Vocação sucessória Capacidade sucessória Tipos legais de herança Processo sucessório – pressupostos • Vocação sucessória - chamamento – aberta a sucessão é necessário que se verifique dois pressupostos: • 1º Individualizar e chamar os herdeiros, art.º 2032 C.C; • 2º É indispensável que os chamados possam invocar essa qualidade, ou seja, disponham de capacidade sucessória art.º2033, C.C. • Conceito: A vocação sucessória é o chamamento à sucessão de uma pessoa por outra, designada pela lei ou por acto do de cujos ( testamento ou contrato). • A vocação pode ser directa, indirecta, originária e subsequente. • - É directa, aquela que se verifica por aplicação das regras comuns. • Indirecta, aquela pela qual é chamado a suceder aquele que não é o normal sucessível. • Originária aquela que se produz aquando da morte do “de cujus” • Subsequente : a que se vem verificar em momento posterior Processo sucessório – Pressupostos • Diz o art.º 2032, que aberta a sucessão, serão chamados à titularidade das relações jurídicas do falecido aqueles que gozam de prioridade na hierarquia dos sucessíveis, desde que tenham a necessária capacidade, art.º 2133, do C.C, quando o titulo legal. • Para além daqueles , deverão ser chamados à sucessão os herdeiros ou legatários indicados no testamento. Título voluntario • No espirito do art.2032/1, o chamamento dos herdeiros e legatários, implica a verificação dos seguintes pressupostos: • - factos designativos ou títulos sucessória: a lei, o testamento e o contrato que conduzirão as espécies de sucessão legal ou testamentaria. • - A existencia de um chamado: a condição de estar vivo, antes ou no momento da abertura da sucessão. • - Capacidade sucessória: susceptibilidade de adquirir, como herdeiro ou legatário enquanto pessoa singular ou colectiva. Processo sucessório • A capacidade sucessória, levanta a questão de saber, quem tem ou não essa capacidade para suceder? • A lei estabelece um principio geral, previsto no art.º 2033 nº 1, que na maioria das vezes é uma pessoa física ou singular, o parente do de cujus indicado na lei ou nomeado no testamento. • Embora rara, há também casos de sucessão mortis causa por pessoa jurídica. É o caso de uma herança vaga, em que o património se transmite a uma pessoa jurídica de direito publico( o estado). • A deixa testamentária pode também beneficiar como herdeira nos termos do art.º 2033/2, a): • Os nascituros ainda não concebidos, desde que sejam filhos de pessoas determinadas e vivas ao tempo da abertura da sucessão. PROCESSO SUCESSÓRIO – CAPACIDADE SUCESSÓRIA Também, pode a deixa testamentaria pode também beneficiar como herdeira ou legatária uma pessoa colectiva: sociedade, associações ou fundações conforme a vontade do de cujus, art.º 2033/2, b). • Dado o carácter genérico e abrangente da atribuição pela lei de capacidade sucessória, há apenas que realçar as excepções legais circunscritas “à incapacidade por indignidade” e em certos casos “a indisponibilidade relativa”. • Incapacidade por indignidade – os art.º 2034, C.C. • Quanto a indisponibilidade relativa ou incapacidade testamentária passiva, é importante referir que, as pessoas a quem a lei se refere não estão propriamente incapazes de suceder genericamente, apenas estão impossibilitadas de receber por testamento ou pacto sucessório, bens que lhes sejam atribuídos por certas pessoas designadas na lei. • É o exemplo do art.º 2192 e seguintes do C.C. Processo sucessório – Direito de representação • A representação insere-se no processo sucessório, como continuação ou contraponto de aspectos relacionados com a capacidade sucessória. • Para além dos sucessíveis designados na lei ou vontade do de cujus, podem ainda ser chamados a sucessão outras pessoas com as restrições previstas na lei. • Direito de representação - Vocação indirecta. • Noção - art.º 2039, C.C. • Títulos de vocação indirecta – Representação - lei ou testamento. • representação na sucessão testamentária, art.º 2041 • representação na sucessão legal, art.º 2042, C.C. • Partilha na representação- regras- é feita por estirpe. • Estirpe – o ramo ou classe de parentes do de cujus. Exemplo: se alguém morre e deixa 2 filhos e três netos filhos de outro filho pré falecido a herança será dividida por três. • Extensão da representação - Processo sucessório – vocação indirecta • Os bens do de cujus podem ser transmitidos directamente aos seus sucessores – herdeiros ou legatários. • Ou indirectamente aos sucessores – descendentes destes, na linha recta e colateral. • Mas há outros casos em que o mesmo se verifica, embora com fundamentos diferentes. É o que se passa com o direito de acrescer e com as substituições sucessórias. • O direito de acrescer – tal como no direito de representação, no direito de acrescer, a lei estabelece que um sucessor seja substituído por outro, quando se verifique, em relação ao primeiro , uma possibilidade ou recusa, na aceitação da herança ou legado art.º 2301. • As substituições sucessórias – tal como no direito de acrescer. • As substituições sucessórias são duas: Substituição directa e substituição fideicomissária. Substituição - Fideicomissária • Substituição Directa- é aquela em que o testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro instituído para o caso de este não poder ou não querer aceitar a herança, art.º 2281, C.C. • Tal como no direito de acrescer, os substitutos sucedem nos direitos e obrigações em que sucederiam os substituídos excepto se outra for a vontade do testador. • Substituição fideicomissário : art.º 2286, C.C. • Ao herdeiro instituído em primeiro lugar , chama-se “fiduciário” Ao beneficiário da substituição chama-se fideicomissário. • Para o caso da substituição fideicomissária não se fala exactamente de uma vocação indirecta, mas de uma vocação subsequente ou ulterior é a que se concretiza em momento anterior após a abertura da sucessão. • E o exemplo da sucessão condicionada, quando admitida nos termos do art.º 2229 e também os casos da sucessão fideicomissária. • Sendo assim, a possibilidade de condicionar a sucessão faz nascer uma distinção importante que é a classificação da vocação subsequente em : Condicionada e Pura e simples. Processo sucessório – Herança • Noção – a herança é o conjunto das relações jurídicas patrimoniais de que uma pessoa singular é titular ao tempo da sua morte que se transmitem aos seus sucessores • características da herança : • a) A herança é um património autónomo de afectação especial, constituídas por situações jurídicas activas e passivas, em que a responsabilidade dos herdeiros não ultrapassa o valor dos bens que usufruem ou recebem • b) A herança é uma universidade de direitos, art.º 2025, do C.C, e nao de facto complexo de coisas determinadas quantitativamente e qualitativamente em função do lugar ou da sua natureza) a herança pelo contrario não é constituídas por bens mas por situações jurídicas e pode existir sem dependência de objectos materiais, isto é pode englobar apenas direitos. Processo sucessório – Tipos legais de herança • C) como resultado logico do exposto a herança é insusceptível de ser adquirida por usucapião , sendo as universalidades insusceptíveis de posse, só podem ser possuídas as coisas individuais, que dela façam parte e que sejam devidamente descriminadas, art.º 1287. • A herança jacente, embora destituída de personalidade jurídica tem personalidade capacidade judiciária, art.º 6 do C.P.C, pode ser Autora ou Ré em tribunal. • Tipologia jurídico legais de herança. • Herança deficitária- a herança é deficitária quando os valores do passivo excedem os valores do activo, art.º 2071. • Herança indivisa – é indivisa a herança quando os bens ainda não foram partilhados entre os sucessores do de cujus . Neste caso , os sucessores não têm direitos próprios sobre qualquer dos bens, mas em comunhão são titulares de um todo património hereditário . • De acordo com o art.º 2097 do C.C, os bens da herança indivisa respondem colectivamente pela satisfação dos encargos. Processo sucessório – tipos legais de sucessão • Herança jacente – trata-se de uma fase posterior a vocação sucessório: atribuição do direito de suceder. • Entre a vocação sucessória e a devolução efectiva da herança, o que significa dizer que a sucessão fica dependente a espera do futuro titular e a herança fica jacente. • É jacente a herança aberta e que não foi aceite nem repudiada nem declarada vaga para o estado, art.º 2046 e ss. • Herança vaga – é aquela que uma vez aberta saiu do estado de jacência porque não foi aceite por nenhum sucessível, alem do estado( art.º 2152). Esta herança não tem sucessível particular(os virtuais herdeiros ou repudiaram, caducou-lhes o direito sucessório simplesmente não existem. • Nestes casos há lugar a declaração judicial de vacatura, nos termos da lei de processo que é uma verdadeira sentença do juiz, revertendo a herança para o estado, art.º 2155, C.C e 1133º do C.P.C. • Processo sucessório – tipos legais de herança
• Herança vazia – a doutrina designa assim a situação
em que o activo é igual ao passivo , são situações em que o conjunto de bens e valores que constituem a herança se esgotam nos seus encargos (dívidas e outras obrigações). • Herança toda distribuída em legados – Trata-se da situação que a lei consagra no art.º 2277, é uma das situações que pela sua importância pode ser também apontado como um tipo especial de herança em que não há herdeiros, mas apenas legatários. Processo Sucessório 3ª fase - Aquisição da Herança • Situação de herança jacente só se mantém como tal enquanto não for aceite pelos sucessíveis chamados a à titularidade dos • Direitos e obrigações que a integram. • Aceitação da herança – é a manifestação da vontade de quem quer aceitar a herança, art.º 2050 a 2061 do C.C. • Espécies de aceitação (art.º 2052) • Seguindo uma tradição que já vem do direito romano, a aceitação da herança pode ser pura e simples ou a beneficio do inventario. • A aceitação é pura e simples – Quando o aceitante nisso especifica os bens recebidos do “de cujus” pelo que lhe competirá a ele provar que foram esses bens. Processo sucessório – aquisição da herança
• Na aceitação a beneficio de inventário, os bens
recebidos por sucessores aceitante são devidamente inventariados no momento da aceitação pelo que só estes bens poderão ser executados para pagamento das dividas da herança . Ao credores compete provar se eventualmente, havia mais bens na herança para além do que aqueles que foram inventariados. • Em angola actualmente o inventario pode ser facultativo ou obrigatório. • Em direito substantivo o inventário destina-se a relacionar os bens que constituem objecto da sucessão e a servir de base a eventual liquidação da herança.