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Ao Juízo da Primeira Vara de Família e Registro Civil da Comarca de

Caruaru – Pernambuco.

Referente processo nº 0005678-45.2021.8.17.2480

PROMOVENTE: VALQUÍRIA FLORÊNCIO BEZERRA


PROMOVIDO: JOSÉ AMADEU DA SILVA

JOSÉ AMADEU DA SILVA, promovido, devidamente


qualificado nos autos do processo epígrafe – exordial ID.: 82307713, em
que é promovente VALQUÍRIA FLORÊNCIO BEZERRA, também,
igualmente qualificada na exordial em comento, vem, cumprindo despacho
exarado por V.Exa., e por meio de seus advogados ALDENISE
RAIMUNDO DA SILVA e PEDRO RAIMUNDO DA SILVA NETO,
respectivamente, com OAB’s de nºs 15.165 e 16.216, com escritório, em
comum, na Rua Lourdes Casé, 51, sala 213 – Empresarial Times Business
Center – Maurício de Nassau Caruaru/PE, CEP.: 55.012-550 E-mail’s
aldeniseraimundo6@gmail.com.br e ??????, telefones (81) 9.9641-7366 e
(81) 9.9433-1568 **CONTESTAR** À AÇÃO DE
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO estável, c/c
PRESTAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, c/c PARTILHA DE
BENS, c/c REVISÃO DE ALIMENTOS, c/c REGULAMENTAÇÃO
DE CONVÍVIO, c/c MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO
DE BENS, nos termos que abaixo se segue:

BREVÍSSIMA SÍNTESE DA AÇÃO ORA CONTESTADA


A demandante ajuizou a presente ação alegando, em síntese, que
viveu em regime de união estável de 15/11/2009 a 18/12/2020 (11 anos).
Que o convívio, apesar de a maior parte do tempo juntos, não
moraram debaixo do mesmo teto, sempre dividindo seu tempo e esforço na
construção da família. Que o amor entre os dois era notório. Tiveram uma
filha – Alice Valentina Bezerra de Assis, hoje com quase onze anos.
Depois de discorrer a parte fática da ação, com o intuito de
convencer o juiz sobre a união estável e situação financeira do demandado,
entre outros, a requerente terce os pedidos elencados na exordial, que, afora
outros, de cunho processual, são:
 O deferimento, como medida cautelar antecedente, do
imediato arrolamento de bens do casal, envio de ofício aos bancos
para que sejam arrolados na proporção de 50% o saldo porventura
existente em nome do demandado, bem como determinar registro
de protesto contra alienação de bens em especial ao apartamento
situado na Rua Quintino Bocaiuva, s/n – Bloco A, apto. 408 –
bairro Maurício de Nassau – Caruaru/PE, CEP.: 55012-140;
 O arbitramento de alimentos provisórios, em relação a filha
em R$5.500.00 (cinco mil e quinhentos reais), equivalente a 05
(cinco) salários mínimos vigentes, contemplando 13º salário e
férias a serem depositados na conta da genitora;
 O arbitramento de alimentos provisórios em relação a ex-
companheira em R$ 3.300.00 (três mil e trezentos reais)
equivalente a 03 (três) salários mínimos vigentes, contemplando
13º salário e férias, a serem depositados na conta da autora;
 Reconhecimento e dissolução da união estável;
 Manutenção da guarda da filha com a genitora demandante;
 Partilha de todo o patrimônio construído enquanto
pertencentes à união estável.

DA CONTESTAÇÃO

Basicamente a peça contestatória será conduzida em dois (02)


pontos principais, a saber:
A uma, que nunca houve uma relação de união estável entre
a promovente e promovido;
A duas, que o demandante não aufere entre suas duas (02)
aposentadorias e trabalho, ainda, como médico em seu consultório
particular o valor de R$30.000.00 (trinta mil reais mensais), assim como
consignou a demandante em sua exordial. Sendo o valor despendido a sua
filha – Alice Valentina Bezerra de Assis o suficiente para a sua mantença,
como também àquele que o demandado é capaz de dispor como pensão
para a filha.
Para nos auxiliar em nossa contestação, invocamos, os
ensinamentos da insigne doutrinadora no Direito de Família – Maria
Berenice Dias, a qual em sua obra - Manual de Direito das Famílias – 14ª
edição, ano 2021– pela editora jusPODIVM, pág. 595, cáp. 24. UNIÃO
ESTÁVEL – parágrafo segundo, assim nos fala sobre a conceituação de
união estável:
“Com segurança, só se pode afirmar que a
união estável inicia de um vínculo afetivo. O
envolvimento mútuo acaba transbordando o limite do
privado, e as duas pessoas começam a ser
identificadas no meio social como um par. Com isso
o relacionamento se torna uma unidade. A
visibilidade do vínculo o faz ente autônomo
merecedor da tutela jurídica como entidade
familiar. O casal transforma-se em universalidade
única que produz efeitos pessoais com reflexos de
ordem patrimonial. Daí serem a vida em comum e a
mútua assistência apontadas como seus elementos
caracterizadores. Nada mais do que a prova da
presença do enlaçamento de vida, do
comprometimento recíproco. A exigência de
notoriedade, continuidade e durabilidade da
relação só serve como meio de comprovar a
existência do relacionamento. Atentando a essa
nova realidade o direito rotula a união estável.”
Pois bem, como vemos, para o reconhecimento da união estável se
faz necessário analisar “o mundo dos fatos” entre as partes, o vínculo de
natureza afetiva, como elemento identificador e caracterizador da intenção
de constituir família.
A nossa constituição federal acolheu os efeitos jurídicos do afeto,
entendendo-se como tal admitir qualquer entidade que preencha os
requisitos de afetividade, estabilidade e ostentabilidade ou ainda que a
convivência tenha publicidade (notoriedade), durabilidade e continuidade.
O que no presente caso – não se encontra caracterizado, senão vejamos:

DO NAMORO ENTRE OS DEMANDADOS – sem o intuito de


constituir família
O demandante começou um relacionamento – namoro, no ano de
2009 com Valquíria Florêncio Bezerra, a prova disso estão as fotos
colacionadas pela própria demandante ID.: 82 30 77 29, referente Carnaval
- Baile Vermelho e Branco na cidade de Caruaru. Porém, desde o início o
relacionamento tendeu ao fracasso, dado ao ciúme exacerbado de Valquíria
e pela falta de vontade desta em progredir intelectualmente, como por
exemplo terminar o ensino médio.
Valquíria em sua casa – morando com sua genitora, e o promovido
também em sua residência, havia um relacionamento entre ambos, com
idas e vindas, pois, nesse interim o demandado teve outros pessoas as
quais se relacionou, como, por exemplo, a srta. Marluce e Eduarda.

DA GRAVIDEZ DE VALQUÍRIA – esperança da demandante em se


casar – ASSISTÊNCIA DO DEMANDADO DURANTE GRAVIDEZ
E PARTO

Daí Valquíria engravidou, vindo a nascer a pequena ALICE, filha do


casal e muito amada pelo demandado/genitor.
Como fez com sua outra filha – Amanda, o demandado esteve
presente em todo o pré-natal e nascimento de Alice, como médico e pai,
sem, qualquer vínculo afetivo com a genitora ou intuito de constituir
família. A assistência material foi dada com esmero, como não poderia
deixar de ser, pois, estaria por vir mais uma filha do demandado.
Ocorre, porém, que a demandante se encheu de esperança que,
com a gravidez o demandado iria lhe assumir enquanto esposa. O que
de fato nunca ocorreu! O demandado esteve assistindo a parturiente e filha
durante o nascimento e pós parto, principalmente, devido ao fato da
demandante não conseguir amamentar a filha Alice. Assim esteve o
demandado a procurar pessoas que pudessem amamentar a criança –
conseguindo com uma funcionária de sua clínica (Adriana) e também
através do serviço público – FUSAN – com a introdução de um cateter no
seio da demandante, daí o cartão/bilhete, constante do ID.: 82 30 84 86,
feito pelo demandado, carinhosamente, como sendo da pequena Alice,
pois, vale salientar que o promovido sempre teve muito respeito pela mãe
de sua filha e o foi atencioso, diga-se: “enquanto mãe de sua filha”.
“Minha mãe,
Este aparelhinho é para sua utilidade e
seu DELEITE.
Só quero alguém que me DÊ... LEITE.

A.V.B. de Assis. Cru, 13/05/12.

O que de logo IMPUGNA o documento ID 82 31 03 90 – intitulado


como sendo “cartas de amor” para o fim a que se destina: caracterizar uma
união estável nunca existente!
Da mesma forma impugna o documento constante do ID.: 82308488,
como sendo plano de saúde feito para a promovente, quando esta
engravidou. Trata-se de documento apócrifo constando apenas o nome da
clínica. Provavelmente pagamento de voucher a empresa parceira.

NECESSIDADE DO DEMANDADO EM MONTAR CASA PARA


ABRIGAR DEMANDANTE E A FILHA ALICE

Os primeiros seis (06) meses – em média, de Alice, mãe e filha


moraram com a genitora da demandante, no entanto, a avó materna disse –
segundo demandante, não aceitar o fato de ter uma filha/mãe solteira
em casa; quando o demandado não teve outra alternativa se não alugar uma
casa para filha e mãe no bairro Petrópolis próximo à casa da avó – pedido
da genitora que disse não conseguir ficar longe da mãe, ainda mais
morando sozinha com ALICE.
Foram duas (02) casas alugadas, até que o demandado em maio de
2016 – conforme documento colacionado aos autos pela própria
demandante ID.: 82 31 03 90 (contrato de adesão a condomínio
fechado/Edifício Plaza Condomínio clube), adquiriu um apartamento para
que sua filha Alice morasse, sob guarda e cuidados da mãe, assim como
tem que ser.
Aliás, ao comprar o apartamento em comento, sempre foi dito a
demandante/genitora que o mesmo seria de Alice e, como tal
registrado, oportunamente, em seu nome, inclusive, com usufruto da
mãe.

INTENÇÃO DE CASAMENTO DA DEMANDANTE COM O


DEMANDADO É AGUÇADA APÓS O NASCIMENTO DE ALICE –
brigas entre promovente e promovido – DISTANCIAMENTO ENTRE
AMBOS – FIM DO NAMORO
Na verdade a demandante é uma pessoa de raiz tradicional e nunca
aceitou o fato de ser mãe solteira, sendo este, entre tantos outros, um dos
motivos que o relacionamento nunca deu certo, pois, o demandado nunca
quis casar. Assim, em menos de um (01) ano após o nascimento de Alice
houve o fim do namoro entre demandante e demandado.

DEMANDADA NUNCA FOI “PAR” PARA O DEMANDADO NO


SENTIDO QUE A CONSAGRARIA COMO COMPANHEIRA

Também é sabido por todos que o demandado nunca foi afeito ao


casamento, nem a vida a dois. Casou uma vez, divorciou-se e, desde então,
nunca teve a quem chamasse de seu par, como também nunca foi um
homem de uma só mulher. Mesmo no início do namoro – período,
geralmente, de mais afago entre um casal, o demandado nunca namorou
apenas com Valquíria e disso esta sempre soube. Por fim Valquíria
NUNCA foi o “PAR” sonhado ou esperado pelo promovido, muito menos
no sentido que quer a legislação a qual trata da união estável: cum pane –
companheiro, aquele que come do mesmo pão!
A demandante NUNCA foi reconhecida como “esposa do Dr.
Amadeu”, como denuncia esta na exordial, o bilhete ao médico amigo
constante do ID.: 82309777, chamando a promovente de “minha senhora”,
assim o foi chamada como mãe de sua filha, pois, como temos dito, no
plano do relacionamento afetivo – homem e mulher, as partes NUNCA
DERAM CERTO, porém, como mãe de sua filha, o promovente
sempre lhe teve muita estima, até mesmo porque é uma excelente mãe!
No ano de 2017, o demandado tinha namoro fixo com ????? e não
existia sequer um namoro com a demandante.
Em festas e eventos sociais o demandado sempre esteve entre
amigos ou namoradas outras.

FOTOS IDENTIFICADAS NO ID.: 82308482 COM A


GENITORA/DEMANDANTE – necessidade de ter a mãe/demandante
por perto a fim do demandado sair com a filha

No ano de 2013, tendo o demandado a necessidade de passar o final


de ano com a filha, e contando esta apenas com dois (02) anos de idade,
não havia como viajar sozinho com o pai. Então, na condição de cuidar da
filha, foi a demandante para o réveilon no Garden Hotel em Campina
Grande, também com intuito do demandado aproximar a filha de amigos e
parentes.
Tratam-se, ainda, de duas (02) fotos relativas aos quarenta (40)
anos de formatura do demandado na sua turma de medicina na
Universidade da Paraíba, donde tinha a pequena Alice quatro (04) anos e, o
demandado queria apresentar a filha aos amigos, conterrâneos,
contemporâneos e familiares, pois, também é paraibano e tem suas raízes
na cidade do Congo/PB, e, como era inviável viajar com uma criança de
quatro (04) anos sozinha, por toda logística que uma criança requer,
principalmente, menina, nessas condições foi a demandante na viagem,
inclusive, fazendo parte da festa, porém, e nunca, como sequer
namorada do demandado.
Assim, de logo, impugna os documentos identificados no ID.:
82308482 (fotos), para o fim a que se destina: provar união estável entre a
demandante e o demandado.

DEMANDADO SEMPRE INCENTIVOU QUE A REQUERENTE


TRABALHASSE E FOSSE INDEPENDENTE
Toda assistência material à Valquíria é dada por extensão a filha
do demandado, pois, como separar a comida que come a filha daquela
que come a mãe, seria impossível e mesquinho!
Assim, não há o que se falar que “...após o parto, o Demandado
pediu para que ela deixasse o emprego em março de 2012 e se dedicasse
unicamente a filha e ao lar, pois, não queria que a filha frequentasse ou
fosse cuidada por babá.”
O promovido sempre incentivou que a demandante trabalhasse,
primeiro querendo dá-lhe uma oportunidade de trabalho em seu
consultório, depois com a compra de lingerie para que a mesma vendesse,
também a incentivou a fazer salgadinhos para festas, porém, essa nunca se
interessou.
Daí o demandante sempre ficou de “mãos atadas”, pois, não pode
obrigar ninguém a trabalhar e também não poderia deixar de dá o sustento e
proteção a sua filha.
Logo, se protegia sua filha, por extensão – temos dito, a mãe também
era protegida, quando, por exemplo nas compras que fazia de
supermercado a demandante colocava itens de higiene pessoal, iria o
demandado ser mesquinho e contabilizar esse tipo de gasto?

DEMANDANTE TRABALHOU NA EMPRESA – COLÉGIO


DIMENSÃO E FOI DEMITIDA

É verdade que a demandante trabalhou para o Colégio Dimensão


durante longos vinte (20) anos e foi demitida, pois, o colégio fechou todas
as suas unidades. Inverídica a afirmação de que pediu demissão para cuidar
da filha e a mando do demandado.

DEMANDANTE É UMA MULHER JOVEM, BONITA E


INTELIGENTE – CAPAZ DE SI INSERIR NO MERCADO DE
TRABALHO

Contando hoje com quarenta e sete anos, como denunciado na


exordial, a demandante é sim uma pessoa jovem, principalmente para os
padrões hodierno....... ver doutrina.
DO ROMPIMENTO DA RELAÇÃO A QUE FALA A EXORDIAL

Nunca houve rompimento da relação, pois, de fato e de direito ela


nunca existiu; como também o demandado nunca coabitou com a
demandante durante a pandemia, como denunciado na exordial.

DA APARIÇÃO PÚBLICA DO DEMANDADO JUNTO A


DEMANDANTE NOS PRIMEIROS MESES DA FILHA E
BATIZADO

Como temos dito, o demandante durante – em média um (01) ano


após o nascimento de sua filha Alice – sem coabitar, continuou a namorar
com a demandante, mesmo que com idas e vindas, como também, sempre
fez questão de fazer parte da vida da filha, a exemplo disso em seu batismo.

GUARDA – PENSÃO ALIMENTÍCIA E VISITAÇÃO DA MENOR –


acordo realizado na Central de Conciliação, Mediação e Arbitragem
de Caruaru

Como dito na exordial, as partes ora litigantes – através do


procedimento nº 000944/2013-00 – Turma – CT02, conciliaram sobre a
guarda e visitação da filha menor e pensão alimentícia, da seguinte forma:
 Guarda da menor com a genitora/demandante;
 Visitação para o genitor: de forma livre;
 Pensão alimentícia para menor no valor de R$1.500.00 (um mil e
quinhentos reais) a ser pago a cada dia 05 do mês subsequente,
com reajuste do valor pelo IGPM/FGV..
O acordo mostra, mais uma vez, que nunca existiu a chamada entidade
familiar, tampouco vínculo afetivo caracterizador de uma união estável,
pois, não se vai à Justiça para determinar pensão que vive em um
relacionamento como companheiro.

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