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AULA 04: O Estado como sujeito de direito

internacional
 Conjunto de instituições de regulação e de
apoio que têm soberania ao longo de um
território definido e com população.
 A Convenção Pan-americana sobre Direitos e Deveres dos Estados
(Montevidéu, 1933) considera que o Estado pessoa internacional deve
ter os seguintes requisitos:

povoação permanente;

território determinado;

governo;

capacidade de entrar em relações com os demais Estados.


 2.1.1. Elementos
 O Estado, personalidade originária de direito
internacional público, ostenta três elementos
conjugados:
 **uma base territorial,
 **uma comunidade humana estabelecida
sobre essa área,
 **uma forma de governo não subordinado a
qualquer autoridade exterior. É chamado de
elemento primário ou fundador.
 Base Territorial:
 Sobre seu território o Estado exerce jurisdição. O território
é a área terrestre do Estado, somada àqueles espaços
hídricos de topografia puramente interna, como os rios e
lagos que se circunscrevem no interior dessa área sólida.
Sobre o território assim entendido, o Estado soberano tem
jurisdição geral e exclusiva.
 A exclusividade significa que só ele pode, assim, tomar
medidas restritivas contra pessoas, detentor que é do
monopólio do uso legítimo da força pública. É preciso
saber que território em sentido jurídico é mais amplo que
o sentido dado pela geografia política, visto que abrange,
por exemplo, o domínio marítimo. O território nacional em
sentido jurídico pode incluir navios e aeronaves militares,
estando subordinados à jurisdição nacional mesmo em
território estrangeiro.
 Base Territorial:
 O controle de uma parte da massa terrestre
do planeta é essencial para a existência do
Estado.

 Ex: Principado de Sealand.

 É possível o estabelecimento de um Estado


em Alto Mar?
 O Mar enquanto Res Communis.
 Base Territorial:

 Território e Soberania
 No território de um Estado a sua jurisdição é
geral e exclusiva.
 Geral - porque o Estado tem todo poder que
decorre dessa noção (legislar, usar força física,
julgar).
 Exclusiva - competência exclusiva do Estado para
tomar medidas jurídicas em seu território.
 Ex: proibição da abdução.
 População: Comunidade humana estabelecida
nesta base territorial. Nacionais e
estrangeiros.
 Povo:
 sentido subjetivo - seria um conjunto de
pessoas que desejam viver em comunidade.
 sentido objetivo - revela que povo é um
conjunto de pessoas que compartilham a
mesma herança étnica, cultural, religiosa,
linguística.
 Povo:

 Autores como Rezek no Brasil e Alan Pellet na


França ressaltam não a necessidade de uma
população, mas sim a dimensão pessoal do
Estado.

 Conceito mais utilizado: população.


 Governo:

 “Governo soberano” ou seja, não subordinado a qualquer autoridade
exterior.
 O governo é o terceiro elemento do Estado e é a sua organização
política. O poder existe em toda sociedade como uma necessidade de se
manter a própria organização social. O DIP não impõe uma forma de
governo para os Estados. A organização política é uma decorrência da
soberania do Estado e assegurada pela ordem jurídica internacional.
Quando os textos do DIP, como a Carta da OEA, estabelecem como
forma de regime a democracia representativa, isto é feito a título
programático ou de ideal, sem que se imponha como uma obrigação
jurídica, apesar de consagrada em tratado. A sua violação é incapaz de
acarretar a responsabilidade internacional do Estado ou de ser imposta
pela própria organização. O DIP não tem qualquer predileção por uma
determinada forma de governo, e quando ela surge consagrada em
texto internacional, por exemplo na OEA, isto é uma decorrência de
imposição de uma grande potência da região (no caso, EUA).
 Governo:
 A inexistência temporária de um governo
não impede a sua perpetuação.
 A sociedade internacional garante a
existência desses Estados como realidade
meramente jurídica.
 Ex: Estados Falidos.
 Ex: Estados ocupados durante a Segunda-
Guerra.
 Ex: Os países bálticos e URSS.
 Independência ou Capacidade de estabelecer
relações com os demais países:

 Sem soberania interna, ou seja, sem governo


momentaneamente, o Estado pode existir. Sem
soberania externa o país não pode existir.
Soberania externa é independência jurídica.
 Ex: Países ligados à Rússia durante a União
Soviética.
 Ex: Guiana Francesa.
 Ex: Porto Rico
 1. Ocupação: estabelecimento de população em determinado
território (res nullius). É diferente de ocupação por guerra de
conquista que não é reconhecida pelos princípios de DI e pela
Carta da ONU. Hoje já não mais existe território sem dono, à
exceção da Antártida, já definida por Tratado e o Ártico.
 2. Emancipação: ocorre por sublevação. Um grupo nacional,
numeroso e forte, se liberta da metrópole, passando a comandar
interna e externamente, seus próprios destinos (Brasil e Portugal,
EUA e Inglaterra, Timor-Portugal).
 3. Separação(desmembramento ou secessão): parte de um
Estado se desvincula do todo estatal, criando um novo Estado.
(Império Autro-húngaro).
 4. Fusão: dois Estados passam a formar um só Estado (Unificação
Italiana e Unificação Alemã)
 Formação normativa: Por acordos internacionais (Vietnam e
Vaticano).
 Características do Reconhecimento de Estado: Ato
unilateral, Irrevogável, Incondicional, Retroativo e
Discricionário.

 Artigo 13 da Carta da OEA


 A existência política do Estado é independente do seu
reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser
reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua
integridade e independência, de promover a sua conservação
e prosperidade, e, por conseguinte, de se organizar como
melhor entender, de legislar sobre os seus interesses, de
administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a
competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos
não tem outros limites senão o do exercício dos direitos de
outros Estados, conforme o direito internacional.
 Duas concepções sobre a natureza do
reconhecimento:
 1 - Constitutiva (atributiva)
 É o ato de reconhecimento que constitui o
Estado, o qual verdadeiramente constituiria o
Estado, atribuindo a ele personalidade estatal. É
teoria minoritária.
 2 -Declaratória
 O reconhecimento é tão somente ato declaratório
da existência do Estado, já que a personalidade
estatal independe da deliberação de outros
Estados. É a teoria adotada pela Carta da OEA e
pelo Institut de Droit Internacional.
 Efeitos de Fato do Reconhecimento:

 **Só se mantêm relações diplomáticas e, por


conseguinte, políticas com Estado que se reconhece.
A falta de reconhecimento traz problemas para o
reconhecimento dos atos jurídicos do novo Estado:
não se atendem pedidos de extradição, não se
reconhecem casamentos celebrados no novo Estado,
etc.
 **O objeto do reconhecimento passa a ser oponível a
quem o reconheceu. O Estado reconhecido deverá ter
reconhecido seu direito à soberania e ao respeito
mútuo. Exemplo – os Estados árabes oferecem o
reconhecimento de Israel nas negociações de paz.
 Capacidades internacionais que os Estados possuem e
outros sujeitos podem titularizar temos:
 -Capacidade de desfrutar de privilégios e imunidades
perante tribunais internos e autoridades de outros países.
 -Capacidade de oferecer proteção diplomática ou
chamada proteção funcional no âmbito das organizações
internacionais.
 -Promover reclamações em Tribunais estrangeiros,
inclusive protegendo os seus particulares em estado
estrangeiro (proteção diplomática ou endosso).
 A proteção diplomática ou endosso é um Direito do Estado
e não do sujeito. O Direito demandado é o Direito do
próprio Estado, visto que seus nacionais tiveram direito
violado.
 No atual costume internacional, a proteção diplomática só
pode ser concedida a seus nacionais.
 No âmbito do direito internacional, cada vez mais
são debatidos temas ligados ao domínio público
internacional, conjunto de espaços cujo uso
interessa a mais de um Estado ou à sociedade
internacional como um todo. Nesse
sentido, não é tema de domínio público
internacional

 a) o espaço aéreo.
 b) o espaço sideral.
 c) o continente antártico.
 d) a Internet.
 e) a Sibéria.
 Assunto de Direito Costumeiro X Convenção da
ONU (em formação).

 Hoje o tema é regulado por dois campos:


 1) responsabilidade subjetiva:
 Regulada pelos usos e costumes, doutrina,
princípios gerais, tratados.

 2) responsabilidade objetiva:
 Regulada por tratados multilaterais sobre
assuntos específicos.
 Artigo 27 CVT
 Direito Interno e Observância de Tratados

 Uma parte não pode invocar as disposições


de seu direito interno para justificar o
inadimplemento de um tratado. Esta regra
não prejudica o artigo 46.
 Questão 02:
 Com relação aos tratados internacionais, assinale a opção
correta à luz da Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados, de 1969.

 A. Ainda que a existência de relações diplomáticas ou
consulares seja indispensável à aplicação de um tratado, o
rompimento dessas relações, em um mesmo tratado, não
afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.
 B. Uma parte não pode invocar as disposições de seu
direito interno para justificar o inadimplemento de um
tratado.
 C. Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos
Estados ao assinarem um tratado.
 D. Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado
internacional.
 QUESTÃO 11
 Considerando o sentido jurídico de território, tanto em direito
internacional público quanto em direito constitucional, assinale a
opção incorreta.
 A) Em sentido jurídico, o território nacional é mais amplo que o
território considerado pela geografia política, pois abrange áreas
físicas que vão além dos limites e das fronteiras ditadas por esta.
 B) O território nacional, em sentido jurídico, pode incluir navios e
aeronaves militares, independentemente dos locais em que
estejam, desde que em espaço internacional e sob a condição de
que não se trate de espaço jurisdicional de outro país.
 C) O território nacional, em sentido jurídico, pode possuir
contornos inexatos, conforme ocorre na delimitação da projeção
vertical do espaço aéreo.
 D) O território, em sentido jurídico, pode ser mais ou menos
abrangente, a depender de manifestações unilaterais dos
Estados soberanos.
 1) responsabilidade subjetiva ou por culpa:
 Regulada pelos usos e costumes, doutrina,
princípios gerais, tratados.

 Teoria da culpa, defendida por Hugo Grotius.


Para esta corrente, o Estado ou OI só é
responsável pelos atos ilícitos que cometeu
com culpa, em qualquer de suas três
modalidades, ou dolo;
 2) Responsabilidade Objetiva ou Teoria do Risco:
 Regulada por tratados multilaterais sobre
assuntos específicos.

 Sem culpa, ou por risco - é instituto rígido e é regulada


por normas especiais escritas que definem tipos também rígidos.
Defende que o Estado ou OI é responsável por todo ato ilícito que cometa, ainda
que sem culpa ou dolo.

 Ex:(Convenção sobre responsabilidade Civil contra terceiros no campo da Energia


Nuclear e convenção sobre Responsabilidade Internacional por danos causados
por objetos espaciais e etc.
 Ex: Tratado da Antártida sobre Proteção ao Meio Ambiente, assinado em Madri,
em 4 de outubro de 1991.
 Os Estados são responsáveis pelos atos ilegais cometidos por
qualquer de seus poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Todos os atos ilícitos internacionais praticados pelo Executivo
diretamente ou por seus funcionários e agentes (ainda que
incompetentes, desde que aparentemente competentes para o
ato lesivo), tanto no âmbito interno como externo, geram
responsabilidade internacional para o Estado.
 A responsabilidade do Estado por atos de seus agentes é
objetiva, mas ocorre apenas quando o Estado não toma as
medidas necessárias para a punição dos culpados, válida a
mesma regra para o pessoal das Forças Armadas.
 Tem-se entendido que certas condutas podem gerar
responsabilidade internacional independentemente de
acarretarem dano, quando gerarem riscos excepcionais de
eventos extremamente danosos, como testes nucleares. Nestes
casos, a mera prática do ato responsabiliza o Estado ou OI a
quem tal ato puder ser imputado.
 Questão20
 Sobre as denúncias e o sistema de Responsabilização por
violação de Direitos Humanos, perante a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, assinale a afirmativa
 correta.
 A) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as
pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou privado, que
cometeram a violação, solidariamente.
 B) A Comissão não possui competência para responsabilizar as
pessoas naturais, podendo apenas determinar a
responsabilidade das pessoas jurídicas, de direito público ou
privado, que cometeram a violação.
 C) A Comissão poderá responsabilizar tanto o Estado como as
pessoas naturais e jurídicas, de direito público ou privado, que
cometeram a violação. Neste caso a responsabilidade do Estado
será subsidiária.
 D) A Comissão não possui competência para atribuir
responsabilidades individuais, podendo apenas determinar a
responsabilidade Internacional de um Estado membro da OEA.
 PARECER CONSULTIVO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA, de 11 de abril de 1949 (caso
Bernadotte)
 No caso casoBernadotte, no qual a Corte Internacional de Justiça entendeu que a ONU tem
personalidade jurídica própria para defender seu funcionário. Senão, vejamos:
 “(...) Nos tratados constitutivos das Organizações Internacionais mais antigas não havia a
preocupação de atribuir, de forma expressa, personalidade jurídica.
 A não manifestação expressa atribuindo personalidade jurídica às Organizações Internacionais
gerava questionamentos em considerá-las ou não sujeitos de Direito Internacional. Este
questionamento ficou elucidado por meio de um parecer Consultivo, datado de 11.04.1949,
solicitado pela Assembléia Geral da ONU, à Corte Internacional de Justiça, no caso conhecido
como Bernadotte.
 Em 1948 a ONU envia, a seu serviço, o diplomata sueco Conde Bernadotte como seu mediador
na Palestina. Ele foi assassinado no exercício de suas funções, e a ONU por este motivo
resolveu exigir as devidas reparações e indenizações, ocasião em que se questionou a
capacidade jurídica da organização de formar o pedido.
 O parecer da Corte Internacional de justiça põe termo à discussão ao reconhecer a
personalidade jurídica da ONU por entender que ela se constitui o tipo mais elevado de
organização Internacional, e não poderia corresponder às intenções de seus fundadores caso
ela fosse desprovida de personalidade jurídica.
 A Corte entendeu ainda que cinqüenta Estados, representando uma maioria dos membros da
Comunidade Internacional, têm o poder, conforme o Direito Internacional de criar uma
entidade titular de uma personalidade jurídica objetiva, e não simplesmente uma
personalidade reconhecida somente pelos Estados-membros.” (MERCADANTE, Araminta de
Azevedo (coordenador). Blocos Econômicos e Integração na América Latina, África e Ásia.
Curitiba: Juruá, 2007, p. 107.)
 Com relação aos Estados, são considerados pessoas jurídicas internacionais por excelência,
pois representam a coletividade na ordem juridical internacional.
 Assim, diante do exposto, conclui-se que, além da legitimidade do Estado patrial a
Organização das Nações Unidas tem legitimidade para proteger seus funcionários de atos
ilícitos.

 No parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça
sobre o caso Bernadotte (1949) ficou assentado que:
 a) tanto o Estado patrial de um funcionário das Nações
Unidas quanto a própria organização têm, em princípio,
legitimidade para protegê-lo contra o Estado que lhe
tenha causado dano mediante ato ilícito.
 b) só o Estado patrial do funcionário tem legitimidade
nessa mesma hipótese.
 c) a proteção funcional é impossível se o causador do
dano, mediante ato ilícito, não for membro das Nações
Unidas.
 d) a proteção funcional é impossível se o causador do
dano, mediante ato ilícito, for o próprio Estado patrial do
funcionário das Nações Unidas.
 Trata a questão dos privilégios e garantias dos
representantes de certo Estado soberano junto
ao governo de outro. Na atualidade vigem a
propósito, com aceitação generalizada, duas
convenções celebradas em Viena nos anos
sessenta:
 Convenção sobre relações diplomáticas (1961).
 Convenção sobre relações consulares (1963).
 Diplomata: O diplomata representa o Estado de origem junto à soberania local, e
para o trato bilateral dos assuntos de Estado. O serviço diplomático, de que cuida
a Convenção de 1961, goza de estatuto acentuadamente mais favorável que
aquele próprio do serviço consular, versado na Convenção de 1963

 Consul:o cônsul representa o Estado de origem para o fim de cuidar, no território


onde atue, de interesses privados — os de seus compatriotas que ali se encontrem
a qualquer título, e os de elementos locais que tencionem, por exemplo, visitar
aquele país, de lá importar bens, ou para lá exportar.
 Durante séculos, imperou a máxima segundo a
qual um Estado não pode julgar outro sem o
consentimento desse último:

 “Par in parem non habet imperium/judicium”.

 Esse sistema conhecido como sendo o sistema da


imunidade absoluta de jurisdição dos Estados
permitia que eles disfrutassem de tal imunidade
em relação à todas suas atividades, inclusive as
comerciais. A única possibilidade de julgamento
acontecia com a renúncia à imunidade de
jurisdição.
 IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO ABSOLUTA:
 A imunidade dos três grandes como principais representantes do seu Estado
continua a ser considerada absoluta segundo o costume internacional. Eles não
respondem durante o exercício do cargo nem por seus atos oficiais nem por seus
atos particulares.
 Para atos de Império (atos de governo):
 Há imunidade de jurisdição.
 Para atos de gestão ou comércio:
 (ex: contratação de jardineiro para trabalhar na embaixada) essa imunidade de
jurisdição não existe. Nota-se que a imunidade de jurisdição foi relativizada. No
Brasil, o STF - desde 1989 - reconhece o sistema da imunidade relativa de
jurisdição. O Caso Genny de Oliveira foi o leading case, uma reclamação
trabalhista contra a Alemanha.

 Em matéria trabalhista a competência para julgar


é a Justiça do Trabalho.
 Imunidade Soberana ou Estatal
 Ela tem como fonte jurídica o Costume
Internacional. As normas de imunidade soberana
protegem:
 1 - os Estados enquanto pessoas jurídicas;
 2 - os três grandes no interior de um Estado
(o chefe de Estado, o chefe de Governo e o
ministro das relações exteriores);
 3 - outros representantes de um Estado em
função oficial.
 IMUNIDADE DE EXECUÇÃO:
 O Estado goza de imunidade de execução
absoluta. Ex: o jardineiro pode ganhar ação na
Justiça do trabalho e não receber, pois existe
imunidade de execução. O jardineiro só recebe
caso o Estado levado à juízo abra mão de sua
imunidade de execução. A doutrina minoritária
entende que também é possível atingir os bens
de embaixada desde que não sejam os bens
necessários à sua atividade.
 Obs: Na prática o Estado que é levado a juízo paga o que deve em
acordo.
 São fisicamente invioláveis os locais da missão
diplomática com todos os bens ali situados.
 IMUNIDADE DE EXECUÇÃO:
 Informativo 779 do STF
 Tema muito atual, principalmente porque houve
decisão do STF que decidiu em 2013 pela imunidade
de jurisdição das organizações internacionais,
principalmente a ONU. Sabendo que as regras de
imunidade de jurisdição das organizações
internacionais estão no próprio estatuto de sua
criação. Como não têm territórios, a imunidade de
jurisdição vai se dar onde elas realizam suas missões.
 A ONU e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento possuem imunidade de jurisdição e
execução de acordo com decisão de 2013, pelo STF
que confirmou a imunidade em matéria trabalhista.
Assim, a ONU não pode ser julgada pela Justiça do
Trabalho.
 Diplomatas e Técnicos:
 No âmbito da missão diplomática, tanto os membros do quadro diplomático de
carreira (do embaixador ao terceiro-secretário) quanto os membros do quadro
administrativo e técnico (tradutores, contabilistas etc..) — estes últimos desde que
oriundos do Estado acreditante, e não recrutados in loco — gozam de ampla
imunidade de jurisdição penal e civil. São, ademais, fisicamente invioláveis, e em
caso algum podem ser obrigados a depor como testemunhas. Reveste-os, além
disso, a imunidade tributária.

 Exceções quanto à jurisdição civil: não há imunidade no caso de feito sucessório


em que o agente esteja envolvido a título estritamente privado, nem na ação real
relativa a imóvel particular. Tampouco pode invocar a imunidade o agente que,
havendo proposto ele próprio certa ação cível, enfrenta uma reconvenção. A
Convenção de 1961 dispõe também que não há imunidade no caso de feito
relativo a uma profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente; mas
seu próprio texto proíbe tais atividades paralelas ao diplomata.
 Exceções quanto à imunidade tributária: o beneficiário do privilégio diplomático
deverá arcar com os impostos indiretos, normalmente incluídos no preço de bens
ou serviços, as tarifas correspondentes a serviços que tenha efetivamente
utilizado. Possuindo, imóvel particular no território local, pagará os impostos
sobre ele incidentes.
 Familiares dos Diplomatas e técnicos:
 Em matéria penal, civil e tributária, os privilégios dos agentes
das duas categorias acima estendem-se aos membros das
respectivas famílias, desde que vivam sob sua dependência e
tenham sido incluídos na lista diplomática.
 Pessoal subalterno ou pessoal de serviços da missão
diplomática: custeado pelo Estado acreditante, só goza de
imunidades no que concerne a seus atos de ofício, à sua estrita
atividade funcional — o que significa que, neste caso, não cabe
falar em extensão do privilégio ao grupo familiar.

 Criados particulares:
 pagos pelo próprio diplomata, não têm qualquer privilégio garantido pelos
textos convencionais.
 Renúncia à imunidade. O Estado acreditante
— e somente ele — pode renunciar, se
entender conveniente, às imunidades de
índole penal e civil de que gozam seus
representantes diplomáticos e consulares.
 1 – Segundo a Convenção Pan-americana sobre Direitos e Deveres dos
Estados (Montevidéu, 1933) quais são os requisitos do Estado enquanto
sujeito de Direito Internacional?
 2- Por que motivo o Estado é considerado pessoa originário de Direito
Internacional?
 3- Por que o Direito Internacional não pode impor uma forma de
governo aos Estados?
 4- Qual a diferença entre o conceito de população e povo de um
Estado?
 5- Quais são as duas principais concepções sobre a natureza do
reconhecimento?
 6- Quais são as características do reconhecimento?
 7- Levando-se em consideração o Artigo 13 da Carta da OEA qual a
concepção sobre o reconhecimento prevalece entre os países membros?
 8- Que fontes do Direito Internacional são utilizadas para regular a
responsabilidade subjetiva?
 9- Que fontes do Direito Internacional são utilizadas para regular a
responsabilidade objetiva?
 10- Quando é possível a responsabilização do Estado por atos de seus
agentes?
 11- Algumas atividades são tão nocivas que sua simples prática leva à
responsabilização estatal, pelo risco de dano causado. Dê exemplo de
atividade que se amolda a essa regra:
 12- Que imunidades são previstas para os diplomatas?
 13- Qual a diferença quanto a imunidade para atos de império e para
atos de gestão ou comércio?
 14- Por que podemos afirmar que numa ação contra um Estado em
matéria trabalhista, um brasileiro que trabalhe como cozinheiro numa
embaixada pode viver o ditado popular “ganhou mas não levou”?
 15- Aponte exemplos de exceção quanto à imunidade de jurisdição civil
dos diplomatas:
 16- Comente sobre a imunidade de jurisdição em matéria trabalhista no
Brasil:
 17 – O diplomata pode renunciar à sua própria imunidade ou de algum
membro de sua família? Explique:

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