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RESUMO DE DIREITO DO MAR

Convenção das Nações Unidas sob Direito do Mar


• 1982
• Possui 2 implementation agréments:
o 1994 Agreement on the Implementation of Part XI of the Convention (fala
sobre a exploração da Área)
o 1995 Fish Stocks agreement

1. Espaços Marítimos

• Águas interiores*
• Mar territorial*
• Estreitos internacionais*
Sob jurisdição
• Águas arquipelágicas*
nacional
• Zona Contígua
• Zona Econômica
Espaços
Exclusiva**
marítimos
• Plataforma Continental**

Além da • Área
jurisdição • Alto Mar
nacional

* Espaços em que o Estado tem soberania territorial


** Espaços que estão “além da soberania territorial”, mas sob estão sob jurisdição
nacional
Soberania Territorial Direitos Soberanos
Jurisdição espacial por Ö
Ö
natureza (limitado)
Jurisdição legislativa +
Ö Ö
enforcement
Ratione material Ö ´
Ratione personal Ö Ö
Exclusividade Ö Ö

Águas interiores

• São as águas situadas no interior da linha de base do mar territorial do Estado

Mar territorial

• 12 milhas náuticas
• Soberania territorial
• Inclui o leito, subsolo, águas adjacentes e o espaço aéreo
• Direito de passagem inocente:
o A passagem é inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem
ou à segurança do Estado costeiro (art. 19)
o “Passagem”: navegação pelo mar territorial com o fim de:
a) Atravessar esse mar sem penetrar nas águas interiores nem fazer escala
num ancoradouro ou instalação portuária situada fora das águas interiores
b) Dirigir-se para as águas interiores ou delas sair ou fazer escala num desses
ancoradouros ou instalações portuárias
o A passagem deverá ser contínua e rápida

Zona Econômica Exclusiva

• 200 milhas náuticas, contadas a partir da linha de base do mar territorial


• Área adjacente ao mar territorial
• Direito de soberania para fins de:
o Exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais,
vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar
e seu subsolo
o Exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a
produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos
• Direito de jurisdição, em conformidade com as disposições da CNUDM:
o Colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas
o Investigação científica marinha
o Proteção e preservação do meio marinho

Plataforma Continental

• Compreende:
o Leito e subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar
territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu
território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até
uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base do mar
territorial
• Direitos de soberania:
o Para efeitos de exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais
o Direitos são exclusivos, no sentido de que, se o Estado costeiro não
explora a plataforma continental ou não aproveita os recursos naturais da
mesma, ninguém pode empreender estas atividades sem o expresso
consentimento desse Estado
o Recursos naturais = recursos minerais e outros recursos não vivos do leito
do mar e subsolo, bem como organismos vivos pertencentes a espécies
sedentárias, isto é, aquelas que no período de captura estão imóveis no
leito do mar ou subsolo
• Extensão da plataforma continental + 150 milhas náuticas
o No final, não se pode ter mais do que 350 milhas náuticas de plataforma
continental
o A extensão tem que ser requerida à Comissão de Limites da Plataforma
Continental dentro de 10 anos depois da entrada em vigor da CNUDM no
Estado em questão
o O Estado costeiro tem que apresentar as características do limite exterior
da sua plataforma continental juntamente com informações científicas e
técnicas de apoio
o São criadas subcomissões para análise dos pleitos, que devem apresentar
as suas recomendações à Comissão
o Aprovação: maioria de 2/3 dos membros presentes e votantes

Área

• Significa o leito do mar, os fundos marinhos, e o seu subsolo além dos limites da
jurisdição nacional
• “Atividades na Área”: todas as atividades de exploração e aproveitamento dos
recursos na Área

2. Princípios

• Princípio da Liberdade dos Mares (Mare Liberum)


o Objetivo: assegurar a liberdade de utilizar os oceanos para vários usos, tais
como navegação, cabos submarinos, pesquisa científica
o Hugo Grotius – Mare Liberum (1609): advogava pela liberdade do
comércio com base na liberdade dos mares
o Pode-se dizer que, em essência, “the freedom of the seas was the corollary
of the freedom of commerce, which was a prerequisite for expanding
capitalism and European domination over the rest of the world”1
• Princípio da Soberania
o Objetivo: resguardar os interesses dos Estados costeiros
o Promove a extensão da jurisdição nacional para espaços offshore e apoia
a territorialização dos oceanos
o Vattel: faz clara distinção entre a soberania territorial e o alto mar,
negando a apropriação deste último por outro Estado
• Princípio do Patrimônio Comum da Humanidade
o Aplica-se à Área e seus recursos (artigo 136 da CNUDM)
o Promove a proteção do patrimônio comum da humanidade como um todo
o “Humanidade” entende-se que inclui todas as pessoas do planeta + todas
as gerações presentes e futuras
o Humanidade é um ator no direito do mar e possui um órgão operacional,
que se chama International Seabed Authority (ISBA), que atua em nome
da humanidade como um todo

1
TANAKA, Yoshifumi. The international law of the sea. Cambridge University Press: Cambridge, 2012,
p. 17.

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