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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y

(5 linhas)

RAFAELA, menor impúbere, representada por sua genitora, MELINA,


[nacionalidade], [estado civil], [profissão], portadora da cédula de identidade
RG n. XXX, inscrita no CPF/MF sob o n. XXX, com endereço eletrônico XXX,
residente e domiciliada na Rua XXX, n. XXX, bairro XXX, cidade XXX, Estado
XXX, CEP XXX, vem, respeitosamente, perante esse E. Tribunal, por
intermédio de seu advogado, abaixo assinado (instrumento de procuração
anexo), com fulcro no artigo 1.015, I, do Código de Processo Civil, interpor o
presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

com pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal para


concessão de alimentos provisórios à agravante

em face da r. decisão interlocutória de fls., que negou a concessão de


tutela de urgência para fixação de alimentos provisórios, nos autos da Ação de
Alimentos proposta em face de EMERSON, [nacionalidade], [estado civil],
[profissão], portador da cédula de identidade RG n. XXX, inscrito no CPF/MF
sob o n. XXX, com endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado na Rua
XXX, n. XXX, bairro XXX, cidade XXX, Estado XXX, CEP XXX, pelas razões
inclusas.

Em atenção ao disposto no art. 1.016, IV, do CPC, a agravante faz


consignar os nomes e os endereços dos advogados constantes do processo:
− pela agravante: [advogado], inscrito na OAB/[UF] sob o n. XXX, com
escritório profissional na Rua XXX, n. XXX, bairro XXX, cidade XXX, Estado
XXX, CEP XXX.

− pelo agravado: [advogado], inscrito na OAB/[UF] sob o n. XXX, com


escritório profissional na Rua XXX, n. XXX, bairro XXX, cidade XXX, Estado
XXX, CEP XXX.

Outrossim, considerando que estamos diante de autos físicos, em


observância ao art. 1.017, I, do CPC, a agravante apresenta cópias dos
documentos cuja juntada é obrigatória e que, para os devidos fins, são
expressamente declaradas autênticas pelos subscritores da presente peça.

Requer, por fim, a juntada dos comprovantes de recolhimento do preparo


recursal (Doc. XXX).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO

OAB n. XXX

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: RAFAELA

AGRAVADO: EMERSON
ORIGEM: Ação de Alimentos n. XXX, em trâmite perante a 1ª Vara de
Família da Comarca da Capital do Estado Y.

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara Cível,

Eminentes Julgadores,

I. SÍNTESE DA PRESENTE DEMANDA

Na origem, cuida-se de ação de alimentos ajuizada pela agravante,


menor devidamente representada por sua genitora, em face de seu pai, ora
agravado, por meio da qual se pleiteia a fixação de pensão alimentícia no valor
de 30% (trinta por cento) de 01 (um) salário mínimo.

Apesar de o nome de Emerson não constar da Certidão de Nascimento


de Rafaela até o momento, é indubitável que o agravado é o pai da agravante.
Isso porque ele realizou, em 2014, voluntária e extrajudicialmente, exame de
DNA, a pedido da ex-esposa Melina, no qual foi apontada a existência de
paternidade de Emerson em relação a Rafaela.

Em sua petição inicial, a agravante informou ao juízo que sua genitora


se encontra desempregada e que o agravado, por seu turno, não exerce
emprego formal, mas vive de “bicos” e serviços prestados autônoma e
informalmente.

A inicial foi instruída, ainda, com os seguintes documentos: cópias do


laudo do exame de DNA, da certidão de nascimento de Rafaela, da identidade,
do CPF e do comprovante de residência de Melina, além de procuração e
declaração de hipossuficiência para fins de gratuidade.
Não obstante a robusta prova documental carreada aos autos
(plausibilidade da alegação), bem com a necessidade de sobrevivência da
agravante (urgência), o ilustre Juízo “a quo” indeferiu o pedido de fixação de
alimentos provisórios, com base em dois fundamentos:

(i) inexistência de verossimilhança da paternidade, uma vez que o


nome de Emerson não consta da certidão de nascimento da
agravante e que o exame de DNA juntado seria uma prova
extrajudicial, colhida sem o devido processo legal, sendo,
portanto, inservível; e
(ii) inexistência de “possibilidade” por parte do agravado, que não
teria como pagar pensão alimentícia pelo fato de não exercer
emprego formal.

Com a devida vênia, a r. decisão deve ser reformada, pelas razões de


fato e de direito a seguir expostas.

II. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO DE


INSTRUMENTO

De acordo com os arts. 1.003, § 5º, e 1.015, I, do CPC, das decisões


interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias caberá a interposição de
agravo de instrumento, no prazo de 15 (quinze) dias úteis.

No caso concreto, a agravante se insurge contra a r. decisão


interlocutória de fls. XXX, publicada no Diário da Justiça Eletrônico em
01/12/2015, por meio da qual foi negada a fixação de alimentos provisórios em
favor da menor.

Logo, o presente agravo de instrumento representa o meio adequado


para impugnar a r. decisão e sua interposição é tempestiva.

III. DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. DECISÃO

Como exposto acima, na r. decisão agravada, o magistrado de origem


trouxe dois fundamentos para o indeferimento da fixação dos alimentos
provisórios: (i) inexistência de verossimilhança da paternidade; e (ii)
impossibilidade do agravado de pagar pensão alimentícia. Os dois pontos, no
entanto, não merecem qualquer guarida.

A uma, porque a verossimilhança da paternidade biológica é presumida


pelo resultado positivo do exame de DNA feito, de forma voluntária e
extrajudicial, pelo próprio agravado. Assim, mesmo que seu nome (ainda) não
conste da certidão de nascimento da menor, não há razões para desconsiderar
o resultado do exame, que aponta o agravado como pai da agravante.

A duas, porque o binômio “necessidade-possibilidade” foi observado na


pretensão da agravante (CC, art. 1.694, § 1º).

Em primeiro lugar, a agravante é menor, sendo presumida a sua


necessidade em relação aos alimentos pleiteados. Como dito, a genitora da
agravante se encontra, atualmente, desempregada, sem condição de arcar
com as despesas básicas da filha, e, portanto, a fixação dos alimentos
provisórios é fundamental para a garantia da subsistência da menor. Além
disso, muito embora o agravado não possua emprego formal, exerce atividades
remuneradas, que possibilitam que seja pago o valor requerido. Ora, se recebe
algum valor, menor que seja, tem o dever ético e legal de contribuir para com a
sobrevivência de sua filha.

Sendo assim, nos termos do art. 4º da Lei n. 5.478/68, deve ser


reconhecido o direito da agravante aos alimentos provisórios a serem pagos,
desde logo, pelo agravado.

IV. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL

De acordo com os arts. 995, parágrafo único, e 1.019, I, ambos do CPC,


o relator poderá antecipar os efeitos da pretensão recursal, caso presentes os
requisitos autorizadores: (i) probabilidade de provimento do recurso; e (ii) risco
de dano grave, de difícil ou impossível reparação.

No caso em apreço, a probabilidade do direito (o bom argumento ou


“fumus boni iuris”) resta demonstrado por todos os fundamentos acima
expostos (devidamente comprovados documentalmente), que evidenciam a
necessária reforma da r. decisão. Ora, é clara a necessidade de alimentos por
qualquer menor, e o agravado é pai, com possibilidade de pagamento,

Por sua vez, o dano grave (a urgência ou “periculum in mora”) é


igualmente evidente, considerando que a genitora da menor se encontra
desempregada e a fixação dos alimentos provisórios seria fundamental para a
garantia da subsistência da alimentanda. Ou seja, estamos falando da
sobrevivência de uma criança.

Diante do exposto, requer a concessão da antecipação dos efeitos da


tutela recursal, fixando-se, desde logo, os alimentos provisórios em favor da
menor, no montante de 30% do valor correspondente a um salário mínimo.

V. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

(i) Seja conhecido o presente agravo de instrumento, pois presentes


todos seus requisitos formais;
(ii) Seja concedida a antecipação dos efeitos da tutela recursal, nos
termos do art. 995, parágrafo único, e do art. 1.019, I, ambos do
CPC, de modo que sejam fixados os alimentos provisórios nos
termos requeridos pela agravante, até o julgamento definitivo do
presente recurso;
(iii) Seja o agravado intimado para, querendo, apresentar
contraminuta ao presente agravo de instrumento, conforme o art.
1.019, II, do CPC;
(iv) Seja o Ministério Público intimado para apresentar manifestação,
conforme preconiza o art. 178, II, do CPC; e
(v) Ao final, seja dado provimento ao presente agravo de
instrumento, com a consequente reforma da r. decisão
interlocutória, confirmando-se a tutela provisória deferida.

Em conformidade com o art. 1.018, § 2º, do CPC, informa a agravante


que apresentará perante o juízo “a quo”, no prazo de 3 dias, petição com cópia
do Agravo de Instrumento, comprovando a interposição do recurso e
possibilitando o exercício do juízo de retratação.

Nestes termos,

Pede deferimento,

Como medida de Justiça!

Local, data.

VADVOGADO

OAB n. XXX

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