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UNIDADE II – FONTES DO

DIREITO INTERNACIONAL
Profa. Dra. Andreza Smith
Considerações iniciais
• São instrumentos criadores de normas
jurídicas no DIP;
• Existem para estabelecer parâmetros para a
adoção de critérios objetivos para o
embasamento de decisões pelas Cortes
internacionais;
• Estão dispostas no art. 38 do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça
Art. 38 – Estatuto da CIJ
(Decreto 19.841/45)
Artigo 38. 1. A Corte, cuja função é decidir
de acordo com o direito internacional as controvérsias que
lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais.
que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos
Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral
aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações
civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões
judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados
das diferentes Nações, como meio auxiliar para a
determinação das regras de direito.
O costume internacional
• Práticas aceitas pelos Estados como normas aplicáveis, durante um
período razoável de tempo (noção de estabilidade).

• Não existe hierarquia entre costumes e tratados (conflito - análise


hermenêutica)

• Costume, juridicamente válido, possui dois elementos fundamentais:

a) objetivo ou material – prática como habitual e reiterada, porque


vigente durante certo período de tempo (anos, décadas ou
séculos);
b) subjetivo – aceitação pelos Estados (opinio juris - reconhecimento
de que o costume é jurídico e necessário).
Princípios gerais do direito
• São as regras fundamentais
normalmente aceitas e respeitadas pelos
estados soberanos.

• Podem ser expressamente veiculados


pelas leis ou se manifestar por meio de
práticas costumeiras.
Jurisprudência internacional
• Conjunto de decisões proferidas acerca
de controvérsias entre Estados e/ou
organizações internacionais e serve como ponto de
referência para a interpretação de novos casos
concretos.

• Os tribunais desempenham importante papel


na construção do entendimento e da interpretação
das normas internacionais, especialmente a partir
do século XX, quando a jurisprudência ganhou força
e consistência com a criação do primeiro tribunal
em Haia.
Doutrina
• Produção acadêmica dos autores voltados ao
direito internacional e confere suporte teórico às
decisões dos tribunais.
• Os juízes utilizam como fundamento para
suas decisões os argumentos e teses defendidos
pelos especialistas.
• Assim, a doutrina pode ser considerada como
meio auxiliar para a construção de normas
concretas e a interpretação do direito codificado
DIP versus Direito Interno
• DIP
• inexistência de um órgão específico para a criação de normas
jurídicas;
• INEXISTÊNCIA de hierarquia de tribunais com
jurisdição compulsória para resolver litígios
• Inexistência de autoridade central com poderes para utilizar a
força.

• DTO INTERNO
• Direito produzido por órgão definido
• Relação entre Estado e particulares é vertical
• Tribunais com organização hierárquica
Atos internacionais e Relações entre o direito internacional e
direito interno

• Aplicação interna de regras de direito internacional


• Não significa, em todos os casos, deixar de aplicar regra
interna.
• Deve haver previsão nas constituições, referendum
parlamentar e promulgação
• Tendência atual é a aplicação direta pelos tribunais estatais
• Art. 27 da Convenção de Viena/1969 - supremacia do
direito internacional sobre o Direito interno estatal
- proíbe um Estado de invocar disposição do seu Direito
interno como justificativa para o descumprimento de uma
norma internacional, sob pena de responsabilidade
internacional do Estado infrator
Teoria monista

• Normas internacionais são


automaticamente recepcionadas sem a necessidade
de qualquer medida específica de recepção (unicidade
do direito).
• Monismo radical ou internacionalista: Direito tem
uma norma fundamental, o pacta sunt servanda,
normas de Direito Internacional teriam hierarquia
superior às das constituições nacionais.
• Monismo nacionalista: o Direito Interno tem
primazia sobre o Direito Internacional.
TEORIA DUALISTA

• Direito interno e o direito internacional são dois sistemas distintos e


independentes; paralelos, não há conflito; Divisão quanto ao modo de
transformação da norma internacional em norma de Direito Interno.

• Dualismo radical: norma internacional deve ser transformada em


lei interna do Estado. No caso de extinção do tratado, nada impede que a
lei continue a valer no plano interno. (Reino Unido).

• Dualismo moderado: A norma internacional não perde sua


natureza internacional. Seu ingresso no âmbito interno depende apenas
de uma ordem de execução (no Brasil, não há lei que determine isso.
Trata-se do único caso de costume constitucional no país). No caso de
extinção do tratado, a norma é automaticamente afastada do
ordenamento jurídico interno. É o que ocorre no Brasil.
POSIÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
• Dualismo moderado: tratados somente poderão produzir
efeitos regulares após processo de recepção (t. dualista) ; costume
internacional tem aplicabilidade imediata, ou seja, é recepcionado
sem necessidade de decreto executivo (t. monista).

• Normas internacionais têm paridade apenas com as


leis infraconstitucionais, estando subordinadas à Constituição.
Portanto, mesmo os tratados que versam sobre Direitos Humanos -
os quais podem ter status supralegal ou até mesmo de emenda
constitucional - podem sofrer controle de constitucionalidade. É
possível, por exemplo, que o Brasil esteja obrigado
internacionalmente a um tratado inconstitucional. Nesse caso, para
evitar uma contradição, o Brasil deveria ou denunciar o tratado ou
emendar a Constituição.

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