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ADMINISTRATIVOS
Os crimes em licitações e contratos administrativos estão previstos nos arts. 337-E a 337-O do CP,
e foram incluídos no Código Penal pela Lei 14.133/21, que revogou os crimes previstos na Lei
8.666/93.
A licitação é um procedimento formal, realizado pela administração pública para escolher, dentre
os candidatos interessados, aqueles que preencham as condições necessárias e forneçam as
melhores condições para cumprimento de um futuro contrato a ser celebrado com a administração,
seja por oferecerem o melhor preço, seja por oferecer uma qualidade técnica superior, etc.
De forma a garantir que esses princípios sejam observados pelos administradores, a Lei previu
sanções para aqueles que, de alguma forma, venham a violar estes preceitos. As sanções são
variadas (administrativas, penais etc.), interessando, para nós, as sanções penais, que estão
previstas nos arts. 337-E a 337-O do CP.
Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao MP ajuizar denúncia em
desfavor dos infratores.
A imensa maioria dos tipos penais não são considerados como infrações de menor potencial
ofensivo, à exceção do crime de “impedimento indevido” (art. 337-N), pois este possui pena
máxima não superior a 02 anos.
Além disso, todos os tipos penais relativos a licitações e contratos administrativos (arts. 337-E a
337-O do CP) possuem previsão de pena privativa de liberdade (reclusão ou detenção, a depender
de cada caso) e multa. Ou seja, em todos eles há previsão de pena de multa, cominada
cumulativamente com a pena de prisão, de forma que o agente receberá ambas as penas (reclusão
ou detenção + multa).
Por fim, diversos desses tipos penais são meras continuações de tipos penais que existiam na Lei
8.666/93, como, por exemplo, o crime de contratação direta ilegal (art. 337-E), que é um sucessor
do crime de fraude em licitação, antes previsto no hoje revogado art. 89 da Lei 8.666/93. Assim,
em relação a tais condutas houve continuidade típico-normativa, ou seja, a conduta não foi
descriminalizada, ela apenas migrou para outro tipo penal.
O objeto jurídico (bem ou interesse que se busca proteger com a norma) nesses delitos será a
proteção dos interesses da administração pública, nos aspectos material e moral.
O objeto material será a coisa ou pessoa sobre a qual recair a conduta criminosa (ex.: a inscrição
ou o registro, no crime de impedimento indevido, a licitação ou contrato no crime de contratação
inidônea, a proposta devassada no crime de violação se sigilo em licitação, etc.).
Frise-se que eventual aprovação do ato (licitação ou contrato) por decisão do Tribunal de Contas
NÃO descaracteriza o crime, de forma que não impedirá o oferecimento de ação penal contra o
agente responsável por qualquer dos crimes previstos nos arts. 337-E a 337-O do CP.
Além disso, em caso de condenação por crime previsto neste capítulo, a progressão de regime de
cumprimento da pena privativa de liberdade deve observar o disposto no artigo 33, § 4º, do
Código Penal, já que são crimes contra a administração pública:
Por fim, devemos buscar saber quem são os sujeitos passivos imediatos dos crimes em licitações e
contratos. O sujeito passivo imediato será, como regra, o ente ou entidade lesado pela conduta
(União, estado, município, autarquia, etc.). Eventual particular que seja lesado também figurará
como sujeito passivo.
Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos pela Lei nº 13.303, de 30
de junho de 2016, as disposições do Capítulo II-B do Título XI da Parte Especial do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses
previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
O art. 72 da Lei 14.133/21 estabelece que o processo de contratação direta compreende os casos
de inexigibilidade e de dispensa de licitação, ou seja, situações nas quais o poder público está
autorizado a realizar a contratação de uma pessoa física/jurídica para a execução de um serviço ou
fornecimento de bens sem a realização do procedimento licitatório.
A contratação direta, porém, é exceção, e não a regra. A regra para que alguém celebre contrato
com o poder público é o procedimento licitatório, que garante o acesso universal, a
impessoalidade, etc.
Exatamente por isso, a realização de contratação direta fora das hipóteses legais é tipificada como
crime, nos termos do art. 337-E do CP.
O sujeito ativo aqui será o agente público responsável pela realização da licitação, e que tenha
poder de dispensá-la ou inexigi-la, ou seja, tenha o poder de realizar contratação direta.
Temos, aqui, portanto, um crime próprio, que somente pode ser praticado pelo funcionário
público. No entanto, caso um particular concorra para o crime, responderá por ele.
O sujeito passivo será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado, município, autarquia,
etc.).
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo previsão de forma culposa. O STJ, entretanto,
possui algumas decisões exigindo o dolo específico, o especial fim de agir, consistente na intenção
de causar dano ao erário através da conduta. Vejamos:
(...)
(AgRg no HC 669.347/SP, Rel. Ministro JESUÍNO RISSATO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJDFT), Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, QUINTA TURMA, julgado em 13/12/2021, DJe 14/02/2022)
Naturalmente, a decisão do STJ se refere ao art. 89 da Lei 8.666/93, que tipificava o crime de
“fraude em licitação”, hoje revogado. Todavia, o atual art. 337-E pode ser considerado um
“sucessor” do crime do art. 89 da Lei 8.666/93, tendo havido continuidade típico-normativa.
Vejamos como era a redação do hoje revogado art. 89 da Lei 8.666/93:
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar
de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Ou seja, a conduta prevista no revogado art. 89 da Lei 8.666/93 era basicamente a mesma prevista
atualmente no art. 337-E, pois, em resumo, a conduta tipificada era a de realizar a contratação
direta de forma ilegal, dispensando ou inexigindo licitação fora dos casos legais.
Em comparação com o tipo revogado, a pena atual é mais grave (reclusão de 04 a 08 anos e multa),
de maneira que aqueles que praticaram o crime ainda na vigência do art. 89 da Lei 8.666/93 não
serão afetados pela nova pena, dada a irretroatividade de lei penal gravosa.
Sempre se entendeu (leia-se, STJ) que o crime dispensava a comprovação da efetiva ocorrência do
resultado. Contudo, o STJ passou a entender que se exige a comprovação da efetiva ocorrência
do resultado danoso, tratando-se, portanto, de crime material:
Frise-se que a Doutrina não é pacífica com relação a estes dois pontos.1
1
GUILHERME NUCCI e JOSÉ PAULO BALTAZAR JR, por exemplo, defendem que se trata de crime formal e que não
se exigiria dolo específico, apenas o dolo genérico. (cf. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais
Um ponto de destaque no que tange à contratação direta se refere à contratação de serviço de
advocacia e consultoria jurídica com inexigibilidade de licitação. Seria possível? O art. 74, III da Lei
14.133/21assim dispõe:
(...)
Podemos entender, então, que a administração pública pode contratar serviços de escritório de
advocacia mediante contratação direta (inexigibilidade de licitação), sem que isso configure o tipo
penal do art. 337-E do CP, desde que fique demonstrada a notória especialização do contratado.
O simples fato de o órgão público contratante possuir um corpo próprio de advogados não impede
tal contratação direta:
(...) 4. Conforme disposto no art. 74, III, da Lei n. 14.133/2021 e no art. 3º-A do
Estatuto da Advocacia, o requisito da singularidade do serviço advocatício foi
suprimido pelo legislador, devendo ser demonstrada a notória especialização do
agente contratado e a natureza intelectual do trabalho a ser prestado.
comentadas. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2014, p. 526 e BALTAZAR JR, José Paulo. Crimes Federais. Ed. Saraiva. São
Paulo, 2014, p. 902-906
OTÁVIO DE NORONHA, QUINTA TURMA, julgado em 13/12/2021, DJe
14/02/2022)
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo
do processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Como se percebe, não há grandes diferenças entre o tipo penal previsto no art. 337-F e o revogado
art. 90 da Lei 8.666/93.
Aqui o sujeito ativo tanto pode ser o particular que pretende obter o contrato objeto da licitação
frustrada quanto o funcionário público que concorre para a frustração do caráter competitivo da
licitação. Trata-se, portanto, de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Como disse a vocês, o fundamento da licitação é possibilitar o amplo acesso dos administrados ao
direito de contratar com o Poder Público, de forma que deve ser assegurada a todos igualdade de
condições. A conduta daquele comete esse crime viola o caráter isonômico da disputa.
O sujeito passivo será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado, município, autarquia,
etc.) e, secundariamente, eventuais licitantes que tenham sido prejudicados pela conduta.
A conduta pode ser praticada de diversas formas, sendo crime de forma livre.
A redação do tipo penal revogado até mencionava algumas maneiras pelas quais se poderia
praticar tal delito (“mediante ajuste, combinação...”), mas já deixava aberta a possibilidade de o
crime ser praticado de outras formas não previstas expressamente no tipo (previa “...ou qualquer
outro expediente”).
A redação do tipo penal atualmente vigente sequer menciona “exemplos” de como pode ser
praticada a conduta de fraudar ou frustrar a licitação, mas sabemos que pode ser praticada a
conduta por qualquer meio hábil a frustrar o caráter competitivo da licitação.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo forma culposa. Exige-se, ainda o elemento
subjetivo específico (dolo específico), consistente na intenção de obter para si ou para outrem
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
O crime se consuma com a simples realização do procedimento cujo caráter competitivo fora
frustrado ou fraudado, sendo desnecessária, para fins de consumação, a efetiva obtenção de
vantagem pelo agente ou a ocorrência de prejuízo à administração:
(...) (AgRg no AREsp 577.270/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 24/04/2018, DJe 04/05/2018)
O julgado se refere ao revogado art. 90 da Lei 8.666/93, mas naturalmente é aplicável a seu
sucessor, o atual art. 337-F do CP.
A tentativa é admitida pela Doutrina, eis que se pode fracionar o iter criminis.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Temos aqui uma espécie do crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do Código
Penal. A conduta aqui prevista é a daquele que intercede por alguém perante a administração
pública, valendo-se de sua condição de funcionário público.
É necessária esta condição de servidor público, e que ela tenha sido determinante para a realização
da conduta. Trata-se, portanto, de crime próprio, ainda que possa ser praticado em concurso de
pessoas com um particular.
O elemento subjetivo exigido aqui, mais uma vez, é o dolo, não havendo forma culposa.
A pergunta que fica é: o crime se consuma quando? Com a realização da conduta? Com a efetiva
instauração da licitação? Ou, por fim, somente com a invalidação do ato pelo Poder Judiciário?
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Temos aqui mais um tipo penal que praticamente não sofreu alterações no que tange ao preceito
penal primário (conduta criminalizada). Vejamos a redação do revogado art. 92 da Lei 8.666/93:
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994)
Como se vê, a pena passou de “detenção de dois a quatro anos e multa” para “reclusão de 04 a
08 anos e multa”. Obviamente, trata-se de uma novatio legis in pejus, ou seja, nova lei mais severa,
de maneira que a pena prevista no novo tipo penal só se aplica àqueles que praticaram a conduta
a partir de 01º de abril de 2021, data da publicação da lei 14.133/21, não tendo eficácia retroativa.
Aqueles que praticaram a conduta antes, continuam respondendo de acordo com a pena antiga.
Aqui o contrato já foi celebrado com o particular, só que o servidor público pratica algum ato que
gera modificação do contrato ou vantagem para o contratante (aquele a quem foi conferido o
objeto da licitação, o vencedor).
Temos um crime próprio, que só pode ser praticado pelo funcionário público, podendo,
entretanto, ser punido o particular que concorrer para o delito.
O crime é de ação múltipla, mas podemos dividi-la em duas grandes partes.
No primeiro caso, a lei expressamente traz um elemento normativo do tipo, exigindo que a conduta
do agente se dê sem previsão legal, editalícia ou contratual. Se houver previsão legal, editalícia ou
contratual, a conduta do agente estará juridicamente amparada, não havendo crime.
Para a Doutrina o elemento subjetivo é o dolo, não havendo forma culposa. O crime seria, ainda,
formal, ou seja, independe da efetiva ocorrência do resultado naturalístico (ocorrência de prejuízo
ou obtenção de vantagem).
Há, porém, decisões do STJ exigindo o dolo específico, consistente na intenção de causar dano
ao erário, exigindo-se, ainda, o efetivo dano ao erário (seria, portanto, crime material):
(...) (AgRg no AREsp 1265657/MT, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA
TURMA, julgado em 14/05/2019, DJe 20/05/2019)”
A decisão se refere ao art. 92, mas naturalmente se aplica ao art. 337-H, considerado seu
“sucessor”.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa, tanto o funcionário público quanto o particular
(crime comum). O sujeito passivo será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado,
município, autarquia, etc.)e, secundariamente, eventual particular lesado pela conduta.
A conduta pode ser a de impedir (efetivamente obstar a realização do ato), perturbar (atrapalhar a
realização do ato) ou fraudar (agir de forma a que o ato seja praticado de maneira enganosa,
violando os princípios estabelecidos) a realização de qualquer ato do procedimento licitatório.
Importante destacar que se o agente frauda o caráter competitivo, ele comete o crime do Art. 337-
F do CP. Caso o agente venha a fraudar algum ato do procedimento licitatório sem que haja
prejuízo ao caráter competitivo, teremos esse crime.
A consumação se dá com a mera perturbação ou fraude, não se exigindo que implique em efetivo
impedimento à realização do procedimento ou prejuízo à administração pública. Naturalmente, se
o agente efetivamente impedir a realização do ato, também estará consumado o delito, afinal,
qualquer das três condutas (impedir, perturbar ou fraudar) já consuma o delito. Trata-se de tipo
penal misto alternativo (pode o crime ser praticado por mais de uma conduta, e qualquer delas já
consuma o delito. A prática de mais de uma delas, no mesmo contexto, configura crime único).
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Porém, como a pena mínima não é superior a 01 ano, admite-
se a suspensão condicional do processo.
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa (crime comum2), não se exigindo do agente qualquer
qualidade especial do agente. O sujeito passivo será o ente ou entidade lesado pela conduta
(União, estado, município, autarquia, etc.)e, secundariamente, o particular lesado pela conduta.
Esse tipo penal também visa a assegurar o caráter competitivo da licitação, eis que é necessário
que os concorrentes não saibam do conteúdo das propostas dos demais, sob pena de violação da
isonomia necessária ao certame.
Não há exigência de dolo específico, bastando o dolo genérico, a vontade livre e consciente de
devassar o sigilo da proposta ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-la.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
2
Paulo José da Costa Júnior entende tratar-se de crime próprio na modalidade de “devassar”, pois, segundo o
doutrinador, nessa modalidade somente o funcionário público responsável por guardar as propostas até a abertura
poderia praticar o delito (apud NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Volume 1.
8. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2014, p. 536).
7 Afastamento de licitante
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça,
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Este crime é um crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo
será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado, município, autarquia, etc.) e,
secundariamente, o licitante que fora afastado em razão da violência, fraude ou ameaça.
Violência – Ex.: José, um dos licitantes, agride Pedro, que também desejava participar da
licitação, de forma a fazer com que ele desista de participar, aumentando, assim, as chances
de José sagrar-se vencedor.
Grave ameaça - Ex.: José, um dos licitantes, ameaça Pedro, que também desejava participar
da licitação, afirmando que se Pedro se meter a participar da licitação, morrerá. A conduta
é praticada de forma a fazer com que Pedro, amedrontado, desista de participar,
aumentando, assim, as chances de José sagrar-se vencedor.
Fraude - Ex.: José, um dos licitantes, adultera o edital de licitação, alterando a quantidade
de bens que devem ser fornecidos pelo vencedor. José o faz para que Pedro, ao ver a
quantidade que deva ser entregue, desista de participar, por não ter condições de entregar
tanta quantidade de mercadoria em pouco tempo.
Oferecimento de vantagem – Ex.: José oferece a Pedro R$ 10.000,00 para que este se
abstenha de participar da licitação, pois sabe que Pedro é um grande concorrente, pois
possui excelentes preços. Caso consiga se livrar de Pedro, José aumenta as chances de
conseguir vencer o procedimento licitatório.
Vale frisar que se o crime for praticado mediante violência o agente receberá a pena prevista para
este delito, sem prejuízo da pena correspondente à violência. Ou seja, receberá a pena de
reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa + a pena referente à violência empregada (ex.:
lesão corporal grave). Isso é o que se chama de cúmulo material obrigatório.
Temos um crime de atentado, pois pune-se a conduta do agente que afasta ou tenta afastar
licitante mediante violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem.
Por conta disso, a consumação se dá com o mero ato atentatório, não se exigindo que o licitante
efetivamente se afaste, pois a Lei fala em afastar ou “tentar afastar”. Esse crime, portanto, é o
chamado crime de atentado ou de empreendimento. Logo, o simples ato de “tentar afastar” o
licitante já consuma o delito. Posto isso, não é cabível a forma tentada deste delito.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
Art. 337-K (...) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste
de licitar em razão de vantagem oferecida. (Incluído pela Lei nº 14.133, de
2021)
O § único do art. 337-K estabelece o que se chama de “forma equiparada”, pois a pena prevista
é a mesma do caput do artigo.
Estabelece o referido § único que incorre na mesma pena (reclusão, de 3 anos a 5 anos e multa)
quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida.
Trata-se, aqui, de crime próprio3, só podendo ser praticado pelo licitante a quem fora oferecida a
vantagem. Particularmente, entendo tratar-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode vir a
se tornar licitante e receber a proposta indecorosa, aceitando-a.
Nesta forma equiparada, o crime é omissivo puro, logo, instantâneo e unissubsistente, de forma
que não se admite tentativa.
Esse crime do § único é um crime formal, pois basta que o licitante (que recebeu a oferta) afaste-
se do processo licitatório, não sendo necessário nenhum resultado naturalístico para esta conduta
(ex.: não é necessário que aquele que ofereceu a vantagem consiga vencer a licitação ou
efetivamente celebrar contrato com a administração pública).
Por fim, a vantagem oferecida ao agente pode ser de qualquer natureza (patrimonial, moral, sexual
etc.).
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Volume 1. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed.
Forense, 2014, p. 537
8 Fraude em licitação ou contrato
III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído pela Lei nº 14.133, de
2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
O sujeito ativo aqui só pode ser o licitante, caso ainda estejamos na fase do procedimento
licitatório ou o contratante, caso a licitação já tenha ocorrido e o contrato tenha sido celebrado.
Trata-se de crime próprio.
O sujeito passivo, como sempre, será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado,
município, autarquia, etc.), podendo haver, secundariamente, um particular lesado como sujeito
passivo.
As condutas incriminadas são aquelas previstas nos incisos I a V do art. 337-L. São elas:
Temos aqui o que se chama de tipo penal misto alternativo, pois existem várias condutas possíveis,
sendo que a prática de qualquer uma delas consuma o crime, e a prática de mais de uma delas
continua configurando um único crime (ex.: entregar mercadoria em quantidade inferior à prevista
no contrato, bem como com prazo de validade vencido).
Trata-se de crime material, eis que a conduta deve se dar em prejuízo da administração pública.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Como a pena mínima é superior a 01 ano, não se admite a
suspensão condicional do processo.
Este crime (art. 337-L) é considerado um “sucessor” do hoje revogado art. 96 da Lei 8.666/93,
embora com uma redação um pouco diferente:
9 Contratação inidônea
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Essa conduta é bastante simples, e tem como sujeito ativo o servidor público responsável por
admitir licitantes. Trata-se, portanto, de crime próprio. O sujeito passivo será o ente ou entidade
lesado pela conduta (União, estado, município, autarquia, etc.).
A conduta é a de “admitir à licitação” alguém cadastrado como inidôneo (em virtude de um ato
de improbidade, por exemplo).
▪ Preparatória
▪ Divulgação do edital de licitação
▪ Apresentação de propostas e lances, quando for o caso
▪ Julgamento
▪ Habilitação
▪ Recursal
▪ Homologação
É nessa fase que um eventual licitante pode vir a ser desclassificado por não preencher os requisitos
necessários para contratar com o poder público.
A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com o poder público é uma das sanções
que podem ser impostas a uma pessoa física ou jurídica em razão da prática de infrações
administrativas relacionadas a licitações e contratos com a administração. Vejamos as sanções:
I - advertência;
II - multa;
EXEMPLO: Empresa X venceu licitação promovida pelo Poder Público, mas deu causa à
inexecução do contrato celebrado. Por conta de tal infração (art. 155, III da Lei
14.133/21), tal empresa foi declarada inidônea (sanção imposta), na forma do art. 156,
IV da 14.133/21. Posteriormente, ainda na vigência da sanção, a empresa X decidiu
participar de licitação promovida pelo Poder Público, e, na fase de habilitação, o
funcionário responsável a considerou habilitada, ignorando a sanção.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Porém, como a pena mínima não é superior a 01 ano, admite-
se a suspensão condicional do processo.
Incide na mesma pena do caput aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de licitação,
nos termos do § 2º do art. 337-M (forma equiparada). Nesta modalidade o crime é comum.
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo,
venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que,
declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública. (Incluído
pela Lei nº 14.133, de 2021)
Nessa forma (forma qualificada) o agente público responsável (crime próprio) efetivamente
CELEBRA o contrato com a empresa ou profissional declarado inidôneo. Assim, o mero ato de
admitir o licitante inidôneo constitui a forma simples do delito, enquanto a efetiva celebração do
contrato constitui forma qualificada.
No regramento anterior (Lei 8.666/93), havia um só tipo penal, englobando as duas condutas:
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a
licitar ou a contratar com a Administração.
Como se vê, a pena do tipo penal revogado era bem mais branda que a pena atual.
Na forma qualificada (que também só se pune na forma dolosa), a consumação se dá com a efetiva
celebração do contrato.
Aquele que, uma vez declarado inidôneo, efetivamente celebrar contrato com a administração
pública, receberá a mesma pena, sendo uma forma equiparada à do §1º do art. 337-M.
10 Impedimento indevido
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
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Paulo José da Costa Júnior entende tratar-se de crime comum na primeira parte: “Obstar, impedir ou dificultar
injustamente a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais”, sustentando que qualquer pessoa poderia
O sujeito passivo será o ente ou entidade lesado pela conduta (União, estado, município, autarquia,
etc.)e, subsidiariamente, aquele que estava interessado em se inscrever ou já estava inscrito.
Percebam que, na primeira conduta, a lei fala em “injustamente”, e na segunda conduta fala em
“indevidamente”. Ambas possuem o mesmo significado e a mesma natureza jurídica, sendo
elementos normativos do tipo, de forma que se a conduta praticada tem amparo legal, não há
crime, já que o fato não será típico.
EXEMPLO: Imagine que o funcionário público exclua dos registros de inscritos, uma
pessoa que foi declarada inidônea para contratar com a administração pública. Nesse
caso, ele o faz porque determina a lei, logo, sua conduta não é típica, pois não o faz
indevidamente.
O crime se consuma com a mera realização das condutas, não havendo necessidade de ocorrência
de resultado naturalístico, sendo, portanto, crime formal. Entretanto, parte da Doutrina entende
que, no segundo caso, se trata de crime material, pois o resultado seria a alteração, suspensão ou
cancelamento do cadastro do inscrito.
Como a pena máxima não é maior que 02 anos, trata-se de infração de menor potencial ofensivo
(competência do JECrim). Além disso, como a pena mínima não é superior a 01 ano, admite-se a
suspensão condicional do processo.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
praticar esta conduta. (apud NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Volume 1. 8.
ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2014, p. 536).
Trata-se de conduta que não possui tipo penal correspondente no regramento anterior, de forma
que temos aqui uma novatio legis incriminadora.
Aqui se pune a conduta daquele que “burla” o caráter competitivo da licitação, ao omitir ou
modificar levantamento cadastral ou condição de contorno referente à licitação, ou entregar tais
documentos com relevante dissonância com a realidade.
O levantamento cadastral e topográfico é uma peça que constitui elemento do anteprojeto, que,
por sua vez, é a peça técnica com todos os subsídios necessários à elaboração do projeto básico.
O projeto básico, a seu turno, é o “conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares,
que assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
prazo de execução” (art. 6º, XXV da Lei 14.133/21).
O §1º do art. 337-O, por sua vez, traz a definição de “condição de contorno”, assim consideradas
“as informações e os levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de
projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados
requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos”.
A omissão de tais dados relevantes, sua modificação ou entrega com grandes discrepâncias em
relação à realidade configura conduta altamente prejudicial, pois pode gerar graves prejuízos à
administração pública ou gerar benefícios indevidos a terceiros.
A efetiva ocorrência de prejuízo ao poder público ou a efetiva obtenção de benefício por alguém
não são exigidas para a consumação do delito, que se dará com a mera prática das condutas
(omitir, modificar ou entregar), sendo, portanto, crime formal. Na modalidade “omitir”, o crime
não admite tentativa, por se tratar de crime unissubsistente.
Porém, se o crime for praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de
outrem, a pena será aplicada em dobro (forma majorada). Para a aplicação da majorante basta a
existência do dolo específico (fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem),
ainda que o agente não obtenha tal benefício.
Como a pena máxima é maior que 02 anos, não se trata de infração de menor potencial ofensivo
(não é da competência do JECrim). Porém, como a pena mínima não é superior a 01 ano, admite-
se a suspensão condicional do processo.
12 Pena de multa
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá
a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2%
(dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta.
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Como se vê, o referido artigo estabelece que a pena de multa seguirá a sistemática prevista no
Código Penal, mas não poderá ser inferior a 2% do valor do contrato licitado ou celebrado com a
administração pública.
Trata-se de uma inovação da Lei 14.133/21, pois a antiga Lei 8.666/93, em seu art. 99, previa:
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no
pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja
base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente
auferível pelo agente.
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois
por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Como se vê, o revogado art. 99 da Lei 8.666/93 estabelecia que a pena de multa eventualmente
prevista para os crimes daquela Lei não seria calculada na forma prevista pelo CP, mas seria fixada
em quantia proporcional à vantagem obtida ou potencialmente auferível pelo agente, não poderão
ser inferiores a 2% nem superiores a 5% do valor do contrato licitado ou celebrado.
O novo regramento, previsto no art. 337-P do CP, aboliu essa sistemática especial (manteve apenas
a necessidade de que o valor da multa não seja inferior a 2%), de forma que hoje, as penas de
multa aplicadas em relação aos crimes previstos nos arts. 337-E a 337-O seguirão a sistemática
prevista pelo CP.
Mas qual é essa sistemática? A pena de multa é aplicada seguindo-se um processo bifásico:
Vejamos:
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior
a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a quantidade de dias-multa deve variar entre 10 e 360 dias-multa. O valor de cada unidade
dessa (“dia-multa”) irá variar entre 1/30 e 5x o maior salário mínimo vigente à época do fato.
EXEMPLO: José praticou crime de fraude em licitação (art. 337-L do CP). Ao aplicar a
pena de multa, o Juiz fixou a quantidade de 20 dias-multa, e depois arbitrou cada dia
multa em R$ 1.000,00). Logo, a multa aplicada a José será o produto da multiplicação
da quantidade de dias-multa pelo valor de cada um, ou seja: 20 x R$ 1.000,00 = R$
20.000,00 (vinte mil reais).
Como se vê, porém, o art. 337-P trouxe um patamar mínimo para o valor da multa, que não poderá
ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado. Nesse caso,
imaginemos que o contrato obtido por José em razão da fraude licitatória tenha sido na monta de
R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Nesse caso, o valor mínimo da multa deveria ser de R$
100.000,00 (2%). O Juiz deverá, portanto, elevar o valor da multa até o mínimo legal (2% do valor
do contrato).
CÓDIGO PENAL
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses
previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo
do processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça,
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo,
venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que,
declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública. (Incluído
pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá
a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2%
(dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta.
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)