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Autor:
Renan Araujo
04 de Março de 2023
Índice
1) Dos Crimes Contra o Estado Democrático de Direito
..............................................................................................................................................................................................3
6) Disposições Comuns
..............................................................................................................................................................................................
19
A referida Lei criou Título XII na parte especial do Código Penal, intitulado “Dos Crimes contra o
Estado Democrático de Direito”, trazendo os tipos penais que vão do art. 359-I ao 359-U.
Vale frisar que todos são crimes de competência da Justiça Comum Federal, eis que há evidente
interesse da União na preservação do Estado Democrático de Direito. Ademais, a Doutrina já
sustentava que os crimes previstos na (hoje revogada) Lei de Segurança Nacional configuravam
crimes com motivação política (não necessariamente partidária), ou seja, crimes políticos, de
competência da Justiça Federal (art. 109, IV da CF/88).
CÓDIGO PENAL
TÍTULO XII
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
CAPÍTULO I
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
DOS CRIMES CONTRA A SOBERANIA NACIONAL
Art. 359-I. Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o
fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo: (Incluído pela
Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Espionagem
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
(Vigência)
CAPÍTULO II
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
DOS CRIMES CONTRA AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo
legitimamente constituído: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
CAPÍTULO III
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO ELEITORAL
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.197,
de 2021) (Vigência)
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual
ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional: (Incluído pela Lei nº
14.197, de 2021) (Vigência)
CAPÍTULO IV
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS
CAPÍTULO V
(VETADO)
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES COMUNS
Disposições comuns
Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos
poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos
e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de
aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos
sociais. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
1 Atentado à soberania
Art. 359-I. Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o
fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo: (Incluído pela
Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Trata-se de crime comum, eis que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
Ademais, trata-se de crime formal, eis que a ocorrência do resultado naturalístico (ocorrência dos
atos de guerra ou invasão ao Brasil) não é necessária para a consumação do delito. Porém, se em
razão da conduta do agente efetivamente é declarada guerra, sua pena será aumentada da metade
até o dobro. Ou seja, não é necessário que seja efetivamente declarada guerra para que o crime
venha a se consumar. Todavia, se isso vier a acontecer, configurará uma majorante (aumento de
metade até o dobro).
Art. 359- I (...) § 2º Se o agente participa de operação bélica com o fim de submeter
o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país:
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Nessa modalidade o agente sai da mera negociação, ou seja, sua participação é mais grave, já que
efetivamente participa dos atos bélicos (atos de guerra) realizados com o fim de abalar a soberania
nacional, submetendo nosso país ao domínio ou soberania de outro país.
O tipo objetivo é “praticar violência ou grave ameaça”, mas é necessário que seja praticada com
o dolo específico, o especial fim de agir, consistente na finalidade de “desmembrar parte do
território nacional para constituir país independente”. Trata-se, portanto, da conduta daquele que,
com intuito separatista, emprega violência ou grave ameaça para alcançar seu intento.
Trata-se de crime comum, pois o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não se exigindo do agente
qualquer finalidade específica.
Ademais, trata-se de crime formal, eis que a ocorrência do resultado naturalístico (sucesso na
finalidade separatista) não é necessária para a consumação do delito.
Vale ressaltar que no preceito penal secundário (pena) consta expressamente a previsão de que a
pena será reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, além da pena correspondente à violência.
O que isso significa? Significa que se o crime for praticado apenas com grave ameaça, o agente
responderá somente pelo crime de “atentado à integridade nacional”. Contudo, sendo praticado
o delito mediante violência, o agente receberá cumulativamente a pena referente à violência..
3 Espionagem
Não é necessário que se trate de funcionário do Governo brasileiro. Qualquer pessoa pode praticar
o delito, de forma que temos um crime comum (ex.: hacker obtém o conteúdo de documentos
ultrassecretos e os entrega a Governo estrangeiro).
O núcleo do tipo penal é “entregar”, ou seja, fazer com que o documento ou informação (objetos
materiais do crime) cheguem às mãos do governo estrangeiro, seus agentes ou organização
criminosa estrangeira.
==fe6ff==
Trata-se de norma penal em branco, eis que é necessário recorrer a outra norma, de caráter
complementar, para que o referido tipo penal possa ser satisfatoriamente aplicável, na medida em
que o tipo menciona “documento ou informação classificados como secretos ou ultrassecretos nos
termos da lei”.
Para complicar ainda mais o tipo penal, a parte final do tipo assim estabelece: “(...) cuja revelação
possa colocar em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional”.
A primeira delas é: nem todo documento classificado como ultrassecreto ou secreto conterá
informação que, se divulgada, coloque em risco a preservação da ordem constitucional ou a
soberania nacional. Assim, somente aqueles (documentos/informações) que possuam tal potencial
é que configuraram objeto material do referido delito.
A segunda é que aqui temos um crime de perigo abstrato, eis que basta que a divulgação se refira
a documento/informação classificado como ultrassecreto ou secreto e cuja revelação possa colocar
em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional. Ou seja, não é
necessário que a divulgação chegue, efetivamente, a expor a perigo a ordem constitucional ou a
soberania nacional, bastando que tenha potencial para tanto.
Nada impede, porém, a ocorrência da tentativa, eis que o crime admite fracionamento do iter
criminis.
Vale frisar que o §1º do referido art. 359-K do CP traz uma modalidade de “favorecimento pessoal
específico”. Vejamos:
Art. 359-K (...) § 1º Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião,
conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à ação da autoridade pública.
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Trata-se de uma forma equiparada à do caput (eis que prevê que “na mesma pena incorre
quem...”), ou seja, a pena para tal conduta também será de reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos.
EXEMPLO: José descobre que seu colega no doutorado, Van Der Ley, nada mais é que
um espião holandês no Brasil, cuja missão é identificar e plagiar a tecnologia nuclear
aqui desenvolvida. Sabendo que Van Der Ley estava sendo procurado pela Polícia
Federal, José permite que o amigo se esconda em sua casa por algumas semanas, até
que consiga fugir para a Holanda.
O §2º do art. 359-K traz, por sua vez, uma forma qualificada, aplicável àquele que pratica a conduta
com violação do dever de sigilo (ex.: agente público que tomou conhecimento do
documento/informação no exercício da função):
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
(Vigência)
Verifica-se que se trata de forma qualificada, eis que a pena-base foi alterada em relação ao tipo
simples, sendo, aqui, mais grave (06 a 15 anos de reclusão).
Vale frisar que se trata de crime próprio neste caso, somente podendo ser praticado pela pessoa
que tenha o específico dever de sigilo em relação ao referido documento/informação.
O §3º do art. 359-K, porém, traz uma forma privilegiada. O que seria isso? Uma forma típica
relacionada com a conduta prevista no caput, mas com pena-base inferior. Vejamos:
Art. 359-K (...) § 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previstos neste artigo
mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha, ou de qualquer outra
forma de acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações:
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Curiosamente, aqui temos também um crime próprio (diferentemente do caput do art. 359-K), mas
que possui pena mais branda (detenção de 01 a 04 anos). Talvez tenha entendido o legislador que
a simples conduta de facilitar a prática das condutas criminalizadas no art. 359-K e seus parágrafos,
mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha, ou de qualquer outra forma de acesso
de pessoas não autorizadas a sistemas de informações devesse ser compreendia como uma
conduta acessória em relação à conduta principal (que seria, portanto, mais grave).
EXEMPLO: José e Pedro são amigos de longa data. José sabe que Pedro é funcionário
público do alto escalão do Governo Federal e tem acesso a diversas informações
sigilosas. José, então, solicita a Pedro que lhe empreste seu login e senha para acessar
o sistema de informações. Pedro, mesmo sabendo que existem diversas informações
secretas e ultrassecretas no referido sistema, fornece seu login e senha a José. De posse
da senha de acesso, José entra no sistema, obtém diversos documentos e informações
ultrassecretos e os repassa a agente de Governo estrangeiro, criando risco à soberania
nacional.
Nesse caso, José responderá pelo crime do art. 359-K, caput. Pedro, a seu turno,
responderá pelo crime do art. 359-K, §3º (forma privilegiada).
Por fim, mas não menos importante, temos a previsão do §4º do art. 359-K do CP:
Tal dispositivo estabelece que não irá configurar crime a conduta de dar publicidade ao
documento/informação quando a conduta for praticada com o fim de expor a prática de crime ou
a violação de direitos humanos.
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Violência; ou
Grave ameaça
Não é necessário que o agente consiga abolir o Estado Democrático de Direito, até porque, se
viesse a alcançar seu intento, provavelmente a ordem estabelecida e a legislação até então vigente
de nada serviriam.
Vale ressaltar que no preceito penal secundário (pena) consta expressamente a previsão de que a
pena será imposta ao agente além da pena correspondente à violência.
2 Golpe de Estado
Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo
legitimamente constituído: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Igualmente em relação ao que ocorre no crime do art. 359-L, aqui o tipo penal começa com o
verbo “tentar”. A redação poderia ser substituída por “empregar violência ou grave ameaça, com
o fim de depor o governo legalmente constituído”.
==fe6ff==
Trata-se de crime muito semelhante ao previsto no art. 359-L. Naturalmente, devemos buscar
identificar as diferenças entre eles, na medida em que o legislador não criaria tipos penais
idênticos. Parece-nos que o crime em questão (Golpe de Estado) não necessariamente busca abolir
o Estado Democrático de Direito, ou seja, a intenção do agente não é acabar com as Instituições
democráticas e criar uma nova ordem mas, tão-somente, depor o Governo (e, naturalmente, isso
se aplicaria ao Poder Executivo) legitimamente constituído, a fim de que outro, ilegítimo, assuma
o poder.
Vale ressaltar que no preceito penal secundário (pena) consta expressamente a previsão de que a
pena será imposta ao agente além da pena correspondente à violência.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.197,
de 2021) (Vigência)
A conduta aqui tipificada é a de impedir (de fato, conseguir fazer com que o ato não se realize) ou
perturbar (atrapalhar, prejudicar a perfeita realização, estorvar) a eleição ou a aferição de seu
resultado, mediante violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de
votação estabelecido pela Justiça Eleitoral (urna eletrônica, sistema eletrônico de transmissão e
apuração, etc.).
O elemento subjetivo é o dolo. Não se exige finalidade especial de agir, bastando que o agente
tenha o dolo genérico, a vontade livre e consciente de violar indevidamente o mecanismo de
segurança, gerando o impedimento ou a perturbação da eleição ou do processo de apuração dos
votos. Pouco importa se o agente o faz para beneficiar/prejudicar algum candidato ou pelo simples
prazer de ser um estorvo.
EXEMPLO: José, cidadão publicamente contra o sistema de votação por urna eletrônica,
decide perturbar o processo de apuração do resultado da eleição. Para tanto, invade o
sistema da Justiça Eleitoral e provoca uma pane no sistema, causando um retardamento
na apuração, que foi retomada 12 horas depois.
Vale frisar que o “mecanismo de segurança” mencionado no tipo penal pode estar ou não
vinculado à internet, na medida em que a transmissão dos votos ao sistema centralizado do TSE
se dá via internet, mas a urna eletrônica não está conectada à internet.
2 Violência política
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual
ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional: (Incluído pela Lei nº
14.197, de 2021) (Vigência)
A conduta aqui tipificada é a daquele que, mediante violência física, sexual ou psicológica,
restringe (impede parcialmente), impede (retira totalmente) ou dificulta (cria obstáculos indevidos)
o exercício dos direitos políticos a qualquer pessoa, em razão de sexo, cor, raça, etnia, religião ou
procedência nacional (sendo esta a motivação do crime).
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O elemento subjetivo é o
dolo, não havendo forma culposa.
EXEMPLO: José um conhecido político de determinada cidade, dificulta que Maria, uma
das filiadas do partido, venha a ser candidata a vereadora na eleição do ano seguinte,
pois Maria é mulher e conhecidamente defensora da causa feminista, o que causa
repulsa em José. Para tanto, não só age nos bastidores, mas também exerce violência
psicológica sobre a vítima, alegando que irá infernizar a vida de Maria e fará de tudo
para que ela seja expulsa do partido.
Vale ressaltar que no preceito penal secundário (pena) consta expressamente a previsão de que a
pena será imposta ao agente além da pena correspondente à violência.
1 Sabotagem
A conduta aqui tipificada é a de destruir (provocação danificação total) ou inutilizar (tornar inútil,
ainda que sem destruição física) meios de comunicação ao público, estabelecimentos, instalações
ou serviços destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o Estado Democrático de Direito.
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. Não se exige, portanto,
nenhuma qualidade especial do sujeito ativo.
DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos
poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos
e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de
aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos
sociais. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Trata-se de um artigo que não tipifica crimes, sendo uma norma de caráter interpretativo. Com o
fim de evitar que condutas legítimas viessem a ser tipificadas como crimes contra o Estado
Democrático de Direito, andou bem o legislador ao estabelecer que não constituem crime:
Assim, sair à rua com um cartaz “Impeachment dos ministros do STF – Chega dessa vergonha” não
configura crime. Invadir o STF para, mediante violência ou ameaça, derrubar os ministros, sim (art.
359-L do CP).
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (2022/INÉDITA/ELABORADA PELO PROF. RENAN ARAUJO)
Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos
de guerra contra o País ou invadi-lo configura o crime de Golpe de Estado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal conduta configura o crime de atentado à soberania, previsto no art. 359-I do
CP:
Art. 359-I. Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o
fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo: (Incluído pela
Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, de fato, o referido crime está dentro do Título XII da parte especial do CP, que
tipifica os crimes contra o Estado Democrático de Direito, e somente é punível na forma dolosa,
como todos os crimes desse Título.
GABARITO: CORRETA
O crime de atentado à soberania nacional é crime material, eis que somente se consuma com a
ocorrência da invasão ao Brasil ou a declaração de guerra.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o referido crime é considerado crime formal, na medida em que basta que o
agente venha a negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de
provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo, ainda que não seja declarada guerra e o
Brasil não seja invadido. A ocorrência de tal resultado, portanto, não é necessária para a
consumação do delito.
GABARITO: ERRADA
Em relação aos crimes contra o Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal, não é
possível para qualquer deles a proposta de suspensão condicional do processo, pois a pena
mínima, em todos os casos, é superior a 01 ano de privação da liberdade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de espionagem, em sua forma privilegiada, prevê pena mínima igual a
01 ano, de forma que será cabível o oferecimento de proposta de suspensão condicional do
processo:
Art. 359-K. (...) § 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previstos neste artigo
mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha, ou de qualquer outra
forma de acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações:
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
GABARITO: ERRADA
O agente que, com intuito separatista, pratica grave ameaça com a finalidade de desmembrar
parte do território nacional, comete crime de atentado à integridade nacional.
COMENTÁRIOS
GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS
Item correto, pois para a consumação do referido delito (previsto no art. 359-J do CP) basta que o
agente pratique a conduta de empregar violência ou grave ameaça com a finalidade de
desmembrar parte do território nacional para constituir país independente, ainda que não consiga,
efetivamente, alcançar sucesso em seu intento separatista.
GABARITO: CORRETA
José e Pedro, oriundos do estado do Rio de Janeiro, entendem que o estado onde nasceram e
residem não deve mais continuar fazendo parte do Brasil. Assim, com violência, invadem a sede
do Governo do Estado, alegam que tomaram o poder e declaram a separação do resto do país,
fundando a “República da Carioquistão”. Nesse caso, deverão responder pelo crime de atentado
à integridade nacional, além da pena relativa à violência empregada.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a conduta dos agentes configura o crime de atentado à integridade nacional,
que prevê a aplicação cumulativa da pena prevista para o delito com a pena referente à violência
empregada (cúmulo material obrigatório):
GABARITO: CORRETA
O crime de espionagem é considerado crime próprio, pois somente pode ser praticado pelo
agente público que tenha o específico dever de sigilo em relação aos documentos e informações
cujo conteúdo foi entregue.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de espionagem, em sua forma simples, é considerado crime comum,
==fe6ff==
podendo ser praticado por qualquer pessoa, já que não se exige do sujeito ativo qualquer
qualidade específica:
GABARITO: ERRADA
José descobre que sua colega de trabalho, Chun Li, é uma espiã chinesa, e que estaria sendo
procurada pela Polícia Federal. José, então, permite que Chun Li se esconda em sua residência
por alguns meses, até que esta consiga retornar para seu país. Nesse caso, José cometeu crime de
espionagem, em sua forma equiparada.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois tal conduta configura o tipo penal previsto no art. 359-K, §1º, que é uma
modalidade equiparada de espionagem:
Art. 359-K (...) § 1º Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião,
conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à ação da autoridade pública.
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS
Item errado, pois nesse caso teremos uma QUALIFICADORA, ou seja, uma forma qualificada,
alterando-se a pena-base prevista para o delito:
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal conduta irá configurar o crime de espionagem em sua forma privilegiada, nos
termos do art. 359-K, §3º do CP:
Art. 359-K (...) § 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previstos neste artigo
mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha, ou de qualquer outra
GABARITO: ERRADA
O crime de espionagem pode ser considerado crime de perigo concreto, eis que é necessário que
da divulgação do conteúdo do documento ou informação resulte perigo efetivo à ordem
constitucional ou à soberania nacional.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois se trata de crime de perigo abstrato, pois basta que a divulgação se refira a
documento/informação classificado como ultrassecreto ou secreto e cuja revelação possa colocar
em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional. Ou seja, não é
necessário que a divulgação chegue, efetivamente, a expor a perigo a ordem constitucional ou a
soberania nacional, bastando que tenha potencial para tanto.
GABARITO: ERRADA
Eduardo, funcionário público federal, teve acesso a documento ultrassecreto que continha a
informação de que o Governo brasileiro estaria mantendo uma equipe com a única finalidade de
espionar opositores políticos e sequestrá-los para fins de tortura. Eduardo, então, comunica o fato
à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com a finalidade de expor a prática deste crime,
que configura violação de direitos humanos. Nesse caso, Eduardo não pratica crime.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois nesse caso a conduta de Eduardo não é considerada criminosa, nos termos do
art. 359-K, §4º do CP:
GABARITO: CORRETA
O agente que, mediante violência ou grave ameaça, invade o Congresso Nacional, impedindo o
livro exercício do Poder Legislativo pelos representantes do povo, com o fim de abolir o Estado
Democrático de Direito, praticará crime contra o Estado Democrático de Direito, desde que
efetivamente consiga abolir o Estado de Direito.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois basta que o agente tente abolir o Estado Democrático de Direito mediante tal
conduta para que se tipifique o crime previsto no art. 359-L do CP:
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Como se vê, não é necessário que o agente consiga alcançar seu intento.
GABARITO: ERRADA
Para a configuração do crime de Golpe de Estado é necessário que o agente pretenda subverter
a ordem constitucional, com o fim de instituir regime diferente daquele até então estabelecido.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois basta que o agente, mediante violência ou grave ameaça, tente DEPOR o
governo legitimamente constituído, ainda que sem a finalidade de inaugurar uma nova ordem
constitucional ou sem a finalidade de alterar o regime até então vigente, bastando a intenção de
depor o governo legitimamente constituído.
GABARITO: ERRADA
estabelecido pela Justiça Eleitoral, mas não a conduta de, com o mesmo modus operandi, impedir
ou dificultar a aferição do resultado da eleição.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a conduta de impedir ou perturbar a aferição do resultado da eleição, mediante
violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação estabelecido
pela Justiça Eleitoral também configura o crime de interrupção do processo eleitora, nos termos
do art. 359-N:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.197,
de 2021) (Vigência)
GABARITO: ERRADA
Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício
de direitos políticos a qualquer pessoa configura crime contra o Estado Democrático de Direito,
desde que o fato se dê em razão de sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional da
vítima.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois para a configuração do delito do art. 359-P do CP (violência política), é necessário
que a conduta se dê em razão de sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional da vítima:
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual
ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional: (Incluído pela Lei nº
14.197, de 2021) (Vigência)
GABARITO: CORRETA
O crime de sabotagem é considerado crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa,
ainda que estranha aos quadros do funcionalismo público.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o tipo penal previsto no art. 359-R não exige do sujeito ativo qualquer qualidade
especial, podendo, portanto, ser praticado por qualquer pessoa:
GABARITO: CORRETA
A organização e realização de uma passeata, reunindo milhares de pessoas, com o fim de exigir a
queda do presidente da República, por meio de impeachment, pode configurar o crime de Golpe
de Estado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois não configura crime contra o Estado Democrático de Direito a manifestação
crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e
garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de
qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais:
Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos
poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos
e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de
GABARITO: ERRADA
Conforme expressa previsão legal, a mera manifestação crítica aos poderes constitucionais não
configura crime contra o Estado Democrático de Direito.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois não configura crime contra o Estado Democrático de Direito a manifestação
crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e
garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de
qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais:
Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título a manifestação crítica aos
poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos
e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de
aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos
sociais. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Logo, a mera crítica aos poderes constitucionais (executivo, legislativo e judiciário) não configura
crime.
GABARITO: CORRETA
Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos
de guerra contra o País ou invadi-lo configura o crime de Golpe de Estado.
O crime de atentado à soberania nacional é crime material, eis que somente se consuma com a
ocorrência da invasão ao Brasil ou a declaração de guerra.
Em relação aos crimes contra o Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal, não é
possível para qualquer deles a proposta de suspensão condicional do processo, pois a pena
mínima, em todos os casos, é superior a 01 ano de privação da liberdade.
O agente que, com intuito separatista, pratica grave ameaça com a finalidade de desmembrar
parte do território nacional, comete crime de atentado à integridade nacional.
José e Pedro, oriundos do estado do Rio de Janeiro, entendem que o estado onde nasceram e
residem não deve mais continuar fazendo parte do Brasil. Assim, com violência, invadem a sede
do Governo do Estado, alegam que tomaram o poder e declaram a separação do resto do país,
fundando a “República da Carioquistão”. Nesse caso, deverão responder pelo crime de atentado
à integridade nacional, além da pena relativa à violência empregada.
O crime de espionagem é considerado crime próprio, pois somente pode ser praticado pelo
agente público que tenha o específico dever de sigilo em relação aos documentos e informações
cujo conteúdo foi entregue.
José descobre que sua colega de trabalho, Chun Li, é uma espiã chinesa, e que estaria sendo
procurada pela Polícia Federal. José, então, permite que Chun Li se esconda em sua residência
==fe6ff==
por alguns meses, até que esta consiga retornar para seu país. Nesse caso, José cometeu crime de
espionagem, em sua forma equiparada.
O crime de espionagem pode ser considerado crime de perigo concreto, eis que é necessário que
da divulgação do conteúdo do documento ou informação resulte perigo efetivo à ordem
constitucional ou à soberania nacional.
Eduardo, funcionário público federal, teve acesso a documento ultrassecreto que continha a
informação de que o Governo brasileiro estaria mantendo uma equipe com a única finalidade de
espionar opositores políticos e sequestrá-los para fins de tortura. Eduardo, então, comunica o fato
à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com a finalidade de expor a prática deste crime,
que configura violação de direitos humanos. Nesse caso, Eduardo não pratica crime.
O agente que, mediante violência ou grave ameaça, invade o Congresso Nacional, impedindo o
livro exercício do Poder Legislativo pelos representantes do povo, com o fim de abolir o Estado
Democrático de Direito, praticará crime contra o Estado Democrático de Direito, desde que
efetivamente consiga abolir o Estado de Direito.
Para a configuração do crime de Golpe de Estado é necessário que o agente pretenda subverter
a ordem constitucional, com o fim de instituir regime diferente daquele até então estabelecido.
Restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício
de direitos políticos a qualquer pessoa configura crime contra o Estado Democrático de Direito,
desde que o fato se dê em razão de sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional da
vítima.
O crime de sabotagem é considerado crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa,
ainda que estranha aos quadros do funcionalismo público.
A organização e realização de uma passeata, reunindo milhares de pessoas, com o fim de exigir a
queda do presidente da República, por meio de impeachment, pode configurar o crime de Golpe
de Estado.
Conforme expressa previsão legal, a mera manifestação crítica aos poderes constitucionais não
configura crime contra o Estado Democrático de Direito.
GABARITO
1. ERRADA
2. CORRETA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. CORRETA
6. CORRETA
7. CORRETA
8. ERRADA
9. CORRETA
10. ERRADA
11. ERRADA
12. ERRADA
13. CORRETA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. ERRADA
17. CORRETA
18. CORRETA
19. ERRADA
20. CORRETA