O documento é uma contestação de ação de reconhecimento de união estável movida por Valquíria Florêncio Bezerra contra José Amadeu da Silva. A contestação alega que (1) nunca houve uma relação de união estável entre os dois, (2) José não aufere a renda alegada por Valquíria, e (3) o relacionamento entre os dois foi apenas um namoro sem intenção de constituir família.
O documento é uma contestação de ação de reconhecimento de união estável movida por Valquíria Florêncio Bezerra contra José Amadeu da Silva. A contestação alega que (1) nunca houve uma relação de união estável entre os dois, (2) José não aufere a renda alegada por Valquíria, e (3) o relacionamento entre os dois foi apenas um namoro sem intenção de constituir família.
O documento é uma contestação de ação de reconhecimento de união estável movida por Valquíria Florêncio Bezerra contra José Amadeu da Silva. A contestação alega que (1) nunca houve uma relação de união estável entre os dois, (2) José não aufere a renda alegada por Valquíria, e (3) o relacionamento entre os dois foi apenas um namoro sem intenção de constituir família.
Ao Juízo da Primeira Vara de Família e Registro Civil da Comarca de
Caruaru – Pernambuco.
Referente processo nº 0005678-45.2021.8.17.2480
PROMOVENTE: VALQUÍRIA FLORÊNCIO BEZERRA
PROMOVIDO: JOSÉ AMADEU DA SILVA
JOSÉ AMADEU DA SILVA, promovido, devidamente
qualificado nos autos do processo epígrafe – exordial ID.: 82307713, em que é promovente VALQUÍRIA FLORÊNCIO BEZERRA, também, igualmente qualificada na exordial em comento, vem, cumprindo despacho exarado por V.Exa., e por meio de seus advogados ALDENISE RAIMUNDO DA SILVA e PEDRO RAIMUNDO DA SILVA NETO, respectivamente, com OAB’s de nºs 15.165 e 16.216, com escritório, em comum, na Rua Lourdes Casé, 51, sala 213 – Empresarial Times Business Center – Maurício de Nassau Caruaru/PE, CEP.: 55.012-550 E-mail’s aldeniseraimundo6@gmail.com.br e ??????, telefones (81) 9.9641-7366 e (81) 9.9433-1568 **CONTESTAR** À AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO estável, c/c PRESTAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, c/c PARTILHA DE BENS, c/c REVISÃO DE ALIMENTOS, c/c REGULAMENTAÇÃO DE CONVÍVIO, c/c MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO DE BENS, nos termos que abaixo se segue:
BREVÍSSIMA SÍNTESE DA AÇÃO ORA CONTESTADA
A demandante ajuizou a presente ação alegando, em síntese, que viveu em regime de união estável de 15/11/2009 a 18/12/2020 (11 anos). Que o convívio, apesar de a maior parte do tempo juntos, não moraram debaixo do mesmo teto, sempre dividindo seu tempo e esforço na construção da família. Que o amor entre os dois era notório. Tiveram uma filha – Alice Valentina Bezerra de Assis, hoje com quase onze anos. Depois de discorrer a parte fática da ação, com o intuito de convencer o juiz sobre a união estável e situação financeira do demandado, entre outros, a requerente terce os pedidos elencados na exordial, que, afora outros, de cunho processual, são: O deferimento, como medida cautelar antecedente, do imediato arrolamento de bens do casal, envio de ofício aos bancos para que sejam arrolados na proporção de 50% o saldo porventura existente em nome do demandado, bem como determinar registro de protesto contra alienação de bens em especial ao apartamento situado na Rua Quintino Bocaiuva, s/n – Bloco A, apto. 408 – bairro Maurício de Nassau – Caruaru/PE, CEP.: 55012-140; O arbitramento de alimentos provisórios, em relação a filha em R$5.500.00 (cinco mil e quinhentos reais), equivalente a 05 (cinco) salários mínimos vigentes, contemplando 13º salário e férias a serem depositados na conta da genitora; O arbitramento de alimentos provisórios em relação a ex- companheira em R$ 3.300.00 (três mil e trezentos reais) equivalente a 03 (três) salários mínimos vigentes, contemplando 13º salário e férias, a serem depositados na conta da autora; Reconhecimento e dissolução da união estável; Manutenção da guarda da filha com a genitora demandante; Partilha de todo o patrimônio construído enquanto pertencentes à união estável.
DA CONTESTAÇÃO
Basicamente a peça contestatória será conduzida em dois (02)
pontos principais, a saber: A uma, que nunca houve uma relação de união estável entre a promovente e promovido; A duas, que o demandante não aufere entre suas duas (02) aposentadorias e trabalho, ainda, como médico em seu consultório particular o valor de R$30.000.00 (trinta mil reais mensais), assim como consignou a demandante em sua exordial. Sendo o valor despendido a sua filha – Alice Valentina Bezerra de Assis o suficiente para a sua mantença, como também àquele que o demandado é capaz de dispor como pensão para a filha. Para nos auxiliar em nossa contestação, invocamos, os ensinamentos da insigne doutrinadora no Direito de Família – Maria Berenice Dias, a qual em sua obra - Manual de Direito das Famílias – 14ª edição, ano 2021– pela editora jusPODIVM, pág. 595, cáp. 24. UNIÃO ESTÁVEL – parágrafo segundo, assim nos fala sobre a conceituação de união estável: “Com segurança, só se pode afirmar que a união estável inicia de um vínculo afetivo. O envolvimento mútuo acaba transbordando o limite do privado, e as duas pessoas começam a ser identificadas no meio social como um par. Com isso o relacionamento se torna uma unidade. A visibilidade do vínculo o faz ente autônomo merecedor da tutela jurídica como entidade familiar. O casal transforma-se em universalidade única que produz efeitos pessoais com reflexos de ordem patrimonial. Daí serem a vida em comum e a mútua assistência apontadas como seus elementos caracterizadores. Nada mais do que a prova da presença do enlaçamento de vida, do comprometimento recíproco. A exigência de notoriedade, continuidade e durabilidade da relação só serve como meio de comprovar a existência do relacionamento. Atentando a essa nova realidade o direito rotula a união estável.” Pois bem, como vemos, para o reconhecimento da união estável se faz necessário analisar “o mundo dos fatos” entre as partes, o vínculo de natureza afetiva, como elemento identificador e caracterizador da intenção de constituir família. A nossa constituição federal acolheu os efeitos jurídicos do afeto, entendendo-se como tal admitir qualquer entidade que preencha os requisitos de afetividade, estabilidade e ostentabilidade ou ainda que a convivência tenha publicidade (notoriedade), durabilidade e continuidade. O que no presente caso – não se encontra caracterizado, senão vejamos:
DO NAMORO ENTRE OS DEMANDADOS – sem o intuito de
constituir família O demandante começou um relacionamento – namoro, no ano de 2009 com Valquíria Florêncio Bezerra, a prova disso estão as fotos colacionadas pela própria demandante ID.: 82 30 77 29, referente Carnaval - Baile Vermelho e Branco na cidade de Caruaru. Porém, desde o início o relacionamento tendeu ao fracasso, dado ao ciúme exacerbado de Valquíria e pela falta de vontade desta em progredir intelectualmente, como por exemplo terminar o ensino médio. Valquíria em sua casa – morando com sua genitora, e o promovido também em sua residência, havia um relacionamento entre ambos, com idas e vindas, pois, nesse interim o demandado teve outros pessoas as quais se relacionou, como, por exemplo, a srta. Marluce e Eduarda.
DA GRAVIDEZ DE VALQUÍRIA – esperança da demandante em se
casar – ASSISTÊNCIA DO DEMANDADO DURANTE GRAVIDEZ E PARTO
Daí Valquíria engravidou, vindo a nascer a pequena ALICE, filha do
casal e muito amada pelo demandado/genitor. Como fez com sua outra filha – Amanda, o demandado esteve presente em todo o pré-natal e nascimento de Alice, como médico e pai, sem, qualquer vínculo afetivo com a genitora ou intuito de constituir família. A assistência material foi dada com esmero, como não poderia deixar de ser, pois, estaria por vir mais uma filha do demandado. Ocorre, porém, que a demandante se encheu de esperança que, com a gravidez o demandado iria lhe assumir enquanto esposa. O que de fato nunca ocorreu! O demandado esteve assistindo a parturiente e filha durante o nascimento e pós parto, principalmente, devido ao fato da demandante não conseguir amamentar a filha Alice. Assim esteve o demandado a procurar pessoas que pudessem amamentar a criança – conseguindo com uma funcionária de sua clínica (Adriana) e também através do serviço público – FUSAN – com a introdução de um cateter no seio da demandante, daí o cartão/bilhete, constante do ID.: 82 30 84 86, feito pelo demandado, carinhosamente, como sendo da pequena Alice, pois, vale salientar que o promovido sempre teve muito respeito pela mãe de sua filha e o foi atencioso, diga-se: “enquanto mãe de sua filha”. “Minha mãe, Este aparelhinho é para sua utilidade e seu DELEITE. Só quero alguém que me DÊ... LEITE.
A.V.B. de Assis. Cru, 13/05/12.
O que de logo IMPUGNA o documento ID 82 31 03 90 – intitulado
como sendo “cartas de amor” para o fim a que se destina: caracterizar uma união estável nunca existente! Da mesma forma impugna o documento constante do ID.: 82308488, como sendo plano de saúde feito para a promovente, quando esta engravidou. Trata-se de documento apócrifo constando apenas o nome da clínica. Provavelmente pagamento de voucher a empresa parceira.
NECESSIDADE DO DEMANDADO EM MONTAR CASA PARA
ABRIGAR DEMANDANTE E A FILHA ALICE
Os primeiros seis (06) meses – em média, de Alice, mãe e filha
moraram com a genitora da demandante, no entanto, a avó materna disse – segundo demandante, não aceitar o fato de ter uma filha/mãe solteira em casa; quando o demandado não teve outra alternativa se não alugar uma casa para filha e mãe no bairro Petrópolis próximo à casa da avó – pedido da genitora que disse não conseguir ficar longe da mãe, ainda mais morando sozinha com ALICE. Foram duas (02) casas alugadas, até que o demandado em maio de 2016 – conforme documento colacionado aos autos pela própria demandante ID.: 82 31 03 90 (contrato de adesão a condomínio fechado/Edifício Plaza Condomínio clube), adquiriu um apartamento para que sua filha Alice morasse, sob guarda e cuidados da mãe, assim como tem que ser. Aliás, ao comprar o apartamento em comento, sempre foi dito a demandante/genitora que o mesmo seria de Alice e, como tal registrado, oportunamente, em seu nome, inclusive, com usufruto da mãe.
INTENÇÃO DE CASAMENTO DA DEMANDANTE COM O
DEMANDADO É AGUÇADA APÓS O NASCIMENTO DE ALICE – brigas entre promovente e promovido – DISTANCIAMENTO ENTRE AMBOS – FIM DO NAMORO Na verdade a demandante é uma pessoa de raiz tradicional e nunca aceitou o fato de ser mãe solteira, sendo este, entre tantos outros, um dos motivos que o relacionamento nunca deu certo, pois, o demandado nunca quis casar. Assim, em menos de um (01) ano após o nascimento de Alice houve o fim do namoro entre demandante e demandado.
DEMANDADA NUNCA FOI “PAR” PARA O DEMANDADO NO
SENTIDO QUE A CONSAGRARIA COMO COMPANHEIRA
Também é sabido por todos que o demandado nunca foi afeito ao
casamento, nem a vida a dois. Casou uma vez, divorciou-se e, desde então, nunca teve a quem chamasse de seu par, como também nunca foi um homem de uma só mulher. Mesmo no início do namoro – período, geralmente, de mais afago entre um casal, o demandado nunca namorou apenas com Valquíria e disso esta sempre soube. Por fim Valquíria NUNCA foi o “PAR” sonhado ou esperado pelo promovido, muito menos no sentido que quer a legislação a qual trata da união estável: cum pane – companheiro, aquele que come do mesmo pão! A demandante NUNCA foi reconhecida como “esposa do Dr. Amadeu”, como denuncia esta na exordial, o bilhete ao médico amigo constante do ID.: 82309777, chamando a promovente de “minha senhora”, assim o foi chamada como mãe de sua filha, pois, como temos dito, no plano do relacionamento afetivo – homem e mulher, as partes NUNCA DERAM CERTO, porém, como mãe de sua filha, o promovente sempre lhe teve muita estima, até mesmo porque é uma excelente mãe! No ano de 2017, o demandado tinha namoro fixo com ????? e não existia sequer um namoro com a demandante. Em festas e eventos sociais o demandado sempre esteve entre amigos ou namoradas outras.
FOTOS IDENTIFICADAS NO ID.: 82308482 COM A
GENITORA/DEMANDANTE – necessidade de ter a mãe/demandante por perto a fim do demandado sair com a filha
No ano de 2013, tendo o demandado a necessidade de passar o final
de ano com a filha, e contando esta apenas com dois (02) anos de idade, não havia como viajar sozinho com o pai. Então, na condição de cuidar da filha, foi a demandante para o réveilon no Garden Hotel em Campina Grande, também com intuito do demandado aproximar a filha de amigos e parentes. Tratam-se, ainda, de duas (02) fotos relativas aos quarenta (40) anos de formatura do demandado na sua turma de medicina na Universidade da Paraíba, donde tinha a pequena Alice quatro (04) anos e, o demandado queria apresentar a filha aos amigos, conterrâneos, contemporâneos e familiares, pois, também é paraibano e tem suas raízes na cidade do Congo/PB, e, como era inviável viajar com uma criança de quatro (04) anos sozinha, por toda logística que uma criança requer, principalmente, menina, nessas condições foi a demandante na viagem, inclusive, fazendo parte da festa, porém, e nunca, como sequer namorada do demandado. Assim, de logo, impugna os documentos identificados no ID.: 82308482 (fotos), para o fim a que se destina: provar união estável entre a demandante e o demandado.
DEMANDADO SEMPRE INCENTIVOU QUE A REQUERENTE
TRABALHASSE E FOSSE INDEPENDENTE Toda assistência material à Valquíria é dada por extensão a filha do demandado, pois, como separar a comida que come a filha daquela que come a mãe, seria impossível e mesquinho! Assim, não há o que se falar que “...após o parto, o Demandado pediu para que ela deixasse o emprego em março de 2012 e se dedicasse unicamente a filha e ao lar, pois, não queria que a filha frequentasse ou fosse cuidada por babá.” O promovido sempre incentivou que a demandante trabalhasse, primeiro querendo dá-lhe uma oportunidade de trabalho em seu consultório, depois com a compra de lingerie para que a mesma vendesse, também a incentivou a fazer salgadinhos para festas, porém, essa nunca se interessou. Daí o demandante sempre ficou de “mãos atadas”, pois, não pode obrigar ninguém a trabalhar e também não poderia deixar de dá o sustento e proteção a sua filha. Logo, se protegia sua filha, por extensão – temos dito, a mãe também era protegida, quando, por exemplo nas compras que fazia de supermercado a demandante colocava itens de higiene pessoal, iria o demandado ser mesquinho e contabilizar esse tipo de gasto?
DEMANDANTE TRABALHOU NA EMPRESA – COLÉGIO
DIMENSÃO E FOI DEMITIDA
É verdade que a demandante trabalhou para o Colégio Dimensão
durante longos vinte (20) anos e foi demitida, pois, o colégio fechou todas as suas unidades. Inverídica a afirmação de que pediu demissão para cuidar da filha e a mando do demandado.
DEMANDANTE É UMA MULHER JOVEM, BONITA E
INTELIGENTE – CAPAZ DE SI INSERIR NO MERCADO DE TRABALHO
Contando hoje com quarenta e sete anos, como denunciado na
exordial, a demandante é sim uma pessoa jovem, principalmente para os padrões hodierno....... ver doutrina. DO ROMPIMENTO DA RELAÇÃO A QUE FALA A EXORDIAL
Nunca houve rompimento da relação, pois, de fato e de direito ela
nunca existiu; como também o demandado nunca coabitou com a demandante durante a pandemia, como denunciado na exordial.
DA APARIÇÃO PÚBLICA DO DEMANDADO JUNTO A
DEMANDANTE NOS PRIMEIROS MESES DA FILHA E BATIZADO
Como temos dito, o demandante durante – em média um (01) ano
após o nascimento de sua filha Alice – sem coabitar, continuou a namorar com a demandante, mesmo que com idas e vindas, como também, sempre fez questão de fazer parte da vida da filha, a exemplo disso em seu batismo.
GUARDA – PENSÃO ALIMENTÍCIA E VISITAÇÃO DA MENOR –
acordo realizado na Central de Conciliação, Mediação e Arbitragem de Caruaru
Como dito na exordial, as partes ora litigantes – através do
procedimento nº 000944/2013-00 – Turma – CT02, conciliaram sobre a guarda e visitação da filha menor e pensão alimentícia, da seguinte forma: Guarda da menor com a genitora/demandante; Visitação para o genitor: de forma livre; Pensão alimentícia para menor no valor de R$1.500.00 (um mil e quinhentos reais) a ser pago a cada dia 05 do mês subsequente, com reajuste do valor pelo IGPM/FGV.. O acordo mostra, mais uma vez, que nunca existiu a chamada entidade familiar, tampouco vínculo afetivo caracterizador de uma união estável, pois, não se vai à Justiça para determinar pensão que vive em um relacionamento como companheiro.