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Introdução às Ciências Políticas Sociais

2023/2024

(Primeiro Teste)

Ciências Humanas – Estudam o Ser Humano de forma abstrata, concentram-se


mais na sua individualidade. (EX: História, Antropologia)
Ciências Sociais - Estudam o Ser Humano integrado na Sociedade, concentram-
se no seu comportamento em sociedade. (EX: Sociologia, Advocacia)
Ciências Políticas - Estudam o Poder Político.

Todas as ciências políticas estão unidas pelo mesmo objeto de estudo: os


fenómenos políticos.

Fenómenos políticos: designam qualquer processo social ou acontecimento


implicado na luta pela aquisição, manutenção, exercício, controlo e subversão
do poder na sociedade. O poder pressupõe um método de coação, mecanismos
formais de controlo do Poder, designando todo o conjunto de meios capazes de
coagir outros a um determinado comportamento.
EX: poder social; poder paternal; poder político; poder judicial…

Poder social - Conjunto de meios capazes de coagir os outros a um


determinado comportamento (como a força, a coação, a
hierarquia, a organização), sendo estes indispensáveis para o

bom funcionamento das sociedades menores, (à qual falta uma


parte), consideradas imperfeitas.

Poder Político – Conjunto de meios capazes de coagir os outros a um


determinado comportamento (coação), é referente ao Estado e
a sociedades maiores, (consideradas também perfeitas, no
sentido de acabadas).

Mel Amaro de Almeida


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2023/2024

ESTADO - TERRITÓRIO

ESTADO: Organização constituída por um território delimitado por fronteiras, por


um povo (obrigatoriamente com cidadania) e por um poder político
institucionalizado. São necessárias a convergência e a concentração destes três
elementos para tal classificação.

1) POVO
O povo é diferente da população. Para se fazer parte de um povo, tem de se ter
uma ligação política jurídica chamada nacionalidade ou cidadania. É um vínculo
político e jurídico entre o Estado e a pessoa em causa. A população são apenas
as pessoas dentro desse Estado.
EX de população: Turistas, estudantes de Erasmus, etc…

AQUISIÇÃO DE CIDADANIA: (VARIA DE ESTADO PARA ESTADO)

Nascimento → Jus Sal: quem nasce no território tem direito a nacionalidade.


↘ Jus Sanguíneo: de acordo com a nacionalidade dos pais, fica com
essa nacionalidade independentemente do país
em que nasceu.
Adoção → Plena: torna-se integrante da família adotante desaparecendo os
antigos laços biologicamente.
↘ Restrita: atribui apenas a qualidade de filho adotado não
biologicamente, não podendo receber o nome ou herança
da família adotante.
Casamento → O cônjuge pode adquirir a nacionalidade do seu parceiro, porém
existem algumas condições. Estas implicam, que tenham 5 anos
de vida em comum de forma a mostrar que não existem fraudes.
Naturalização → Naturalização é um ato pelo qual uma pessoa voluntariamente
adquire uma nacionalidade que não é sua própria pelo simples
fato do nascimento. É diferente de nacionalização – esta palavra

refere-se a coisas e não pessoas.

NATURALIZAÇÃO - CONDIÇÕES:

 Exigência de residência no país em questão há pelo menos 5 anos;


 Cadastro limpo ou pena inferior a 5 anos;
 Autonomia financeira (Independência financeira);
 Conhecimento da língua;
 Cerimónia solene aos candidatos que juram ser fiéis à pátria em questão;

Mel Amaro de Almeida


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 Menores de idade não podem, geralmente, obter nacionalidade por esta


via, pois não são vistos como tendo capacidade de expressar a mesma.

Perda de Nacionalidade → Renúncia: Resulta da manifestação da vontade de perder a


nacionalidade. Há Estados que não permitem a
renúncia de nacionalidade.
↘ Cassação: Acontece em Regimes Autocráticos (geralmente).
O Estado decide que devem ser anuladas/retiradas

algumas nacionalidades.
EX: Judeus na 2ª Guerra Mundial.

↘ Extinção de um Estado: Quando um Estado para de existir, perde-


se a nacionalidade correspondente. A extinção de um Estado pode
consistir na anexação/fragmentação ou união por causas naturais.
EX: Áustria na 2ª Guerra Mundial passou a fazer parte do Império
alemão.

2) TERRITÓRIO

Território → Terrestre;
↘ Aquático (marítimo, lacustre e fluvial);
↘ Aéreo.

 TERRITÓRIO TERRESTRE
Solo, subsolo e embaixadas (extraterritorial).

 TERRITÓRIO AQUÁTICO
o MARÍTIMO - território até 12 milhas a partir da costa.

Z.E.E – Zona Económica Exclusiva


- Não é território português: até 200 milhas a partir da costa);
- Prioridade de exploração dos recursos;
- Dever de policiamento;

Mar Internacional:
“RES COMUNI” = coisa comum, é de todos, não pode ser apropriado por alguém.
“RES NULIUS” = não pertence a ninguém, pode ser apropriado por alguém.

o LACUSTRE E FLUVIAL – lagos, rios, barragens.


Rios Internos: Abrange só um Estado. – Rio Sado, Rio Mondego
Rios Internacionais: Abrange no mínimo dois Estados Soberanos. – Rio
Amazonas, Rio Reno, Rio Nilo
Lagos Internos: Abrange só um Estado.
Lagos Internacionais: Abrange no mínimo dois Estados. – Lago Doiram
(Macedónia do Norte/Grécia); Lago Constança (Alemanha, Áustria, Suíça)

Mel Amaro de Almeida


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TERRITÓRIO AÉREO
– Porção da atmosfera que se sobrepõe ao território desse país, incluindo o território
marítimo, indo do nível do solo, ou do mar, até 100KM de altitude.

3) PODER POLÍTICO
A nível externo

→ Estados Soberanos:
SOBERANIA: A soberania é uma autoridade superior que não pode ser restringida
por nenhum outro poder e, portanto, constitui-se como o poder absoluto de ação
legítima no âmbito político e jurídico de uma sociedade. EX: China, Angola, Rússia.
Estado neutral: não toma partidos em caso de guerra.

→ Estados Semissoberanos: Estados que têm parte dos poderes.

Estado neutralizado: Estado que abdicou, forçosamente ou não,


do direito de poder bélico.

Vassalo: Estados vassalos são subordinados de outros Estados,


implicando dependência ou pagamento de um tributo.
EX: Porto Rico, Andorra.

Exíguo: Estado pequeno que pela sua dimensão não lhe é


permitido o p. bélico. EX: cidades-estado – Macau, Singapura.

Estado confederado: Estado membro de uma confederação,


“tecnicamente”, semissoberano. Poderá reaver os seus
poderes. Confederação – associação internacional de Estados
através do qual os Estados membros delegam parte do poder à
Confederação. EX: Estados membros da UE ou da NATO.

Estado protegido: Detém um Estado Protetor


resultante de um Tratado Internacional que consiste na proteção

do Estado relativamente fraco por parte de um Estado forte.


Abdica de parte da sua soberania que passa a ser exercida
pelo Estado Protetor.

→ Estados Não Soberanos: Estados que não têm qualquer atributo.

Estados federados – Estado membro de uma federação.

Estados membros de uma União real: Associação de estados na


qual os membros têm autonomia constitucional, mas perdem
personalidade jurídica nacional em favor da União. Pertencem a
uma união de estados em que o Chefe dos Estados é um
monarca: A Inglaterra é a única união real atualmente;

Mel Amaro de Almeida


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PODER POLÍTICO → A nível interno

1) Estados Unitários → Dentro do estado unitário, existem 3 tipos:

Estado Unitário
1 nível de poder, 1 poder legislativo, judicial e executivo. Um estado unitário
é um estado soberano governado como uma entidade única na qual o governo
central é a autoridade suprema de um país. O governo central pode criar
divisões administrativas. Essas unidades exercem apenas os poderes que o
governo central autorizar delegar.

Simples
Normalmente Estados Autoritários. Detém um só núcleo de poder político -
só tem um poder legislativo, executivo e judicial -
EX: Coreia do Norte, Chade, Síria.

Com Regiões
É um estado com vários núcleos de poder políticos. Há um estado central que
DELEGA competências políticas para outras regiões. Por exemplo, as regiões
autónomas da Madeira e Açores. O poder que têm não é originário dos
estados, é delegado pelo estado central português. Esta delegação de poderes
é reversível.

Regionalizado
Todo o território nacional é coberto por regiões autónomas. Todas as regiões
do território têm poderes delegados pela unidade central. Estas regiões não
têm direito à autodeterminação, algo que as distingue dos estados
compostos. Esta delegação de poderes é reversível. Por exemplo, a Espanha.
É constituída pela Extremadura, comunidade autónoma de Madrid.
Um exemplo de reversão de delegação de poderes foi na sequência
do referendo ilegal da Catalunha, foi-lhe retirada a autonomia.

2) Estado composto

Federação/Estado Federal
Federação ou Estado Federal é um Estado composto por diversas entidades
territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Detêm os 3 poderes
soberanos. Não têm direito a autodeterminação.

Mel Amaro de Almeida


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Atributos/Competências de soberania:

 Jus belli – soberano direito de fazer a Guerra e a Paz;


 Jus tractum – Soberano direito de celebrar tratados internacionais;
 Jus legationis – soberano direito de ter representação diplomática e consular;

Dois conceitos importante para definir poder político ao nível interno:

 Desconcentração Administrativa – O poder central delega poder nas periferias do


centro de exercício de poder. Essas periferias geram o poder como entenderem. Poder
legislativo e executivo está descentralizado. Estado unitário com regiões e o
regionalizado. Verifica-se “quando há transferência de atividade administrativa ou,
simplesmente, do exercício dela para outra pessoa, isto é, desloca-se do Estado que a
desempenharia através de sua Administração Central, para outra pessoa, normalmente
pessoa jurídica”. Assim, a descentralização administrativa implica a criação, por lei, de
novas pessoas jurídicas, para além do Estado, às quais são conferidas competências
administrativas. EX: A atual descentralização de competências (em áreas como a
Saúde, a Educação ou a Ação Social) do Estado Português para as câmaras municipais
em curso.

 Desconcentração administrativa:
O poder central nomeia os seus representantes para exercer na periferia de acordo
com as regras dos centros de exercício de poder. Poder judicial está desconcentrado:
um polícia obedece às mesmas regras em Lisboa e no Funchal. Há desconcentração
quando se transferem para diversos órgãos, dentro de uma mesma pessoa jurídica,
competências decisórias e de serviços, mantendo tais órgãos relações hierárquicas e
de subordinação. EX: O próprio papel dos embaixadores que representam o seu
Estado originário de acordo com as orientações que lhes são dadas “a partir de
cima”, isto é, o governo, o MNE ou o Presidente da República. Num Estado Unitário
como Portugal, tanto o exemplo da descentralização de competências para as
autarquias como o do papel dos embaixadores são bons exemplos da relação destes
dois conceitos no seu sentido prático.

PODERES PRÓPRIOS E ORIGINÁRIOS:

Próprios → Porque são exclusivos do estado, do estado federado (Califórnia, Nevada)


não são do estado federal.

Originários → Porque são anteriores à federação, consideram-se que já existiam antes


de ser formada a federação.

Mel Amaro de Almeida


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Associações de Estado: Entidades que resultam de um ou mais Tratados Internacionais


ou Organizações Interestaduais. EX: Confederação, Único Real,
Proletariado, União Pessoal.

FINS DO ESTADO

Mel Amaro de Almeida


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 Segurança: É o 1º fim do estado e o mais importante pois sem este, os outros 2 não
existem. Passou para as mãos no estado quando a PSP foi criada (1865) na 2ª metade
do SÉC XIX.
Segurança interna: Assegurada pelo ministério da administração interna: PSP,GNR.
Segurança externa: Assegurada pelo ministério da defesa: Forças armadas.

 Justiça: A justiça só foi unificada no séc. XIX.

 Bem-estar: Os fins do Estado no liberalismo e no Estado Social não coincidem em


absoluto porque o Liberalismo defendia que apenas tinha de garantir a segurança e a
justiça, enquanto o bem-estar, tinha de ser providenciado por entidades particulares,
através do pagamento desse serviço por parte dos cidadãos. Por outro lado, o Estado
Social promovia o oposto, ou seja, os 3 fins do Estado tinham de ser garantidos por ele
mesmo. O Estado Social era a continuação da promoção do crescimento económico e
social numa sociedade em que o Estado era interveniente. O bem-estar apareceu:

 1917 – Revolução Bolchevique – Lenin viu como prioridade atender às


necessidades do povo, fundando o PTSDR, promovendo o bem-estar social que até
então era quase inexistente.
 1929 – Crash da Bolsa – Com a adesão à teoria do neoliberalismo, criada por Adam
Smith, na Améria, o Estado não intervinha na Economia, pois esta tinha a
capacidade de se autorregular. Foi na sequência desta ideologia, que em outubro
de 1929, milhares de famílias se viram sem nada. Foi aqui o ponto de viragem, que
fez com que houvesse a necessidade de intervenção do Estado no que toca à
garantia do bem-estar social. Com a eleição de Roosevelt, em 1933, surgiu o New
Deal que visava promover o crescimento económico americano, a construção de
grandes infraestruturas que consequentemente geravam emprego. A América
acabou por conseguir sair por completo desta Grande Depressão, porque com o
surgimento da 2ª Guerra Mundial, destacaram-se por serem um dos grandes
produtores de armamento de Guerra.
 1989-1991 – Suposto fim da Guerra fria, Queda do Muro de Berlim
Com a Queda do Muro de Berlim, Dissolução do Pacto de Varsóvia e da União
Soviética
Com todos estes acontecimentos, houve um recuo por parte de alguns Estados, na
medida em que passou a ser questionado se de facto deveria ser competência do
Estado, garantir o bem-estar. Aqui reaparece, a ideologia neoliberal de Adam
Smith, desta vez, com dois novos rostos: Margaret Tatcher e Ronald Reagan, que
defendem que se os cidadãos querem ter, por exemplo, acesso a um bom ensino, a
um bom sistema de saúde, devem pagar por eles.

Mel Amaro de Almeida


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CONSTITUIÇÕES:

 Forma:
 Históricas - repousa na tradição e num tempo longo, onde ocorrem
transformações sucessivas, mas sem grandes ruturas ou descontinuidades,
conseguindo preservar até hoje a imagem do governo misto – Reino Unido
 Escritas – todas a leias estão escritas num só livro; PORTUGAL E EUA
 Conteúdo:
 Liberais – faz referência aos elementos do estado (povo, território, poder
político) direitos liberdades e garantias do cidadão - Reino Unido e EUA;
 Programáticas – têm um programa – para além dos
elementos do estado, direitos, liberdades e garantias do
cidadão, faz também referência a um programa económico
e social – Portugal.
 Revisão:
 Rígidas: - determina procedimento especial e solene para a
sua modificação, não admitindo ser alterada da mesma
forma que as leis ordinárias - EUA e Portugal;
 Flexíveis –não determina nenhum requisito para a sua
alteração, não possuindo, assim, um alto grau de
dificuldade para a sua modificação – Reino Unido;

 Limites de Revisão:
 Formais - quem pode propor/desencadear a revisão – em
Portugal são os deputados;
 Temporais – espaço temporal para revisão da Constituição –
5 em 5 anos, no caso português, fora isto, só com 4/5 votos
favoráveis dos deputados;
 Circunstanciais – em que altura pode ser feitas alterações,
no caso português, não podem ser feitas em estado de sítio
ou emergência;
 Materiais – materiais que não podem ser revistas - artigo
288º. EX: Independência nacional; forma republicana do
governo; separação das igrejas do estado; direitos e
liberdades dos cidadãos etc.

FORMAS DE SELEÇÃO DE TITULARES DE CARGOS PÚBLICOS OU POLÍTICOS:

Mel Amaro de Almeida


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1ª forma de seleção pacifica – estamos a falar de ordem e não de subversão, ou seja, não é
violenta (golpe de estado é violento).

1) Herança: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos por via da


sucessão.
*Evitar dizer que acontece nas monarquias, porque há circunstâncias em que o monarca é eleito.

2) Nomeação: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos por outro titular
de cargo público ou político hierarquicamente superior. O PM é nomeado pelo
PR, visto que tem poder para nomear alguém que não venceu as eleições. Só
quem nomeia tem o poder de demitir.
EX: Passos Coelhos apesar de ter ganho as eleições, foi sem maioria, e foi
nomeado o António Costa (líder da segunda força política) como PM.

3) Cooptação: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos por outro titular

de cargo público ou político do mesmo nível hierárquico.


EX: Um grupo privado escolhe um elemento externo para ocupar um cargo no
mesmo nível hierárquico.
- Sucessiva: um titular em funções designa o próximo titular, só este (o primeiro)
terminar as suas funções.
EX: O Rei da Arábia Saudita, em vida, decide quem vai ser o seu sucessor.
- Simultânea: titulares de cargos públicos ou políticos designam titulares de cargos
públicos e políticos para desempenhar as suas funções ao mesmo tempo.
EX: 10 juízes designados vão cooptar outros 3 juízes para servirem ao
mesmo tempo que eles.

4) Inerência: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos


acessório/secundário por via da designação de um cargo principal.
EX: Cargo principal - Presidente da Républica; Cargo acessório - Chefe de Estado

das Forças Armadas e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas. Primeiro-


Ministro – Membro do C. de Estado.

5) Rotação: Forma de designação alternada e sucessiva de um titular de cargo público e


político de entre os titulares desse mesmo cargo público e político.
EX: Presidência da União Europeia muda de 6 em 6 meses.

6) Antiguidade: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos tendo em


conta a mais antiga data de provimento.
EX: Nas Forças Armadas, se o Chefe de um determinado grupo morre, por de
entre o grupo dos subordinados, todos com o mesmo posto, é eleito
aquele que ocupa o cargo há mais tempo.

Mel Amaro de Almeida


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7) Sufrágio: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos por via do voto.
- Universal: Votam os indivíduos maiores de idade capazes.
- Restrito: Não votam os indivíduos maiores de idade capazes.
- Racial: Só votam pessoas de uma determinada etnia. EX: Aparteid
- Masculino: Só votam os indivíduos do sexo masculino. EX: Arábia Saudita
- Censitário: Só votam os indivíduos com uma determinada capacidade
financeira e estatuto (ser chefe de família).
- Capacitário: Só votam de acordo com a exigência curricular do indivíduo.
- Direto: Os eleitores votam diretamente na pessoa que vai exercer o cargo público
ou político.
- Indireto: Os eleitores votam em representantes que por sua vez vão eleger o titular do
cargo público ou político. EX: Eleições dos EUA.
- 1 Volta/2 Voltas: 1ª volta: um dos candidatos tem mais de 50% dos votos.
2ª volta: após uma primeira volta, existe uma segunda apenas com os dois
candidatos mais votados, havendo assim um reforço de legitimidade.
- Aberto: expressão do voto é pública. (braço no ar)
- Secreto: intenção de voto de cada eleitor não é conhecida. (urna)
- Facultativo/Obrigatório

8) Concurso: Forma de designação de titulares de cargos públicos e políticos por via da


apreciação curricular.

 vagas;
 definição de critérios de seleção;
 contagem dos pontos;
*podem ser impugnados por suspeita que o concurso não será justo.

1) Quais são os tipos de poder?


2) Quem exerce cada tipo de poder?
3) Como são designados os titulares que exercem esses cargos?

 Poder Executivo – Responsável pela administração do Estado - Presidente da


República, Ministérios, Secretarias da Presidência, Órgãos da Administração Pública e
os Conselhos de Políticas Públicas - ?
 Poder Legislativo – responsável pela criação das leis - Assembleia da Républica -
Deputados
 Poder Judicial – Responsável pelo cumprimento das leis - Tribunais – Juízes

4) Relação entre os outros poderes?


Cabe ao Poder Executivo administrar o Estado, tendo em conta as normas vigentes no país,
além de governar o povo, executar as leis, propor planos de ação, e administrar os interesses
públicos. Ao Poder Legislativo cabe legislar e fiscalizar o Poder Executivo. Cabe-lhe a análise
da gestão do Estado, podendo, inclusive, questionar os atos do Poder Executivo e aprovar ou
reprovar contas públicas. O Poder Judicial tem como função interpretar as leis e julgar os
casos de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo Poder Legislativo.

Mel Amaro de Almeida


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Tipos de Organização do poder político a nível interno:

Sistema Presidencialista: Estados Unidos da América - “Winner takes all”

 Há uma quase total separação de poderes;


(Em casos excecionais, o Presidente pode assumir poderes extraordinários. Em caso de crise,
pode colocar os polícias na rua).
 O poder executivo é exercido pelo Presidente que é, simultaneamente, chefe de
Estado;
 O poder legislativo é exercido pelo Congresso. O Congresso está divido em duas
câmaras: Senado e Câmara de Representantes;
 O poder judicial federal é exercido pelos juízes dos Tribunais;
 O Presidente é eleito para mandatos de 4 anos por sufrágio universal indireto;
 Sistema “winner takes all” é o implementado em todos os estados exceto: Nebrasca e
Maine. – Distribuição proporcional;
 O Presidente dos EUA só pode servir 2 mandatos, esta norma surgiu após 4 mandatos
de Roosevelt;
 O Congresso não pode demitir o Presidente, a não ser em caso de impeachment. –
processo de julgamento de um titular por crimes praticados no exercício das suas
funções;
 O Presidente tem o poder de escolher os seus ministros conhecidos como
Secretários, para que a nomeação seja confirmada, tem de ser aceite pelo Senado;
- O Presidente nomeia os juízes dos Tribunais Federais, sujeitos ao “advice and
consent” do Senado. (9 juízes do Tribunal Supremo com mandatos vitalícios e não
lhes podem baixar o salário.)
 O Tribunal Supremo é a última apelação e tem a responsabilidade de verificar a
conformidade da legislação estadual com a legislação federal;
 Poder legislativo: bi-camaral: Senado e Camara dos Representantes
 Senado: 100 representantes – 2 de cada Estado.
Senadores – mandatos de 6 anos;

MIDTERM ELECTIONS
2022 – 1/3 – 6 ANOS – 2028
2024 – 1/3 – 6 ANOS - 2030

 Câmara Representantes: Cada estado tem um nº variável de


representantes. Aprova tudo o que envolve dinheiro. Único órgão que
pode travar o presidente utilizando o poder que possui sobre o
dinheiro.

Tipos de Organização do poder político a nível interno

Mel Amaro de Almeida


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Sistema Parlamentar: Reino Unido

The Crown - Crown-in-Parliament, é um termo técnico da lei constitucional nos reinos da


Commonwealth que se refere à Coroa no seu papel legislativo, agindo com o conselho e
consentimento do Parlamento.

Rei/Rainha – Função: Chefe de Estado


 O Chefe de Estado pode dissolver a Câmara dos Comuns, a pedido do
Primeiro-Ministro;
 Nomeia, mas, também, pode demitir o Primeiro-Ministro, embora não use
essa faculdade (costume constitucional);
 O rei tem de dar consentimento real/aprovação final das leis do
parlamento;
 O Rei nomeia por proposta do Governo a Câmara dos Lordes;
 Pode vetar, teoricamente, as propostas de lei do Parlamento. Devido ao
Costume, deixou de recorrer ao direito de veto porque essa decisão
coloca-o em confronto direto com o parlamento;
 Tem o poder de nomear os Lordes;
 O Rei dá o Royal Consent das leis que passam pelo Parlamento.

PODER LEGISLATIVO:
Parlamento – Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns

Câmara dos Lordes


A Câmara dos Lordes é a câmara alta do Parlamento do Reino Unido. Desempenha um papel
crucial na análise de projetos de lei, no questionamento da ação governamental e na
investigação de políticas públicas. É composta por membros vitalícios nomeados pelo Rei, sob
proposta do Primeiro-Ministro.
 Membros: Lordes Temporais – 750 membros (92 hereditários, os restantes são
vitalícios)
Lordes Espirituais – 24 Bispos e 2 Arcebispos
 Câmara dos Lordes → Comissões Especializadas→ Pessoas especializadas em
determinadas áreas que reúnem em comissões;
 A função obrigatória de opinar sobre as leis e têm direito a veto suspensivo;
 A lei pode começar na Câmara dos Lordes;

Câmara dos Comuns – Câmara baixa do Parlamento britânico


Os cidadãos do Reino Unido elegem 650 membros do Parlamento para representar os seus
interesses e preocupações na Câmara dos Comuns. Os deputados consideram e propõem

Mel Amaro de Almeida


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novas leis. Podem, também, examinar as políticas governamentais, fazendo perguntas aos
ministros sobre questões atuais.

 Mandatos de 5 anos
 Dirigidos por um speaker – é eleito pelos deputados;
 A lei pode começar na Câmara dos Comuns;
 Câmara dos Comuns → Aprova leis → Eleição através de sufrágio universal por círculos
uninominais;
 Cada partido apresenta 1 deputado em cada círculo.

PODER EXECUTIVO
Governo – Constituído pelo Primeiro-Ministro, Senior Ministers e Junior Ministers.

Cabinet – Constituído pelo Primeiro-Ministro e pelos Senior Ministers.


O Gabinete é um conjunto de 20 ministros seniores que fazem parte do Parlamento (Câmara
dos Comuns) e que, escolhidos pelo Primeiro-Ministro lideram áreas políticas específicas,
como: Saúde, Transportes, Negócios Estrangeiros ou Defesa.

 Mandatos 5 anos

Primeiro-Ministro – Nomeado pelo Rei.

 Chefe do Executivo;
 Se perder o apoio do Parlamento, deve colocar o seu cargo à
disposição;
 O Primeiro-ministro presta contas perante o Parlamento.

PODER JUDICIAL:
Supreme Court – A nomeação (vitalícia) dos juízes do Supremo Tribunal é feita pela Rainha.
Supremo Tribunal de Justiça → Lords of Appeal → Comissão de Justiça dos Lords
1ª Instância -
2ª Instância -
____________________________________________________________________________

Orders in Council - Tipo de legislação em muitos países, especialmente nos reinos da


Commonwealth. No Reino Unido esta legislação é formalmente feita em nome do monarca por
e com o conselho e consentimento do Privy Council.

Privy Council - O Conselho Privado do Reino Unido é um corpo formal com cerca de 750
consultores do Reino Unido. São compostos principalmente por políticos seniores que são
membros atuais ou antigos da Câmara dos Comuns ou da Câmara dos Lordes.
É daqui que saem os membros do cabinet.

Tipos de Organização do poder político a nível interno


Sistema Semi-Presidencialista: Portugal

Mel Amaro de Almeida


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Tal como no sistema parlamentar, o chefe de estado não tem poder executivo.
O chefe de estado é o Presidente da República.
 É eleito por 5 anos (2 mandatos consecutivos no máximo) através do
sufrágio universal direito secreto. Se o presidente renunciar, não se
pode candidatar uma 3ª vez.
 Só pode ser destituído depois de cometer crimes praticados no
exercício das suas funções, depois de um processo que decorre no
supremo tribunal da justiça.

Competências do presidente Art.133º cp:


I) - Nomeia e demite o governo: Nomeia o 1º ministro tendo em conta os resultados
eleitorais ouvindo os partidos políticos com assento na assembleia.
O 1º ministro é eleito deputado na AR e só o PRESIDENTE O PODE NOMEAR COMO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

II) - Não pode demitir o 1º ministro e o governo nos primeiros 6 meses da legislatura
nem nos últimos 6 meses do seu mandato.

III) - A demissão do governo (ART.195) implica o início de uma nova legislatura (quando
um novo governo começa a exercer as suas funções); Morte ou impossibilidade de
exercer o cargo pelo 1º ministro; rejeição do programa do governo.

IV) - O Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne


necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas,
ouvido o Conselho de Estado.

V) - O presidente pode dissolver a assembleia da república, mas não nos 1ºs 6 meses ou
últimos 6 meses do seu mandato.

VI) - Também não pode dissolver a assembleia em estado de emergência.

VII) - O presidente pode pedir ao tribunal constitucional a verificação de qualquer


diploma legal saído da assembleia da república.
INCONSTITUCIONALIDADE Quando existem dúvidas se a lei vai de acordo com a
constituição.

VIII) - O presidente da república pode VETAR os diplomas vindos da Assembleia da


República. Quando veta uma lei, deve escrever à assembleia da república a justificar por
que motivo não promulgou a lei. Esse poder de veto tem um poder apenas suspensivo.
A lei regressa ao parlamento para fazer alterações (ou não), voltando ao PR para ele
obrigatoriamente a promulgar.
(Por exemplo, a lei da morte assistida há uns meses.)

CONSELHO DE ESTADO: Órgão consultivo do presidente da república. O Artigo


142º.da constituição tem a lista dos membros.
O conselho de estado serve para dar estabilidade política e consistência às
decisões tomadas pelo governo.

Mel Amaro de Almeida


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Poder executivo:
 O governo tem o poder executivo, é composto pelo 1º ministro,
ministros e secretários de estado todos nomeados pelo presidente da
república.
 Os mandatos são de 4 anos e o governo responde politicamente
perante a Assembleia da República e perante o presidente da república.
 Em princípio, o governo deve ter uma maioria de apoio na Assembleia
da república. O governo tem o poder regulamentário. Poder
regulamentário: Poder de regulamentar as leis da assembleia da
república. Por exemplo, lei da nacionalidade. Tornar a lei mais
específica, mais pormenorizada.
 A eleição dos deputados da assembleia da república é feita por sufrágio
universal direto com círculos plurinominais.
 Só os partidos políticos podem apresentar listas.
 A assembleia da república pode pedir a confiscação de diplomas
publicados para verificar a sua inconstitucionalidade.
 Os deputados que forem convidados a integrar o executivo (a ser
ministro) suspendem o seu mandato de deputado. Quando sair, pode
voltar a ser deputado.

Poder judicial:
É exercido pelos tribunais e há 3 instâncias:
 1ª - Tribunal de Comarca (locais, do crato, Montemor-o-Novo)
 2ª - Tribunal da Relação
 3ª - Supremo tribunal de justiça

O tribunal constitucional é composto por 13 juízes -> 10 designados pela


Assembleia da República e os outros 3 cooptados por esses 10. Os mandados
dos juízes são de 9 anos e não são renováveis.

(Segundo Teste)

Mel Amaro de Almeida


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2023/2024

Noções de legalidade e legitimidade


Legalidade: Juízo de conformidade de uma ação ou omissão com aquilo que
está estipulado na lei. Avaliação objetiva. Ou o ato está conforme a lei, ou viola
a lei.
EX: Ditaduras – Valor legal, no entanto são ilegítimas.
Lei Nazi que retira a nacionalidade dos judeus. Legal, mas
ilegítimo.

Existem vários níveis de legalidade:


 Inconstitucionalidade: verificação do nível hierárquico mais alto de contrariedade da
lei, sendo responsabilidade do Tribunal Constitucional.
 Ilegalidade Ordinária: violação de uma lei, conduzindo a respostas mais pesadas como
a prisão.
 Contravenção: nível mais baixo da contrariedade da lei, violação de um regulamento,
conduzindo a respostas mais leves, como o pagamento de coimas.

Legitimidade: Subjetiva. Juízo da conformidade de uma determinada ação ou omissão com


valores de natureza moral, política e religiosa. A moral varia de indivíduo para
indivíduo.
EX: Se a lei determinar que temos de circular pela direita na autoestrada, se
formos pela esquerda, não há discussão de que houve uma infração.

Existem vários níveis de legitimidade:


(MAX WEBER - Queria perceber quais são as formas de legitimidade que existem, porque é
que as pessoas obedecem uma determinada ordem).

 Legitimidade de original ou de título: O que me dá o título de praticar uma ação?


EX: Porque é que eu posso ter poder de
decisão em várias situações na vida dos

meus filhos?
 Legitimidade de exercício ou eficácia: Aquilo que eu faço na prática; a gestão dos
meus direitos.
EX: Deitar os meus filhos no lixo.
 Legitimidade legal racional: As pessoas obedecem porque compreendem a razão
de ser da lei.
 Legitimidade tradicional: Não decorre de leis e nem da razão, decorre da tradição,
cultura e história.
 Legitimidade carismática: Relacionada com o transcendente. Capacidade de ligação
com algo que não é deste mundo.
EX: O facto de os católicos obedecerem ao Papa.

Em sociedades africanas:
Sobas, régulos, liurais: Legitimidade por causa da sua cultura.

Mel Amaro de Almeida


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 Avunculato: Quem sucede o soba é o filho da irmã.


Vindo de um membro feminino há sempre a garantia da pureza da
linhagem.

Todos os Estados estão impregnados por ideologias, mas há veículos pelos quais são
transmitidas essas ideologias.

 Grupos de interesse: Organizações que defendem algo que já está previsto na lei, mas
que não está a ser devidamente garantido.
EX: Associação de Defesa do Património de Torres Vedras.
 Grupos de pressão: Organizações que defendem interesses que não estão previstos na
lei e, portanto, visam uma alteração no ordenamento jurídico.
EX: Grupos Anti Tauromaquia.
 Partidos Políticos: Organização estável que tem por objetivo conquistar, exercer e
manter o poder político.
Dentro dos partidos políticos existem 3 tipos:
 Partidos de Massas; ↘
Maurice Duverger
 Partidos de Quadros;

 Catch-All Parties. → Otto Kirchheimer

o Partido Massas: Dimensão - Média;


Vinculação Doutrinária - Grande;
Relação c/ Classes - Grande. Precisavam do seu apoio;
Relação de Exercício de poder - Periférico (Secundários) em
Pluralismo e Central no
Monismo.

o Partidos de Quadros: Dimensão - Pequena;


Vinculação – Grande;
Relação de Exercício de poder - Classe média com
formação superior.
Periférica podendo ser
central em coligações.
EX: PAN, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda

o Catch-All Parties: Incidem muito no Marketing


Dimensão – Típica Grande
Vinculação Doutrinária - Pequena
Relação de Exercício de poder - Interclassista
EX: PS, PSD

Uniões Políticas – Movimento/Organização que resulta da convergência de setores

Mel Amaro de Almeida


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ideológicos diferentes. EX: Estado Novo - União Nacional


Inglaterra 2ª Guerra Mundial - União –
Partidos unem-se em torno de Churchill
porque vêem nele o único capaz de vencer a
guerra, Peronismo.

Associações Políticas – Coligação temporária entre movimentos com ideologias


diferentes (mas próximas). Há associações pré-eleitorais,
outras pós-eleitorais, e outras que são as duas
simultaneamente.
EX: Aliança Democrática,
CDU – Coligação Democrática Unitária
Geringonça

Outras – Todas as instituições através das quais é vinculada a ideologia (de forma
legal) mas que não se enquadram nas categorias anteriores.
EX: Festa do Avante – Sucedânio do Partido.
Jornal Avante
Universidades de verão dos Partidos Políticos.

Nação e o Estado

 Estado – Conceito da Ciência política.

Mel Amaro de Almeida


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 Nação – Conjunto de pessoas que vivem sob a mesma lei, vivem sob a mm
cultura e que tem objetivos em comum. - Realidade Sociológica.
Essencialmente objetiva – Não depende da vontade, impõe-se por questões
circunstanciais.
 EX: Ser cigano depende das circunstâncias, se nascemos
numa família cigana. Só é judeu aquele cuja mãe é judia.
 Autores: Analisam as características físicas de cada povo com
características de caráter. Pais da escola antropoloracista:
Conde Gobineau, Vacher de Lapouge, Stewart Chamberlain

 Essencialmente subjetiva – Conceito que nasce no séc. XIX, nesta corrente, a


vontade de pertencer a uma nação vai determinar
se há pertença ou não.
 EX: Suíça
 Autor: Ernest Renan - Partilha de história e língua não são
suficientes para fazer nação. No entanto, a vontade de cumprir
as leis e ter um futuro em comum, já são.

Tipos de relação entre Nação e Estado

 Estado Nacional – No território do Estado só há uma nação – Brasil, Lesoto,


Portugal, Suazilândia, Cabo Verde.
 Estado c/ várias nações – sob o mesmo poder político, coexistem várias nações
- Espanha, África do Sul.
 Nação repartida por vários Estados – Nações maioritárias em mais que um
Estado. EX: Coreia - Uma nação; Coreia do Norte e do Sul – dividiram-se em
dois Estados.
 Nações s/ Estado -Curdos - Nação c cultura própria muito diferente da dos
Estado. Curdos - em que estão inseridas, presentes na Turquia, Iraque, Irão.
 Genocídio - tentativa constante de extermínio de uma determinada
etnia ou criação de condições que não permitem a continuidade de
uma determinada etnia.
 Estado sem nação – Estados que não têm nação (mas têm de povo).
EX: Vaticano, Santa Sé

2 tipos de tensões:

 Quando há um exercício continuado de poder político sobre o território e sobre uma


população, tende a criar se um sentimento nacional, uma só nação.

 Por outro lado, a diversidade étnica dentro do mesmo Estado tende a enfraquecê-lo.

Teorias de surgimento do Estado


Vão determinar doutrinas e ideologias. Dependendo da forma como cada autor interpreta a
criação do Estado isso tem influência no tipo de estado criado.

 Contratualismo
Teoria do séc. XVII/XVIII, todos os autores que se dedicam ao tema são contratualistas.

Mel Amaro de Almeida


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E os contratualistas defendem que existe um estádio de natureza Nível (mínimo de


organização, sem coação ou interferência do Estado) que é anterior à existência do
Estado. Depois, surge o contrato social. E é através dele que surge o Estado ou a
Sociedade. Autores contratualistas:

 Thomas Hobbes (1588-1679) – Leviathan


Inglês, político e professor. Nasce no fim do reinado de D. Isabel I,
numa altura conturbada, era um homem fisicamente poderoso, mas
que vivia com medo. Defende que o estádio de natureza é o caos
completo, há uma luta dos homens contra os homens – Bellum
omnium contra omnes – desordem, não há segurança.
Enquanto assim for, não há progresso, o cansaço do comportamento
selvagem vai levar os Homens a fazer o contrato.
Defende também que os Homens deixados em liberdade serão
naturalmente maus, guiam-se pelas paixões. A única maneira de
impedir isso, é concentrar todo o poder no Estado. Estado absoluto,
com todo o poder. Justificação para regimes da época. Luís XIV, o
Estado sou eu. Eu tenho o poder do Estado.

 Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) – O Contrato Social


Suíço, vindo de um meio pobre, vê uma sociedade bastante
equalitaria, contrastando com frança (sitio onde vai morar.
(democracia referendária - tudo o que são politicas importantes são
sujeitas a referendo. São chamados a decidir, por ex, o sufrágio
feminino.) oposto de thomas obbes. Defende que no estádio de
natureza o homem é feliz e livre. Só é verdadeiramente feliz se for
livre. No entanto, neste estádio não há progresso. Por ser tudo tão
pacifico, entre as descobertas tecnológicas que foram feitas,
passavam-se milhares de anos. O Estado ao criar as suas estruturas, o
seu Direito, vai oprimir o Homem, limitando a sua felicidade. Para
Rousseau, o Estado era um mal necessário.
O modelo em que o Estado se vai apresentar, tem q garantir a
manifestação da vontade geral.

 John Locke (1632 – 1704) – Letters on toleration


Tem uma proposta intermédia, influente no sistema britânico.
Professor, político que nas mesmas confusões políticas em Inglaterra,
vai para o exílio na Holanda. VER REFORMA PROTESTANTE.
Flandres – tolerância religiosa permite a prosperidade daquela zona.
Dá se em Grã-Bretanha a Glorious Revolution, em 1688.

Mel Amaro de Almeida


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A religião passa a ser um assunto privado, quando chega a hora de


negócio há tolerância e o que prevalece é o dinheiro.
Para John, o estádio de natureza, é um estado tendencialmente
harmonioso. Há muitas que aparecem antes do Estado.
No entanto, para que haja progresso, para que sejam garantidas:
segurança e justiça, tem de haver Estado. A soma da força de todos é
maior que a força individual. O tipo de Estado resultante é um Estado
minimalista que só intervém naquelas áreas para as quais foi criado.
Não deve interferir em tudo o que existia antes do seu surgimento.

 Evolucionismo
No Evolucionismo não há contrato social, há uma evolução das sociedades humanas
que leva ao aparecimento do Estado. A evolução começa numa sociedade sem Estado.
Para os evolucionistas todas as sociedades começam assim, acreditam que a evolução
passa por várias etapas - determinismo.
1) Sociedades nómadas de caçadores recolectores – Sociedades que surgiram antes
do Estado. A Sociedade Sedentária traz a propriedade privada e fronteiras e a defesa
dessa fronteira despoleta a guerra.
2) Sociedade Esclavagista – Primeira estratificação vertical (livres vs cativos)
Há medida que vão evoluindo, surge um novo sistema de organização político –
3) Sociedade feudal. (Composição: Defensores, oradores e trabalhadores)
A família é a base do sistema de organização feudal.
Este sistema evolui de tal forma que vai acabar por criar incongruências que
determinam o seu fim – dando origem à:
4) Sociedade burguesa/liberal/capitalismo. Autores evolucionistas:

 Herbert Spencer – As sociedades evoluem sempre do simples p o


complexo, do homogéneo para o heterogéneo e do desorganizado
para o organizado.
 Lewis Henry Morgan
 Karl Marx – Defende que cada um dos modelos de sociedade contém
a semente da sua destruição.
E, a seu ver, a sociedade burguesa vai passar pelo mesmo processo de
autodestruição. Marx acredita que é obrigatória a transição por todas
estas fases. O capitalismo vai ser derrotado através da ação do
operariado, dando origem a uma sociedade socialista – está entre o
capitalismo e o último estado: O Comunismo (onde não diferença
entre classes sociais). Segue-se, então, o Fim da História. Para Marx, a
História da Humanidade baseia-se na luta entre classes (classe
opressora vs classe oprimida). Na sociedade socialista – a sociedade
socialista vai eliminar a sociedade burguesa, o Estado deixa de ter
função, extingue-se. – Sociedade sem Estado = Sociedade Comunista.
 Difusionismo
A corrente difusionista foi defendida por uma antropóloga chamada Margaret Mead.
O desenvolvimento do Estado não aparece numa fórmula única.
Os Estados aparecem por cópia/por imitação. A Difusão cultural leva ao surgimento de
Estados com características semelhantes.

Mel Amaro de Almeida


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 Conceptualismo
Corrente que entende que só há estado quando se reúnem as condições objetivas:
povo, território, poder político e o próprio conceito/entendimento do Estado.

Formas de poder: Platão & Aristóteles


No séc. IV a.C., são estes os autores responsáveis por apresentar o conceito, em ciência
política, de democracia.

 Platão – sonhador, idealista, rico (não precisava de trabalhar para viver), fundador da
academia = reunião de sábios. Dava-se ao luxo de criticar os mais desfavorecidos. A sua
filosofia e as suas propostas relativas as formas de poder vão ser condicionadas com as
circunstâncias da sua vida.
- Obra: A Républica, proposta de uma sociedade utópica.
Os filósofos utópicos, não gostam das formas de poder conhecidas.
E algumas das ideias aproveitadas pelos autores do comunismo (séc. XIX) são
inspiradas nas ideologias de Platão. Que defende uma Sociedade sem propriedade
privada, sem família, na qual a educação é providenciada pelo Estado e sem distinções
sociais. A forma de poder ideal, nesta sociedade utópica é a Sofiocracia = poder dos
sábios. Há a crença de que: Zeus quando cria uma vida/alma atribui a cada uma, a sua
centelha (que pode ser de: ouro, prata ou metais menores). Consoante a centelha
atribuída, cada um terá uma função diferente na sociedade.
Centelha de metais menores - os trabalhadores, com funções menos valorizadas,
regem-se pelas paixões/desejos e não pela razão. Centelha de prata - os guardiões,
com poder militar, os defensores, membros da nobreza. Regem-se pelos princípios de
bravura, coragem. Centelha de ouro – Magistrados, cuja função é pensar e
implementar soluções.
Platão explica como é q se passa de uma determinada forma de poder para outra:
cada forma de poder evolui no sentido em que acaba por determinar a forma da sua
destruição. Ou seja, a Sofiocracia, também ela irá cair, através do desleixo da
educação/formação. É um facto que os Estados mais bem-sucedidos apostam muito na
educação. Timocracia – O poder dos militares: advém do poder de usar a força,
Centelha de prata, não estão fadados para governar, se alcançarem o poder não vão
saber exercer o poder, acumulação de fortuna.

Nuno Alvares Pereira


Os devoristas – Vasco Valente

 Aristóteles – classe média, tinha de trabalhar para viver, pragmático.

Mel Amaro de Almeida

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