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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA xxª VARA

CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Nº do Processo: xxxxxx-63.201x.8.19.0001

ANNA VIANNA e ELIZABETE SILVA, ambas já devidamente qualificadas nos


autos do processo em epígrafe, proposta em face de BRADESCO SAÚDE
S/A, por meio de seus advogados abaixo assinados, vem respeitosamente à
V.Exa. apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS

nos seguintes termos:

l - DOS FATOS:
Trata-se de Ação Indenizatória que tem como Réu a BRADESCO SAÚDE S/A
por não ter concedido a autorização para a realização de IMPLANTE DO CDI –
CARDIOVERSOR DESFRIBRILADOR no paciente Alfredo Vianna, e cuja
recusa acarretou no agravamento do quadro clínico do paciente, que veio a
falecer em 23/10/2014.
Cabe ressaltar que a internação do paciente ocorreu em 01/10/2014, data em
que foi solicitado o parecer especializado da arritmia.
Conforme o prontuário médico constante nos autos, no parecer da arritmia
documentado em 02/10/2014 indicou a necessidade do CDI e permanência em
CTI até o implante.
Foi ratificada, por várias vezes no prontuário médico pela equipe médica e de
rotina, a necessidade do referido procedimento, a saber nos dias 2, 3, 6, 7, 9,
11, 13, 14, 15, 16 e 17/10/2014.
Foi realizada Audiência de Conciliação em 18/02/2019, sem acordo (fls. 259).
Citada, a Ré, em sua contestação (fls. 261 a 361), defendeu preliminarmente a
prescrição, com base no art. 206, §1º, ll, alínea b, CC, alegando haver coisa
julgada entre a ação presente e a de nº 04xxxxx-26.2015.8.19.0001, a qual
afirma ser idêntica, ante o V Juizado Especial Cível de Copacabana. No mérito,
afirmou que a obrigação prevista no contrato é a de reembolsar o segurado
pelas despesas médicas contraídas em atendimentos hospitalares de sua
própria escolha, não cabendo a responsabilização da seguradora por possíveis
falhas que eventualmente ocorressem na prestação de serviços de terceiros.
Foi requerida a improcedência dos pedidos das Autoras.
Foi apresentada a réplica (fls. 366).
A parte autora solicitou a produção de prova oral, documental e pericial (fls.
383).
Foi requerida pelo réu a produção de prova documental e pericial (fls. 385).
Em decisão proferida em 02/07/2019, foi julgado PARCIALMENTE EXTINTO O
PROCESSO, sem exame de mérito, reconhecendo a coisa julgada no tocante
aos danos morais requeridos por Elizabete Pereira da Silva, na forma do art.
485, V, do Código de Processo Civil. Fixou como ponto controvertido a
existência de responsabilidade da ré no evento descrito na petição inicial.
Deferiu a produção de prova pericial indireta, por meios da análise dos laudos e
documentos juntados aos autos, nomeou o perito e deferiu a produção de
prova documental suplementar.
O réu apresentou os quesitos suplementares a serem considerados pelo perito
(fls. 398/400).
A autora apresentou os quesitos suplementares a serem considerados pelo
perito (fls. 402/403).
Foi apresentado o laudo pelo perito (fls. 551/554).
A parte autora manifesta-se, a firmando que o laudo não foi conclusivo (fls.
575/576).
Foi acostado pelo réu o laudo produzido por assistente técnico (fls. 579/583).
Houve nova manifestação do perito (fls. 627/628).
A parte autora afirmou que “a resposta apresentada pelo ilustre e competente
perito à fl. 628 NÃO atendeu, infelizmente, as questões suscitadas pelas
Autoras nos quesitos reclamados, como também faltou a CONCLUSÃO do r.
laudo” (fl. 638).
O réu apresentou laudo crítico sobre o laudo pericial elaborado por seu
assistente técnico (fls. 643/645).

II – DO MÉRITO
Remonta ao laudo pericial (fls. 551/554), merecendo destaque o seguinte:
Resta evidente que o paciente sofria de grave cardiopatia e que o implante do
CDI, para o qual havia a cobertura contratual e indicação médica, poderia ter
impedido o resultado morte no presente caso. O réu, ao negar a autorização do
procedimento, contribuiu de forma inconteste para o óbito do paciente.

A evolução do quadro clínico do paciente com arritmia justifica o procedimento


recomendado e não realizado em decorrência da recusa do réu, e poderia ter
evitado o resultado morte no presente caso.

lll – DOS PEDIDOS


Por todo exposto, requer:
1 – A total procedência dos pedidos formulados na presente ação, nos termos
da inicial, sendo imputados ao réu os pagamentos devidos à parte autora;
2 – A improcedência de todos os pedidos formulados pela parte ré;
3 – A condenação do réu ao pagamento dos ônus sucumbenciais e honorários
advocatícios.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, ... de outubro de 2022.

xxxxxxxxxxx
OAB/RJ xxx.710

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