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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA

COMARCA DE CANOAS.

Processo n.º 5023077-64.2023.8.21.0008

GABRIELA THOMAS DE SOUZA e PEDRO HENRIQUE THOMAS DE


SOUZA, menor impúbere, representado por sua genitora, já qualificados nos
autos em epígrafe, vem por seu advogado devidamente constituído,
respeitosamente perante V. Exa., apresentar

CONTESTAÇÃO ao pedido da ação negatória de paternidade.

PRELIMINARMENTE

DO APENSAMENTO AO PROCESSO 5023077-64.2023.8.21.0008

Já há ação de alimentos contra o autor nesta mesma vara que tramita sob o
número 50230776420238210008.

Naquela ação foi aprazada audiência de conciliação, sendo inclusive que foi
requerido o seu cancelamento em virtude da presente negativa de paternidade.

Assim, requer seja este processo apenso ao processo


50230776420238210008.

DOS FATOS

O autor, muito embora negue, é pai da criança.

A requerida reafirma os fatos alegados na ação de alimentos, quais sejam:

A genitora do autor e o requerido Ygor, tiveram um relacionamento amoroso e residiam na


casa dos genitores do primeiro requerido. Deste relacionamento nasceu Pedro Henrique.
Os demais requeridos são os pais de Ygor, os quais foram inclusos no polo passivo da ação
em razão de serem atualmente os responsáveis pelo filho e a condição de presunção de
necessidade de Ygor.
No período que residiam juntos na casa da mãe do requerido, tiveram diversas brigas, as
quais muitas vezes a genitora do autor precisava se defender das constantes agressões que
sofria, mas que deixava de registrar em razão de ter medo de perder o filho e ter que sair da
casa dos requeridos e não ter onde morar.
No entanto, com o passar do tempo, não havendo mais possibilidade de convivência,
decidiram pôr fim ao relacionamento e GABRIELA, tendo sido aceita pela sua mãe, voltou a
residir com sua a genitora.
Após algumas tentativas frustradas de tentativa de composição amigável, não restou
alternativa senão a propositura da presente ação.

A requerida, no entanto, não se opõe em realizar o exame de DNA.

Desta forma deve a ação ser julgada totalmente improcedente e o autor


condenado ao pagamento de custas e honorários na forma da lei.

DO CONTRAPEDIDO

O genitor abusa do direito ao negar paternidade da qual sabe ser o pai


colocando em dúvida o comportamento de sua ex-companheira. Por óbvio, apenas para se
livrar das atribuições inerentes à paternidade.

Não bastasse abusar do direito de discutir tal relação paterna, tem agido de
forma à constranger publicamente a genitora.

Cabe destacar que a requerida foi ofendida em público pelo autor e seus
genitores, ensejando inclusive boletim de ocorrência policial (em anexo).

Ocorre que o ex-companheiro foi até sua residência, levando seus pais e
iniciou uma discussão em alto tom. Na ocasião, além de palavras ofensivas dirigidas à mãe
de seu filho, passou a ofendê-la, inclusive, insinuando que a requerida estava aplicando o
golpe da barriga nele, entre outras muitas ofensas.

Tais fatos foram presenciados por testemunhas que deverão ser ouvidas no
curso do processo.

Desde a ocasião a contrapedinte tem sido vista por seus vizinhos como
“golpista”, oportunista e mau-caráter.

Tal situação não deixa de atingir o desenvolvimento saudável do filho, uma


vez que crescerá em comunidade onde todos o verão como fruto de golpe ou de pai
desconhecido, ainda que se prove ser o pai.
Neste caso, considerando o melhor interesse da criança, ainda que se
provasse não ser o pai, o que se diz apenas para argumentar, a atitude irresponsável dos
agressores, feriu o direito à uma convivência saudável da criança. Poderiam, ao invés de ir
até a casa da contrapedinte ofendê-la moralmente, ter ingressado com a presente ação.

Diante de todo o exposto, necessária a condenação ao pagamento de dano


moral em valor a ser arbitrado.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) O acolhimento das Preliminares para proceder ao apensamento das


ações;
b) A total improcedência da inicial;
c) A total procedência do contrapedido nos termos requeridos
d) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a
oitiva das testemunhas.
e) A concessão do benefício de AJG que declara nos termos da lei;
f) A condenação do autor ao pagamento de custas e honorários
advocatícios.

Nestes termos, pede deferimento.


Canoas, 12 de julho de 2023.

Walter Bahi Behn


OAB/RS 92.286

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