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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA

DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CONTAGEM/MG

RAFAELA SILVA SANTOS, brasileira, solteira, nascida no dia 15/01/2008, em


Contagem/MG, menor impúbere, filha de Melina Silva e Emerson Santos, residente na
Rua Um, n.º 01, Bairro Um, em Contagem/MG, representada por sua mãe Melina Silva,
vem, por sua advogada Sarah Coelho Caires Pereira, OAB/MG 123.456, com escritório
estabelecido na Rua Dois, n.º 02, Bairro Dois, em Contagem/MG (local onde receberá as
intimações), vem, respeitosamente, perante V. Exa., informar que, nos termos do art.
1.018, do CPC/15, interpôs recurso de Agravo de Instrumento em desfavor da decisão de
ID: 123456789, juntando, nessa oportunidade, cópia da petição do referido recurso, do
comprovante da sua interposição e da relação de documentos que o instríram.

Nesses termos, pede e espera deferimento.

Contagem/MG, 28 de abril de 2023.

Sarah Coelho Caires Pereira

OAB/MG 123.456
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR (A)
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RAFAELA SILVA SANTOS, brasileira, solteira, nascida no dia 15/01/2008, em


Contagem/MG, menor impúbere, filha de Melina Silva e Emerson Santos, residente na
Rua Um, n.º 01, Bairro Um, em Contagem/MG, representada por sua mãe Melina Silva,
vem, por sua advogada Sarah Coelho Caires Pereira, OAB/MG 123.456, com escritório
estabelecido na Rua Dois, n.º 02, Bairro Dois, em Contagem/MG (local onde receberá as
intimações), vem, respeitosamente, perante V. Exa., com flulcro nos artigos 1015 e
seguintes do CPC/15, interpor o presente

AGRAVO DE INSTUMENTO C/C PEDIDO DE TUTELA

ANTECIPADA RECURSAL

contra decisão interlocutória proferida na Ação de Alimentos nº. 0000000-


25.2023.8.13.0079, em trâmite na 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de
Contagem/MG, publicada no DJ do dia 01/12/2023, ação que move contra o agravado
Emerson Santos, brasileiro, solteiro, desempregado, nascido no dia 01/01/1966, em
Contagem, filho de João Santos e Maria Santos, residente na Rua Três, n.º 03, Bairro
Três, em Contagem/MG, pelas razões que seguem.

I. DO PREPARO

Inicialmente, a agravante esclarece que deixa de recolher o preparo recursal, pois requer
a concessão do benefício da gratuidade da justiça, por ser pobre na forma da lei, não
dispondo de recursos financeiros para custear os atos processuais sem prejuízo do
sustento próprio, na forma da Lei nº. 1.060/1950 e consoante o art. 98, caput, do CPC/15.

II. DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS

O presente recurso, além de trazer a exposição do fato e do direito e as razões do


pedido de reforma da decisão, é instruído com as seguintes peças, em anexo: cópia da
decisão agravada; cópia da certidão da respectiva intimação da r. decisão agravada e
cópia procuração outorgada aos advogados, além de outras peças facultativas.

III. DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

No dia 21/08/2020, a agravante ajuizou a ação apócrifa pleiteando a fixação de alimentos


no importe 30% sobre o salário mínimo, a serem pagos pelo agravado, pedido que foi
instruído com cópias do laudo do exame de DNA, da certidão de nascimento da
agravante, das cédulas de identidade e de CPF e comprovante de residência de sua
representante legal, além de procuração e declaração de hipossuficiência para fins de
gratuidade da justiça.

Requereu-se, ainda, a tutela antecipada do pedido principal, consistente na fixação de


alimentos provisórios, inaudita altera parte, o que foi indeferido pelo magistrado de piso,
que rejeitou o pleito sob o argumento de inexistir verossimilhança da paternidade e
“possibilidade” por parte do réu de adimplir o requerido (decisão em anexo).

Em síntese, reputou o magistrado que a ausência de verossimilhança da paternidade


decorreria da falta do nome do agravado na certidão de nascimento da agravante, além
do que, como aludiu, o fato do exame de DNA juntado ser uma prova extrajudicial,
colhida sem o devido processo legal, seria, pois, inservível.

Suscitou o juiz singular, ainda, inexistir “possibilidade” por parte do réu de pagar os
alimentos provisórios requeridos na tutela antecipada, pelo fato de que, à época, não
exercia emprego formal.

Todavia, renovado o respeito ao magistrado prolator da decisão acima, razão não lhe
assiste no seu juízo de cognição sumária. É que, diferentemente do levantado, a
verossimilhança da paternidade é perfeitamente comprovável pelo laudo de exame de
DNA juntado, o qual, embora colhido extrajudicialmente, foi confeccionado por instituição
séria e estampa a assinatura do próprio agravado, demostrando sua aquiescência com a
conclusão do experto.

Não bastasse, é salutar reiterar que a agravante nasceu no dia 15/01/2008, menos de
trezentos dias subsequentes à dissolução do casamento, por separação judicial, entre a
sua genitora, ora representante legal, e o agravado, que ocorreu no dia 21/12/2007,
conforme cópia da certidão de casamento averbada, em anexo.

Desse modo, consoante expressa disposição legal, presume-se haver sido a agravante
concebida na constância do casamento entre sua genitora e o agravado, circunstância
que, somada ao exame de DNA em anexo, encerra qualquer incerteza que pairava acerca
da paternidade do agravado, o que, sobretudo nessa fase, admite o reconhecimento da
verossimilhança, conforme já decidiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE


C/C ALIMENTOS – RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE EM ‘EXAME DE
DNA’ (…) ALIMENTOS PROVISÓRIOS – TUTELA ANTECIPADA – PROVA
INEQUÍVOCA E VEROSSIMILHANÇA DO DIREITO – PRESENÇA DOS
REQUISITOS – DEFERIMENTO (…) A concessão da tutela antecipada mostra-
se adequada, quando presente prova de natureza inequívoca capaz de
demonstrar a verossimilhança do direito pretendido, mormente, diante do ‘Exame
de DNA’ favorável ao Postulante (…), razão pela qual mostram-se atendidos os
requisitos necessários para o seu deferimento em relação ao arbitramento
de alimentos provisórios (…)” (TJMG – proc. 1.0024.06.249384-6/001, Rel. Des.
Dorival Guimarães Pereira, DJ de 27/08/2008).

Afasta-se, ainda, o argumento de inexistência de possibilidade por parte do agravado


em cumprir com a tutela antecipada de pagar alimentos provisórios sob o fundamento de
que “não tinha como pagar pensão alimentícia pelo fato de não exercer emprego formal”.

Isso porque, registre-se, é cediço nas cortes brasileiras o entendimento de que, por mais
desprovido de recursos que seja e ainda que desempregado, qualquer indivíduo aufere,
por mês, ao menos um salário mínimo, pois consubstancia quantum essencial à
sobrevivência de qualquer pessoa e sobre o qual, então, deve ser calculada a
porcentagem da pensão alimentícia pretendida, como segue:

“FIXAÇÃO DE ALIMENTOS AOS FILHOS – POSSIBILIDADE ALIMENTAR –


AUSÊNCIA DE PROVA DOS RENDIMENTOS AUFERIDOS COM A ATIVIDADE
LABORAL EXPRESSAMENTE DECLARADA (…) NECESSIDADE PRESUMIDA
(…) Destinados os alimentos a dois filhos menores, afigura-se autorizada a fixação
da pensão por meio da presunção do mínimo necessário à subsistência, à
luz dasregras ordinárias de experiência (TJMG – proc. 1.0479.12.001593-4/001,
Rel. Des. Corrêa Junior, DJ de 13/03/2015)

Nessa toada, existindo prova inequívoca da verossimilhança do pedido de alimentos,


fundado no receio de dano irreparável à agravante, presentes, portanto, os requisitos
legais, tem-se plenamente viável a concessão da tutela antecipada dos alimentos
provisórios, a serem pagos pelo agravado em favor da agravante, merecendo ser
reformada, pois, a decisão de indeferimento prolatada pelo juiz a quo.

IV. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1. A concessão do benefício da gratuidade da justiça;

2. O deferimento da tutela antecipada recursal, com efeito suspensivo ativo da decisão


agravada, a fim de que sejam fixados, imediatamente, em favor da agravante, alimentos
provisórios no importe de 30% sobre o salário mínimo, a serem suportados pelo
agravado;

3. O provimento final do agravo para que sejam fixados os alimentos provisórios


pleiteados;

4. A intimação do advogado da parte contrária para contrarrazões;

5. A intimação do Ministério Público.

Nesses termos, pede e espera deferimento.

Contagem/MG, 28 de abril de 2023.

Sarah Coelho Caires Pereira


OAB/MG 123.456

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