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AO JUÍZO DE DIREITO DA 11ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DO RIO

DE JANEIRO NO RIO DE JANEIRO

Processo: 00xxxx.2022.8.19.0001

FELIPE FERREIRA, menor impúbere, brasileiro, portador da carteira de


identidade nº 34.089-5 expedida pelo Detran/RJ, inscrito no CPF sob o nº
212.314.987-06, representado por sua genitora DILCILÉA EDUARDO,
brasileira, solteira, diarista, inscrita no CPF sob o n° 056.xxx.517-xx, portadora
da carteira de identidade nº 12.xxx.858x, residente e domiciliada na Rua Carlos
Chagas s/nº (Comunidade do Cantagalo), na cidade do Rio de Janeiro – RJ,
CEP: 20.xxx-060, vem por meio de suas advogadas, ora constituídas,
digitalmente assinado, apresentar

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I – DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre arguir a tempestividade da presente exordial, visto se


tratar de Núcleo de Prática Forense da Escola de Ensino Superior o escritório
modelo ora atuante na representação do requerente, para o qual computa-se
prazo em dobro.

Cumpre esclarecer que, na qualidade de prestadores de assistência judiciária


gratuita, pleiteamos a equiparação com a Defensoria Pública, no tocante ao
privilégio do prazo em dobro, sendo o prazo para sua apresentação de 30
(trinta) dias úteis, contados do primeiro dia útil seguinte ao da publicação, nos
moldes do art. 186, §3º do Código de Processo Civil.

Considerando a ocorrência da intimação em 02/08/2022, e observando a


suspensão dos prazos processuais nas datas de 15 a 19/08/2022, conforme
Ato Executivo nº 104 (em anexo), o termo final resta fixado em 16/09/2022.
II – DOS FATOS ALEGADOS NA CONTESTAÇÃO

O Requerido afirma que teve um relacionamento com a genitora do


Requerente, que se encontra com 3 (três) anos de idade, e que possui também
outros 3 (três) filhos menores.

Alega o Requerido ter permanecido desempregado por longa temporada, e que


em 04/07/2022 iniciou em seu novo emprego. Afirma que sempre ajudou o
menor financeiramente como pode e que nunca deixou de cumprir com suas
obrigações nessa função, embora tenha juntado aos autos apenas um
comprovante de depósito bancário no valor de R$ 241,20 (duzentos e quarenta
e um reais e vinte centavos) realizado em 06/07/2022.

Ressalta que atualmente ajuda financeiramente todos os seus filhos, sua


companheira e sua mãe, de modo que não pode deixar de prestar auxílio a
qualquer de seus descendentes.

Alega ser extremamente difícil manter 20% dos seus ganhos líquidos, sendo
necessário a redução para 1/3, devido aos outros filhos que também
necessitam da mesma assistência.

No mérito, requer o Reclamado, a revisão dos alimentos provisórios e sendo


condenado, que a pensão alimentícia seja no valor de 1/3 sobre 20% dos
rendimentos comprovados.

III – DO MÉRITO E DA REALIDADE DOS FATOS

O Reclamante não recebe de forma regular auxílio de natureza alimentar pelo


Reclamado, e restam demonstradas as necessidades do alimentado em
despesas fixas mensais constantes na folha 5 dos autos.

Alega o Reclamado a prestação, de forma continuada, do auxílio de natureza


alimentar aos seus outros 3 (três) filhos menores e à sua companheira, sem
realizar nos autos a devida comprovação, bem como afirma que realiza sempre
que possível auxílio ao Reclamante, porém, juntou aos autos apenas um único
comprovante de depósito realizado em 06/07/2022.

Em consulta aos autos, verifica-se que a citação do Reclamado ocorreu em


28/06/2022 (folha 54), e que o único depósito apresentado como evidência de
cumprimento das obrigações com o alimentado ocorreu logo em seguida à
citação, dia 06/07/2022, sendo tal pagamento uma imposição do juízo, e não
auxílio espontâneo com intuito de realizar sua obrigação alimentar perante o
Requerente.

No entanto, resta demonstrado de forma inconteste pelo Requerido que recebe


atualmente o salário mensal fixo de R$1.964,71 (hum mil novecentos e
sessenta e quatro reais e setenta e um centavos), que possibilita ao
pagamento do percentual arbitrado para concessão de alimentos provisórios.
Cumpre asseverar, finalmente, que na Contestação não há qualquer menção
que evidencie a existência de laços afetivos, convivência ou qualquer outro tipo
de interação social entre o pai/Requerido e o filho/Requerente, e que nem
mesmo a sua proporcional responsabilidade com o sustento do menor é
cumprida, o que provocou a necessidade da criança de recorrer ao judiciário
para a interposição da presente ação de alimentos.

IV – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) que seja julgado improcedente o pedido da alínea “b”;


b) que seja julgado improcedente o pedido da alínea “c”;
c) que seja julgado improcedente o pedido da alínea “d”.

Nestes termos,
pede deferimento.

Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2022.

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OAB/RJ xxxx

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