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Unidade I: Introdução ao Direito das Sucessões- 1.

A sucessão
enquanto fenômeno jurídico; objeto da sucessão hereditária; 2.
O direito das sucessões; 3. Terminologias essenciais; 4.
Desconsideração da personalidade jurídica no direito das
sucessões; 5. planejamento sucessório.
 Direito Civil: vasto olhar regulatório
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa
do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro.
Art. 2 o A personalidade civil da
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e
pessoa começa do nascimento com
deveres na ordem civil.
vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança
transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
 ”XXX - é garantido o direito de herança;”
 “XXII - é garantido o direito de
propriedade;”
 Sucessão:
▪ Latim- sucessio;
▪ Substituição- uma coisa ou alguém vem depois de outra;
▪ Sub- rogação real (objeto) x Sub- rogação pessoal (sujeito);
▪ Substituição do sujeito:
▪ Inter vivos (entre vivos)- Ex: pagamento com sub-rogação e cessão de
crédito;
▪ Mortis causa – Direito das sucessões/ Falecimento de alguém/ fim da
pessoa natural
 OBS! Nem toda sucessão (substituição) diz respeito ao direito das
sucessões. Há, portanto, fenômenos sucessórios que não são próprios
do Direito das Sucessões.
▪ “Direito das Sucessões, em sentido objetivo, é o conjunto de
normas reguladoras da transmissão dos bens e obrigações de
um indivíduo em consequência de sua morte. No sentido
subjetivo, mais propriamente se diria – direito de suceder, isto
é, de receber o acervo hereditário de um defunto” (Carlos
Maximiliano)

▪ “Direito hereditário ou das sucessões é o complexo dos


princípios, segundo os quais se realizada a transmissão do
patrimônio de alguém, que deixa de existir” (Clóvis Beviláqua )
 Maria Helena Diniz conceitua o Direito das Sucessões como
“o conjunto de normas que disciplinam a transferência do
patrimônio de alguém (ativo e passivo), depois de sua morte,
ao herdeiro, em virtude da lei ou de testamento (CC, art.
1.786)
Relações jurídicas patrimoniais (admitem a
substituição do sujeito)
 x
 Relações jurídicas personalíssimas (extinção com
o falecimento do titular/ ex: obrigação de fazer
intuitu personae)
 Herança:
▪ “conjunto de relações jurídicas patrimoniais que eram
titularizadas pelo falecido e que se transmite aos seus
sucessores “.
▪ bem imóvel, universal e indivisível (art. 80,II, CC/02);
▪ condomínio/composse até a partilha do patrimônio.
 Regra geral: transmissão das relações
jurídicas patrimoniais;

 Exceções:
▪ Direito autoral;
▪ direito real de usufruto, de uso e habitação;
▪ Enfiteuse...
 Transmissibilidade de alimentos no campo
sucessório?
▪ Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos
herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
▪ Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores
às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso,
salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor
dos bens herdados.

▪ STJ- transmissão de dívidas vencidas (RESp 1.354.693/SP)


▪ Dívida- oriunda do morto ;
▪ Lembrar!!! Alimentos são personalíssimos.


 * Contas bancárias conjuntas:
▪ O que acontecerá com a conta bancária conjunta
quando um dos correntistas falecer?
 regime jurídico: solidariedade obrigacional;

 ambos são titulares das movimentações bancárias;

 saldo positivo: partilhado isonomicamente


(independe de origem);

 saldo negativo: espólio responderá pela dívida, no


limite das forças da herança (art. 1.792) pela cota-
parte do falecido.

 Fund: Resp 1.511.796/MG, STJ, 3ª Turma.


 * Seguro de vida:
▪ Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais
para o caso de morte, o capital estipulado não está
sujeito às dívidas do segurado, nem se considera
herança para todos os efeitos de direito.
 É perfeitamente possível que os beneficiários do
segurado não sejam seus herdeiros legítimos
necessários ou facultativos;

 Indicação pelo segurado no momento da


celebração do negócio;

 A indenização decorrente do seguro de vida pode


ser paga a pessoa estranha à sucessão do
falecido, sem qualquer benefício aos seus
herdeiros.
 Decorre da própria função social da propriedade;
 Propriedade= base fundante da herança;
 Impacto no exercício da liberdade de elaborar um testamento;
 Conservação das unidades econômicas em prol ta proteção do
núcleo familiar;
▪ Art. 5°, XXX, CF/88 - é garantido o direito de herança;
▪ Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da
herança.
▪ Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
▪ Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da
herança, constituindo a legítima.
▪ Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou
de parte deles, para depois de sua morte.
▪ § 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
 Quatro partes (Livro V- arts1.784 e ss):
 Sucessão em geral: regras genéricas aplicáveis a toda
e qualquer sucessão;
 Sucessão legítima: em razão da força da lei/
independe da vontade do autor da herança/ respeito a
ordem de sucessão hereditária;
 Sucessão testamentária: transmissão segundo a
vontade do falecido;
 Inventário e partilha: regras procedimentais/ veia
processual de transmissão de bens aos beneficiários.
 Autor da herança, de cujus (cuja sucessão
se trata), inventariado, defunto ou extinto:
 Qualquer defunto interessa ao Direito
Sucessório?
 Não. Somente interessa ao direito sucessório
a pessoa que falece deixando relações
jurídicas patrimoniais.
 Portanto, aquele que morre sem deixar
patrimônio não pode ser enquadrado como
de cujus e, naturalmente, não interessa ao
Direito Sucessório.
 Sucessor:
▪ a pessoa que será convocada para imprimir continuidade às
relações jurídicas patrimoniais do de cujus;
▪ pessoa física, jurídica, nascituro ou prole eventual.
 Sucessor Herdeiro:
 adquire o patrimônio a titulo universal
(percentual dos bens);

 Sucessor Legatário:
 recebe patrimônio a título singular (bem
específico, certo e determinado/ ex: casa ou carro)
 Herdeiro legítimo (necessário ou facultativo):por
força do ordenamento jurídico
▪ arts. 1829 e 1.790;
▪ descendentes, ascendentes, cônjuge sobrevivente, colaterais
até quarto grau e companheiro sobrevivente;
▪ Herdeiro legítimo necessário:
▪ não podem ser preteridos na vontade do autor da herança;
▪ Descendentes, ascendentes, cônjuge e companheiro (STF- RE
878.964- 2017).
▪ Herdeiro legítimo facultativo:
▪ colaterais até quarto grau.
 Herdeiro Testamentário:
 adquire cota hereditária por força da vontade do
autor da herança;
 fração ideal do patrimônio (não há especificação
do bem).

 !!! Autor da herança faleceu sem


testamento- patrimônio vai para os
herdeiros legítimos.
 Legítima:
 parte obrigatória da herança ao herdeiros
necessários.
 Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de
pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima.
 Doação inoficiosa:
▪ Requistos: existência de herdeiros necessários e(+)
doação que ultrapasse o limite disponível;
▪ Doação válida sobre limite disponível do patrimônio
(nulidade parcial).
 Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de
que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em
testamento.
 Exceção: Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de
um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por
herança.
▪ Ação de redução de doações inoficiosas
 Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor.
 Herdeiro universal:
▪ herdeiro único;
▪ Integralidade do patrimônio;
 Herança:
 Patrimônio ativo e passivo do falecido transmitido aos
sucessores;

 Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos


legais:
 I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os
asseguram;
 II - o direito à sucessão aberta.
 Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos
superiores às forças da herança; incumbe-lhe,
porém, a prova do excesso, salvo se houver
inventário que a escuse, demonstrando o valor dos
bens herdados.
 Espólio:
 Ente despersonalizado que representa a herança em juízo e
extrajudicialmente.

 (CPC/2015) Art. 75. Serão representados em juízo, ativa


e passivamente:
 [...]
 VII - o espólio, pelo inventariante;
 (CPC/2015) Art. 613. Até que o inventariante preste o
compromisso, continuará o espólio na posse do
administrador provisório.
 Herança x Meação
▪ Meação decorre do regimes de bens adotado na união estável
ou casamento;
▪ Titularizado pelo cônjuge ou companheiro;
▪ Deverá haver a separação da meação do consorte sobrevivente;
▪ !!! O cálculo do imposto causa mortis não deverá incidir na
meação.
 ITCMD- Imposto Sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (art. 155,
§1º, I, CF/88/ competência estadual/DF- entre 2%-8%.
▪ !! A depender da situação o consorte sobrevivente poderá levar
a sua meação e ter percentual a título de herança.
 Inventário e Partilha:
 Procedimento especial de jurisdição contenciosa
(arts. 610 a 673 CPC);
 duas fases:
▪ 1ª inventariança- transferência do patrimônio do de
cujus; apuração dos sucessores e credores;
▪ 2ª partilha- divisão/quinhão de cada um.
Art. 2.018. É válida a partilha feita por
Art. 426. Não pode ser objeto de ascendente, por ato entre vivos ou de última
contrato a herança de pessoa viva. vontade, contanto que não prejudique a
legítima dos herdeiros necessários
▪ Providência preventiva;
▪ Respeito a legítima dos herdeiros necessários (se
houver);
▪ Economia de custos póstumos;
▪ Preservação dos laços de afetividade entre membros do
núcleo familiar;
▪ Celeridade na partilha;
▪ Formas: testamento; doação em vida; criação de
pessoas jurídicas (holding patrimonial familiar/
sociedade entre os membros da família)...

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