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Analisando o conceito do território, nos termos da Lei do ordenamento do território, Lei n° 19/2007 de
18 de Julho, e de mais definições sobre o termo Território de vários autores, estudiosos em matéria de
ordenamento do território, podemos sumarizar, que o território é porção do Globo terrestre sobre a qual o
Estado exerce sua soberania, abrange:
O território constitui-se da superfície do solo delimitado, ou território propriamente dito, o subsolo, as águas
territoriais nele contidas, as ilhas por ele reconhecidas no Direito Internacional, os rios que nele atravessam e/ou
divisórios de água ou montanhas, os lagos nele contidos e/ou divisórios, os portos, os mares interiores, os golfos,
o espaço aéreo que está sobre o solo.
Território Real
Território Ficto
Quando por uma ficção de direito se reputa território o que material e geograficamente não o é. Por exemplo,
tudo aquilo que, de acordo com o princípio da extraterritorialidade, é considerado um prolongamento da
nação cujo pavilhão ostenta, concretamente:
Os Navios de guerra e as Aeronaves militares de países estrangeiros onde quer que se encontrem;
Os Edifícios ocupados oficialmente por Agentes diplomáticos e consulares localizados noutro país
(Embaixadas e Consulados);
O Mar territorial e o espaço aéreo a ele sobreposto;
Território flutuante – que é a extensão do mar sob a jurisdição do Estado, ou território marítimo (são os
navios de guerra, quando têm arvorada a bandeira nacional);
Território Volante – é o representado pela aviação militar, considerada, ficticiamente, parte do território
nacional, quando em país estrangeiro ou em viagem pelo espaço aéreo livre.
Mar territorial se denomina domínio marítimo, águas territoriais, mar litoral, mar adjacente, águas
nacionais, litoral flutuante, águas jurisdicionais e faixa litorânea.
Faixa litorânea é a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que não deve
exceder 12 milhas marítimas de largura, da costa, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral.
Baixa-mar é o nível mínimo da curva da maré, ou seja, maré baixa.
Maré baixa - é o mar que banha ou circunda o território continental ou insular das nações, e vai do litoral
até alcançar uma linha imaginária – linha de respeito – paralela a este. É reconhecido internacionalmente
aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente.
Zona Contígua é faixa marítima entre o mar territorial e o alto mar, sobre a qual o Estado possui direitos
restritos de natureza administrativa.
Plataforma Continental é planície submarina ao longo da costa oceânica, com profundidade não superior a
200 m. Pertence ao Estado banhado pelo mar, compreendida como uma extensão do solo e subsolo do
Estado.
Zona Económica Exclusiva é faixa adjacente ao mar territorial, com 200 milhas de extensão, onde o Estado
possui direito de soberania para fins de exploração e gestão.
Alto mar é faixa dos oceanos e mares que se encontra fora do domínio de qualquer Estado. É bem comum,
regulamentada pela Convenção sobre Alto-Mar da ONU de 1958 (recebendo igual tratamento em 1982).
Espaço aéreo corresponde ao espaço sobreposto ao território real da nação e suas águas adjacentes, ou seja,
abrange inclusive o mar territorial. Está ligado à soberania, e é necessário aos interesses militares e à
segurança. É de uso comum, regulado pelo código do ar. Neste contexto, se diz “Liberdade do ar”,
sendo:
Liberdade de sobrevoo sem escalas;
Liberdade de trânsito sem escalas técnicas;
Liberdade do avião para levar passageiros e carga;
Liberdade do avião para trazer passageiros;
Liberdade de o avião transportar passageiros e carga nos aeroportos intermediários entre o país de sua
nacionalidade e o país estrangeiro.
Domínio terrestre - compreende o solo e subsolo da área geográfica incluída nas fronteiras do Estado. Para
delimitar este domínio o Estado possui o direito de marcar materialmente ou indicar concretamente seus
limites, que separam de seus vizinhos, criando fronteiras, que podem ser:
Limites naturais – acompanham os acidentes geográficos do solo (Cordilheiras, serras, montanhas, rios,
lagos);
Limites artificiais – linha imaginária formada por Marcos Geodésicos perfilados ou simplesmente Marcos de
fronteira. Este limite pode ser imaginário ou físico (Murro fronteiriço ou de arame farpado estendido ao
longo da fronteira).
Demarcação de fronteira
Fronteira formada por Montanhas – é o traçado que segue a linha da máxima altitude, ou o divisor de águas
nele nascente;
Fronteira formada por Rios - é o traçado que segue a linha que divide o rio em duas partes, ou se confunde
com linha média fluvial correspondente ao talvegue;
As ilhas situadas nos rios limítrofes pertencem ao Estado cujo território se encontra ou por acordo mútuo;
Ponte é o traçado que segue a secção média transversal entre os dois encontros da ponte;
Fronteira formada por Lagos e mares internos - é o traçado que segue a linha da média distância entre as
margens, ou, em sendo a largura superior a 06 (seis) milhas, cada Estado possui soberania até o limite de
três milhas, ficando a faixa central em comum.
Domínio fluvial
O domínio fluvial podem ser nacional, quando percorre o território de um só Estado, como por exemplo o rio
Lugenda, Messalo e Lúrio. E domínio internacional os rios percorrem o território de dois ou mais Estados, como
por exemplo os rios Incomáti, Save, Zambeze, Nilo, e outros.
Originários – quando o território não pertencia anteriormente a ninguém ou seja, coisa de ninguém, ou
ainda coisa abandonada;
Derivados – quando o domínio sobre um território é transferido de um a outro Estado.
Os modos originários de aquisição de território podem ser:
Por ocupação, isto é, pela tomada de posse real e efectiva por um Estado de território que não pertencia,
naquele momento, a nenhum outro Estado. Se diz, “aquisição quem chegou primeiro”. Historicamente foi
assim que as potências coloniais alegam a pertença de territórios ultramarinos;
Por acessão – quando houver aumento de um território provocado por um facto físico, como a acção de um
rio, ou provocado pelo trabalho humano, em casos de aterros e diques;
Por adjudicação – quando um território passa à soberania de determinado Estado em virtude de decisão de
uma organização internacional, a exemplo do Conselho da Liga das Nações.
Modo aquisição do território