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Na presente situação estaremos a fazer a partilha de bens de _____ .

A partilha é um fenómeno sucessório que se inicia pela abertura da sucessão, causada


pela morte do autor da mesma, segundo artigo 2024º e tendo lugar no último
domicílio dele, como disposto pelo 2031º. Após a abertura da sucessão são chamados
os sobrevivos, isto são os herdeiros e legatários que têm direito à titularidade das
relações jurídicas do falecido, como expresso pelo artigo 2032º.
É condição necessária para o chamamento dos sucessíveis a existência de capacidade
sucessória destes mesmos, cujo artigo 2033º, nº 1 e 2 atribui a pessoas nascidas ou
concebidas no momento de abertura da herança, a nascituros não concebidos que
sejam filhos de pessoa viva e determinada ao tempo em que a herança abre,
sociedades e pessoas coletivas incluindo o Estado.
As espécies de sucessores existentes no nosso ordenamento jurídico diferem entre
herdeiros e legatários, como expresso pelo artigo 2030º. Os herdeiros são sucessores
que sucedem na totalidade ou numa quota parte do património do falecido, nº 2 do
artigo a tratar, e os legatários são sucessores que sucedem em bens ou valores
determinados, segundo o nº 2 e 4 do mesmo artigo.
Com a morte do autor a herança fica jacente, artigo 2031º. Isto diz respeito ao
período de tempo que decorre desde a abertura da herança até que os sucessores se
pronunciem em relação à aceitação, artigo 2050º, ou ao repudio dela, artigo 2062º.
Durante este período de tempo é necessário a administração dos bens presentes na
herança, sendo que o artigo 2047º elenca as pessoas que têm a possibilidade de
exercer tais atos administrativos, urgentes ou não, poder este atribuído ao cabeça-de-
casal e tendo em conta que os atos de administração pelo sucessível não aplicam a
aceitação tácita da herança como presente no nº 3 do artigo 2056º.
No que toca à aceitação, no caso de a mesma se verificar, o que costuma ser a norma,
produz os efeitos expressos pelo artigo 2050º, designadamente o domínio e posse dos
bens da herança, efeitos estes que se retrotraem ao momento da abertura da
sucessão. Existem também duas espécies de aceitação, presentes no artigo 2052º, a
aceitação pura e a aceitação a benefício de inventário que é regulada pelo artigo
seguinte, 2053º. Para além das espécies de aceitação existem ainda as formas de
aceitação como nos dá a conhecer o artigo 2056º, sendo estas, a forma expressa de
aceitação e a forma tácita de aceitação. A forma de aceitação expressa resume-se
numa aceitação através de um documento escrito onde o sucessível chamado à
herança declara aceitá-la, artigo 2056º nº2, já na aceitação tácita é presumida a
declaração de aceitação quando os bens entram na esfera jurídica do sucessível sendo
que o mesmo assume o título de herdeiro com a intenção de aceitar a herança. Ainda
em relação à aceitação, a mesma tem um prazo de 10 anos para ser declarada pois se
o prazo não for cumprido o direito de aceitar a herança caduca, artigo 2059º e ao ser
declarada a aceitação, esta é, em todos os casos, feita na sua totalidade e irrevogável,
artigos 2054º, nº 2 e 2061º.

O ____ neste caso deixa os 2 tipos de sucessíveis/ só um tipo desses sucessíveis. Não
tendo legitimários, 2157º, tem que se apurar se deixou legados ou testamento e
depois do remanescente pagar os legítimos, 2133º, al.c).
Neste caso o ____ fez um testamento ao (ex: B) e tem herdeiros legítimos os seus
irmãos. Quanto ao testamento de B porque B é pré falecido/pós-falecido haverá lugar
à representação artigo 2039º / transmissão 2058º e quanto ao testamento 2041º.

Mecanismos de substituição:

A representação dá-se quando são chamados descendentes do herdeiro ou legatário


para ocupar a posição dele. É um mecanismo ocorre tanto na sucessão legal como na
testamentária, artigo 2040º, aplicando-se no caso de existirem pré-falecidos ou pré-
repúdios, ou seja, situações que aconteceram antes da morte do autor e só se coloca
aos descendentes daquele que não pode (pré-falecido) ou daquele que não quis (pré-
repudiado), como dita o artigo 2041º. Para além dos sucessíveis designados por lei,
podem ainda ser chamados de forma indireta outras pessoas, que intervêm no
processo sucessório em representação do herdeiro como expresso pelo artigo 2042º.

A Transmissão, plasmada no artigo 2058.º CC, distingue-se do direito de representação


porque o sucessível sobrevive ao autor da herança, ou seja, é pós morto, mas não
aceita, nem repudia a herança. Por isso o direito de aceitar ou repudiar a herança
passa para os seus herdeiros, nº1, e só se verifica este direito de transmissão se os
herdeiro aceitarem a herança do falecido, o que não os impede de a repudiar, nº2.

O Direito de acrescer presente no artigo 2137º, nº 2, é um instituto jurídico que se usa


para partilhar quando não é possível utilizar a transmissão e representação em
especial quando na representação não há descendentes e faz com que aquela quota
deixada para o pré ou pós-falecido seja entregue aos demais, neste caso será entregue
à sua mãe Amália e à sua irmã Fernanda.

O Repúdio produz efeitos do repudio retrotraem-se ao momento de abertura da


sucessão sendo que o sucessível que repudia não se considera chamado à herança,
salvo para efeitos de representação. Ao contrário da aceitação, o repudio está sujeito a
uma forma necessária para a alienação da herança, como disposto pelo artigo 2063º.
Assim sendo no caso de se tratar de um repudio de um bem imóvel é obrigatório que o
repudio se realize por uma escritura publica ou documento partícula autenticado
também conhecido por DPA, artigos 2126º e 825 do C.C.
Caso se trate de um bem móvel sujeito a registo o repúdio deverá ser feito por
documento particular escrito, como expresso pelos artigos 2063º e 2126º do C.C.
Para alem de ser feito na sua totalidade o repúdio acaba por ser também irrevogável,
segundo o artigo 2966º
Durante a partilha é necessário apurar quem fará a administração da herança através
da designação do cabeça-de-casal. Esta inicia-se pelo artigo 2079º do C.C dando-se a
atribuição do cargo de acordo com a listagem que consta no nº 1 do 2080º. É
necessário ter em conta algumas possibilidades, em relação à designação do cabeça-
de-casal. É possível designar o cabeça-de-casal por duas formas distintas, diferentes
da designação pelo artigo 2080º, a designação por tribunal e por acordo. A designação
por tribunal, artigo 2083º, dá-se quando se escusarem ou forem removidas todas as
pessoas previstas pelo artigo 2080º, originando uma designação pelo tribunal. Por sua
vez, a designação por acordo, segundo o 2084º, realiza-se com o acordo de todos os
interessados em entregar-se a administração da herança e o exercício das funções do
cabeça-de-casal a qualquer outra pessoa. Para além disso, é necessário ter em conta
que por base artigo 2085º o cabeça-de-casal designado pelas formas de nomeação
anteriormente apresentadas, tem o direito de escusar-se do cargo se preencher
alguma das alíneas do artigo 2085º. Sem ser a escusa do administrador da herança, o
mesmo pode ser removido a pedido dos restantes herdeiros nos termos do artigo
2086º, por dolosamente ocultar bens do falecido ou praticar uma administração
ruinosa do património do autor da herança, entre outras especificidades presentes no
artigo. Como administrador da herança é natural que o cabeça-de-casal tenha
obrigações e poderes que se incluem no cargo. O cabeça-de-casal tem poderes como a
possibilidade de pedir a entrega de bens a herdeiros a terceiro para os administrar e
estarem sobre seu poder, artigo 2088º, o poder de cobrar dívidas ativas da herança,
quando a cobrança possa perigar com a demora ou o pagamento seja feito
espontaneamente, artigo 2089º, e por fim pode também vender os frutos, outros bens
deterioráveis ou não deterioráveis, para pagar as despesas relacionadas com o funeral,
artigo 2090º. Por sua vez, uma das obrigações de estar encarregue da administração
dos bens da herança é a prestação de contas anual, de despesas como os rendimentos
que o mesmo entrega aos herdeiros ou ao cônjuge meeiro (artigo 2092º), segundo o
que consta no artigo 2093º. Por fim, quanto ao de cabeça-de-casal é necessário frisar
que este cargo não se transmite nem em vida nem em morte, ou seja, é intransmissível
e gratuito, salvo se for desempenhado por testamenteiro, como consta nos artigos
2095º e 2094º.

não sendo o testamenteiro vivo, vai-se colocar a administração sobre os herdeiros


legais e entre eles sobre as mesmas condições o mais velho C.

Enquanto a herança se mantém em aberto, é necessário saber a quem irá ser feita a
partilha do património do autor. É neste sentido que existe uma classe de sucessíveis
elencados pelo artigo 2133º que atribui prioridade aos legitimários e só depois aos
legítimos. No entanto existe uma hierarquia de sucessíveis que teve a sua origem na
doutrina e na jurisprudência e que não se encontra estipulada no Código Civil. Segundo
esta hierarquia são chamados em primeiro lugar os legitimários, porque têm uma
quota garantida, designada por quota indisponível, que o autor não pode dispor por
sua livre vontade pois não pode ferir a legítima destes herdeiros legitimários sendo
que se sobrar algum remanescente é que são pagos os demais. Em segundo lugar são
chamados os legados, sendo que, após a aceitação estes indivíduos têm o ónus de
saber quando é que o autor de legado morre. Em terceiro, o chamamento recai sobre
os testamentos. O testamento é um ato unilateral e revogável pelo qual uma pessoa
dispõe para depois da morte, de todos os seus bens ou parte deles, como enunciado
pelo nº1 do 2179º. O testamento deriva de uma expressão de vontade do autor, sendo
nulo o testamento que não seja claro, artigo 2180º, vontade esta que tem de ser
solitária, pois é nulo o testamento onde intervêm duas ou mais pessoas, artigo 2181º
do C.C. Como dita o artigo 2182º, nº1, o testamento tem uma natureza pessoal, isto é,
a vontade tem de derivar e ser expressa pelo próprio testador, no entanto o nº 2 e 3
do mesmo artigo abrem uma exceção à regra, por permitirem o testador cometer a
terceiro a repartição da herança ou do legado, alínea a), ou a nomeação de um
legatário de entre pessoas por aquele determinadas, alínea b) do artigo a tratar. Para
que o testamento seja considerado válido é necessária também a existência de
capacidade testamentária que o artigo 2188º atribui a todos os indivíduos que a lei
não declare incapazes de o fazer, indicados estes incapazes pelo artigo 2189º, sendo
nulo o testamento feito com falta de capacidade, como explicito pelo artigo 2190º do
C.C e a capacidade determinada pela data do testamento, artigo 2191º. ----- .que
podem ser feitos de forma pública, onde o mesmo é feito por um notário, artigo
2205º, ou de forma cerrada, artigo 2206º, quando é feito por advogado de forma
secreta e é guardado num cofre ou local seguro. Por fim os últimos a serem chamados
são os herdeiros legítimos, que apenas recebem uma quota de bens remanescentes,
isto é, a chamada quota disponível que engloba os bens que sobram após feita a
partilha pelos herdeiros acima referidos. Quando se fala da partilha é também
importante denotar os princípios em que a mesma é feita, sendo estes a preferência
de classes, artigo 2134º, que atribui uma preferência entre as classes de sucessíveis
elencadas pelo 2133º, a preferência de graus de parentesco, artigo 2135º,
expressando que dentro da mesma classe os parentes de grau mais próximo preferem
aos de grau mais afastado e por fim a sucessão por cabeça, artigo 2136º, que dita que
os parentes de cada classe sucedem por cabeça ou em partes iguais.
Como nos é aparente na situação existem, de facto herdeiros, legitimários sendo estes
o cônjuge (----), os descendentes e os ascendentes, como expressa o 2157º. Ao existir
legitimários a quota vai automaticamente dividir-se em quota indisponível ou legítima,
para os legitimários, e quota disponível. A noção de legítima é nos entregue pelo
Código Civil no artigo 2156º, que caracteriza a legítima como a porção de bens que o
autor da herança não pode dispor, por ser legalmente destinada aos seus herdeiros
legitimários. Visto que existem POR EXEMPLO (MUDAR NO TESTE) UM CONJUGE E 2
FILHOS USAMOS O ARTIGO 2159º PARA DESCOBRIR A LEGITIMA...(USAR UM DOS
TRÊS - ------ 2158º, 2159 E 2160)

Antes de ser efetuado o mapa de partilhas ainda temos de ter presente o artigo 2162º
para realizar o cálculo da legítima. Na globalidade o C.C fala de uma soma que tem em
conta as dívidas e no nosso entendimento global as dívidas tem de ser pagas antes de
haver partilha, os credores são satisfeitos à cabeça antes de qualquer pessoa receber o
que quer que seja, por isso é que por regra os valores das dividas são retirados da
quota indisponível, no entanto, quando não há mais nada para ter em conta para
acrescentar à quota disponível e se houver dinheiro também não é errado tirar da
disponível mas se possível e de modo a criar uma regra uniforme tiramos da quota
indisponível.
Colação – A colação, artigo 2104º, é um instituto jurídico que se aplica apenas entre
legitimários e que se destina a igualar irmãos na partilha ao integrar na massa da
herança as doações feitas pelos pais, no caso de os pais beneficiarem em vida um dos
irmãos. Os bens que englobam a colação presentes no artigo 2110º, integram bens
que o falecido tenha dispensado gratuitamente em proveito dos seus descendentes,
excetuando-se desta regra os bens presentes no nº2 do mesmo artigo como
casamentos, alimentos entre outros bens, e é de especial atenção a situação
económica e social em que se encontravam os pais na altura da doação. Existe ainda a
possibilidade de o autor da doação contornar a colação através do disposto no artigo
2213º, que permite ao doador dispensar a colação no acto da doação ou
posteriormente. Ao criar o mapa de partilhas, esta figura tem como efeito fazer
perceber se algum dos filhos em vida recebeu alguma doação dos pais e se é benéfico
para ele integrar o bem doado à massa da herança, isto porque, só pode ser aplicada a
colação se esse sucessor aceitar a herança e ao aceitar tem de vir à partilha o bem
doado de modo a igualar os outros irmãos. No entanto, não tendo o doador
dispensado a colação, o sujeito que recebeu em vida dos pais uma doação vai ter uma
coluna no mapa de partilhas onde se vai verificar quanto é que ele já recebeu para
comparar o que ele tem a receber. Se recebeu a mais há uma diferença para trazer à
quota indisponível para igualar os irmãos. Se recebeu a menos ainda recebe uma parte
do que a quota indisponível lhe atribui. Como na coluna da colação estamos a falar de
valores que ele já tem na sua mão esses valores ficam entre parêntesis e não somam a
mais nada, é uma coluna para se perceber o que aquela pessoa já recebeu em vida e o
que é que lhe falta receber ou o que tem de trazer se quiser vir à massa da herança.
Muitas vezes é ai que as pessoas percebem que mais vale repudiarem a herança,
porque podem ter prejuízo na dinâmica da atuação ao aceitar vir à massa da herança
por causa de dívidas ou de uma doação bastante superior à herança e quota
disponível.

Com a colação a preocupação é perceber quanto é que ele já recebeu, quanto tinha de
receber de quota indisponível porque é para equiparar em relação à quota
indisponível/ em relação à legitima, se dispensou e se não entra na partilha/herança.

Tem de ser trazida a doação à herança: - Resposta

Em relação à doação realizada ao ____ a mesma não tem que ser trazidaà massa da
herança. Isto porque não há aqui verificação da quota disponível ou indisponível, por
só haverem herdeiros legitimos, os irmaos. Assim a doação feita pelo A é valida e
mantida a quando a sua morte

Quando só há legitimários não se usa a expressão de legitima e quota disponível.

Haverá hipótese de representação ou transmissão. – Resposta


Há efetivamente hipótese de representação, 2039, e 2041º porque o sucessível ___ é
premorto em relação a A (autor) e deixou o descendente ()

Mapa de Partilhas:

Cálculo do valor do património (sem as dívidas):

Total = 200.000 + 13.000+ 6.000 + 5.000 = 224.000

Meação = 224.000/2 = 112.000

Cálculo Q.D:

Q.D = 112.000/2= 37.333

Q.D (sem a doação) = 37.333 – 5.000 = 32.333

Q.D por herdeiro = 32.333/2 = 16.167

Cálculo Q.I:

Q.I = 74.667

Q.I (c/ pagamento das dívidas) = 74.667 – 20.500 = 54.167


Q.I por herdeiro = 54.167/2 = 27.084

Dividas a imputar a cada herdeiro (já tiradas da Q.I) = 20.500/ 2 = 10.250

(Com o direito de acrescer devido ao pré-falecimento de Guilherme as quotas são


todas divididas pelos dois herdeiros sobrevivos, Amália e Fernanda )

Herdeiros Q.I Dívidas Q.D Total

Amália 27.084 - 10.250 16.167 41.875

Fernanda 27.084 - 10.250 16.167 95.625

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