cinco patentes estão na reta final. O
embrião da empresa, em Nova Odessa, uma área acostumada a servir de
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passagem para os resíduos dos outros, hoje também sedia um centro de
pesquisa e desenvolvimento.
Negócios de Impacto
Creditas
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- (Arte/Exame)
Educação
Ânima
O grupo educacional Ânima entende o ESG como parte da essência do próprio
negócio. “Pelo potencial de transformar vidas, a educação por si só já é ESG”,
diz Marcelo Bueno, CEO da Ânima, que tem 119.000 alunos em 25 redes de
ensino espalhadas por 12 estados. Dito isso, a empresa tem um histórico de
medidas para reforçar essa agenda com seus stakeholders. Logo depois da
abertura de capital, em 2013, a Ânima foi selecionada para fazer parte do Novo
Mercado da B3, grupo seleto de empresas de capital aberto com boas práticas
de governança no Brasil. Um exemplo é o conselho da empresa, que se
reporta diretamente ao presidente do conselho de administração, Daniel
Facchini Castanho, e é composto de oito integrantes, cinco deles
independentes da empresa. A estrutura remonta aos primeiros anos da Ânima,
fundada em 2003, e precedeu a abertura de capital da empresa. “Sempre
acreditamos que a governança da Ânima deveria ser o padrão IPO, de
companhia aberta — mesmo antes de sermos uma”, diz Bueno.
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- (Arte/Exame)
Para além dos portões das unidades da Ânima, a companhia tem um braço
filantrópico atuante. O Instituto Ânima já atendeu 85.000 pessoas em projetos
de qualidade de vida para idosos, inclusão de jovens no mercado de trabalho e
formação de professores. “Por ser uma empresa do setor de educação, é
natural que a materialidade da Ânima esteja voltada para sua missão social, e
hoje isso a posiciona com certa vantagem”, diz Patricia Loyola, diretora da
Comunitas, organização social dedicada a estudos sobre investimento social
corporativo no Brasil — é dela a pesquisa Bisc, a mais respeitada do setor no
Brasil. Na edição 2020 do Bisc, 47% dos investimentos sociais corporativos no
Brasil foram em educação, como os feitos pela Ânima. | Maria Clara Dias
Energia
Raízen
Das folhas ao caldo, tudo o que sai da cana-de-açúcar pode gerar energia — e
fazer parte do negócio da sucroalcooleira Raízen, joint venture entre a anglo-
holandesa Shell e a brasileira Cosan. A Raízen desenvolveu tecnologia
brasileira para fazer dinheiro de cada pedaço da cana. Das folhas sai um novo
tipo de etanol. A palha e o bagaço servem de combustível industrial. Se
enriquecida com bactérias, a vinhaça, uma espécie de chorume do etanol, vira
biogás.
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Na safra passada, a empresa fabricou 2,5 bilhões litros de etanol. Agora espera
aumentar em 50% a produção nos próximos anos com o chamado etanol de
segunda geração, uma tecnologia criada pela empresa para extrair mais
energia da cana. “A Raízen já foi criada para ser uma empresa para a transição
energética, para o futuro”, diz o CEO Ricardo Mussa. “Muito do que temos hoje
foi desenhado lá atrás. A novidade é o mercado reconhecer.”
A Raízen atua num setor com muito chão a percorrer até chegar ao máximo de
produtividade. Em 2021 o Brasil deverá processar 597 milhões de toneladas de
cana — 3% acima do ano passado. Em média, cada hectare de plantação
produz hoje 90 toneladas de cana. “Num modelo perfeito, dá para produzir até
200 toneladas”, diz Mussa.
Os modelos híbridos — meio etanol, meio elétrico — devem ganhar força nos
próximos anos. Além disso, os biocombustíveis devem seguir em alta por
causa das incertezas com a geração solar e eólica, fontes renováveis
dependentes de baterias para conservar energia. “No caso da cana, o
armazenamento é em pilha de bagaço, que é da natureza”, diz. | Victor Sena
- (Arte/Exame)
Instituições Financeiras
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Santander
Para Sérgio Rial, CEO do banco Santander no Brasil, a economia de baixo
carbono é um fato consumado, e a pandemia acelerou o processo.
“Tendências que se materializariam em dez anos aconteceram em dois”,
afirma. “Ficou muito evidente a interdependência dos países e das cadeias de
suprimentos.” O combustível dessa transformação, além do receio de uma
ruptura econômica completa devido aos efeitos da covid-19, é a tecnologia. A
rápida evolução dos sistemas de inteligência está viabilizando a criação de
grandes plataformas tecnológicas que vão capturar a geração de valor pela
sociedade. “Marx dizia que essa geração de riqueza viria do trabalhador, mas
estamos vendo que virá da tecnologia”, diz Rial.
Healthcare
Grupo Fleury
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de diversos escalões. Um exemplo: executivas mulheres compõem 60% dos
cargos de liderança da empresa.
Tanta preocupação com diversidade até agora só tem ajudado nos resultados
financeiros do Grupo Fleury. No ano passado, a empresa faturou 3,7 bilhões de
reais, 19,3% mais do que em 2019. Com a pandemia, o modelo de negócios do
Fleury ganhou um jeitão de startup dedicada a impacto social com o
desenvolvimento de serviços para facilitar o acesso de pacientes sem planos
de saúde. É o caso do Saúde iD, um aplicativo para a telemedicina.
“Incorporamos o acesso a serviços de qualidade, como é o caso da
telemedicina, no modelo de negócios”, diz Tsutsui.
- (Arte/Exame)
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Nos cuidados ambientais, o Grupo Fleury já adota medidas para reduzir
consumo de energia, emissão de gases causadores do efeito estufa e
resíduos. Com projeto de migrar para a energia limpa e renovável, a empresa
espera suprir a demanda de 117 unidades de atendimento em São Paulo e no
Rio de Janeiro (atualmente, são 248 unidades de atendimento em todo o país).
Como empresa de capital aberto, o Grupo Fleury atende quem busca exames.
Só que, segundo a própria executiva, a atuação nesse segmento tem reflexos
em toda a sociedade e afeta até mesmo quem não é cliente. “É
sustentabilidade de um ponto de vista integrado, de como fazer as pessoas
cuidarem mais da saúde e como isso faz parte de cuidar do sistema como um
todo. Mesmo com a visão de negócios, incorporamos essa preocupação”, diz
Tsutsui. | Gabriel Aguiar
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Indústria
Whirlpool
- (Arte/Exame)
Moda
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Malwee
É uma tendência mais “slow” e menos “fast” fashion. “Nós até mudamos o
nome das campanhas. As coleções, em vez de ‘Primavera-Verão’, agora se
chamam ‘Primaveras-Verões’, porque eu quero que aquela roupa dure
mais.”| Victor Sena
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- (Arte/Exame)
Mobilidade
Movida
Alugar um carro, hoje, é uma tarefa simples. Nem sempre foi assim. Durante
um bom tempo, poucas locadoras se arriscavam no segmento de pessoas
físicas, preferindo o mercado corporativo. Em 2013, quando a empresa de
logística JSL comprou a Movida, de aluguel de carros, viu um mercado
inexplorado. “O foco era as empresas, que já pagavam 40 ou 50 reais pela
diária”, diz Renato Franklin, CEO da companhia. “Expandimos o aluguel de
carros para todas as pessoas.”
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O propósito da Movida é democratizar a mobilidade. O primeiro passo foi
oferecer um aluguel mais barato e uma contratação com menos papelada e
abertos a todos os tipos de cliente — não só àqueles com limites bem altos no
cartão de crédito. Para isso, foi preciso levar o negócio às pessoas. “Abrimos
lojas em regiões onde as pessoas nem sequer conheciam o serviço”, diz
Franklin. “A ideia era conquistar quem nunca havia entrado numa locadora.” No
fim das contas, muitos neófitos acabaram descobrindo no serviço uma
alternativa vantajosa na comparação com outros modais, em especial se a
conta da locação for dividida entre amigos e familiares.
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- (Arte/Exame)
Real State
Loft
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são notórios focos de corrupção —, a liderança da Loft segue regras rígidas de
compliance para evitar essas zonas cinzentas.
- (Arte/Exame)
Para além de o modelo
de negócios ter ESG no foco, a direção da Loft busca construir uma cultura
organizacional aberta à diversidade — uma das premissas dos pontos S e G da
agenda ESG. O mantra dos funcionários da Loft é be yourself (“seja você
mesmo”, em português). Há três comitês de diversidade: Pride at Loft
(LGBTQIAP+), Girl Power (mulheres) e Colors at Loft (pessoas pretas,
indígenas, amarelas), todos autogeridos. Atualmente, 44% dos 800
funcionários são mulheres. A meta é chegar a 50% até o fim de 2021. Para
aumentar a pluralidade, há vagas exclusivas para pessoas pretas, transexuais
e mulheres, além de um banco de talentos negros. “Quando as pessoas se
sentem elas mesmas, conseguem entregar o melhor de si”, diz Mate Pencz,
fundador e CEO. Na lista de mimos para atrair talentos está uma licença
parental remunerada por até seis meses para pais e mães. Para pais, a política
garante dois meses de licença obrigatória. | Gabriel Aguiar
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Tech
Totvs
Diferentemente da típica empresa ou multinacional de tecnologia, que tem um
escritório no entorno da Avenida Faria Lima, em São Paulo, a Totvs tem uma
história que remonta à zona norte da cidade, no bairro de Santana. O
presidente executivo, Dennis Herszkowicz, relata que com relativa frequência
recebe mensagens de novos colaboradores que cresceram na região e agora
têm orgulho de trabalhar em uma companhia cuja história acompanharam a
vida inteira. “Para nós é algo de grande valor. Como estamos há muitos anos
ali, boa parte das pessoas mora no entorno do escritório. Sabemos que muitos
negócios locais dependem do dia a dia da Totvs e que devem sofrer em um
momento como este”, afirma. Herszkowicz se refere à pandemia de covid-19,
que obrigou a empresa a operar em trabalho remoto pela saúde dos
funcionários.
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- (Arte/Exame)
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conseguem atrair e reter talentos e capital amigável, isso vira parte
fundamental do negócio.” | Thiago Lavado
- (Arte/Exame)
Telecom
Algar Telecom
Num ano de pandemia, a Algar Telecom expandiu a receita em 10,5%. Para
Jean Borges, presidente da empresa, o ESG tem a ver com o bom resultado. A
telecom de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, investiu pesado em medidas para
digitalizar pequenos e médios negócios afetados pela quarentena, como bares
e vendas de bairro. A Algar chegou a custear a banda larga para alguns
clientes em dificuldades financeiras, uma boa ação capaz de fidelizar a
clientela. “Com todo o movimento para o home office, dos nossos funcionários
e do mercado, pensamos em como nós poderíamos ajudar”, diz Borges. Hoje,
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as PMEs formam 27% da carteira de clientes da telecom e o filão segue
crescendo.
Em outra frente, a Algar quer ser uma “telecom verde”. A frota da empresa para
reparos na sede dos clientes é totamente flex — 95% do combustível utilizado
é álcool. E, em paralelo, o movimento da empresa de colocar os funcionários
em quarentena durante a pandemia veio também acompanhado de uma
preocupação ambiental. Afinal, menos gente indo para lá e para cá significa, no
fim do dia, menor consumo de energia. O vaivém de funcionários entre as
sedes da empresa, comum no passado, foi substituído por reuniões virtuais
diárias de 30 minutos para aproximar o time e manter a cultura do negócio.
Tudo isso tem ajudado a empresa a crescer e, ao mesmo tempo, manter a
sustentabilidade do negócio. “Há dez anos não era simples perceber o link
entre essas coisas”, diz Borges. “Hoje, o tema engaja pessoas e atrai talentos.
As pessoas querem trabalhar com você por causa da sustentabilidade.”
- (Arte/Exame)
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- (Arte/Exame)
Utilities
EDP do Brasil
A EDP Brasil, empresa de origem portuguesa com negócios em vários pontos
da cadeia da energia, tem metas ESG ambiciosas. Até 2032, a companhia se
comprometeu a reduzir 85% de sua emissão de carbono. As usinas poluidoras
deverão encerrar as atividades. O foco, agora, são energias renováveis, como
a solar. A preocupação por ali é forte a ponto de ter virado um departamento
inteiro: a vice-presidência de pessoas e ESG, sob o comando da executiva
Fernanda Pires, estreou em fevereiro deste ano. “Estamos na década de ação
na agenda climática”, diz Pires.
A EDP foi uma delas. Mesmo com a pandemia, a empresa lucrou 1,5 bilhão de
reais em 2020. O bom desempenho está relacionado com práticas nos três
pilares da agenda ESG. No E, a empresa foi a primeira do setor a receber um
selo de qualidade da Science Based Targets, coalizão global de cientistas
contra a mudança climática, em razão dos esforços para reduzir as emissões
de carbono.
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No G, a empresa foi uma das pioneiras a contratar mulheres ao cargo de
eletricista — uma escola para o público funciona há dois anos. Além disso, no
meio da pandemia, a empresa doou 10 milhões de reais à rede pública de
saúde para a compra de equipamentos e para obras de melhoria na fiação de
hospitais de campanha. Quase um terço da mão de obra no Brasil — algo
como 1.000 funcionários — pratica trabalho voluntário, um pilar importante do
S. “É uma junção dos esforços de dentro para ajudar quem está fora da
empresa”, diz Dominic Schmal, gestor de sustentabilidade da EDP no Brasil.
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