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29/04/2018 IBDFAM : Instituto Brasileiro de Direito de Família

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moral.
Responsabilidade civil. Abandono afetivo. Possibilidade  Enviar por Email  Salvar em PDF

Relator: Des. Alcides Leopoldo e Silva Júnior

Tema(s):
Dano moral (http://www.ibdfam.org.br/jurisprudencia/tema/Dano moral) Responsabilidade civil (http://www.ibdfam.org.br/jurisprudencia/tema/ Responsabilidade civil) Abandono afetivo (http://www.ibdfam.org.br/jur

Tribunal TJSP

Data: 13/03/2018

Chamada Jurisprudência na integra Ementa na Íntegra

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO

São Paulo

Registro: 2017.0000228044

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0006941-27.2010.8.26.0127, da Comarca de Carapicuíba, em que é apelante JONATHAN RIBEIRO ROCHA
(JUSTIÇA GRATUITA), é apelado CICERO APARECIDO ROSA (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA).

ACORDAM , em 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade
com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ CARLOS FERREIRA ALVES (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

São Paulo, 4 de abril de 2017

ALCIDES LEOPOLDO E SILVA JÚNIOR

RELATOR

Assinatura Eletrônica

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO

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São Paulo

APELAÇÃO CÍVEL

Processo n. 0006941-27.2010.8.26.0127

Comarca: Carapicuíba (2ª Vara Cível)

Apelante: Jonathan Ribeiro Rocha

Apelado: Cícero Aparecido Rosa

Juíza: Roberta Poppi Neri Quintas

Voto n. 9.733

EMENTA: DANO MORAL- Responsabilidade Civil - Abandono afetivo Caracterização- O abandono afetivo indenizável deve ser injusti cado e voluntário, o que restou
demonstrado, e pela omissão houve, ainda, abalo psicológico, que é verossímil, pela narrada sensação de desamparo e rejeição, violadores da autoestima e
dignidade pessoal -Recurso provido.

Trata-se de ação de indenização por dano moral, alegando o autor, que ajuizou contra o réu ação de investigação de paternidade, e que, mesmo após a realização do
exame de DNA e o reconhecimento do parentesco, manteve-se ausente, negando-lhe a convivência, o amparo afetivo, moral e psíquico, pelo que pretende ser
compensado na quantia de 200 salários mínimos.

A r. sentença, cujo relatório se adota, julgou improcedente a ação e condenou a requerente a arcar com as custas, despesas do processo e honorários advocatícios
xados em R$ 500,00, com as ressalvas do disposto no art. 12 da Lei 1.060/50 ( s. 70/75).

O autor apelou a rmando que a sentença afronta direitos e garantias constitucionais, e isenta o réu de seu dever como pai, devendo ser imposta a responsabilidade
por força da paternidade responsável, uma vez que a ausência injusti cada do pai originou evidente dor psíquica e consequente prejuízo a sua formação, decorrente
não só da falta de afeto, mas do cuidado e da proteção, mormente quanto a falta de apoio moral e material, in uenciando inclusive na piora da educação do
apelante, requerendo a reforma ( s. 82/83).

Foram apresentadas contrarrazões, sustentando-se a manutenção da decisão ( s. 88/91).

É o Relatório.

A data da decisão é que estabelece a legislação processual a ser aplicada ao recurso, no caso o CPC/1973, por ter sido prolatada a sentença em 12/05/2015 ( s.
75).

É regra de direito intertemporal, em observância ao ato jurídico processual perfeito, como de ui da interpretação do art. 14 do CPC/2015.

Como acentuam Marinoni-Arenhart-Mitidiero 1 : "a lei do recurso é a lei do dia em que se tornou recorrível a decisão".

O entendimento anterior do Superior Tribunal de Justiça acerca da matéria era que: "a indenização por dano moral pressupõe a prática de ato ilícito, não rendendo
ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de reparação pecuniária" (REsp 757.411/MG, Rel. Ministro
FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 29/11/2005, DJ 27/03/2006, p. 299; REsp 514.350/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA
TURMA, julgado em 28/04/2009, DJe 25/05/2009).

1 MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado. Luiz Guilherme Marinoni e al. 1ª ed. São Paulo: RT, 2015, p.113.

Porém, mais recentemente, reconheceu, por maioria, o dever de indenizar, com se extrai da seguinte ementa:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. ABANDONO AFETIVO. COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL. POSSIBILIDADE.

1. Inexistem restrições legais à aplicação das regras concernentes à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar no Direito de Família.

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2. O cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento jurídico brasileiro não com essa expressão, mas com locuções e termos que
manifestam suas diversas desinências, como se observa do art. 227 da CF/88.

3. Comprovar que a imposição legal de cuidar da prole foi descumprida implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de omissão. Isso porque
o non facere, que atinge um bem juridicamente tutelado, leia-se, o necessário dever de criação, educação e companhia - de cuidado - importa em vulneração da
imposição legal, exsurgindo, daí, a possibilidade de se pleitear compensação por danos morais por abandono psicológico.

4. Apesar das inúmeras hipóteses que minimizam a possibilidade de pleno cuidado de um dos genitores em relação à sua prole, existe um núcleo mínimo de
cuidados parentais que, para além do mero cumprimento da lei, garantam aos lhos, ao menos quanto à afetividade, condições para uma adequada formação
psicológica e inserção social.

5. A caracterização do abandono afetivo, a existência de excludentes ou, ainda, fatores atenuantes - por demandarem revolvimento de matéria fática - não podem
ser objeto de reavaliação na estreita via do recurso especial.

6. A alteração do valor xado a título de compensação por danos morais é possível, em recurso especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de
origem revela-se irrisória ou exagerada.

7. Recurso especial parcialmente provido.

(REsp 1159242/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 10/05/2012)

No caso, o que dessume dos autos, é que a mãe do autor e o requerido conviveram, vindo a nascer em 02/02/1993 ( s. 09), sendo reconhecido pelo genitor, na
audiência de conciliação em ação de investigação de paternidade em 03/06/2009 ( s. 15/16).

Desde então, o apelado, apesar de ciente de suas responsabilidades com o lho, não arcou sequer com a obrigação alimentar estabelecida, deixando de prover-lhe
amparo material e afetivo.

O abandono afetivo indenizável deve ser injusti cado e voluntário, o que restou demonstrado, e pela omissão houve, ainda, abalo psicológico, que é verossímil, pela
narrada sensação de desamparo e rejeição, violadores da autoestima e dignidade pessoal.

Assim, de rigor a procedência da ação, para condenar o requerido a compensar o dano moral pelo abandono afetivo, sendo adequado o valor de R$ 10.000,00, na
data deste julgamento, a ser corrigido monetariamente desde o arbitramento, com juros de mora de 1% ao mês da citação, arcando o réu com o pagamento das
custas, despesas processuais e honorários advocatícios xados em 10% do valor devido, em conformidade com o art. 20, § 4º, do CPC/1973.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO

São Paulo

Pelo exposto, DÁ-SE PROVIMENTO ao recurso.

ALCIDES LEOPOLDO E SILVA JÚNIOR

RELATOR

Assinatura Eletrônica

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