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A vocação sucessória

/Chamamento
A morte como pressuposto da sucessão:
• A morte é um pressuposto da sucessão, e a
sucessão abre-se no momento da morte do seu
autor – art. 2031º CC.

A morte é assim um facto jurídico involuntário,
onde a vontade humana não intervém, e ao
mesmo tempo constitutivo, modificativo e
extintivo de relações.
A abertura da sucessão:
• A morte prova-se com a certidão do registo de
óbito, extraída do respetivo livro, levando-se
depois à abertura da sucessão.

• Art.º 2031º CC
• A sucessão fecha-se quando a aquisição
sucessória se consolida, e é só com a aceitação da
herança ou do legado que essa consolidação se
verifica.
• Tudo começa com a morte do de cuius e com as
relações jurídicas transmissíveis de que ele era
sujeito que se desenlaçam da sua esfera jurídica.

• A abertura da sucessão é assim o efeito jurídico


que se produz num momento determinado – art.
2031º CC.
• É no momento da abertura da sucessão que a
designação sucessória se fixa ou se concretiza na
vocação, e os termos em que ela se fixa ou se
concretiza são ainda determinados pelo
momento da abertura da sucessão.

• O destinatário da vocação é o titular da


designação prevalente no momento da abertura
da sucessão, contando que nesse momento
exista e tenha capacidade sucessória.

• Sendo a abertura da sucessão um puro efeito


jurídico não ocorre fisicamente em lugar
nenhum.
Designação Sucessória:
• A matéria da designação sucessória leva-nos à
indicação de um sucessível, que ocorre mesmo
antes da morte do autor da sucessão. Ainda que
seja só no momento da morte que tenha lugar o
chamamento, a verdade é que a pessoa(s) que no
momento da morte do de cuius hão-de ser
chamadas já em vida daquele estava indicadas
ou designadas para lhe sucederem.
Hierarquia das designações:

• É por isso preciso estabelecer a hierarquia das


designações, que a própria lei determina. E pelo
art. 2133º CC existem várias pessoas que podem
suceder, existindo várias designações
sucessórias.
Exemplo:
• A resolve fazer um testamento; A é casado, tem 2
filhos, 3 irmãos e 4 primos.

• Estes são os que estão designados para lhe


suceder, são os herdeiros instituídos, ou os
legatários determinados no testamento, enfim
estão aqui presentes vários herdeiros legítimos
mencionados no art. 2133º CC.
• Das várias designações porém só uma se
converte, não querendo dizer que não possam
ser chamadas várias pessoas à sucessão.

• Mas só será chamado a suceder o titular aquela


designação que prevaleça, sendo esta apreciada
sobre as outras no momento da morte do autor.
Hierarquia:
• 1º - Herdeiros Legitimários – cônjuge,
descendentes, e ascendentes, pela ordem e
segundo as regras estabelecidas para a sucessão
legítima dos artigos 2133º Cc e ss.

• 2º Herdeiros ou Legatários contratuais -


estes estão depois dos legitimários e antes dos
testamentários. Derivam de uma designação
contratual – art.º 2311 e 2313; 1701/1º CC
• 3º Herdeiros ou legatários testamentários
– pessoas que o autor designou no seu
testamento para lhe sucederem;

• 4º Herdeiros legítimos – pela ordem do art.


2133/1º CC – estes são mencionados pela
própria lei para sucederem ao de cuius.
• Recorde-se porém que toda a escala de
sucessíveis é de natureza instável até à morte do
autor.

• Os herdeiros legitimários têm assim uma


expetativa em vida do autor de vir a receber a
sua legítima à morte deste.
• Próxima aula:

• Direito de aceitar ou repudiar a herança e


pressupostos em causa.

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