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Antecipação de herança com doação e posterior colação são temas de artigo da Revista Científica do IBDFAM
18/12/2019
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“Doação como antecipação de herança e colação: aspectos jurídicos controvertidos” é um dos artigos de
destaque na 35ª edição da Revista IBDFAM: Famílias e Sucessões (http://www.revistaibdfam.com.). De
autoria dos advogados e professores Miguel Borghezan e Tânia Mara Sakamoto Borghezan, o texto aborda
essas situações problemáticas no âmbito do Direito Sucessório.
Segundo os autores, é prática comum por parte de pais, por exemplo, a compra de um imóvel em nome de certo filho ou filhos, buscando conferir
segurança com antecipação patrimonial. Na análise, eles não perdem de vista as cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e
inalienabilidade vitalícia frequentes em casos desta ordem.
Entre os pontos controversos da doação como antecipação de herança, a autora Tânia Borghezan destaca que a metade do patrimônio líquido do
autor da herança constitui a legítima dos herdeiros necessários, enquanto a outra metade chama-se de parte disponível (artigos 1.845 e 1.846 CC).
“Essa parte disponível pode ser doada sem constituir antecipação de herança (art. 2.006 CC), mas o doador precisa assim dizer no instrumento da
doação. Se não disser, será considerada como antecipação de herança (art. 544 CC). Nesse cenário, esclarecer os interessados é medida de
grandeza jurídica, tendente a favorecer e promover justiça sucessória”, ressalta.
Segundo Miguel Borghezan, a possibilidade de doação não compromete o princípio da igualdade entre os filhos. “Os pais podem, querendo,
antecipar parte da herança a certo filho por doação (art. 544, CC), que será chamada à colação para igualar as legítimas, nos termos do art. 2.003
do Código Civil”, explica o advogado.
Tânia explica que a colação é dever legal do herdeiro donatário nas doações feitas como antecipação de herança, para igualar o valor das legítimas
dentro da sucessão (art. 2.002 CC).
“É dispensada a colação do valor da doação que sair da parte disponível do doador, ainda que feita a herdeiro legítimo, se assim ele o disser no ato
escrito da liberalidade (arts. 1.849, 2.005 e 2.006 CC). Somente quando a doação for inoficiosa (art. 549 CC), faz-se a devolução ao monte-mor,
pelo donatário, do valor que exceder a parte disponível”, aponta a advogada.
“Essa aferição pode não invalidar o ato da doação, mas fica a obrigação protraída para a ocasião da abertura da sucessão do doador, quando será
verificada eventual inoficiosidade. A parte inoficiosa não será objeto da colação, mas de restituição ao monte-mor, ao patrimônio do doador
falecido, pois houve nulidade nesta parte da liberalidade (art. 549 CC), que faz retornar o excesso ilegal ao patrimônio do então doador”, esclarece.
“A colação será da metade do valor antecipado em cada inventário dos pais falecidos (a meação se dá bem por bem: art. 2.012 CC). Ao assim
dispor, os pais pagam o imposto sobre doação no valor de 4% (quatro por cento) sobre o valor do bem doado”, acrescenta Miguel.
Os autores discordam da exigência de pagamento do imposto causa mortis no caso de colação. “Ao nosso sentir, essa medida é ilegal, pois o
tributo já foi pago por ocasião da doação, em tudo válida e legal. Por que novo pagamento de imposto se não há nova circulação econômica na
colação?”, indaga Miguel.
“Aqui impõe-se ponderar para evitar o excesso de exação, visto descaber novo imposto onde inexiste nova circulação econômica, e o ato jurídico
praticado é em tudo perfeito e acabado. O bem já foi transferido em vida, e não poderá mais sê-lo pela morte, pelo simples fato de não integrar, de
não estar mais na propriedade ou posse de qualquer dos pais ao tempo da morte”, defende o jurista.
“A colação é operação aritmética feita em valor no inventário, e não em substância, para equiparar as legítimas dos herdeiros necessários. Por ela
não se transfere outra vez a herança, razão porque não é devido imposto causa mortis sobre o valor colacionado”, completa.
Para Miguel, a divisão da herança deve apresentar consonância entre a compreensão pessoal do autor e o respeito à lei. O Direito Sucessório não
considera unicamente a vontade expressa do autor da herança ou da doação. No Brasil, ao menos metade dos seus bens devem ser destinados
aos herdeiros necessários.
“Nos países de cultura anglo-saxônica cultivou-se o hábito de não haver resguardo de herança obrigatória, dita legítima, para os filhos. Lá os
titulares podem dispor livremente de todos os bens por testamento, o que não é possível no Brasil em razão da regra do art. 1.846 do Código Civil.
Entre nós isto não é possível por restrições legais e culturais”, observa o advogado.
“Resguardada a legítima dos herdeiros necessários, qualquer dos pais pode atribuir a parte disponível a quem quiser, inclusive a filhos, decidindo
de modo expresso, neste caso, se a doação constituirá ou não regular antecipação de herança (art. 2.006 CC)”, atenta Miguel.
“A doação em vida e o testamento devem ser incentivados para evitar litígios sucessórios nos inventários. Nesse âmbito, o decidido pelos autores
da herança, respeitada a legítima, já está resolvido na sucessão causa mortis.”
Ainda entre as controvérsias relacionadas à sucessão no Brasil, Miguel fala sobre o entendimento do companheiro como herdeiro necessário em
razão dos efeitos jurídicos ampliados do julgamento do Recurso Extraordinário nº 646.721, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal - STF (Diário
de Justiça da União de 21 de setembro de 2017).
“É sabido que o Direito Sucessório interpreta-se estritamente, mas não nos parece razoável retirar do companheiro parte da proteção jurídica que o
STF lhe concedeu. Se a sucessão do companheiro igualou-se a do cônjuge, parece-nos de rigor incluí-lo também no rol dos herdeiros necessários”,
defende o advogado.
Ainda que cônjuges e companheiros não sejam iguais perante a lei, ele ressalta que, em relação aos efeitos sucessórios, a equidade deve ser
assegurada.
“No fundo, os efeitos sucessórios de cônjuges e companheiros, mais do que providência restrita às causas que ensejaram o julgamento histórico
do STF, passaram a ser também medida de direito na comunhão plena de vida que, tal qual ocorreu em relação aos filhos, direciona a interpretação
como faróis ético-jurídicos”, observa o jurista.
Tânia nota evoluções no Direito Sucessório brasileiro nos últimos anos, mas aponta medidas ainda necessárias para tratar tais questões. “Entre as
principais medidas que precisam ser encorajadas está a partilha em vida (art. 2.018 CC), por favorecer o que chamamos de justiça sucessória”,
atenta.
“Ninguém melhor do que os pais têm capacidade de atribuir o patrimônio na linha sucessória com especial sentimento pessoal e familiar. Também
quero realçar a função substancial do testamento, pouco utilizado no Brasil, mas importante para a sucessão”, opina a advogada.
“Não apenas as questões patrimoniais, mas também as existenciais podem ser previstas e estabelecidas em testamento, evitando problemas com
a administração em caso de incapacidade, sofrimento e dor”, acrescenta.
Nesta área, ela destaca estudos valorosos de Zeno Veloso e Ana Luíza Maia Nevares, diretores nacionais do IBDFAM. “Estou convencida de que
temos no IBDFAM um ambiente extraordinário para debater essas questões maiores, que servem para conferir respeito e dignidade às pessoas
durante a vida e, também, após a morte”, assinala Tânia.
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