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Autor:
Renan Araujo, Equipe Penal e
Processo Penal
Aula 11
28 de Maio de 2021
Sumário
2.1 Modificações provocadas pela Lei 14.110/20 – Regramento novo x regramento antigo
12
GABARITO ....................................................................................................................................138
Hoje vamos estudar os crimes contra a administração pública estrangeira, os crimes contra a
administração da Justiça e os crimes contra as finanças públicas.
Sugiro atenção especial aos crimes de denunciação caluniosa, falso testemunho, favorecimento
real e favorecimento pessoal.
Nossa aula já está atualizada de acordo com as disposições da Lei 14.110/20, que alterou o crime
de denunciação caluniosa.
Bons estudos!
O conceito de funcionário público estrangeiro, para fins penais, é semelhante ao do art. 327,
que conceitua o que seria funcionário público (em geral) para fins penais. Vejamos:
Vejamos, agora, cada um dos tipos penais previstos neste capítulo do CP:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte especial. Volume 5. Ed. Saraiva, 9º edição. São Paulo,
2015, p. 304
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício,
ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
O crime em tela busca tutelar o regular desenvolvimento das relações comerciais entre o
Brasil e demais países.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, logo, CRIME COMUM. O sujeito passivo é
divergente. Uns consideram que é a administração pública lesada. Outros entendem que é a
credibilidade das relações comerciais internacionais, sendo, portanto, crime vago (aquele em que
a coletividade é vítima)2. Eu ficaria com a primeira corrente.
O tipo objetivo (conduta proibida), consiste em três núcleos: “oferecer”, “prometer” e “dar”
alguma vantagem a funcionário público OU TERCEIRA PESSOA, com A FINALIDADE DE FAZER
COM QUE ESTE FAÇA ALGO QUE FUNCIONALMENTE NÃO DEVERIA (agindo ou se omitindo).
Não é necessário que a vantagem seja direta, podendo ser oferecida, prometida ou dada de
maneira indireta, implícita.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa. Exige-se, ainda,
a finalidade especial de agir, consistente na intenção de ver o ato ser praticado, omitido ou
retardado (Dolo específico).4
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
2
Bitencourt defende que ambos são sujeitos passivos. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 30
3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p 308. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7º
edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 814
4
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 308
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)
Quanto aos sujeitos, aplicam-se, também as mesmas disposições do crime anterior, sendo
crime COMUM.
A conduta proibida (tipo objetivo) é idêntica à do art. 332 (tráfico de influência), e consiste
na solicitação, exigência, cobrança ou obtenção de vantagem, para si ou para outrem, de
vantagem de terceiro, a pretexto de que o infrator irá interceder perante funcionário público
estrangeiro para que este faça ou deixe de fazer alguma coisa que não deva, e seja relacionada à
transação internacional.
Aqui, o fulaninho chega para Joãozinho e diz: “Meu amigo, me dá uma prata aí que eu vou
falar com o Pedrinho, que trabalha lá no Consulado do Chile (por exemplo), pra ele adiantar a tua
parada.” A conduta é, em resumo, essa. Entretanto, o infrator não pretende, efetivamente, fazer
o que prometeu! Ele pretende ludibriar o “besta” que vai comprar a influência. Se o indivíduo, de
fato, possui influência sobre o funcionário público estrangeiro e pretende utilizá-la, não pratica
este delito.5
O § único estabelece uma causa de aumento de pena (majorante), que incidirá caso o infrator
alegue que está pedindo a vantagem, mas que parte dela se destina ao funcionário público que
se pretende “comprar”.
5
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 311
6
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 816/817. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 311
A ação penal, tanto aqui como no crime anterior, é PÚBLICA INCONDICIONADA. Aliás, só
para lembrar a vocês, sempre que a Lei não disser NADA, o crime é de ação penal pública
incondicionada, pois ESTA É A REGRA.
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
O bem jurídico tutelado é o regular desenvolvimento das atividades da Justiça, bem como a
soberania das decisões. Na verdade, quando se fala em soberania das decisões, não estamos
falando, propriamente, de ato do Judiciário, eis que o ato administrativo de expulsão é PRIVATIVO
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
O sujeito ativo somente poderá ser o ESTRANGEIRO expulso do país, logo, o crime é
PRÓPRIO. Mais que isso: trata-se de crime de mão própria8, pois a execução do delito não pode
ser “delegada” a uma terceira pessoa. Somente o próprio estrangeiro expulso, pessoalmente,
pode praticar o delito. Nada impede que outra pessoa seja partícipe, auxiliando-o na prática do
delito, desde que conheça sua condição de estrangeiro expulso, nos termos do art. 30 do CP.
7
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 818
8
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 819. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 314
Assim, não basta que o agente se recuse a sair do país. Nesse caso, o crime não se configura.9
Aqui vai uma dica de Processo Penal: parcela da Doutrina (com decisões
jurisprudenciais nesse sentido) vem entendendo que o CRIME É PERMANENTE12,
logo, caberia prisão em flagrante a qualquer momento (camarada retornou ao país
há 05 anos, por exemplo. Não importa, continuaria a situação de flagrância). Além
disso, sendo crime permanente, aplicar-se-ia a súmula n° 711 do STF. Logo, se o
estrangeiro ainda estivesse no Brasil e sobreviesse lei agravando a pena, ele
responderia pela lei nova.
2 Denunciação caluniosa
9
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 315
10
Em sentido contrário, por exemplo, CEZAR ROBERTO BITENCOURT. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p.
314/315
11
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 820
12
Cezar Roberto Bitencourt sustenta tratar-se de crime instantâneo de efeitos permanentes. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. Cit., p. 316
Professor, então se o agente, nesse caso, der causa a instauração de um inquérito policial
imputando a alguém sabidamente inocente a prática de um CRIME, responderá pelo crime de
calúnia (art. 138 do CP) e por denunciação caluniosa? Não! O agente responderá só pelo último,
pois ele absorve o crime de calúnia (alguns Doutrinadores chamam este crime de calúnia
qualificada).13
13
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 821
Caso o agente impute a alguém sabidamente inocente o fato (crime, infração ético-disciplinar
ou ato de improbidade) mas não consiga obter seu intento (gerar a instauração de procedimento
contra a pessoa), o crime não alcançará sua consumação, de forma que teremos o crime de
denunciação caluniosa em sua forma tentada. Logo, temos aqui um crime material, na medida em
que o resultado naturalístico previsto no tipo (instauração do procedimento contra o imputado) é
necessário para a consumação do delito.
O elemento subjetivo exigido pelo tipo é o dolo, a vontade livre e consciente de dar causa à
instauração do procedimento contra a vítima, mediante a imputação sabidamente falsa. Frise-se
que para a caracterização do delito é necessário que o agente saiba que o imputado (aquele a
quem se imputa falsamente o fato) é inocente, não bastando que ele tenha dúvidas a respeito
disso. Vamos a dois exemplos distintos:
EXEMPLO: José e Maria namoraram por vários anos. Em certo dia, Maria, enjoada
de olhar para a cara de José, decide terminar o relacionamento amoroso. José,
revoltado, comparece à delegacia e narra ao delegado que Maria teria sido a
autora de um crime de furto. José, todavia, sabe que Maria é inocente, e age
assim apenas para prejudicá-la, criando para a ex-namorada transtornos junto ao
aparato policial. O delegado, então, resolve instaurar inquérito policial para
apurar os fatos noticiados por José. Há, aqui, o crime de denunciação caluniosa,
em sua forma consumada.
EXEMPLO 2: José e Pedro são amigos de longa data. Em certo dia, José convida
Pedro para passar o fim de semana em sua casa na serra fluminense, na belíssima
cidade de Petrópolis/RJ. Na segunda-feira, José se despede do amigo Pedro.
Logo após, José sente falta de um relógio, que estaria guardado em seu armário
e não mais se encontra lá. Imaginando ter sido furtado pelo amigo (agora ex-
amigo) Pedro, José vai a delegacia e narra ter sido vítima de um furto. Quando
perguntado se suspeitava de alguém, José afirma que não tem como provar, mas
acredita ter sido furtado por Pedro. O delegado, então, instaura inquérito policial
para investigar o fato. Nesse caso, NÃO HÁ crime de denunciação caluniosa, vez
que que José não agiu para incriminar alguém sabidamente inocente. Embora
Pedro seja inocente, José não tinha conhecimento da inocência de Pedro, tendo
agido no seu legítimo direito de narrar o fato e apontar eventuais suspeitos,
cabendo ao delegado apurar os fatos.
A Doutrina majoritária entende que não cabe dolo eventual14 neste crime, apenas dolo
direto, pois quando a lei diz que o agente deve “saber que o ofendido é inocente”.
Trata-se de um crime comum, eis que qualquer pessoa pode praticar o delito. Todavia, em
se tratando da conduta de dar causa a IP, PIC ou processo criminal por crime de ação penal privada
ou pública condicionada à representação, somente os legitimados (para oferecer queixa-crime ou
representação) é que podem praticar o crime de denunciação caluniosa (a suposta vítima do crime,
seu representante legal ou seus sucessores legais15), pois somente eles podem oferecer a queixa-
crime (ação penal privada) ou representar autorizando a persecução penal (ação penal pública
condicionada à representação).
Vale ressaltar que os §§ 1º e 2º do art. 339 trazem, respectivamente, uma causa de aumento
e uma causa de diminuição de pena. Vejamos:
Assim, se o agente utiliza um nome falso para praticar a conduta, ou apresenta uma notícia
anônima, caso seja descoberto, responderá pelo crime e terá sua pena aumentada em 1/6.
Por outro lado, caso o agente impute falsamente a alguém a prática de contravenção penal
(infração penal mais branda que um crime), sua pena será reduzida de metade.
Por fim, vale ressaltar que, pelo princípio da especialidade, a caracterização do crime do art.
339 ficará afastada quando a imputação falsa (de crime, contravenção ou ato infracional) se der
com finalidade eleitoral. Nesse caso, será aplicável o art. 326-A do Código Eleitoral, criado pela
Lei 13.834/19:
Parte da Doutrina, capitaneada por Bitencourt, sustenta que é admissível o dolo eventual, quando o agente (sabendo
14
que a vítima é inocente), por exemplo, divulga a diversas pessoas que a vítima praticou o fato X, assumindo o risco de
que alguma delas procure a autoridade e, com isso, dê causa ao crime de denunciação caluniosa. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. Cit., p. 324/325
15
Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
(...)
Vejam que só haverá o crime eleitoral acima transcrito se o agente, com finalidade eleitoral,
dá causa à instauração do procedimento mediante a imputação falsa de crime, contravenção penal
ou ato infracional (fato definido como crime ou contravenção, mas praticado por menores de 18
anos). Caso a imputação falsa seja de infração ético-disciplinar ou ato de improbidade, a conduta
não irá configurar o crime eleitoral, e sim o crime de denunciação caluniosa do art. 339 do CP,
mesmo que seja praticada com finalidade eleitoral.
Como se pode ver, a redação atual do art. 339 do CP foi dada pela Lei 14.110/20, que alterou
significativamente os contornos desse delito no Código Penal. A redação antiga assim estabelecia:
Na redação antiga, a conduta era a de, mediante imputação sabidamente falsa contra
alguém, dar causa à instauração de:
investigação pela polícia, ainda que fosse uma mera investigação policial preliminar16 (Já
que o tipo penal não exigia, na época, a instauração do IP). Há quem sustente, porém, que
a expressão “procedimento investigatório criminal” seria genérica, englobando qualquer
atividade de investigação criminal, e não somente o PIC (conduzido pelo MP), motivo pelo
qual uma investigação policial preliminar, sem instauração do IP, já consumaria o delito de
denunciação caluniosa (não concordamos com essa posição, pois a nova redação do art.
339 fala em “procedimento investigatório criminal”, dando a entender que se refere
especificamente ao PIC (conduzido pelo MP). Caso quisesse ser mais abrangente, poderia
ter sido usada a expressão “investigação criminal”).
⇒ Processo judicial – Manteve-se
⇒ Instauração de investigação administrativa – Substituída por “processo administrativo
disciplinar”. Consequência prática: a mera instauração de uma investigação administrativa
(espécie de sindicância ou investigação preliminar) não consuma o delito, sendo necessária
para a consumação a instauração do PAD contra o servidor.
⇒ Inquérito civil – Manteve-se
⇒ Ação de improbidade administrativa – Manteve-se
Além disso, não foi apenas o “rol de procedimentos” que foi alterado. O fato imputado,
hoje, não precisa mais ser necessariamente um fato criminoso. Pode-se imputar falsamente a
alguém sabidamente inocente a prática de:
⇒ Crime
⇒ Infração ético-disciplinar
⇒ Ato de improbidade administrativa
Tal alteração também traz consequências relevantes, pois as duas últimas expressões não
estavam previstas no CP.
No que tange à conduta de dar causa à instauração de um procedimento (um dos previstos
no art. 339) contra alguém sabidamente inocente, imputando-lhe infração ético-disciplinar, temos
verdadeira novatio legis incriminadora, pois tal conduta era considerada atípica até então.
16
Ver, como exemplo: STJ CC32496/SP
comarca em que exerce suas funções, embora passe os finais de semana na casa
de praia. Nesse exemplo, temos duas situações:
Como assim, professor? Se a redação anterior do art. 339 do CP não previa a imputação falsa de
ato de improbidade, como há aqui nova lei mais grave ao invés de nova lei incriminadora? Isso se
dá porque tal conduta, apesar de não abarcada na redação antiga do art. 339 do CP, estava
prevista no art. 19 da Lei de improbidade administrativa. Vejamos:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Vale ressaltar que o art. 19 da Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) não foi expressamente
revogado, mas a melhor interpretação doutrinária indica que a nova redação do art. 339 do CP
passou a cuidar integralmente do tema, logo, o art. 19 da Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) estaria
tacitamente revogado.
Neste crime, o bem jurídico tutelado é o mesmo do anterior, com a exceção de que não se
individualiza o infrator, mas se comunica um crime que NÃO OCORREU.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM), sendo sujeito passivo o Estado,
que sofre prejuízo no desenvolvimento de suas atividades. Parte da Doutrina entende que se o
crime comunicado for de ação penal privada, somente o suposto ofendido é que poderia cometer
o crime.17
A Doutrina majoritária entende que a comunicação falsa de crime perante policiais militares
NÃO CONFIGURA O DELITO EM QUESTÃO, eis que os policiais militares não são autoridade
para estes fins (instauração de investigação).18
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM). Não pratica o crime,
entretanto, quem ASSUME SOZINHO A PRÁTICA DE UM CRIME DO QUAL PARTICIPOU22! O
sujeito passivo é o Estado.
17
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 828
18
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 829
19
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 335. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 829
20
CUIDADO! Se o agente comunica falsamente um crime, COM A FINALIDADE DE OBTER INDENIZAÇÃO DE
SEGURO, comete o crime de fraude contra seguro (art. 171, §2°, V do CP).
21
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 336
22
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 831. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 338
Não há necessidade de que seja espontâneo! Comete o crime, por exemplo, aquele que, em
sede de interrogatório (policial ou judicial) confessa crime que não cometeu. Se a confissão se deu
sob coação, há inexigibilidade de conduta diversa, que exclui a CULPABILIDADE, logo, NÃO HÁ
CRIME.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
23
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 339
24
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 833
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
O sujeito ativo aqui somente pode ser a testemunha, o perito, o contador, o tradutor ou o
intérprete. Assim, o crime é PRÓPRIO. O sujeito passivo é o Estado.
CUIDADO! A Doutrina majoritária entende que a vítima não pode ser sujeito ativo
deste delito, pois não é “testemunha”. Ela não presta depoimento, e sim
“declarações”.
Mais do que um crime próprio, aqui temos um CRIME DE MÃO PRÓPRIA, ou seja, além de
só poder ser praticado por aquela pessoa que possui a condição especial, ele NÃO ADMITE
COAUTORIA, nem execução por intermédio de outra pessoa. O próprio perito, intérprete,
testemunha, etc. é quem deve praticar a conduta.
25
Posição doutrinária amplamente majoritária. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 836.
26
Ver, como exemplo: STJ HC 36287/SP.
27
Advogado que instrui testemunha a apresentar falsa versão favorável à causa que patrocina. Posterior comprovação
de que o depoente sequer estava presente no local do evento. Entendimento desta Corte de que é possível, em tese,
atribuir a advogado a co-autoria pelo crime de falso testemunho. Habeas-Corpus conhecido e indeferido. (HC 75037,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, julgado em
10/06/1997, DJ 20-04-2001 PP-00105 EMENT VOL-02027-04 PP-00687) – ISSO É DECISÃO ISOLADA!
28
Em sentido contrário, Bitencourt. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 350
O tipo objetivo é DE AÇÃO MÚLTIPLA (ou plurinuclear), pois pode ser praticado de diversas
formas:
⇒ Negando a verdade (que lhe fora perguntada objetivamente. Ex.: Fulano matou cicrano?);
⇒ Fazendo afirmação falsa (Ex.: O que você sabe sobre o crime? Resposta: Eu sei que fulano
não matou cicrano, pois estava comigo na hora);
⇒ Calando-se (Pode ser deixando de falar ou sendo evasivo, lacônico. Ex.: “Não sei”, “não
me lembro”, “não estou me recordando”).
Nesse caso não há crime, pois não há intenção de prestar falso testemunho, e o crime não admite
modalidade culposa. O crime só é punido a título doloso.
O crime se consuma no momento em que o agente faz a declaração ou perícia falsa, pouco
importando se dessa afirmação falsa sobrevém algum resultado (sentença condenatória ou
absolutória com base nela). Assim, o crime se consuma mesmo que o testemunho ou a perícia não
fundamentem a convicção do Juiz.
CUIDADO! Ainda que o processo no qual ocorreu o falso testemunho seja anulado
por algum vício (incompetência absoluta, por exemplo), o crime permanece!
A tentativa só é admitida, pela maioria da Doutrina, no caso de falsa perícia, pois no caso de
falso testemunho, em razão da oralidade, não pode haver fracionamento do ato.30
29
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 839
30
Seria possível a tentativa no caso de depoimento prestado por escrito, nas hipóteses admitidas por lei. CUNHA,
Rogério Sanches. Op. Cit., p. 839
O § 2° prevê uma hipótese de extinção da punibilidade, que ocorrerá caso o agente se retrate
da declaração falsa antes da sentença.
Sentença definitiva? Não. A maioria da Doutrina entende que a retratação, para gerar a
extinção da punibilidade, deve ocorrer antes da sentença recorrível. Entretanto, tem crescido o
entendimento de que a retratação, a qualquer momento, antes do trânsito em julgado, seria causa
de extinção da punibilidade. c
Além disso, a retratação deve ocorrer no processo em que fora prestado o falso testemunho
ou falsa perícia, e não no eventual futuro processo que será instaurado para punir o infrator.
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
31
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 841
32
(...) A retratação de um dos acusados, tendo em vista a redação do art. 342, § 2º, do Código Penal, estende-se aos
demais co-réus ou partícipes.
Writ concedido.
(HC 36.287/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2005, DJ 20/06/2005, p. 305)
O nome do delito não está previsto no CP, mas é dado pela Doutrina.
⇒ Praticado com vistas (dolo específico) a obter prova que deva produzir efeitos em
processo civil em que seja parte a administração direta ou indireta.
⇒ Praticado com vistas a obter prova que deva produzir efeitos em processo criminal.
33
Caso queiram, podem analisar o seguinte julgado do STJ, abordando esta questão: REsp 169212/PE
34
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 844
35
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 845
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo, sendo, além do Estado, a
pessoa que sofre ameaça ou violência, só pode ser uma daquelas pessoas enumeradas no tipo
penal. f
O tipo objetivo consiste em se utilizar de violência ou grave ameaça, sobre qualquer das
pessoas que funcionam ou são chamadas a intervir no processo, COM A FINALIDADE DE
FAVORECER INTERESSE PRÓPRIO OU ALHEIO. Vejam que aqui temos INTERPRETAÇÃO
ANALÓGICA, pois o CP dá uma série de exemplos e, ao final, aplica uma regra genérica, abrindo
possibilidade expressa de que o ato seja praticado em face de outros sujeitos do processo.
O crime se consuma quando a coação (moral ou física) é exercida, não importando se a vítima
cede ao que o infrator exige, não sendo necessário, sequer, que a vítima se sinta efetivamente
ameaçada (no caso da grave ameaça).
A tentativa é possível.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
36
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 848
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder
de terceiro por determinação judicial ou convenção:
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, sendo o
art. 346 um crime “sem nome”, mas que por guardar traços de “Justiça com as próprias mãos”,
será estudado aqui. 9
O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, tanto no primeiro quanto no segundo
caso. O sujeito passivo, em ambos os casos, é o Estado, e, secundariamente, o particular que sofre
a ação do infrator.
O tipo objetivo, no primeiro caso, é composto por apenas um verbo (fazer), mas que
comporta a maior das possibilidades (fazer = qualquer conduta). Assim, qualquer atitude apta a
externar a intenção do agente em obter Justiça própria caracteriza o delito.
Imagine o caso do dono do restaurante que, ao saber que os clientes decidiram não pagar a
conta por não terem “gostado da comida”, resolve subtrair o dinheiro de suas carteiras e bolsas,
à força, para obter o que lhe é devido. Nesse caso, a atitude do dono do restaurante, embora
fundamentada em um direito (o de receber o que é devido) é ilícita, pois quem detém o monopólio
da Jurisdição é o ESTADO, não sendo lícito aos particulares fazerem sua própria Justiça.
CUIDADO! É necessário que a pretensão “legítima” do sujeito ativo, que fundamenta a conduta,
seja possível de ser obtida junto ao Poder Judiciário, caso contrário, teremos outro crime, e não
este.
Ex.: Imagine que o dono do restaurante, irritado pelo não pagamento da conta,
resolve matar os clientes. Neste caso, ele pode até, na sua cabeça, ter feito
“justiça”, mas na verdade estará praticando homicídio, pois sua pretensão não
poderia ter sido satisfeita pelo Judiciário (pretensão de matar os clientes).
CUIDADO II! A Doutrina entende que a “ilegitimidade” da pretensão não afasta, de plano, a
possibilidade de ocorrência deste delito, desde que o agente esteja convencido de que sua
pretensão é legítima.37
Ex.: José deve mil reais a Maria. Contudo, a dívida já prescreveu. Maria, porém,
acredita sinceramente que a dívida ainda é devida. Num domingo de sol,
enquanto ambos conversavam, Maria se aproveita de um descuido de José e
subtrai seu celular, avaliado em R$ 950,00. Nesse caso, a pretensão de Maria não
era mais legítima (pois não poderia obter a satisfação da pretensão em Juízo, já
que estava prescrita). Contudo, por acreditar piamente na legitimidade da mesma,
não responderá por furto, e sim pelo crime do art. 345.
Entretanto, existem casos em que o uso da força pelo particular é legitimado pelo Estado,
5 Nesses casos, não há crime.
como no caso da legítima defesa, por exemplo.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo forma culposa. Se o agente pratica o
ato sem saber que sua pretensão possui algum amparo legal, não comete este crime, podendo
cometer, por exemplo, constrangimento ilegal ou cárcere privado (no caso do nosso exemplo).
O art. 346, por sua vez, é uma espécie de exercício arbitrário das próprias razões, com a
peculiaridade de que há um objeto que se encontra em poder de terceiro por determinação
judicial ou convenção, mas QUE PERTENÇA AO AGENTE.
Nelson Hungria (Talvez o maior penalista brasileiro de todos os tempos) entendia que este
delito não é espécie de exercício arbitrário das próprias razões, eis que o agente, aqui, não possui
qualquer pretensão legítima a salvaguardar (Faz algum sentido...).
37
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 369
O tipo objetivo consiste em suprimir, tirar, destruir ou danificar. Perceba, caro aluno, que o
sujeito passivo aqui é o Estado, bem como a pessoa que estava de posse da coisa.38 O dono não
é sujeito passivo, pois o dono da coisa é o próprio infrator.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo previsão de forma culposa. A Doutrina
diverge quanto à necessidade de a atitude do agente visar à satisfação de pretensão legítima.
O delito consuma-se com a prática das condutas descritas no tipo penal, não havendo
necessidade de que o agente consiga qualquer benefício ou satisfaça qualquer anseio pessoal
(Prevalece, portanto, a Doutrina que entende não haver dolo específico necessário).
9 Fraude processual
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, tenha ou não interesse no processo,
participe ou não dele. O sujeito passivo será o Estado, pois se tutela o regular exercício da
atividade jurisdicional.
O tipo fala em processo civil ou administrativo. Mas você acha mesmo que isso seria
permitido no processo penal? Mas é claro que não! No processo penal é pior ainda! Tanto o é,
que o § único estabelece uma causa de aumento de pena (majorante) no caso de o crime ser
praticado com vistas à fraude em processo penal, AINDA QUE NÃO INICIADO (desde que a
38
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 374
intenção seja, no futuro, induzir a erro o Juiz do processo penal). Nesse caso, a pena se aplica em
dobro.
O crime se consuma com a mera realização do ato, desde que CAPAZ DE LUDIBRIAR O JUIZ,
ainda que este, efetivamente, não seja enganado pela manobra do infrator.39
10 Favorecimento Pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado.
O crime não se verifica quando o próprio autor do crime ajuda um comparsa a fugir, eis que
é necessário que aquele que presta o auxílio não tenha participado da conduta criminosa, na
medida em que o fato de fugir ou auxiliar na fuga do comparsa é inerente à prática criminosa (Ou
vocês queriam que além de responder pelo crime o camarada respondesse pela fuga!?).
Além disso, é necessário que o auxílio seja prestado APÓS A PRÁTICA DO DELITO e, ainda,
não tenha sido previamente acordado entre o favorecedor e o favorecido. Caso contrário, o
favorecedor pode ser considerado partícipe do delito praticado.40 CUIDADO COM ISSO!
39
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 386
40
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 389/390
O favorecimento deve ser, ainda, CONCRETO, ou seja, o auxílio prestado deve ter sido eficaz
para a subtração do infrator às autoridades.
EXEMPLO: Imagine que Ricardo bata à porta de José, e, com uma bolsa de
dinheiro na mão, sangrando no braço e com uma pistola na cintura, lhe peça para
ficar algumas horas em sua casa, já que são conhecidos de longa data. José até
pode não saber (efetivamente) que Ricardo acaba de cometer um latrocínio.
Entretanto, convenhamos, ele, no mínimo, assumiu o risco de estar ajudando um
criminoso. Não se admite a forma culposa.
O §1° prevê a forma privilegiada do crime, que ocorre quando o agente presta auxílio a quem
acaba de cometer crime que não é apenado com reclusão (pena mais branda, pois o crime
anteriormente cometido é, em tese, menos grave).
O §2° traz a chamada “escusa absolutória”. O que é isso? A escusa absolutória é uma causa
de isenção de pena que ocorre, neste caso, quando o agente (o favorecedor) é ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge do favorecido.
41
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 393
42
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 861. Em sentido contrário, Bitencourt. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op.
Cit., p. 393
11 Favorecimento real
Macete:
Aqui também se exige que o favorecimento seja posterior ao crime (até porque fala em
“proveito do crime” = crime já aconteceu). Além disso, não deve ter havido prévio acordo. Se
tiver havido este acordo, o favorecedor responde como partícipe do delito cometido.43
Também é necessário que o agente não ADQUIRA PARA SI O PRODUTO. Nesse caso, o
crime seria o de RECEPTAÇÃO.
Não se exige (tanto aqui como no anterior) que o crime praticado pelo favorecido tenha sido
objeto de processo criminal e tenha transitado em julgado a sentença penal condenatória. Basta
que fique comprovada a materialidade e a autoria do primeiro.
A consumação se dá com a prestação do auxílio, ainda que a pretensão não seja alcançada
(o proveito do crime não se torne seguro). A tentativa é plenamente possível.
43
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 399/400. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 863
O art. 349-A, inserido no CP pela Lei 12.012/09, prevê a conduta daquele que ingressa de
qualquer modo auxilia na entrada de aparelho celular em presídio, sem autorização legal. Vejamos:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
2009).
O sujeito ativo, aqui, pode ser qualquer pessoa, logo, O CRIME É COMUM.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, não sendo prevista a modalidade culposa. É claro
que a intenção deve ser a de levar o aparelho celular até algum dos detentos. Assim, o camarada
que entra no presídio com o seu celular, porque se esqueceu de deixá-lo na portaria, não comete
crime.
Como se vê, este artigo foi revogado expressamente pela Lei 13.869/19 (Nova lei de Abuso
de autoridade).
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Entretanto, somente poderá ser cometido pelo
funcionário público (sendo, portanto, PRÓPRIO), nas modalidades culposa (§4°) e qualificada
(§3°).
O tipo objetivo (conduta incriminada) é promover ou facilitar a fuga. Promove quem dá causa
à fuga, e facilita quem ajuda alguém a realizá-la.
CUIDADO! Não se exige que a pessoa esteja efetivamente presa, podendo, por exemplo, estar
sendo conduzida para a cadeia, desde que esteja sob a custódia do Estado!44
Além disso, se a prisão é ilegal, quem pratica o ato de promover ou facilitar a fuga não
comete crime, pois age em LEGÍTIMA DEFESA DE TERCEIRO.
O crime se consuma com a obtenção de êxito na fuga, sendo crime material. A tentativa é
plenamente possível.
44
CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 870
O §2° estabelece que, havendo violência contra a pessoa, além da pena deste crime, aplica-
se a pena relativa à violência.
O §3° estabelece outra qualificadora, que incide no caso de o crime ser praticado por quem
tinha a custódia do preso. Nesse caso, o crime é PRÓPRIO.
O §4° traz a modalidade culposa, que também só pode ser praticada pelo funcionário
público responsável pelo preso, sendo crime próprio.
Esse crime é próprio, pois somente pode ser praticado por quem esteja preso ou submetido
à medida de segurança.
O tipo objetivo é bastante claro: Fugir ou “tentar fugir”. Percebam, assim, que não há
diferença entre fugir e tentar fugir, logo, NÃO SE ADMITE TENTATIVA, consumando-se o crime
no momento em que o agente tenta fugir (pois já pratica um dos núcleos do tipo).
Exige-se, ainda, que o preso TENHA USADO VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA (se usou
violência contra coisa, não caracteriza o crime).
O elemento subjetivo é o dolo, não havendo previsão típica para a forma culposa.
15 Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob
custódia ou guarda:
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo é o estado
e, subsidiariamente, o preso. Como não se admite analogia incriminadora, não há crime se o ato
é cometido contra pessoa internada por medida de segurança.
O crime se consuma com a retirada do preso sob custódia da autoridade, sendo irrelevante
para a consumação a ocorrência dos maus-tratos. Nesse caso, ocorrendo os maus-tratos, o agente
responde, ainda, pela pena relativa à violência. Admite-se a tentativa.
16 Motim de presos
Esse crime é PRÓPRIO, pois somente pode ser cometido por presos.
A Doutrina admite, no entanto, que o crime possa ser praticado, por exemplo, em veículo de
transporte de presos.
Em qualquer caso, é necessário um número expressivo de presos (não se diz quantos, mas a
Doutrina entende que devam ser, pelo menos, quatro).
17 Patrocínio infiel
Aqui se pune o advogado (ou qualquer outro, como Defensor Público, defensor dativo, etc.)
que viola o dever profissional, prejudicando o interesse de quem ele representa.
O tipo objetivo consiste em “trair”. Somente pratica o crime aquele que, deliberadamente,
toma decisões contrárias ao interesse da parte que representa, prejudicando seus interesses. A
mera negligência (perder o prazo de um recurso) não configura o crime. Assim, exige-se o dolo
como elemento subjetivo do delito.
Nesse crime, dispensa-se o efetivo prejuízo, sendo crime formal, consumando-se com a mera
prática das condutas descritas.
O crime só pode ser praticado por quem tenha a qualidade de advogado ou procurador.
Pode ser praticado de duas formas distintas:
Não se pune criminalmente a forma culposa, mas nada impede que o agente sofra punições
pela OAB ou pelo órgão de classe.
A consumação se dá:
19 Exploração de prestígio
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa, sendo, desta forma, crime comum. O sujeito
passivo primeiramente é o Estado, podendo ser, também, o funcionário dito como corrupto pelo
agente e o terceiro ludibriado.
O tipo objetivo consiste no ato de alardear possuir influência sobre as pessoas indicadas no
artigo, de forma que o agente solicita ou recebe dinheiro do terceiro ludibriado, ou qualquer
outra utilidade, acreditando este (o terceiro), que o infrator é capaz de influenciar alguma
daquelas pessoas e lhe trazer algum benefício.
O § único prevê uma causa de aumento de pena (1/3) se o agente alega que parte do
dinheiro se destina também ao funcionário que ele diz ser corrupto e que irá ceder à influência.
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, indistintamente. O
sujeito passivo é o Estado, podendo ser sujeito passivo, ainda, eventual particular lesado pela
conduta.
CUIDADO! Esse delito não se confunde com o tipo penal do art. 335. Lá, o ato é
realizado pelo poder público. Aqui, embora a arrematação seja autorizada
judicialmente, ela é realizada pelo particular interessado!
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça,
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
Pune-se aqui o camarada que, mesmo diante de uma sentença contra si, a ignora e exerce a
atividade, ofício, direito, autoridade ou múnus de que foi suspenso pela decisão judicial.
Imagine que alguém tenha sido suspenso judicialmente por um ano do direito de dirigir.
Caso descumpra a ordem judicial, estará cometendo o crime.
O crime é PRÓPRIO, pois somente quem sofreu a decisão judicial inibitória é que poderá
praticar o crime (controvertido, pois há quem entenda que qualquer pessoa pode vir a estar nesta
situação, logo, seria crime comum. É minoritário).
Os crimes contra as finanças públicas são crimes que foram inseridos pela Lei 10.028/00 no
Título XI do CP (Crimes contra a administração pública), donde se conclui que o sujeito passivo
imediato nestes crimes é sempre a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, sendo o bem jurídico tutelado a
MORALIDADE E RESPONSABILIDADE NA GESTÃO PÚBLICA.
Trata-se, portanto, de uma espécie de crimes contra a administração pública. São, ainda,
crimes funcionais, pois se exige do sujeito passivo a condição de funcionário público e a utilização
desta condição para a prática do delito. São, portanto, CRIMES PRÓPRIOS.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
O caput do artigo 359-A prevê a conduta daquele que ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito interno ou externo sem prévia autorização legislativa. Essas condutas são, pois, o que
chamamos de TIPO OBJETIVO DO DELITO (Condutas incriminadas).
O sujeito ativo do delito será o funcionário público responsável pela prática do ato. A
Doutrina entende que tanto aquele que determina a prática do ato, quanto aquele que realiza, de
fato, a conduta, são sujeitos ativos do delito.
⇒ Ordenar – Basta que o agente ordene a realização da operação de crédito, AINDA QUE
ESTA NÃO SE CONCRETIZE (CRIME FORMAL).
⇒ Autorizar – Basta que o agente autorize a realização da operação (sem autorização
legislativa, é claro), não sendo necessária a efetiva realização desta (Também CRIME
FORMAL).
⇒ Realizar – Aqui se exige que a operação de crédito seja efetivamente realizada (CRIME
MATERIAL).
Há quem defenda que o crime é FORMAL em todas as suas modalidades, pois o resultado que se
“dispensa” é a efetiva ocorrência de prejuízo aos cofres públicos.
consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II do CP). Nas demais
modalidades, a tentativa não é admitida pela maioria da Doutrina, pois é difícil imaginar
fracionamento das condutas “ordenar” e “autorizar”. Parcela da Doutrina, no entanto, defende
que, se no caso concreto se puder fracionar a conduta do agente (crime plurissubsistente), haverá
possibilidade de tentativa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
No caso do inciso II, o agente pratica a conduta mediante autorização legislativa, mas no final
das contas, o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite autorizado por lei. Ou seja, a
operação, em si, não é ilegal, mas em razão dela é ultrapassado o limite da dívida consolidada.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Aqui se visa a proteger a administração orçamentária, mais precisamente para evitar que as
futuras gestões herdem dificuldades financeiras em razão das atitudes ímprobas dos antecessores.
O sujeito ativo, mais uma vez, é o agente público responsável pela prática do ato. O sujeito
passivo será o ente público lesado.
Em qualquer caso, a efetiva ocorrência de lesão ao erário é DISPENSÁVEL. Até por isso,
consolidou-se o entendimento de que se trata de CRIME FORMAL.
Aqui, não basta que o agente seja funcionário público, a Doutrina exige que ele seja
DETENTOR DE MANDATO! Mandato eletivo, certo? Errado! O mandato não precisa
necessariamente ser eletivo, podendo ser um mandato decorrente de indicação (Procurador-Geral
de Justiça ou Defensor-Público-Geral Federal, por exemplo). O que importa é que o agente seja
um agente público detentor de mandato!
Vejam, portanto, que são condutas diferentes. Na primeira o agente ordena ou autoriza a
assunção da dívida que não pode ser paga no mesmo exercício. Na segunda, a dívida, apesar de
ser paga parcialmente no mesmo exercício financeiro, vai sobrar um “restinho” (resto de dívida,
claro) para o sucessor, mas não vai sobrar dinheiro para isso.
O elemento subjetivo, claro, é o dolo, não se admitindo na forma culposa. Não é necessário,
ainda que o agente tenha a finalidade específica de prejudicar o próximo mandatário, basta
apenas, que ele saiba que a despesa não pode ser paga no mesmo exercício ou que vai sobrar
parte dela para ser paga no próximo, mas não vai sobrar contrapartida financeira para isso.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Como todos nós sabemos, num Estado verdadeiramente democrático de Direito, onde
vigora o princípio Republicano, a separação dos poderes deve ser respeitada, de forma a que o
sistema dos “freios e contrapesos” não seja prejudicado. Assim, é bastante salutar que seja
respeitada a necessidade de autorização legal para a ordenação de determinada despesa.
O sujeito ativo é o agente público responsável pela ordenação de despesas no ente público.
O sujeito passivo será o ente público lesado.
A consumação se dá com a ordenação da despesa, ainda que esta não venha a ser realizada
ou ainda que não haja qualquer prejuízo aos cofres públicos, sendo, portanto, crime FORMAL.
Parte da Doutrina (sempre tem um!) entende que o crime é MATERIAL, ou seja, é necessária a
efetiva realização da despesa, caso contrário o crime será tentado. Para esta parcela da Doutrina,
o “resultado” exigido para a consumação do delito é a efetiva realização da despesa com prejuízo
ao erário.
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
O sujeito ativo é o gestor público (funcionário público) responsável pela prática dos atos
dessa natureza. O sujeito passivo será o ente público lesado.
A LRF prevê, em seu art. 40, que o gestor, ao contratar operação de crédito que exija garantia
de adimplência (art. 29, IV da LRF) deverá exigir do beneficiário que preste CONTRAGARANTIA,
resguardando o patrimônio público (art. 40, §1° da LRF). Assim, a lei pune exatamente o gestor
que oferece a garantia na operação de crédito, MAS NÃO EXIGE A CONTRAGARANTIA EM
VALOR IGUAL OU SUPERIOR.
45
CUIDADO! Parte da Doutrina, capitaneada pelo prof. Luiz Flavio Gomes, entende que, a despeito de se tratar de
crime formal, é necessário que haja algum RISCO DE LESÃO AO ERÁRIO, ou seja, teríamos aqui um crime de PERIGO
CONCRETO. Não basta, portanto, que seja prestada garantia sem contrapartida, é necessário que desta operação
decorra algum risco para o erário do ente público a que pertence o sujeito ativo.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
A conduta aqui é OMISSIVA, pois o agente DEIXA DE FAZER algo que está obrigado por
lei. O agente deve deixar de ordenar, autorizar ou promover o cancelamento do montante de
restos a pagar superior ao limite permitido por lei. Assim, a contrario sensu, se o agente deixa de
cancelar restos a pagar que não ultrapassa o limite previsto em lei, NÃO HÁ CRIME (O fato é
atípico).
Sendo crime omissivo puro, não cabe a tentativa, pois ou o agente deixa, voluntariamente,
correr o prazo sem realizar o ato, e o crime se consuma, ou o agente não pratica crime algum, pois
se o fizer no último dia do prazo, não cometeu o crime.
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
A conduta punida aqui é bastante simples. Pune-se o ato que importe em aumento de
despesa total com pessoal nos últimos 180 dias (Não são seis meses!) anteriores ao término do
mandato ou legislatura.
Mais uma vez, exige-se que o agente não seja apenas um servidor público, mas um agente
público detentor de mandato, que pode ser eletivo ou não.
Além de o ato ser nulo (art. 21 da LRF), o ato também é crime, conforme vimos. Como a
maioria dos crimes contra as finanças públicas, trata-se de CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA (Ou crime
PLURINUCLEAR), pois a conduta incriminada pode ser praticada de DIVERSAS MANEIRAS. Em
todas elas, no entanto, está presente o elemento temporal, que é o fato de o ato dever ser
praticado nos 180 dias anteriores ao término do mandato ou legislatura.
A maioria da Doutrina entende que o crime é FORMAL, consumando-se com a mera prática
da conduta, não importando se da conduta ocorre prejuízo ao erário. A tentativa é possível.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Trata-se, como em todos os outros crimes contra as finanças públicas, de crime PRÓPRIO,
pois se exige do agente uma qualidade especial (funcionário público). Exige-se que seja o
funcionário responsável pela prática do ato de colocação de títulos no mercado ou promoção de
oferta pública.
Também temos mais um crime de ação múltipla, que pode ser praticado na modalidade
ordenar, autorizar ou promover A OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO
MERCADO, sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados no sistema
centralizado de liquidação e custódia.
Essa última parte, grifada, é o que se chama de “elemento normativo do tipo”. Sempre que
vocês virem a menção às expressões “sem permissão legal”, “sem autorização”, etc., estaremos
diante de elementos normativos do tipo, pois a conduta só será típica se realizada com a
inobservância de alguma regra. Caso a conduta seja praticada com a observância das regras
pertinentes, não haverá crime, por atipicidade.
CÓDIGO PENAL
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício,
ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)
CAPÍTULO III
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Denunciação caluniosa
Auto-acusação falsa
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder
de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Fraude processual
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Favorecimento real
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de
2009).
Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob
custódia ou guarda:
Motim de presos
Patrocínio infiel
Exploração de prestígio
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
CAPÍTULO IV
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2019 – PREF. DE FRANCISCO MORATO – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de favorecimento pessoal (art. 348 do CP) só se caracteriza se o auxílio é prestado a autor
de crime a que cominada pena de reclusão.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito também se caracteriza (em sua forma privilegiada, é verdade) quando
o auxílio é prestado a autor de crime a que é cominada pena de detenção, na forma do art. 348,
§1º do CP:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
GABARITO: ERRADA
2. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE PIRACICABA – ADVOGADO/ADAPTADA)
Inovar artificialmente em processo administrativo o estado de lugar, com o fim de induzir a erro o
juiz, caracteriza crime de fraude processual.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a previsão do art. 347 do CPP:
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo,
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o
perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Como se vê, o fato de a conduta ser praticada no bojo de processo ADMINISTRATIVO não
descaracteriza o delito.
GABARITO: CORRETA
3. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de exercício arbitrário das próprias razões apenas se configura se a pretensão a ser
satisfeita for ilegítima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de exercício arbitrário das próprias razões se verifica quando o agente
busca satisfazer, por meios próprios, uma pretensão legítima, mas que deveria ser requerida junto
ao Poder Judiciário (e não pelas próprias mãos):
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
GABARITO: ERRADA
4. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de promover ou facilitar a fuga de pessoa só admite sujeito ativo funcionário público.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime do art. 351 do CP é crime comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa, e não apenas por funcionário público.
GABARITO: ERRADA
5. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de exploração de prestígio somente pode ser praticado por funcionário público.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime do art. 357 do CP é crime comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa, e não apenas por funcionário público:
Exploração de prestígio
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o crime pode se configurar mesmo que o agente não receba
nenhuma vantagem para praticá-lo. Caso seja praticado mediante suborno, a pena será
aumentada de um sexto a um terço, na forma do art. 342, §1º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura o crime de comunicação falsa de crime ou
contravenção, previsto no art. 340 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é de ação penal privada (depende de queixa-crime)
quando não há emprego de violência, na forma do art. 345, § único do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a conduta prevista no art. 339 do CP, que trata da
denunciação caluniosa:
e) ERRADA: Item errado, pois a autoacusação falsa de crime (art. 341 do CP) é típica, ou seja,
corresponde ao crime do art. 341 mesmo quando realizada para acobertar qualquer parente.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois tal delito se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a pretexto
de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha, na forma do art. 357 do CP. Ou seja, não se trata da conduta de receber
dinheiro a pretexto de influir em ato praticado por QUALQUER funcionário público, pois isso
configura, em tese, o crime de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois as penas aumentam-se de um terço se o agente alega ou insinua
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas no art. 357.
c) ERRADA: Item errado, pois se trata de crime formal, não se exigindo que o agente,
efetivamente, consiga obter a vantagem pretendida.
d) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é punido na forma dolosa, não havendo modalidade
culposa.
e) CORRETA: Item correto, pois tal delito é crime comum, não sendo exigida do agente qualquer
qualidade especial.
(C) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
(D) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em dobro.
(E) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
COMENTÁRIOS
Temos aqui o crime do art. 342 do CP (falso testemunho ou falsa perícia), que prevê a EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE do agente quando houver a retratação antes de ser proferida sentença no
processo em que ocorreu o crime, como é o caso da questão, nos termos do art. 342, §2º do CP.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito se consuma no momento em que o agente emprega a coação,
independentemente de a vítima vir a sofrer lesões corporais.
10. (VUNESP – 2015 – tj-sp – Escrevente Judiciário) Com intuito de proteger seu filho, João
comparece perante a autoridade policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade
fora praticado por seu filho. João
(A) comete falsa comunicação de crime.
(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
(C) comete falso testemunho.
(D) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(E) comete autoacusação falsa.
COMENTÁRIOS
João, neste caso, praticou o delito de autoacusação falsa de crime, previsto no art. 341 do CP:
Auto-acusação falsa
11. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Marcos, advogado, solicita certa
quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que mediante o pagamento dessa quantia
em dinheiro pode “acelerar” o andamento de um processo. Informa que seria amigo do
escrevente do cartório judicial – o qual também seria remunerado pela celeridade, segundo
Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de aceitar a oferta, mas verifica que Marcos mentiu,
pois não é amigo do funcionário público. Pedro negase a entregar a Marcos qualquer quantia e
não aceita a oferta.
É correto afirmar que Marcos
(A) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum.
(B) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum.
(C) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333).
(D) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317).
(E) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Marcos praticou o delito de exploração de prestígio consumado, com causa de
aumento de pena, nos termos do art. 357 e seu § único, do CP:
Exploração de prestígio
12. (VUNESP – 2014 – PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA) Perivaldo é perito criminal e está
atuando em processo administrativo de interesse do Estado, porém, ao entregar laudo pericial,
omitiu-se em dizer a verdade sobre determinado fato relevante. Nesse caso, segundo dispõe o
Código Penal, é correto afirmar que Perivaldo
a) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que estar atuando em
processo judicial.
b) cometeu o crime de falsa perícia.
c) cometeu o crime de omissão dolosa contra o Estado.
d) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que ter feito afirmação
falsa.
e) cometeu o crime de advocacia administrativa.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, cometeu o crime de falso testemunho ou falsa perícia, previsto no art. 342 do CP.
O fato de a conduta ter sido praticada no bojo de processo administrativo não afasta o caráter
criminoso da conduta:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
e) falso testemunho.
COMENTÁRIOS
Todavia, é importante ressaltar que, para a consumação de tal delito, é necessário que a
autoridade adote alguma providência, ou seja, se movimente de alguma forma no sentido de
investigar o fato informado.
COMENTÁRIOS
Tal esposa, em tese, pratica o crime de favorecimento pessoal, do art. 348 do CP. Todavia, por
ser esposa do infrator a quem o auxílio é prestado, ficará isenta de pena, na forma do art. 348, §2º
do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
(..)
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: Nos termos do art. 347 do CP, a pena prevista é de detenção e multa;
III - CORRETA: Esta é a finalidade da prática da fraude neste crime, conforme dispõe o art. 347 do
CP.
COMENTÁRIOS
No presente caso o advogado cometeu o delito de exploração de prestígio, previsto no art. 357
do CP. Vejamos:
Exploração de prestígio
Além disso, a pena será aumentada de 1/3, em razão do fato de o agente ter afirmado que o
dinheiro seria repartido com a testemunha supostamente corrupta. Vejamos:
17. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ) A, testemunha compromissada, mediante suborno, presta
falso testemunho, em fases sucessivas de um processo penal, por homicídio doloso, ou seja, no
inquérito policial, na instrução criminal e em plenário.
A cometeu crime de
a) falso testemunho em continuidade delitiva.
b) falso testemunho único, com aumento de pena.
c) falso testemunho em concurso material.
d) falso testemunho em concurso formal.
COMENTÁRIOS
Nesse caso a testemunha praticou um único crime, eis que praticou uma única conduta criminosa,
que é faltar com a verdade em relação àquele fato, embora sua conduta tenha sido dividida em
vários atos.
No caso em tela, ainda há aumento de pena, eis que a conduta foi praticada mediante suborno.
Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
18. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO GERAL) Faristeu da Silva fez
afirmação falsa como perito em processo judicial, praticando o crime de falsa perícia previsto no
artigo 342 do Código Penal. Para que não seja punido, Faristeu
a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos.
b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito.
c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver transitado em julgado.
d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo processo judicial.
e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
COMENTÁRIOS
Para que não seja punido, o agente, neste caso, poderá se retratar de sua afirmação falsa, mas
deverá fazer isso no próprio processo em que fez a afirmação falsa, e mesmo assim, antes da
sentença. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
19. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) “O fato deixar de ser
punível se, antes da sentença, no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara
a verdade”.
A previsão legal citada corresponde ao crime de
a) fraude processual.
b) coação no curso do processo.
c) denunciação caluniosa.
d) comunicação falsa de crime ou contravenção.
e) falso testemunho ou falsa perícia.
COMENTÁRIOS
A previsão legal citada, que consiste numa causa de isenção de pena, está prevista para o crime
de falso testemunho ou falsa perícia, no §2º do art. 342 do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
COMENTÁRIOS
O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, pode ser praticado no âmbito de juízo
arbitral, inquérito policial, processo administrativo ou judicial, bem como ser realizado por conduta
positiva (ação) ou negativa (omissão). Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E, pois é a única que não traz condicionantes
("somente, apenas").
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: Ambos estão inseridos no capítulo referente aos crimes contra a administração da
Justiça;
II - CORRETA: Não havendo emprego de violência no crime de exercício arbitrário das próprias
razões, de fato, o crime somente se procede mediante queixa (ação penal privada), nos termos do
art. 345, § único do CP;
III - CORRETA: De fato, no crime de fraude processual, se a inovação se destina a produzir efeito
em processo penal, as penas são dobradas, nos termos do art. 347, § único do CP.
COMENTÁRIOS
Todas as afirmativas estão corretas, pois a pena é aumentada se ele se serve de anonimato ou
nome suposto (nome falso) e diminuída se ele imputa falsamente a prática de contravenção e não
crime. Vejamos o que dizem os §§1º e 2º do art. 339 do CP:
23. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O ato de fazer justiça
pelas próprias mãos para satisfazer pretensão, embora legítima, mas sem permissão legal,
configura o crime de
A) fraude processual.
B) violência arbitrária.
C) condescendência criminosa.
D) coação no curso do processo.
E) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS
Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do CP, que traz o crime de exercício arbitrário
das próprias razões. Vejamos:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
COMENTÁRIOS
Este delito está previsto no art. 357 do CP, estando inserido, portanto, no capítulo dos crimes
contra a administração da Justiça. Vejamos:
Exploração de prestígio
COMENTÁRIOS
A Banca deu como certa a alternativa B, ou seja, trata-se de crime de exploração de prestígio,
previsto no art. 357 do CP. Vejamos:
Exploração de prestígio
Contudo, entendo que nenhuma das respostas está correta, eis que, nesse caso, o
Desembargador (que é um Juiz) não está no exercício de sua função judicante (função de julgar),
de modo que entendo que o delito em questão seria o de tráfico de influência, previsto no art.
332 do CP:
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
COMENTÁRIOS
O ato de a testemunha receber suborno para calar a verdade em Juízo caracteriza o delito do art.
342 do CP, com a causa de aumento de pena do §1º do referido artigo. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Contudo, a pena relativa a este delito de falso testemunho não será aplicada se a testemunha se
retratar, antes da sentença, no processo em que ocorreu o delito. Vejamos:
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
COMENTÁRIOS
Exploração de prestígio
II - ERRADA: Trata-se de crime COMUM, que pode ser praticado por qualquer pessoa;
III - CORRETA: De fato, a caracterização do delito consiste na prática destas condutas. Vejamos:
Exploração de prestígio
28. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa que
tipifica a conduta do crime de exercício arbitrário das próprias razões.
A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu favor.
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em poder de terceiro por
determinação judicial.
C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento de salários atrasados.
D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em poder de terceiro em razão
de seqüestro judicial.
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe impor uma multa por excesso
de velocidade.
COMENTÁRIOS
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, e se caracteriza
pelo ato de "fazer Justiça com as próprias mãos". Vejamos:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Assim, das alternativas fornecidas, a que traz um exemplo de exercício arbitrário das próprias
razões é a letra C.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Trata-se de crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
II - ERRADA: O Delegado de Polícia não consta como uma das pessoas que podem ser
influenciadas pelo explorador de prestígio, nos termos do art. 357 do CP:
III - ERRADA: Nesse caso, o CP prevê uma causa de aumento de pena, prevista no § único do art.
357 do CP.
30. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA JUDICIÁRIO) Com relação ao crime de
falso testemunho ou falsa perícia,
A) a pena é aplicada em dobro, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
B) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal.
C) a pena é diminuída da metade, se o processo em que o falso testemunho ocorreu imputa a
prática de contravenção.
D) não há conduta típica, se quem presta o falso depoimento ou realiza a falsa perícia é
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso.
E) o fato deixa de ser punível, se, a qualquer tempo, o agente se retrata ou declara a verdade.
COMENTÁRIOS
B) CORRETA: De fato, neste caso, aplica-se a causa de aumento de pena prevista no art. 342, §1º
do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
D) ERRADA: A Jurisprudência entende que estas pessoas também podem praticar o delito em
questão, mesmo que estas pessoas não prestem compromisso de dizer a verdade como
testemunhas, de acordo com o que prevê o CPP.
E) ERRADA: O fato só deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a verdade até a
sentença, no processo em que ocorreu o delito.
31. (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA) "X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho
praticou o furto de um veículo, dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a autora do
delito. Em tese, "X" praticou o crime de
A) condescendência criminosa.
B) falso testemunho.
C) autoacusação falsa.
D) denunciação caluniosa.
E) prevaricação.
COMENTÁRIOS
Auto-acusação falsa
32. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) Sobre o crime de falso testemunho ou
falsa perícia, o Código Penal, em seu artigo 342, prevê que
a) é fato atípico fazer afirmação falsa em juízo arbitral.
b) é fato atípico fazer afirmação falsa em inquérito penal.
c) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou
se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da Administração pública direta ou indireta.
d) o fato deixa de ser típico se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade.
e) é fato atípico fazer afirmação falsa em processo administrativo.
COMENTÁRIOS
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está previsto no art. 342 do CP. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Como se vê, o fato é TÍPICO quando praticado em processo judicial, ADMINISTRATIVO, JUÍZO
ARBITRAL ou INQUÉRITO POLICIAL (erradas as letras A, B e E).
A letra D está errada, pois o fato deixa de ser PUNÍVEL se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade, conforme art. 342, §2º do CP.
Por fim, a letra C está correta, pois esta é a exata previsão do art. 342, §1º do CP.
33. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) São, dentre outros, crimes contra a
administração da Justiça:
a) resistência, desobediência, desacato e tráfico de influência.
b) advocacia administrativa, condescendência criminosa, violação de sigilo funcional e abandono
de função.
c) auto-acusação falsa, exercício arbitrário das próprias razões, denunciação caluniosa e exploração
de prestígio.
d) falsidade ideológica, falso reconhecimento de firma ou letra, certidão ou atestado
ideologicamente falso e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
e) concussão, corrupção passiva, prevaricação e corrupção ativa.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz somente crimes contra a administração
da Justiça, conforme arts. 341, 345, 339 e 357 do CP.
34. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) O Delegado de Polícia
de um determinado município paulista recebe a notícia de um crime de roubo que vitimou
Alfredo, que teve seu veículo subtraído por um agente mediante grave ameaça, com emprego
de arma de fogo. Durante o trâmite do Inquérito Policial apura-se que Joaquim foi o autor do
crime, o qual tem a sua prisão preventiva decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a pedido de
Joaquim, comparece na Delegacia de Polícia para prestar depoimento e alega que Joaquim, seu
amigo, estava em sua companhia no momento do crime. Encerrado o Inquérito Policial o
Ministério Público denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta recebida pelo
Magistrado competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o crivo
do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joaquim é
condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é instaurada ação penal
contra Fabíola por crime de falso testemunho. Durante o trâmite do recurso interposto por
Joaquim contra a sentença que o condenou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por
falso testemunho contra Fabíola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com
ela no dia do crime.
No caso hipotético apresentado, na esteira do Código Penal, Fabíola
(A) não cometeu crime de falso testemunho, pois prestou depoimento falso apenas durante o
trâmite do Inquérito Policial.
(B) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada
ao delito, sem qualquer causa de redução de pena.
(C) não poderá ser punida por crime de falso testemunho, pois se retratou antes da sentença
proferida nos autos da ação penal instaurada por falto testemunho.
(D) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada
ao delito no Código Penal, reduzida de 1/3.
(E) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada
ao delito no Código Penal, reduzida de 1/6.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Fabíola praticou o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, mesmo
tendo o depoimento sido prestado em sede de inquérito policial.
Todavia, a retratação de Fabíola não terá o condão de extinguir a punibilidade, eis que ocorreu
APÓS a sentença no processo relativo ao fato criminoso que foi objeto do depoimento (o crime
praticado por Joaquim), nos termos do art. 342, §2º do CP.
35. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Ricardo reside
na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua residência, o furto de um veículo
que estava estacionado na via pública, defronte ao seu imóvel, praticado por dois agentes. Para
se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo de sua inocência, Ricardo apresenta uma
denúncia anônima à Polícia noticiando que Rodolfo foi um dos autores do referido crime de furto.
A autoridade policial determina a instauração de inquérito policial para apuração da autoria
delitiva em relação a Rodolfo.
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) falso testemunho.
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, aumentada
de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem
qualquer majoração.
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa sem
qualquer majoração.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, pois
deu causa à instauração de inquérito policial contra alguém em razão de uma falsa imputação de
crime, quando sabia que a vítima era inocente, ou seja, não tinha praticado o delito.
A pena, neste caso, será aumentada em 1/6, pois o agente se valeu do anonimato (art. 339, §1º
do CP).
COMENTÁRIOS
37. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Tício subtraiu um veículo automóvel e o levou
até a oficina de Cezar, que modificou as placas identificadoras para assegurar-lhe a posse do
produto do crime. Nesse caso, Cezar responderá por
a) furto.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.
d) receptação.
e) estelionato.
COMENTÁRIOS
A conduta de Cezar, neste caso, se amolda perfeitamente ao tipo penal de favorecimento real,
previsto no art. 349 do CP:
Favorecimento real
38. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Para incluir-se no âmbito de proteção
normativa do artigo 347 do Código Penal, a inovação da coisa na pendência de processo
notadamente precisa ser;
a) cênica e/ou ardilosa.
b) importante e/ou significativa.
c) voluntária e/ou consciente.
d) oculta e/ou sub-reptícia.
e) irreversível e/ou irreparável.
COMENTÁRIOS
O crime de inovação artificiosa (ou fraude processual) está tipificado no art. 347 do CP. Vejamos:
Fraude processual
A Doutrina entende que o tipo penal exige que a inovação seja um engodo, uma fraude, um ardil,
ou seja, tenha por finalidade enganar o destinatário (aquele que deveria receber o local no estado
em que se encontrava antes). Vejam, portanto, que o agente cria uma “cena” que não existia
antes.
39. (FCC – 2015 – TJ-GO – JUIZ) No que toca aos crimes contra a administração da justiça,
acertado afirmar que
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em juízo arbitral.
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
de contravenção que sabe não se ter verificado.
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
autor de crime a que é cominada pena de detenção.
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente.
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de
contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tal conduta também configura o delito de coação no curso do processo, nos termos
do art. 344 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta também se amolda ao tipo penal do delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no art. 340 do CP.
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
d) ERRADA: Item errado, pois trata-se de conduta também inserida no tipo penal do delito de
denunciação caluniosa, nos termos do art. 339, §2º do CP. Caso haja a efetiva instauração do IP,
o crime restará consumado; caso contrário, teremos a forma tentada do delito.
e) ERRADA: Item errado, pois tal conduta não está prevista no art. 341 do CP:
Auto-acusação falsa
40. (FCC – 2015 – TRT 23º REGIÃO – JUIZ DO TRABALHO) Mediante suborno, João, ouvido
como testemunha em processo trabalhista, fez afirmação falsa. No caso,
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível apenas quando
o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal.
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado.
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas penas do
crime de falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal.
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado o
depoimento na condição de parte.
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o trânsito em
julgado da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o crime foi cometido mediante suborno, o que também autoriza a
aplicação da causa de aumento de pena, nos termos do art. 342, §1º do CP.
Súmula 165
C) CORRETA: Item correto. Neste caso, temos o que se chama de exceção à teoria monista, pois
cada um dos agentes responderá por um tipo penal próprio. No caso, o agente que oferece o
suborno responderá pelo delito de corrupção ativa de testemunha, previsto no art. 343 do CP:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 342 do CP não se aplica àquele que pratica a conduta na
qualidade de PARTE no processo, apenas àquele que pratica a conduta na qualidade de
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
E) ERRADA: Item errado, pois a extinção da punibilidade só ocorrerá se o agente se retratar antes
da sentença (e não depois do trânsito em julgado), nos termos do art. 342, §2º do CP.
41. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Maria procurou
Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de infanticídio e,
dizendo-se amiga de dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no
julgamento destes.
Maria responderá por crime de
A) estelionato.
B) corrupção ativa.
C) exploração de prestígio.
D) advocacia administrativa.
E) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de exploração de prestígio, previsto no art. 357
do CP:
COMENTÁRIOS
I. ERRADA: Não é necessária a indicação de pessoa autora do delito, bastando a informação falsa
acerca da existência do FATO;
III. CORRETA: O CP não prevê a figura da vítima como autora do crime de falso testemunho.
Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
IV. ERRADA: O fato só deixa de ser punível se a retratação ocorre até a sentença RECORRÍVEL,
e não até o trânsito em julgado da sentença.
COMENTÁRIOS
O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no art. 353 do CP, estando incluído, portanto,
no capítulo referente aos crimes contra a administração da justiça.
44. (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Quanto ao crime
de exercício arbitrário das próprias razões, somente se procede mediante queixa se
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.
B) não há emprego de violência.
C) cometido para satisfazer pretensão legítima.
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial.
E) não há dano ao patrimônio público.
COMENTÁRIOS
No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o crime é, em regra, de ação penal pública
incondicionada. Entretanto, se não há violência, somente se procede mediante queixa (ação penal
privada), nos termos do § único do art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
45. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo e Pedro
alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga do
chefe da quadrilha a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena
privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime de
A) arrebatamento de preso.
B) motim de presos.
C) fuga de pessoa presa.
D) favorecimento pessoal.
E) evasão mediante violência.
COMENTÁRIOS
Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga de pessoa presa”, previsto no art. 351 do
CP. Vejamos:
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer outra vantagem) a pretexto de influir em
órgão do MP, jurado, testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”, previsto no
art. 357 do CP:
47. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo auxilia
seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade
pública. Nesse caso, Paulo
A) comete crime de fraude processual.
B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em metade.
C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada em metade.
D) fica isento de pena.
E) comete crime de favorecimento real.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que auxilia alguém, que acabara de cometer crime, a subtrair-se da autoridade
policial, é considerada crime de FAVORECIMENTO PESSOAL.
No entanto, o §2° do art. 348 prevê que se o favorecedor for irmão, descendente, ascendente ou
cônjuge do favorecido, ficará isento de pena. Vejamos:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
(...)
Lembrando que essa ressalva só se aplica ao favorecimento pessoal, não ao favorecimento real.
48. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS) Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de
processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime, sem ter certeza de ser ele o autor do delito,
A) não comete nenhum delito.
B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa.
C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa.
D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa.
E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa.
COMENTÁRIOS
Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra, é necessário que o agente comunique à
autoridade policial um fato que SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do delito de
denunciação caluniosa é necessário que o agente dê causa à instauração do procedimento contra
pessoa certa e determinada, em razão da prática de crime, SABENDO DE SUA INOCÊNCIA.
Assim, fica claro que a conduta daquele que dá causa à instauração de investigação policial contra
pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO COMETE CRIME ALGUM, pois se exige
o dolo, consistente na vontade de denunciar caluniosamente alguém que SABE SER INOCENTE.
49. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) José
encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em determinado dia, trocou de roupa
com um visitante e fugiu pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
B) cometeu crime de arrebatamento de preso.
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa.
D) cometeu crime de fraude processual.
E) cometeu crime de favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
Por mais que possa parecer estranho, José não cometeu crime algum, pois a fuga do preso só é
considerada crime, para ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga, caracterizando o
crime de evasão mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352 do CP:
A conduta do preso, no entanto, é considerada falta grave pela LEP, mas não crime, neste caso.
50. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A pessoa que confessa,
perante autoridade policial, delito inexistente,
A) não pratica nenhum delito.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por quem afirma ter praticado crime que não ocorreu é o de AUTOACUSAÇÃO
FALSA, nos termos do art. 341 do CP. Vejamos:
Lembrando que este crime somente pode ser praticado por alguém “externo” ao crime, ou seja,
alguém que dele não participou. O comparsa que assume a culpa sozinho para “livrar a cara” do
outro comparsa não pratica este crime.
COMENTÁRIOS
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos caracteriza o crime de “exercício arbitrário
das próprias razões”, previsto no art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
53. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de coação no curso
do processo
a) não se caracteriza quando da violência empregada contra testemunha para forçá-la a não dizer
a verdade não resultaram lesões corporais.
b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação processual ou pelo advogado
de qualquer delas.
c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de favorecer interesse próprio
ou alheio.
d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o escrivão de polícia no curso do
inquérito policial, com o fim de impedir o seu indiciamento.
e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco importando se o agente
conseguiu ou não a abstenção ou omissão da vítima em declarar ou apurar a verdade.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo agente, imbuído da
intenção de favorecer interesse próprio ou alheio no processo, na forma do art. 344 do CP;
B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente pratique a conduta
(usar da violência ou grave ameaça) com a finalidade específica de favorecer interesse próprio ou
alheio. Vejamos:
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o responsável pelo
indiciamento, isto é irrelevante, bastando que o agente pratique a conduta com a finalidade
obter algum proveito (inclusive pode ter a finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo,
utilizando a agressão ao escrivão como meio para isso);
E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não se consuma com a
obtenção do resultado, mas com a mera prática da conduta visando o resultado.
54. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulus foi preso em
flagrante e recolhido à cadeia pública de uma cidade do interior. No momento da alimentação,
mediante violência física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi
dominado por policiais que estavam chegando ao local.
Paulus responderá por crime de
A) arrebatamento de preso, na forma consumada.
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.
C) motim de presos, na forma consumada.
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.
COMENTÁRIOS
Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, NA FORMA
CONSUMADA, eis que a ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do delito, que,
nos termos do art. 352, se consuma com a simples tentativa de evasão do preso. Vejamos:
55. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do crime
de fraude processual, é INCORRETO afirmar que
A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na solução do processo.
B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.
C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa.
D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo administrativo.
E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é fracionável.
COMENTÁRIOS
Portanto, pode ocorrer em processo civil, penal e administrativo, bem como pode ser praticado
por qualquer pessoa, incluindo o advogado das partes ou outra pessoa, ainda que não possua
interesse na causa. Admite-se a tentativa, eis que se trata de crime plurissubsistente (a conduta é
fracionável).
56. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Augustus compareceu
ao distrito policial e acusou falsamente seu desafeto Paulus de ser o autor de crime de peculato,
que sabia não ter se verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de Ocorrência, mas deixou
de instaurar inquérito policial por ter constatado a falsidade da acusação.
Nesse caso, Augustus
A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.
B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma consumada.
C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada
D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.
E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não chegou a ser instaurado.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, como a conduta de Augustus foi imputar a uma pessoa um fato criminoso QUE NÃO
EXISTIU, o crime em tela é o de comunicação falsa de crime. Vejamos:
Será na forma consumada, eis que a autoridade praticou algum ato, ainda que o Inquérito não
tenha sido instaurado.
Não se trata de crime de denunciação caluniosa, eis que o infrator não acusou a pessoa de crime
que sabia ser a pessoa inocente, pois nesse crime é pressuposto que o fato criminoso tenha
existido, e a autoria seja falsamente imputada a alguém, o que não é o caso.
57. (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, valendo-se do
anonimato, telefonou à polícia, informando falsamente que seu vizinho e desafeto José havia
assaltado um banco situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial, apurou-se que José
era inocente e que o telefonema tinha vindo da residência de Paulo, que acabou confessando a
prática do fato delituoso.
Nesse caso, Paulo responderá por crime de
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Paulo responderá por denunciação caluniosa, nos termos do art. 339 do CP. Vejamos:
A diferença para o crime de comunicação falsa de crime (art. 340) é que aqui, o fato ocorreu, mas
a autoria é falsamente imputada a alguém. Já no crime de comunicação falsa de crime o FATO
NÃO OCORREU.
58. (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes
contra a administração pública, considere:
I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas funções não pode ser sujeito
ativo de crime de prevaricação.
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma tentada.
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de dolo, enquanto o delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção admite a forma culposa.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) III.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Nos termos do art. 319, somente o funcionário público no exercício da função pode
cometer o delito:
III - ERRADA: Ambos os crimes admitem apenas a forma dolosa, por ausência de expressa previsão
legal de punição da forma culposa. Vejamos:
(...)
59. (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR) Quanto aos crimes contra a administração da
justiça, é correto afirmar que
A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou grave ameaça
contra testemunha em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio.
B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de prestígio, se o agente insinua
que o dinheiro solicitado, a pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina.
C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que, perante a autoridade, se atribui
o cometimento de contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do processo. Vejamos o art. 344
do CP:
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357, § único do CP:
Exploração de prestígio
Favorecimento real
Auto-acusação falsa
Patrocínio infiel
60. (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) O contador que, em
declaração prestada em processo administrativo, cala a verdade pratica o crime de
A) desacato.
B) desobediência.
C) fraude processual.
D) condescendência criminosa.
E) falso testemunho.
COMENTÁRIOS
O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, e se caracteriza pela
omissão, negação ou afirmação falsa em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando em
processo administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma com a realização
da conduta, SENDO CRIME FORMAL. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
61. (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ) Configura o crime de coação no curso do processo o uso de
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em feito penal.
b) processo administrativo, mas não em inquérito policial.
c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo administrativo.
d) juízo arbitral.
e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal.
COMENTÁRIOS
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e não há extinção da punibilidade pela
retratação, eis que foi realizada APÓS a sentença:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
(...)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
63. (FCC - 2012 – TRT1 – JUIZ) NÃO constitui crime contra a administração da justiça
a) a denunciação caluniosa.
b) o exercício arbitrário das próprias razões.
c) o favorecimento pessoal.
d) o patrocínio infiel.
e) a desobediência.
COMENTÁRIOS
64. (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ) A retratação do agente, antes da sentença no processo em
que ocorreu o falso testemunho, é causa
a) de exclusão da imputabilidade.
b) de extinção da punibilidade.
c) de diminuição da pena.
d) de exclusão da culpabilidade.
e) supralegal de exclusão da ilicitude.
COMENTÁRIOS
A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da sentença irrecorrível, mas da PRIMEIRA
SENTENÇA no processo!), é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do
CP.
COMENTÁRIOS
66. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) José percebeu que seu conhecido João
havia cometido crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais.
Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu veículo, deixando o local
e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime
de
a) favorecimento pessoal privilegiado.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.
d) arrebatamento de preso.
e) facilitar a fuga de pessoa presa.
COMENTÁRIOS
O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO PESSOAL, nos termos do art. 348 do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido apenas com DETENÇÃO,
o agente será enquadrado no §1º do art. 348, que é a forma “privilegiada” do delito, pois possui
pena mais branda.
67. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ) No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação
penal é
a) sempre pública condicionada.
COMENTÁRIOS
A ação penal, neste delito, em regra será pública incondicionada, salvo se não houver violência,
pois neste caso a ação penal será privada:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
COMENTÁRIOS
A retratação, aqui, não terá o condão de levar à extinção da punibilidade, pois foi realizada APÓS
a sentença (pois se já está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já houve
sentença), nos termos do art. 342, §2º do CP.
69. (FGV – 2017 – TRT-SC – OFICIAL DE JUSTIÇA) Caio, oficial de justiça, todos os dias da
semana chega em sua residência cansado após um longo dia de trabalho e passa a ficar
incomodado com o fato de que Bruno, namorado de sua filha, com 26 anos, recebe um salário
alto para a quantidade de serviço que realiza no órgão criminal do Ministério Público em que
trabalha. Diante disso, objetivando que Bruno trabalhe mais, afirma para a Promotora de Justiça
chefe de Bruno, que era sua conhecida, que sua esposa foi vítima de um crime de estelionato e
que o fato deveria ser investigado, informando nada saber sobre a autoria delitiva. Diante disso,
foi instaurado procedimento investigatório criminal no órgão. Caio, então, se arrepende e procura
seu advogado para saber as consequências de sua conduta, caso seja descoberto que o fato
narrado era falso.
Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que Caio:
a) não praticou crime, em razão do arrependimento posterior;
b) praticou crime de denunciação caluniosa, consumado;
c) praticou crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, consumado;
d) praticou crime de falso testemunho, consumado;
e) praticou crime contra administração da justiça na modalidade tentada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, em sua
forma consumada, previsto no art. 340 do CP:
70. (FGV – 2017 – ALERJ – PROCURADOR) Após constatar a subtração de grande quantia em
dinheiro do seu escritório profissional, João Carlos promoveu o devido registro na Delegacia
própria, apontando como autor do fato o empregado Lúcio, já que possuía razões para desconfiar
dele, por ser o único que sabia da existência do dinheiro no cofre do qual foi subtraído. Instaurado
o respectivo inquérito policial, Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor da subtração,
reclamando do constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa
causa, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura:
a) crime de calúnia;
b) fato típico, mas lícito;
c) crime de denunciação caluniosa;
d) crime de comunicação falsa de crime;
e) fato criminal atípico.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente não praticou crime algum, pois o simples fato de imputar o fato a alguém
não configura o delito de denunciação caluniosa, previsto no art. 339, que pressupõe que o agente
impute FALSAMENTE o fato a alguém, SABENDO que a pessoa não participou daquela infração
penal, o que não ocorreu na hipótese, já que João acreditava que pudesse ter sido Lúcio o infrator.
71. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Patrício, ao chegar em sua residência,
constatou o desaparecimento de um relógio que havia herdado de seu falecido pai. Suspeitando
de um empregado que acabara de contratar para trabalhar em sua casa e que ficara sozinho por
todo o dia no local, Patrício registrou o fato na Delegacia própria, apontando, de maneira
precipitada, o empregado como autor da subtração, sendo instaurado o respectivo inquérito em
desfavor daquele “suspeito”. Ao final da investigação, o inquérito foi arquivado a requerimento
do Ministério Público, ficando demonstrado que o indiciado não fora o autor da infração.
Considerando que Patrício deu causa à instauração de inquérito policial em desfavor de
empregado cuja inocência restou demonstrada, é correto afirmar que o seu comportamento
configura
A) fato atípico.
B) crime de denunciação caluniosa dolosa.
C) crime de denunciação caluniosa culposa.
D) calúnia.
COMENTÁRIOS
Temos aqui um fato atípico. O agente, apesar de ter dado causa à instauração de inquérito policial
em desfavor de alguém cuja inocência restou demonstrada, não praticou o crime de denunciação
caluniosa, previsto no art. 339 do CP. Isto porque o delito de denunciação caluniosa exige que o
agente impute falsamente o crime a alguém, SABENDO que a pessoa é inocente, ou seja, pratique
a conduta para prejudicar a pessoa, sabendo que ela não praticou o fato. No caso, o patrão apenas
se equivocou, de maneira que não teve a intenção de prejudicar o empregado. Não há que se
falar, ainda, em denunciação caluniosa culposa, por ausência de previsão legal.
Por fim, incabível falar em calúnia, eis que também não há previsão na forma culposa.
72. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Após realizarem o roubo de um caminhão de
carga, os roubadores não sabem como guardar as coisas subtraídas até o transporte para outro
Estado no dia seguinte. Diante dessa situação, procuram Paulo, amigo dos criminosos, e pedem
para que ele guarde a carga subtraída no seu galpão por 24 horas, admitindo a origem ilícita do
material. Paulo, para ajudá-los, permite que a carga fique no seu galpão, que é utilizado como
uma oficina mecânica, até o dia seguinte. A polícia encontra na mesma madrugada todo o material
no galpão de Paulo, que é preso em flagrante.
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de
A) receptação.
B) receptação qualificada.
C) roubo majorado.
D) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Neste caso Paulo responderá pelo delito de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP. Isso
porque Paulo prestou auxílio aos criminosos para que pudessem tornar seguro o proveito do
crime. Não se trata, aqui, de coautoria ou participação no delito de roubo, eis que Paulo somente
aceitou prestar auxílio quando o crime já havia se consumado. Assim, Paulo não pode mais ser
coautor ou partícipe de um crime que já ocorreu. Contudo, caso Paulo já tivesse, previamente,
combinado com os infratores que prestaria o auxílio necessário, responderia como partícipe do
roubo praticado.
73. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA FASE) Baco, após
subtrair um carro esportivo de determinada concessionária de veículos, telefona para Minerva,
sua amiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que Minerva morava
em uma grande casa e que poderia esconder o carro facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva
poderia ajudá-lo, escondendo o carro em sua residência. Minerva, apaixonada por Baco, aceita
prestar a ajuda. Nessa situação, Minerva deve responder por
a) participação no crime de furto praticado por Baco.
b) receptação.
c) favorecimento pessoal.
d) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade era tornar seguro o PROVEITO do crime,
deverá responder pelo delito de FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349 do CP:
Favorecimento real
74. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) AO tomar
conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua residência, Caio compareceu à
delegacia de polícia e noticiou o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o
delito, mesmo sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do fato. Em
decorrência do exposto, foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do
ocorrido.
A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu
a) delito de calúnia.
b) delito de comunicação falsa de crime.
c) delito de denunciação caluniosa.
d) crime de falso testemunho.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente comunicou à polícia um fato criminoso que, de fato, ocorreu. Contudo,
imputou a autoria a uma pessoa que SABIA SER INOCENTE, de forma que praticou o delito de
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, nos termos do art. 339 do CP:
Denunciação caluniosa
75. (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ) Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da
Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria
pelos meios amistosos, José decide obter a quantia que lhe é devida de qualquer forma. Ao
encontrar Maria fazendo compras no centro da cidade, José retira a bolsa das mãos de Maria
puxando-a com força. A fivela da alça causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre a bolsa
de Maria, constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e pega R$ 500,00
(quinhentos reais), deixando a bolsa com os pertences de Maria no chão.
Qual será a punição para o crime praticado por José?
a) Incidirá na pena de roubo simples.
b) Incidirá na pena de furto simples.
c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.
d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena correspondente à
violência.
e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena de furto simples.
COMENTÁRIOS
José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do art.
345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência empregada, José
responderá também pela violência empregada, ou seja, pelo crime de lesão corporal.
COMENTÁRIOS
(C) o crime se consuma quando o funcionário ordenar a despesa não autorizada em lei, ainda que
esta não venha efetivamente a ser realizada;
(D) estará configurado o delito do artigo 359-D, CP, caso seja ordenada despesa não autorizada
em regulamento interno, ainda que omissa a lei sobre tal vedação;
(E) de acordo com o Código Penal, admite-se a modalidade culposa do delito.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A despeito de se tratar de crime próprio, o delito em questão poderá ser praticado
por particular quando este atue em concurso de agentes com um funcionário público, nos termos
do art. 30 do CP.
B) ERRADA: Trata-se de norma penal em branco porque DEPENDE de outra norma para que possa
ser aplicada de forma correta (necessita de uma norma que diga qual é a despesa autorizada).
C) CORRETA: Trata-se de crime formal, que se consuma com a mera realização da conduta, sendo
irrelevante a ocorrência, ou não, do resultado pretendido pelo agente. Este é o entendimento
MAJORITÁRIO.
D) ERRADA: O tipo penal é claro ao exigir que a despesa não seja autorizada por lei, de maneira
que não pode ser ampliado o raio de vedação previsto na norma, sob pena de se realizar
interpretação extensiva em prejuízo do réu.
(D) “prestação de garantia graciosa” é classificado pela doutrina como crime impróprio, já que o
sujeito ativo não possui qualquer especial característica;
(E) “não cancelamento de restos a pagar” é classificado pela doutrina como modalidade de crime
comissivo impróprio.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O item está correto, pois se trata de um tipo penal que prevê diversas condutas
diferentes (três verbos distintos), sendo que cada uma delas caracteriza o delito, e a prática de
mais de uma delas, nas mesmas circunstâncias, caracteriza crime único.
B) ERRADA: Item errado, pois a proibição ocorre apenas nos dois últimos quadrimestres do último
ano do mandato, nos termos do art. 359-C do CP.
C) ERRADA: A norma do tipo penal do art. 359-D do CP é norma penal em BRANCO, pois
necessita de complementação para que possa ser aplicada, já que depende de complementação,
pois apenas pela redação do tipo penal não é possível definir qual é a despesa não autorizada por
lei.
D) ERRADA: Trata-se de crime PRÓPRIO, pois só pode ser praticado pelo funcionário público com
a responsabilidade pelos atos desta natureza.
E) ERRADA: Trata-se de crime OMISSIVO PRÓPRIO, pois a conduta descrita no tipo penal é uma
abstenção, um “deixar de fazer” o que a lei determina.
79. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) Com relação aos crimes contra as finanças públicas
inseridos no Código Penal pela Lei nº 10.028/2000 (artigo 359-A/H), é correto afirmar que:
a) admite-se, excepcionalmente, a forma culposa;
b) em razão de sua gravidade, não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por
restritivas de direitos;
c) a tentativa não é admitida em qualquer de suas hipóteses;
d) a suspensão condicional do processo não é cabível em qualquer de suas formas;
e) trata-se de crime próprio, eis que praticado por funcionário público que tenha atribuição legal
ou titular de mandato ou legislatura.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de punição na modalidade culposa para qualquer
dos delitos tipificados como crimes contra as finanças públicas.
B) ERRADA: Não há qualquer vedação, bastando que estejam presentes os requisitos previstos no
art. 44 do CP.
C) ERRADA: Embora haja divergência doutrinária em relação a diversos tipos penais, admite-se a
tentativa em alguns dos crimes contra as finanças públicas.
D) ERRADA: Item errado, pois a suspensão condicional do processo é admitida para todos os
crimes contra as finanças públicas, já que todos eles estabelecem pena mínima igual ou inferior a
um ano de privação da liberdade, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.
E) CORRETA: Item correto, pois tais crimes são considerados próprios, exigindo do agente uma
determinada qualidade específica que, no caso, é a qualidade de funcionário público (em alguns
casos específicos exige-se, ainda, que se trate de detentor de mandato).
80. (FGV – 2015 – TJ-SC – ODONTÓLOGO) O Art. 359-D do Código Penal prevê o crime de
Ordenação de despesa não autorizada, prevendo o preceito primário “ordenar despesa não
autorizada por lei”.
Sobre tal delito, é correto afirmar que:
a) é norma penal em preto, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal é utilizada para complementar
o tipo;
b) admite a modalidade culposa de acordo com o Código Penal;
c) é classificado como crime de conduta omissiva;
d) consuma-se apenas quando é efetivada a despesa não autorizada por lei, não bastando a
simples ordenação;
e) é crime próprio, pois o sujeito ativo é o funcionário público competente para ordenar despesa.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Trata-se de norma penal em branco, pois depende de complementação por outra
norma para que o tipo penal possa ter aplicabilidade.
C) ERRADA: Trata-se de crime COMISSIVO, ou seja, praticando mediante uma conduta positiva
(um “fazer”).
D) ERRADA: Consuma-se o delito com a mera ordenação da despesa, ainda que esta não venha a
se realizar posteriormente, bem como não dependendo da efetiva comprovação de prejuízo ao
erário.
E) CORRETA: Item correto, pois trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo
funcionário público responsável pela prática do ato de ordenar despesa.
81. (FGV – 2015 – TJ/SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Douglas, funcionário público com
competência para ordenar a assunção de obrigação pela Administração, autorizou a realização
de despesa no primeiro quadrimestre do último ano da legislatura. Ocorre que a despesa
autorizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga no mesmo exercício financeiro e nem
havia contrapartida suficiente em caixa para pagamento no exercício seguinte. Diante dessa
situação, é correto afirmar que Douglas:
(A) praticou crime de ordenação de despesa não autorizada;
(B) não pode ser considerado funcionário público para fins penais;
(C) não praticou crime contra finanças públicas previsto no Código Penal;
(D) praticou crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura;
(E) praticou crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar.
COMENTÁRIOS
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Percebam que tal delito só se caracteriza se a despesa é autorizada nos DOIS ÚLTIMOS
quadrimestres. No caso, a questão deixa claro que ela foi autorizada no PRIMEIRO quadrimestre.
82. (FGV – 2008 – TCM/PA – AUDITOR) As condutas a seguir constituem hipótese de crime
contra as finanças públicas, previstos no Capítulo V do Título XI da Parte Especial do Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.
COMENTÁRIOS
A única alternativa que traz uma conduta que NÃO se caracteriza como crime contra as finanças
públicas é a letra A, pois a conduta citada configura o delito de “emprego irregular de verbas ou
rendas públicas”, que é um delito previsto no art. 315 do CP e, portanto, incluído no rol dos
“crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral”:
Do ponto de vista do “bem jurídico tutelado”, tal conduta até pode ser considerada “atentatória
às finanças públicas”. Contudo, não foi incluída no rol dos crimes contra as finanças públicas pelo
CP, de forma que a alternativa, portanto, está errada.
Inovar artificialmente em processo administrativo o estado de lugar, com o fim de induzir a erro o
juiz, caracteriza crime de fraude processual.
3. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de exercício arbitrário das próprias razões apenas se configura se a pretensão a ser
satisfeita for ilegítima.
4. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de promover ou facilitar a fuga de pessoa só admite sujeito ativo funcionário público.
5. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de exploração de prestígio somente pode ser praticado por funcionário público.
6. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimes
contra a administração da justiça (arts. 339 a 347 do CP), assinale a alternativa correta.
(A) O crime de falso testemunho exige, para configuração, que o agente receba vantagem
econômica ou outra de qualquer natureza.
(B) Provocar a ação de autoridade, comunicando a ocorrência de crime que sabe não ter se
verificado, em tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa.
(C) O crime de exercício arbitrário das próprias razões procede-se mediante queixa, ainda que
haja emprego de violência.
(D) Dar causa a inquérito civil contra alguém, imputando-lhe falsamente a prática de crime, em
tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa.
(E) A autoacusação para acobertar ascendente ou descendente é atípica.
7. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito do crime de
exploração de prestígio (art. 357 do CP), é correto afirmar que
(A) se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a pretexto de influir em ato praticado por
qualquer funcionário público.
(B) prevê causa de aumento se o agente alega ou insinua que o dinheiro é também destinado a
funcionário público estrangeiro.
(C) para se configurar, exige o efetivo recebimento de dinheiro pelo agente.
(D) prevê modalidade culposa.
(E) se trata de crime comum, não se exigindo qualquer qualidade especial do autor.
8. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Imagine que um perito
nomeado pelo juiz, em processo judicial, mediante suborno, produza um laudo falso para
favorecer uma determinada parte, praticando a conduta que configura crime do art. 342 do CP
(falsa perícia). Ocorre que, arrependido e antes de proferida a sentença no mesmo processo, o
perito retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo com o texto literal do art. 342, § 2º do CP,
como consequência jurídica da retratação,
(A) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço.
(B) o fato deixa de ser punível.
(C) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
(D) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em dobro.
(E) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
9. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – ADAPTADA) O crime de
coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando, na modalidade “violência”,
resultar lesão corporal no coacto.
10. (VUNESP – 2015 – tj-sp – Escrevente Judiciário) Com intuito de proteger seu filho, João
comparece perante a autoridade policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade
fora praticado por seu filho. João
(A) comete falsa comunicação de crime.
(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
(C) comete falso testemunho.
(D) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(E) comete autoacusação falsa.
11. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Marcos, advogado, solicita certa
quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que mediante o pagamento dessa quantia
em dinheiro pode “acelerar” o andamento de um processo. Informa que seria amigo do
escrevente do cartório judicial – o qual também seria remunerado pela celeridade, segundo
Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de aceitar a oferta, mas verifica que Marcos mentiu,
pois não é amigo do funcionário público. Pedro negase a entregar a Marcos qualquer quantia e
não aceita a oferta.
É correto afirmar que Marcos
(A) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum.
(B) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum.
(C) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333).
(D) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317).
(E) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram.
12. (VUNESP – 2014 – PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA) Perivaldo é perito criminal e está
atuando em processo administrativo de interesse do Estado, porém, ao entregar laudo pericial,
omitiu-se em dizer a verdade sobre determinado fato relevante. Nesse caso, segundo dispõe o
Código Penal, é correto afirmar que Perivaldo
a) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que estar atuando em
processo judicial.
b) cometeu o crime de falsa perícia.
c) cometeu o crime de omissão dolosa contra o Estado.
d) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que ter feito afirmação
falsa.
e) cometeu o crime de advocacia administrativa.
B) II e III.
C) II.
D) I.
E) III.
19. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) “O fato deixar de ser
punível se, antes da sentença, no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara
a verdade”.
A previsão legal citada corresponde ao crime de
a) fraude processual.
b) coação no curso do processo.
c) denunciação caluniosa.
d) comunicação falsa de crime ou contravenção.
e) falso testemunho ou falsa perícia.
20. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de falso
testemunho, do art.
D) I e II.
E) II e III.
22. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ao agente do crime de
denunciação caluniosa (CP, art. 339), a pena é
I. aumentada, se ele se serve de anonimato;
II. aumentada, se ele se serve de nome suposto;
III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção.
É correto o que se afirma em
A) II, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
23. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O ato de fazer justiça
pelas próprias mãos para satisfazer pretensão, embora legítima, mas sem permissão legal,
configura o crime de
A) fraude processual.
B) violência arbitrária.
C) condescendência criminosa.
D) coação no curso do processo.
E) exercício arbitrário das próprias razões.
24. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de exploração
de prestígio está inserido no capítulo dos crimes praticados
A) contra a moralidade pública.
B) contra a administração da justiça.
C) por particular, contra a administração em geral.
D) por funcionário público, contra a administração em geral.
E) por particular, contra a administração pública estrangeira.
D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em poder de terceiro em razão
de seqüestro judicial.
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe impor uma multa por excesso
de velocidade.
E) prevaricação.
32. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) Sobre o crime de falso testemunho ou
falsa perícia, o Código Penal, em seu artigo 342, prevê que
a) é fato atípico fazer afirmação falsa em juízo arbitral.
b) é fato atípico fazer afirmação falsa em inquérito penal.
c) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou
se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da Administração pública direta ou indireta.
d) o fato deixa de ser típico se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade.
e) é fato atípico fazer afirmação falsa em processo administrativo.
33. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) São, dentre outros, crimes contra a
administração da Justiça:
a) resistência, desobediência, desacato e tráfico de influência.
b) advocacia administrativa, condescendência criminosa, violação de sigilo funcional e abandono
de função.
c) auto-acusação falsa, exercício arbitrário das próprias razões, denunciação caluniosa e exploração
de prestígio.
d) falsidade ideológica, falso reconhecimento de firma ou letra, certidão ou atestado
ideologicamente falso e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
e) concussão, corrupção passiva, prevaricação e corrupção ativa.
34. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) O Delegado de Polícia
de um determinado município paulista recebe a notícia de um crime de roubo que vitimou
Alfredo, que teve seu veículo subtraído por um agente mediante grave ameaça, com emprego
de arma de fogo. Durante o trâmite do Inquérito Policial apura-se que Joaquim foi o autor do
crime, o qual tem a sua prisão preventiva decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a pedido de
Joaquim, comparece na Delegacia de Polícia para prestar depoimento e alega que Joaquim, seu
amigo, estava em sua companhia no momento do crime. Encerrado o Inquérito Policial o
Ministério Público denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta recebida pelo
Magistrado competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o crivo
do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joaquim é
condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é instaurada ação penal
contra Fabíola por crime de falso testemunho. Durante o trâmite do recurso interposto por
Joaquim contra a sentença que o condenou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por
falso testemunho contra Fabíola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com
ela no dia do crime.
35. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Ricardo reside
na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua residência, o furto de um veículo
que estava estacionado na via pública, defronte ao seu imóvel, praticado por dois agentes. Para
se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo de sua inocência, Ricardo apresenta uma
denúncia anônima à Polícia noticiando que Rodolfo foi um dos autores do referido crime de furto.
A autoridade policial determina a instauração de inquérito policial para apuração da autoria
delitiva em relação a Rodolfo.
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) falso testemunho.
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, aumentada
de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem
qualquer majoração.
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa sem
qualquer majoração.
38. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Para incluir-se no âmbito de proteção
normativa do artigo 347 do Código Penal, a inovação da coisa na pendência de processo
notadamente precisa ser;
a) cênica e/ou ardilosa.
b) importante e/ou significativa.
c) voluntária e/ou consciente.
d) oculta e/ou sub-reptícia.
e) irreversível e/ou irreparável.
39. (FCC – 2015 – TJ-GO – JUIZ) No que toca aos crimes contra a administração da justiça,
acertado afirmar que
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em juízo arbitral.
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
de contravenção que sabe não se ter verificado.
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
autor de crime a que é cominada pena de detenção.
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente.
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de
contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
40. (FCC – 2015 – TRT 23º REGIÃO – JUIZ DO TRABALHO) Mediante suborno, João, ouvido
como testemunha em processo trabalhista, fez afirmação falsa. No caso,
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível apenas quando
o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal.
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado.
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas penas do
crime de falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal.
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado o
depoimento na condição de parte.
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o trânsito em
julgado da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho.
41. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Maria procurou
Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de infanticídio e,
dizendo-se amiga de dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no
julgamento destes.
Maria responderá por crime de
A) estelionato.
B) corrupção ativa.
C) exploração de prestígio.
D) advocacia administrativa.
E) favorecimento pessoal.
42. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) A
respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça, considere:
I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há indicação expressa de pessoa
determinada como autora da infração.
II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação expressa de determinada pessoa como
autora da infração.
III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho se calar a verdade em processo
judicial.
IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a
verdade até o trânsito em julgado da sentença ou do acórdão proferido no processo em que
ocorreu a falsidade.
Está correto o que se afirmar SOMENTE em:
A) III.
B) I, II e III.
C) I e IV.
44. (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Quanto ao crime
de exercício arbitrário das próprias razões, somente se procede mediante queixa se
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.
B) não há emprego de violência.
C) cometido para satisfazer pretensão legítima.
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial.
E) não há dano ao patrimônio público.
45. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo e Pedro
alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga do
chefe da quadrilha a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena
privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime de
A) arrebatamento de preso.
B) motim de presos.
C) fuga de pessoa presa.
D) favorecimento pessoal.
E) evasão mediante violência.
E) exploração de prestígio.
47. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo auxilia
seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade
pública. Nesse caso, Paulo
A) comete crime de fraude processual.
B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em metade.
C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada em metade.
D) fica isento de pena.
E) comete crime de favorecimento real.
48. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS) Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de
processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime, sem ter certeza de ser ele o autor do delito,
A) não comete nenhum delito.
B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa.
C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa.
D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa.
E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa.
49. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) José
encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em determinado dia, trocou de roupa
com um visitante e fugiu pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
B) cometeu crime de arrebatamento de preso.
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa.
D) cometeu crime de fraude processual.
E) cometeu crime de favorecimento pessoal.
50. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A pessoa que confessa,
perante autoridade policial, delito inexistente,
A) não pratica nenhum delito.
B) pratica crime de autoacusação falsa.
C) pratica crime de falso testemunho.
D) pratica crime de comunicação falsa de crime.
E) pratica crime de denunciação caluniosa.
mediante violência física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi
dominado por policiais que estavam chegando ao local.
Paulus responderá por crime de
A) arrebatamento de preso, na forma consumada.
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.
C) motim de presos, na forma consumada.
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.
E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.
55. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do crime
de fraude processual, é INCORRETO afirmar que
A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na solução do processo.
B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.
C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa.
D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo administrativo.
E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é fracionável.
56. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Augustus compareceu
ao distrito policial e acusou falsamente seu desafeto Paulus de ser o autor de crime de peculato,
que sabia não ter se verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de Ocorrência, mas deixou
de instaurar inquérito policial por ter constatado a falsidade da acusação.
Nesse caso, Augustus
A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.
B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma consumada.
C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada
D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.
E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não chegou a ser instaurado.
57. (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, valendo-se do
anonimato, telefonou à polícia, informando falsamente que seu vizinho e desafeto José havia
assaltado um banco situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial, apurou-se que José
era inocente e que o telefonema tinha vindo da residência de Paulo, que acabou confessando a
prática do fato delituoso.
Nesse caso, Paulo responderá por crime de
A) comunicação falsa de crime.
B) denunciação caluniosa.
C) falso testemunho.
D) fraude processual.
E) auto-acusação falsa.
58. (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes
contra a administração pública, considere:
I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas funções não pode ser sujeito
ativo de crime de prevaricação.
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma tentada.
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de dolo, enquanto o delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção admite a forma culposa.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) III.
59. (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR) Quanto aos crimes contra a administração da
justiça, é correto afirmar que
A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou grave ameaça
contra testemunha em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio.
B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de prestígio, se o agente insinua
que o dinheiro solicitado, a pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina.
C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que, perante a autoridade, se atribui
o cometimento de contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
60. (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) O contador que, em
declaração prestada em processo administrativo, cala a verdade pratica o crime de
A) desacato.
B) desobediência.
C) fraude processual.
D) condescendência criminosa.
E) falso testemunho.
61. (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ) Configura o crime de coação no curso do processo o uso de
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em feito penal.
b) processo administrativo, mas não em inquérito policial.
c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo administrativo.
d) juízo arbitral.
e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal.
71. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Patrício, ao chegar em sua residência,
constatou o desaparecimento de um relógio que havia herdado de seu falecido pai. Suspeitando
de um empregado que acabara de contratar para trabalhar em sua casa e que ficara sozinho por
todo o dia no local, Patrício registrou o fato na Delegacia própria, apontando, de maneira
precipitada, o empregado como autor da subtração, sendo instaurado o respectivo inquérito em
desfavor daquele “suspeito”. Ao final da investigação, o inquérito foi arquivado a requerimento
do Ministério Público, ficando demonstrado que o indiciado não fora o autor da infração.
Considerando que Patrício deu causa à instauração de inquérito policial em desfavor de
empregado cuja inocência restou demonstrada, é correto afirmar que o seu comportamento
configura
A) fato atípico.
B) crime de denunciação caluniosa dolosa.
C) crime de denunciação caluniosa culposa.
D) calúnia.
72. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Após realizarem o roubo de um caminhão de
carga, os roubadores não sabem como guardar as coisas subtraídas até o transporte para outro
Estado no dia seguinte. Diante dessa situação, procuram Paulo, amigo dos criminosos, e pedem
para que ele guarde a carga subtraída no seu galpão por 24 horas, admitindo a origem ilícita do
material. Paulo, para ajudá-los, permite que a carga fique no seu galpão, que é utilizado como
uma oficina mecânica, até o dia seguinte. A polícia encontra na mesma madrugada todo o material
no galpão de Paulo, que é preso em flagrante.
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de
A) receptação.
B) receptação qualificada.
C) roubo majorado.
D) favorecimento real.
73. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA FASE) Baco, após
subtrair um carro esportivo de determinada concessionária de veículos, telefona para Minerva,
sua amiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que Minerva morava
em uma grande casa e que poderia esconder o carro facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva
poderia ajudá-lo, escondendo o carro em sua residência. Minerva, apaixonada por Baco, aceita
prestar a ajuda. Nessa situação, Minerva deve responder por
a) participação no crime de furto praticado por Baco.
b) receptação.
c) favorecimento pessoal.
d) favorecimento real.
74. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) AO tomar
conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua residência, Caio compareceu à
delegacia de polícia e noticiou o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o
delito, mesmo sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do fato. Em
decorrência do exposto, foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do
ocorrido.
A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu
a) delito de calúnia.
b) delito de comunicação falsa de crime.
c) delito de denunciação caluniosa.
d) crime de falso testemunho.
75. (FGV - 2008 - TJ-MS – JUIZ) Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da
Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria
pelos meios amistosos, José decide obter a quantia que lhe é devida de qualquer forma. Ao
encontrar Maria fazendo compras no centro da cidade, José retira a bolsa das mãos de Maria
puxando-a com força. A fivela da alça causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre a bolsa
de Maria, constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e pega R$ 500,00
(quinhentos reais), deixando a bolsa com os pertences de Maria no chão.
Qual será a punição para o crime praticado por José?
a) Incidirá na pena de roubo simples.
b) Incidirá na pena de furto simples.
c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.
d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena correspondente à
violência.
e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena de furto simples.
80. (FGV – 2015 – TJ-SC – ODONTÓLOGO) O Art. 359-D do Código Penal prevê o crime de
Ordenação de despesa não autorizada, prevendo o preceito primário “ordenar despesa não
autorizada por lei”.
Sobre tal delito, é correto afirmar que:
a) é norma penal em preto, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal é utilizada para complementar
o tipo;
b) admite a modalidade culposa de acordo com o Código Penal;
c) é classificado como crime de conduta omissiva;
d) consuma-se apenas quando é efetivada a despesa não autorizada por lei, não bastando a
simples ordenação;
e) é crime próprio, pois o sujeito ativo é o funcionário público competente para ordenar despesa.
81. (FGV – 2015 – TJ/SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Douglas, funcionário público com
competência para ordenar a assunção de obrigação pela Administração, autorizou a realização
de despesa no primeiro quadrimestre do último ano da legislatura. Ocorre que a despesa
autorizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga no mesmo exercício financeiro e nem
havia contrapartida suficiente em caixa para pagamento no exercício seguinte. Diante dessa
situação, é correto afirmar que Douglas:
(A) praticou crime de ordenação de despesa não autorizada;
(B) não pode ser considerado funcionário público para fins penais;
(C) não praticou crime contra finanças públicas previsto no Código Penal;
(D) praticou crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura;
(E) praticou crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar.
82. (FGV – 2008 – TCM/PA – AUDITOR) As condutas a seguir constituem hipótese de crime
contra as finanças públicas, previstos no Capítulo V do Título XI da Parte Especial do Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei
(B) Ordenar despesa não autorizada por lei
(C) Executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato ou da legislatura
(D) Promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
sem que tenham sido criados por lei
(E) Autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que exceda limite estabelecido em lei
GABARITO
82. ALTERNATIVA A