residente na Rua, , Engenho Novo, CEP: 20.950-340, Rio de Janeiro, advogada OAB/RJ, portadora da identidade nº: 05.688.875-3, IFP, inscrita no CPF sob o nº: 673.882.137-91, vem, por seu advogado, a presença de V.Exa., propor
AÇÃO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
COM PEDIDO DE LIMINAR, pelo rito especial,
em face de, brasileiro, casado, comerciante e advogado
OAB/RJ,portador da carteira de identidade nº: 2705854, expedida pelo IFP, também residente no endereço da requerente e endereço comercial na Rua Dona Eugênia, 72 – Engenho de Dentro, CEP 20.755-300, Rio de Janeiro, pelo que passa a expor:
INICIALMENTE requer a concessão dos
benefícios da gratuidade de justiça, com fulcro na Lei nº: 1060/50 e no inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal, por não dispor de meios para arcar com custas processuais sem prejuízo de seu sustento (declaração anexa e declarações de imposto de renda anos de 2.008, 2007, 2006, 2005).
DOS FATOS:
1- A requerente é casada com o requerido desde
26.01.1985, tendo o casal uma filha em comum de nome GABRIELA, nascida em 26.01.1993. 2- Em 1998, o requerido foi demitido do BANERJ e adquiriu 50% do bar, situado a Rua, em sociedade com um irmão.
3- Desde ano de 2.003, aproximadamente, o
requerido começou a se utilizar de bebidas alcoólicas de forma moderada e atualmente atingiu o grau de embriaguez diária. Normalmente chega a residência por volta das 22:00/23:00h, completamente bêbado, após ter saído do bar, permanecendo na esquina da residência jogando e bebendo, desde as 16:00h e por vezes acompanhado de mulheres.
4- De ressaltar que os bens do casal foram
adquiridos pelo esforço comum sendo que, inclusive, a requerente participou com o seu FGTS na aquisição da moradia.
5- A requerente há três anos não mais mantém
viga conjugal com o requerido, ou seja, já existe uma separação de corpos de fato.
6- Em 05.04.2008, a requerente viu o requerido
acompanhado de outra mulher, na esquina da residência de ambos, não sendo esta a primeira e única vez, bebendo e jogando em máquinas caça níquel, como andava fazendo ultimamente, então ligou para o mesmo, “avisando que arrumaria suas roupas e que seria mais digno se ele deixasse o imóvel, pois poderia residir num imóvel da mãe dele.”
7- Por volta das 23:00 h, o requerido chegou
em casa e não conseguiu abrir a porta, pois a mesma estava com uma tranca e, imediatamente, tentou arrombá-la; a fim de evitar transtorno aos outros vizinhos a filha do casal preferiu abrir a porta, sendo que o requerido entrou gritando e ofendendo a honra da requerente e da filha do casal de apenas 15 anos.
8- A filha do casal tentou acalmar o seu pai,
mas o mesmo se dirigiu em direção a requerente e lhe desferiu um soco na boca; a filha do casal tentou conter o pai, mas também foi empurrada por ele contra uma parede, lesionando o braço. Ato contínuo, o requerido retornou a agredir a requente com socos e pontapés.
9- Não é a primeira vez que a requerente sofre
agressões por parte do requerido e ameaças com utilização de arma de fogo, que o requerido mantém na residência, tendo a requerente noticias, de que ele possui outra arma no bar.
10- A requerente e a filha menor saíram da
residência e se dirigiram a DEAM – Centro, para realizar o registro da ocorrência número 912-01028/2008, com enquadramento nos artigos 129 § 9º e 147, ambos do Código Penal e na Lei 11.340/06, (Boletim em anexo).
11- Por iniciativa da Inspetora de Polícia A,
a requerente e a filha do casal foram encaminhadas ao IMLAP e foi solicitada a concessão de Medidas Protetivas de Urgência.
12- A presente ação é preparatória para a
Ação de Separação Judicial a ser proposta no prazo legal.
DO DIREITO:
Resta evidenciado, ante os fatos
narrados na inicial, que o requerido é pessoa agressiva, sem controle emocional, agravado pela situação do alcoolismo dele, colocando em risco a integridade física e psicológica da requerente e de sua filha, até mesmo porque, o requerido se nega a sair do lar conjugal, estando a requerente temerosa de que ele possa causar-lhe um mal maior, assim como, a menor, qual seja, a morte, uma vez que ele possui arma de fogo. Presentes os requisitos que autorizam a concessão da liminar: O fumus boni iuris pela convivência tormentosa causada pelo requerido, que infringe o dever de respeito assumido quando do casamento e, o periculum in mora, uma vez que existe fundado receio de que o requerido cause um mal grave a requerente, impondo-se o deferimento da medida para determinar o afastamento dele da morada conjugal levando consigo seus pertences pessoais, na forma do que autoriza o artigo 888 do CPC.
A perpetuação da convivência pode
levar a morte da requerente e de sua filha.
Nesse sentir, trazemos a colação os
seguintes julgados:
"SEPARAÇÃO DE CORPOS – MEDIDA
CAUTELAR – PROVA INCONTESTÁVEL DO DIREITO – INEXIGIBILIDADE. Como em toda medida cautelar, não se exige na separação de corpos prova incontestável do direito da parte. Basta que estejam presentes elementos que levem a uma série preocupação quanto à incolumidade física e mental dos cônjuges (TJ – BA – Ac. Unân. Da 4ª Câm. Civ. Julg. Em 27-8-97 – Arg. 30.420 – 1 – Capital – Rel. Des. Paulo Furtado; in ADCOAS 8156965)”.
E mais:
"SEPARAÇÃO DE CORPOS – LIMINAR
IMPOSIÇÃO. Na medida cautelar de separação de corpos requerida pela mulher, embora já esteja o marido afastado do lar conjugal, é impositiva a liminar com deferimento do alvará de separação, devendo o marido permanecer distante do lar distante do lar (TJ – SP – Ac. Unân. Da 3ª. Câmara Civ. Julg. Em 14-9-93 – Agr 202.061-1/4 – Capital – Rel. Des. J. Roberto Bedran)”. DO PEDIDO:
Pelo exposto vem requerer:
1- Seja deferida liminar, inaudita altera pars, ordenando o
imediato afastamento do requerido da morada conjugal, levando consigo, apenas, seus objetos de uso pessoal. Caso assim não entenda V.Exa., requer seja designada audiência de justificação, com a maior urgência para oitiva da requerente, de sua filha e das testemunhas.
2- Seja o requerido citado para querendo contestar a
presente ação, sob pena de revelia, devendo ser também, intimado, da decisão liminar, no endereço comercial.
3- A oitiva do Parquet, na forma do que dispõe o art. 92 da
lei processual civil.
4- Seja julgado procedente o pedido, sendo decretada a
separação de corpos do casal, afastando-se, definitivamente o requerido da morada conjugal, restando confirmada a liminar pleiteada.
5- A condenação do requerido na sucumbência.
Requer a produção de todos os meios de prova em
direito admitidos, em especial, prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do requerido sob pena de confissão.
Para fins do art. 39, I do CPC, declina o endereço do
escritório da Rua ,Rio de Janeiro, para recebimento de intimações