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UNIDADE III –

ESTADO, ESPAÇOS
SOB SOBERANIA DOS
ESTADOS E ESPAÇOS
INTERNACIONAIS
Profa. Andreza Smith
A existência de um Estado
■ A existência de um Estado é uma questão de fato e
não de direito
■ independe de preencher quaisquer condições jurídicas
■ demonstrada por meio da efetividade do domínio
territorial.

“Ente jurídico, dotado de personalidade internacional,


formado de uma reunião (comunidade) de indivíduos
estabelecidos de maneira permanente em um território
determinado, sob a autoridade de um governo
independente e com a finalidade precípua de zelar pelo
bem comum daqueles que o habitam”
1.Elementos constitutivos.
– Comunidade de indivíduos / população permanente: elemento
humano, associação de indivíduos em seu território COM ÂNIMO
DEFINITIVO; povo/população; nação x Estado;

– Território fixo e determinado: elemento material, espaço geográfico


(mar e espaço aéreo) delimitado onde está a população e é
exercida a soberania; estabilidade; as embaixadas (ficção da
extraterritorialidade);

– Governo autônomo e independente: elemento político; elege sua


forma de governo e política interna e externa sem interferência
arbitrária; ordem política efetiva e concreta; poder político
organizado; estado soberano;

– Finalidade: elemento social; papel do Estado no desenvolvimento


da sua história e da humanidade; desenvolvimento da
personalidade dos seus integrantes; bem comum;
2. Classificação (considerando a
estrutura)

2.1 Estados simples ou unitários


– soberanos;
– todo territorial indivisível e uniforme (integral)
e sem repartição de competências;
– um governo central e um único Poder
Legislativo, de âmbito nacional;
– população homogênea
Ex: Portugal (República Constitucional Unitária);
Japão, na Ásia; Uruguai na América Latina
Quanto ao exercício do poder
central:
- Centralizados: poder central exclusivo em todo
o território nacional, totalidade das funções
administrativas e judiciais.
- Descentralizados: poder distribuído ou repartido
pela Constituição do Estado entre os seus
municípios ou províncias. Ex: Uruguai (político,
financeiro e administrativo); França
- Desconcentrado: divisões territoriais dotadas de
um representante do poder central, sob as
ordens deste.
- Regionais: cada região tem autonomia
legislativa ordinária, com autonomia político-
administrativa regulamentada. Ex: Itália
2. Classificação (considerando a
estrutura)
2.2. Estados compostos:
- reúnem vários Estados independentes
ou províncias autônomas
- mesmo governo
- um só soberano (representação
internacional)
A - Coordenação
(igualdade/autonomia interna)
■ União Pessoal: temporária, resultante de uma coincidência
na indicação da pessoa do Chefe de Estado. Sucessão
dinástica. Ex: Portugal e Brasil em 1826 (D. Pedro IV)
■ União Real: junção de dois Estados, guardam integralmente
sua autonomia interna, integram uma só personalidade
internacional, sob a autoridade de um mesmo monarca ou
chefe de Estado. Ex: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
do Norte
■ União Incorporada: vários Estados independentes para o fim
de se formar um novo Estado.
■ Confederações: associação internacional de vários Estados
independentes e autônomos para fins determinados.
■ Federações: associação permanente de Estados que
guardam apenas autonomia interna
B. Subordinação (uma/várias submetidas
ao poder de outras)

■ Estados vassalos: direitos reduzidos internamente e


subordinação total externamente. (vassalo e
suserano).
– Vassalagem - relação jurídica, transitória, de
direito interno, cria intervenções do suserano em
troca de proteção militar. Ex: Egito, submetido ao
jugo do Império Otomano de 1878 a 1908
■ Protetorado: tratado que associa Estados por tempo
indeterminado, no qual os Estados protetores se
obrigam a proteger outro e recebem o direito de gerir a
sua política externa. Ex: Egito protegido pela Grã-
Bretanha, 1914.
■ Estados clientes: poder econômico exercido pelas
superpotências sobre áreas geográficas de sua
influência política afetava a autonomia externa de
Estados mais pobres, que passam a consentir em tudo
o que desejava a forte potência.
■ Territórios não autônomos: Carta da ONU, art. 73 e 74,
administração dos territórios cujos povos não atingiram
a plena capacidade de se autogovernarem, como as
colônias, os protetorados. Ex: Ilhas Caimán
■ Territórios sob tutela: para administrar e fiscalizar os
territórios que poderiam ser colocados sob tal sistema
em consequência de futuros acordos
■ Estados permanentemente neutros: independência e
integridade territorial garantidas por outros Estados
(tratados internacionais) em troca do compromisso de
se abster de participar de conflitos armados (salvo para
legítima defesa de seu território). Ex: Suíça, Vaticano e
Áustria
3. formação
3.1 Fundação direta: estabelecimento
permanente de uma população em um dado
território sem, com a instituição de um governo
organizado e permanente. Ex: antiguidade
clássica

3.2 Emancipação: por meio do qual um Estado


se liberta de seu dominante (como no caso das
colônias) ou do jugo estrangeiro, seja de forma
pacífica, seja em virtude de uma rebelião. Ex:
independência dos EUA e Brasil
3. formação
3.3 Separação ou desmembramento: quando um Estado
se separa ou se desmembra, para dar lugar à formação
de outros. Ex: Áustria, da Hungria e da Tchecoslováquia,
que se desmembraram em consequência da extinção, em
1918, do Império Austro-Húngaro;
■ secessão: desmembramentos estranhos a um processo de
descolonização, tal o que ocorreu em 1838, quando a Federação
Centro-Americana dividiu-se em cinco outros Estados (Costa
Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua)

3.4 Fusão: um Estado-núcleo absorve dois ou mais


Estados, reunindo-os (1) num só ente para a formação de
um só Estado, ou ainda (2) pela junção de territórios
formando um Estado novo. Ex: Tanzânia, 1964= Zanzibar
e Tanganica
4. reconhecimento de
estado e de governo
■ É um ato pelo qual um sujeito de DIP constata presentes
em uma entidade os elementos constitutivos de um
Estado.
■ O reconhecimento, mesmo que fruto de uma decisão
política, produz consequências jurídicas na ordem
internacional.
■ Relações comerciais não dependem de reconhecimento.
■ Três significados importantes do ato:
– desejo de iniciar relações formais com o novo
Estado;
– aqueles que reconheceram o novo Estado
consideram que ele possui os elementos
constitutivos de um Estado;
– reconhecimento é irrevogável (princípio do
estoppel – proibição do comportamento
contraditório).

 Características do reconhecimento de Estado


1 – ato unilateral
2 – irrevogável (exceção: desaparecimento do Estado)
3 – ato discricionário (ato mais político do que jurídico. No
entanto, produz consequências jurídicas EX: uma futura
celebração de tratado internacional com o país ou a troca de
representantes diplomáticos).
4 – retroativo: atos e leis do novo estado anteriores ao
reconhecimento serão considerados válidos
a. Natureza jurídica do
reconhecimento de Estado
 Teoria constitutiva: reconhecimento seria uma
condição necessária para a criação ou
estabelecimento de um novo Estado. Desuso.

 Teoria declaratória: se uma entidade satisfaz


objetivamente todos os elementos para constituir
um Estado, ela já é um Estado, e os demais
países têm a obrigação de tratá-la como se
Estado fosse.
Carta da OEA, art. 13: A existência política do
Estado é independente do seu reconhecimento pelos
outros Estados (...).
B. Novos requisitos p/ o
reconhecimento de Estado
 Viabilidade do novo Estado: evitar problemas
decorrentes do reconhecimento prematuro. É
necessário haver certeza de que o novo Estado possui
claramente os elementos constitutivos de um Estado.
Não pode haver dúvida, por exemplo, quanto à vitória
na sua luta pela independência.
–Ex.: Biafra, território nigeriano que teve sua
independência reconhecida por alguns países africanos e
que, no entanto, não foi vitorioso na guerra civil que
durou entre 1967 e 1970. Casos como este devem ser
evitados.
 O novo Estado não pode ter sido constituído
mediante uma violação grave do DIP, em
particular o art. 2º §4º da Carta da ONU (princípio da
não-agressão).
– Ex: República Turca do Chipre do Norte – Houve
intervenção turca na criação deste país, portanto
o CSNU baixou resolução proibindo o seu
reconhecimento, que só foi feito pela Turquia.

 O novo Estado deve comprometer-se a respeitar


os direitos humanos, democracia e no império da lei
Ex: Em 1991, a Comunidade Europeia deliberou que
somente reconheceria os Estados que integravam o
bloco soviético se houvesse o comprometimento com o
respeito à Carta da ONU e a outros documentos
internacionais que previam a proteção dos direitos
humanos e o recurso à solução pacífica dos litígios.
C - Reconhecimento de
governo
- é um ato unilateral que se faz necessário quando há uma ruptura
na ordem política de um Estado, de modo que seja instaurado um
novo governo à margem do sistema constitucional em vigor.
4.1 Requisitos para o reconhecimento de governo
1 – efetividade: é o único requisito imprescindível. O
novo governo deve ter o controle da máquina
administrativa do Estado e contar com a
aquiescência da população (ausência de resistência
firmada contra o novo governo).
2 – cumprimento das obrigações internacionais
do Estado, com base no princípio da continuidade do
Estado.
Ex: Revolução Russa – negou-se a cumprir
compromissos do Império Russo. Só foi reconhecida
pelos EUA em 1933.
3 – aparecimento conforme o DIP. No passado,
esse requisito era utilizado para impedir o
reconhecimento de novos governos instalados no
poder devido a intervenção estrangeira.
■ Reconhecimento tácito de governo

– Envio de chefe de missão diplomática ou de chefe de


repartição consular para um país implica em reconhecimento
tácito de governo.

– Envio de simples membros de missão diplomática e


repartição consular não configura reconhecimento tácito de
governo.

– Recebimento de qualquer membro de missão diplomática ou


repartição consular de um país implica em reconhecimento
tácito de governo.
5. Extinção
■ transformações substanciais ao ponto de fazer desaparecer um de
seus elementos essenciais. Pode ser:
• Total: perda de um dos seus elementos constitutivos, perda da
personalidade jurídica internacional. Ex:
• fenômenos telúricos (perda do território);
• migração total da população (dispersão do povo judeu em
Jerusalém);
• divisão do Estado em outros (Império austro-húngaro, 1919 -
Hungria, Áustria, Tchecoslováquia e Iugoslávia).
• Parcial: transformação em relação ao Estado. não afeta a
existência do Estado, mas sim a sua fisionomia, em virtude da
perda de parte de seu território ou de sua população;
– Anexação total ou parcial
– Fusão
– Divisão ou desmemebramento
6. Sucessão
■ Quando um Estado (sucedido) é definitivamente substituído por
outro (sucessor) no que tange ao domínio de seu território e
responsabilidades pelas suas relações internacionais.
■ É a transferência de direitos e obrigações do Estado que se
extingue para o novo Estado formado a partir de então
■ Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de
Tratados, de 23 de agosto de 1978
■ Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de
Bens, Arquivos e Dívidas, de 8 de abril de 1983, que foi tida
como quase inaceitável
- Art. 2°, § 1°, alínea b, "substituição de um Estado por outro na
responsabilidade das relações internacionais de um território".
- há sucessão de Estados no desaparecimento completo e na
mudança profunda em qualquer dos seus elementos
constitutivos
6. Sucessão (seis efeitos)
a) atinentes aos tratados internacionais
– teoria da sucessão automática - tratados anteriormente
concluídos pelo Estado sucedido passam a valer
automaticamente no território do Estado sucessor
– teoria da tábula rasa - não é o Estado sucessor obrigado a
aceitar os tratados então em vigor no território do Estado
sucedido; PREVALECE
b) relativos à nacionalidade: ATUAL – nacionalidade do novo estado,
com direito de opção
– Anexação - O novo Estado instala a sua nacionalidade sobre
o povo do território ocupado. Aos que discordarem, resta
emigrar.
– Fusão – nova nacionalidade
– Desmembramento/separação – estende-se a nova
nacionalidade aos nacionais dos antigos Estados.
c) relativos às obrigações financeiras : atribuir ao novo
Estado (P. da continuidade do Estado)
– Anexação parcial – divide a dívida?

d) ligados à legislação interna - Estado anexado passa a


reger-se pelas leis que estão em vigor no território do
Estado incorporador (direitos adquiridos); separação –
cada um com suas leis;
e) relativos ao domínio do Estado - anexação (total ou
parcial) ou fusão - todos os bens que integram o domínio
público do Estado são transferidos para o Estado
anexador ou para o novo Estado.
Separação – os novos Estados ficam com os bens
públicos que estão na sua porção.
f) relativos às organizações internacionais - regra é a da
não sucessão. O Estado sucessor deve requerer à
organização respectiva sua autorização de ingresso
8. Direitos e deveres do
estado
Direitos
■ direito à liberdade (soberania)
■ direito de igualdade Exceções (nos limites
(reconhecimento recíproco)
do DIP)
■ direito ao respeito mútuo
(consideração pelos demais) ■ intervenção em nome do
direito de defesa e de
■ direito de defesa e conservação conservação
(segurança/existência)
■ intervenção para a
■ direito internacional do proteção dos direitos
desenvolvimento (econômico, humanos
social)
■ e intervenção para a
■ direito de jurisdição (no seu proteção de interesses
território/população, com as de nacionais
exceções estabelecidas)
■ princípio de não intervenção
9. Restrições e intervenção
■ Os DF dos Estados não podem ser restringidos (art. 11, Carta
OEA)
■ Mas admite-se no DIP:
–neutralidade permanente - estado que se compromete, de maneira
permanente, a não fazer guerra a nenhum outro, salvo para defesa
própria contra a agressão sofrida.
–arrendamento de território - transferência temporária da soberania
e da administração deste, de um estado a outro.
–imunidade de jurisdição e de execução- primeira não ser julgado
pelos tribunais de outro estado, e a segunda de se opor à execução
de seus bens em outro estado. Ex: chefes de Estado
–servidões internacionais - restrições que o estado aceita expressa
ou tacitamente quanto ao livre exercício da soberania sobre o seu
território. (direito do Estado, concedido permanentemente, real ou
territorial)
10. Responsabilidade
internacional dos Estados
■ Sujeitos de direitos e obrigações internacionais – relações
baseadas nas obrigações recíprocas e direitos mútuos
■ Toda vez que um estado viola seus deveres causando prejuízo a
outro estado, torna-se responsável perante a sociedade
internacional
■ Responsabilidade internacional – instituto jurídico por meio do qual
o Estado a que se imputa um ato ilícito segundo o DI deve uma
reparação ao Estado contra o qual o ato foi cometido;
■ Gera o dever de reparação adequada
■ Imputada também às Organizações Internacionais
■ Projeto de Convenção da ONU sobre responsabilidade do Estado,
1996: aprovada pela Assembleia Geral ano passado, guarda
manifestação dos Estados até 01/02/2019
Teorias da responsabilidade: (descumprimento
do DI ou obrigação internacional)

– Subjetiva - lesado demonstrar que o agente


estatal agiu com culpa (negligência, imprudência
ou imperícia) ou dolo.
– Objetiva - obrigação de indenizar em razão de
um procedimento lícito ou ilícito que acarretou
lesão na esfera jurídica de outrem. (nexo de
causalidade) . Excluída diante da ocorrência de
evento de força maior.
–Do risco: ao praticar um ato, obriga-se a
indenizar terceiros por eventuais danos;
–Da culpa: responsabilidade decorre de ação ou
omissão do Estado; (JURISPRUDÊNCIA
INTERNACIONAL)
Elementos da
responsabilidade
internacional
a) Fato ilícito internacional: decorre de uma conduta
sua, que viola um tratado, costume ou outra fonte do
DIP. (Ex: energia nuclear)
b) Imputabilidade / atribuição ou nexo causal:
atribuído ao Estado. Direta (agente do Estado,
Legislativo, Executivo, Judiciário) ou Indireta
(particulares)
c) Dano / prejuízo: o Estado violado pode exigir. Um
outro Estado tb (Obrigação devida a grupo de Estado,
obrigação devida à comunidade internacional). Nem
sempre se exige dano. Ex: não cumprir regras de
DDHH.
Consequências da
responsabilidade
internacional
1. Interromper a conduta ilícita
2. reparação completa:
a)restituição (art. 35): restabelecer a situação que existia
antes da ocorrência do fato ilícito internacional.
b)compensação (art. 36): impossibilidade ou insuficiência
da restituição; monetária - danos emergentes, lucros
cessantes e os juros (art.38) – dano financeiramente
quantificável.
c)satisfação (art. 37): se a restituição e a compensação
não forem adequadas para reparar o ilícito (danos
morais), recorremos à satisfação, que possui função
simbólica. Ex: Estado violador reconhece que praticou o
fato ilícito
Excludentes de responsabilidade
(exceto jus cogens)
■ Consentimento do Estado: válido e anterior
■ Legítima defesa: Carta da ONU, art. 21. Ex: ataque armado, dano é
anterior;
■ Contramedidas: atos ilícitos, mas que se justificam por serem a
única forma de revidar outros atos igualmente ilícitos perpetrados por
um Estado agressor; ataque prévio e proporcionalidade;
■ Prescrição liberatória: silencia após longo período de tempo do ato
lesivo
■ Caso fortuito e força maior (evento externo irresistível ou
imprevisto)
■ Estado de necessidade (ato egoísta que não pode ser evitado para
salvaguardar interesse essencial do Estado
■ Renúncia do indivíduo lesado à proteção diplomática
Atos de retaliação

1) Retorsões (ato lícito): qualquer momento, mesmo sem


ilícito anterior, para promover uma mudança de
comportamento em outro Estado.
Ex: rompimento de relações diplomáticas, deixar de
prestar ajuda econômica voluntária

2) Sanções: só existem quando há relações verticais.


Possuem natureza punitiva. Contexto de certas OIs,
quando autorizadas por tratados celebrados pelos Estados.
Ex: Cap. VII da Carta da ONU – CS art. 41/42: sanções
políticas / econômicas / militares. Obs.: art. 53 §1º da Carta
da ONU: OIs regionais não podem autorizar o uso da
força.
Proteção diplomática
(Estado endossa a queixa do particular
contra outro Estado)
■ Pessoa da vítima não age diretamente contra o Estado
responsável para obter a reparação do dano.
■ Reclamação ao seu próprio Estado para que este formule o
pedido de indenização do prejuízo causado.
■ Três condições:
1 – em geral, o prejudicado deve ser nacional do Estado para
o qual solicita a proteção diplomática
2 – o esgotamento dos recursos internos
3 – a conduta correta do autor da reclamação
■ Estado é livre para decidir se deve ou não conceder a proteção
diplomática e os meio empregados para esse fim.
■ Proteção funcional: pode ser exercida por agências ou
organismos especializados da ONU.
■ Esboço de Artigos sobre Proteção Diplomática, ONU 2006
11. Espaços de soberania
dos estados
1. Território: conceito jurídico
a) o solo ocupado pela massa demográfica de indivíduos
que compõem o Estado, com seus limites reconhecidos;
b) o subsolo e as regiões separadas do solo;
c) os rios, lagos e mares interiores;
d) os golfos, as baías e os portos;
e) a faixa de mar territorial (12 milhas náuticas) e a
plataforma submarina (fundo marinho)
f) espaço aéreo correspondente ao solo.
12. Domínios – áreas de
jurisdição
A. Terrestre: superfície terrestre, espaço aéreo e subsolo (fronteiras e limites)
B. Fluvial: passam território de mais de um Estado – P. do recurso compartilhado
(utilização equânime do leito de um rio ou de águas profundas). Tal princípio
depende de regulamentação pelas partes envolvidas.
C. Marítimo: Classificam-se como águas internas:
• mar territorial (faixa marítima ao entorno da costa de um território, 12 milhas),
soberania plena
• zona contigua entre o mar territorial e o alto-mar (entre 12 e 24 milhas), não é
território, poder de polícia
• zona econômica exclusiva (de 12 a 200 milhas da linha de base), soberania na
exploração econômica e preservação (manobras militares)
• plataforma continental (leito e subsolo) direito de exploração, pode ultrapassar
200 milhas, Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU
• estreitos (naturais) e canais (obras) – comunicação entre 2 mares

■ Convenção da ONU sobre o Direito do Mar (Montego Bay, Jamaica), 1982:


Direito de Passagem inocente
12. Domínios – áreas de
jurisdição
■ Aéreo: sobrejacente à sua delimitação territorial e marítima.
Conforme o costume internacional e as convenções de Paris (1919)
e de Chicago (1944), “cada país tem a soberania completa e
exclusiva do espaço atmosférico sobre o seu território”.
■ Navios: É toda embarcação que se destina à navegação
transportando pessoas ou coisas. Podem ser públicos ou privados.
Em relação ao navio de guerra, a Convenção sobre Direito do Mar
trata que pertence às Forças Armadas de um Estado.
■ Aeronaves: direitos de sobrevôo, parada técnica, embarque e
desembarque de mercadorias e passageiros.
– Atos praticados internamente da aeronave, incumbe ao Estado
proprietário. Se afrontar interesses do Estado – é do Estado
que “hospedou” a aeronave aplicar a sua lei interna.
– aeronave em pleno vôo - interesse para o Estado onde esta
está passando, aplicando-se as regras em relação ao alto-mar.
– aeronave pousada - lei territorial em que esta se encontra,
exceto se for militar, daí vige a lei do país dela pertencente.
13. Espaços internacionais:
■ alto-mar: não pertence a nenhum Estado, liberdade, sem
arbitrariedade (navegação, vôo, pesca, cabos, pesquisa)
■ espaços ultraterrestre: O espaço ultraterrestre é um bem comum.
O tratado de 1967 prevê o direito de todos os estados explorarem-
no, não o podendo ser objeto de reivindicação de nenhum Estado
e seu uso é para fins pacíficos.
■ fundos oceânicos: leito marinho como patrimônio comum da
humanidade . Autoridade internacional dos fundos marinhos.
■ regime jurídico dos polos: patrimônio comum da humanidade

■ DIP contemporâneo abandona a ideia de “área comum da


humanidade” para adotar a “preocupação comum da humanidade”

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